Depois de instalado o XBMC no Raspberry Pi com o Raspbmc e ter montado um comando à distancia por infravermelhos, entre outras coisas, lá me lembrei de tentar poupar uns cobres num sistema de backups automático via wifi para o Macbook.
A Apple tem toda uma política de integrar sem qualquer esforço para o utilizador todos os produtos da marca. Toda a facilidade de ligação tem no entanto dois grandes defeitos:
- Não é compatível com coisa nenhuma; e
- Não é nada barato.
Nem sempre os defeitos são justificáveis pela novidade ou originalidade. No caso do segundo defeito, só uma parte poderia ser justificado pela prestação do hardware.
A Apple constrói o seu sistema de backups integrado num router wireless com um disco rígido e integra tudo com o seu sistema operativo. Para usufruir só é preciso pagar entre 299,00 € e 399,00€, escolher o Time Capsule que estiver ligado à rede interna e o sistema operativo faz o resto. O valor do Time Capsule é proibitivo, mas promete backups sobre wifi sem preocupações.
Para usufruir disto tudo com a prata da casa, um Raspeberry Pi e um disco externo para backups, segui as instruções do próprio site do Raspberry Pi. Aqui a opção é usar um disco formatado ext4 e partilhar esse disco com o Netatalk no Raspberry Pi. A partilha do disco por Netatalk resolve o problema do filesystem não ser o da Apple.
Por causa de outras experiências, preferi não instalar o software necessário para ler discos ext4 no OS X. É mais um filesystem que praticamente já não uso e não há por isso necessidade de manter mais um software no Mac. Se como eu optarem por não o fazer, vão ter de esperar bastante tempo pelo primeiro backup via WiFi. O ideal por isso era ligar o computador diretamente ao disco para o primeiro backup e só depois passar a fazer backups via WiFi.
A diferença entre usar o filesystem ext4 e o hfs+ também é a forma como os ficheiros são guardados. Enquanto o hfs+ faz um diretorio que pode ser navegado manualmente onde vão ver os vossos ficheiros, se o sistema for montado com ext4, será criado uma sparse image ou sparse bundle. Se navegarem até ao disco de backup o que vão encontrar é um conjunto de ficheiros, chamados bands. O que o Time Machine faz é criar um disco virtual que grava em blocos de 8 MiB e cada um desses ficheiros é um bloco desses.
Se se sentirem radicais e com tempo para fazer a experiência com o filesystem HFS+ da Apple, ficam aqui as instruções que encontrei no forum STM Labs, um forum onde encontraram mais pessoas como nós que gostam destas coisas da tecnologia. Segui as instruções e funcionou tudo bem, até ao momento em que tinha de dar acesso de escrita ao disco para criar o espaço do Time Machine. Se conseguirem escrever em HFS+ a partir do Raspbmc vão ter problemas com o disco de cada vez que alguma coisa correr mal. A solução é verificar o sistema de ficheiros. Para isso vai dar jeito instalar os pacotes de ferramentas do file system hfs+ da Apple para fazerem fsck.hfsplus -f /dev/sdaX.
O veredito final é que prefiri fazer tudo sem o HFS+ no Raspbmc ou o ext4 no OS X. Montar o disco num sistema que não era o de origem e conseguir ter aquilo tudo a funcionar só porque queria evitar o tempo exagerado do primeiro backup via wifi não compensava. Assim, cá está o primeiro backup via wifi que irá durar umas épicas 5 horas, mas estou a trabalhar no Mac e enquanto estiver ao alcance da rede wifi isto vai continuar a fazer sem problemas.
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