Tinha anotado há dias que tinha que falar sobre o aumento do preço do gás natural, que a ERSE prevê que seja de 2.4% já em Julho. Lendo com atenção o comunicado da ERSE sobre o assunto, verifica-se que o principal factor que pressiona as subidas é o seguinte:
- Assim, a variação tarifária constante da presente proposta é principalmente explicada pela evolução dos custos com os acessos às infraestruturas reguladas. Observa-se, atualmente, um desencontro entre o grau de utilização das infraestruturas de alta pressão e de distribuição de gás natural e a entrada em exploração dos investimentos nestas infraestruturas que tem contribuído fortemente para o incremento do peso dos custos com os acessos às infraestruturas nas tarifas.
Traduzindo por miúdos, o consumo de gás natural tem vindo a decrescer. Já o ano passado tínhamos confirmado que a culpa era das renováveis, e a situação piorou ainda mais este ano. Ou seja, as centrais de ciclo combinado não consomem, pelo que tem que ser os outros, nomeadamente os consumidores e a indústria a arcar com o preço das rendas da infraestrutura…
Este fim de semana, o Álvaro Ferro alertou-me para as guinadas do Ministro do Ambiente, Moreira da Silva, neste domínio. Ele diz que não tem nada a ver com as eleições, mas não há dúvidas que não é assim. E não é para já, é só para daqui a 3 ou 4 anos, ie. quando ele já lá não estiver?
Se Moreira da Silva quisesse mesmo descer os preços do gás natural, e da electricidade, o que ele tinha que começar por fazer era cortar os subsídios excessivos às renováveis. Mas, todo o percurso anterior de Moreira da Silva aponta exactamente no sentido contrário! A visão dele é taxar as emissões de dióxido de carbono e é para ficar preocupado, porque todos nós produzimos esse gás… Aplica contribuições especiais, e espera que as empresas não reflictam esses custos nos clientes? Numa iniciativa que lidera, a Plataforma para o Crescimento Sustentável, defende neste documento “o aumento da tributação ambiental, seja sobre o gás e eletricidade“… Este é um Ministro que dizia há dois meses que a electricidade não podia descer até 2020, mas que a semana passada já andava a distribuir descontos eleitoralistas!
De uma coisa podem estar certos: enquanto este Ministro estiver lá, nada de bom virá nos preços da energia, seja de gás natural ou electricidade!
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