Standby de ar condicionado

Os equipamentos de ar condicionado têm um consumo em stand-by um pouco elevado. No caso de sistemas multi-split, vejo por vezes referenciados valores de 50 Wh.

Acontece que o consumo dos sistemas de ar condicionado está associado à manutenção da temperatura do óleo do cárter. Para isso existe normalmente uma pequena resistência que aquece o óleo do cárter do compressor, para que ele esteja à temperatura ideal quando o aparelho fôr solicitado.

Ocorrem todavia vários aspectos que interessa avaliar. Em primeiro lugar, o consumo de electricidade é maior no Inverno, quando é preciso mais energia para manter os fluidos à temperatura indicada. Num equipamento que tive oportunidade de avaliar, o consumo não era constante, mas função da temperatura exterior. E não estava sempre ligado, ora ligando, ora desligando. Tal significa que no Verão, em princípio, os consumos em stand-by serão bastante inferiores.

Obviamente, a forma mais rápida de nos livrarmos destes consumos em stand-by, é desligar os aparelhos no quadro eléctrico. Esta é normalmente a única forma de acabar efectivamente com esse consumo. Mas, há um grande SENÃO!

Esse senão é que ao voltar a ligarmos o equipamento no quadro eléctrico, não podemos usar imediatamente o ar condicionado! Se isso acontecer, e os fluidos não estiverem à temperatura correcta, boas coisas não vão acontecer ao compressor… As marcas recomendam que os aparelhos sejam ligados no quadro eléctrico até umas 8 horas antes de se ligarem as unidades internas. Para isso, deve consultar os manuais dos equipamentos em detalhe. Esse tempo deverá ser naturalmente maior quando se voltarem a ligar no início do Inverno, pois as temperaturas externas serão menores. Mas, e como o seguro morreu de velho, mesmo no Verão, deve ligar as unidades externas umas boas horas antes de começar a produzir frio nas unidades internas…

Lembre-se que é importante poupar electricidade, pois poupa na carteira. Mas, se avaria um equipamento destes, o peso na carteira será muitíssimo maior…

Comparação de Impostos a nível internacional

Todos nos queixamos que pagamos impostos a mais! Nós Portugueses, mas também todos os outros… Porque é sempre difícil comparar o que nós pagamos, e o que pagam os outros.

A KPMG deu um contributo no esclarecimento desta questão, com uma página que compara impostos a nível internmacional. Podemos seleccionar entre os vários países do Mundo, ou mesmo regiões. Podemos comparar impostos indirectos, de empresas, de trabalho, e de segurança social, quer para o empregador quer para o empregado. E podemos ver dados entre 2010 e 2016.

Os dados que dali podem sair são fabulosos! Abaixo fiz um pequeno exercício para nos comparar a Espanha, França e Alemanha, nos Impostos de Trabalho e Indorectos:

Impostos de Trabalho

Impostos de Trabalho

Impostos Indirectos

Impostos Indirectos

Novos radares

Depois de sabermos que a carta de pontos teria alterado completamente o comportamento dos portugueses nas estradas, eis que surgem os novos radares, baseados no sistema SINCRO.

É claro que não serão para aumentar a receita das multas. É claro também que o único objectivo é reduzir os acidentes. Certo é que custou uns milhões de euros. E vem tarde. E está muito desactualizado tecnologicamente, pois vejam o que já fazem nuestros hermanos… Mas já começou a apanhar incautos, que recebem uma multa imediatamente!

Enfim, é sempre importante cumprirmos o Código da Estrada. Mas também saber onde são os locais “extremamente críticos”, perdão, os radares. A Renascença fez um mapa interactivo muito interessante, que reproduzimos abaixo. Vejam, para não serem apanhados desprevenidos:

Sinistralidade diminuiu por causa dos pontos?

Aqui há pouco mais de um mês alertamos para a introdução da carta por pontos. Passado mais de um mês sobre a sua introdução, já há estatísticas fresquinhas: segundo o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, as contraordenações diminuíram 25,4% em junho! Segundo ele, os condutores passaram a ter um “comportamento completamente diferente na estrada“.

É claro que como bom político, ele disse que o importante para o Estado português “não é ter receitas pelas contraordenações”, nem “despesas com a sinistralidade”, mas sim reduzir o número de acidentes rodoviários nas estradas. Fui ver à página da ANSR sobre as estatísticas dos acidentes, mas fiquei a saber que a ANSR deixou de publicar dados com a entrada deste Governo. Assim que existirem estatísticas, talvez venhamos a ser surpreendidos…

Se tivermos em conta as estatísticas mais recentes, talvez o Governante tenha sorte nestas estatísticas macabras. É que os acidentes aumentaram quase 5% em 2015, face a 2014. E no primeiro trimestre aumentaram 9%.

E o que é que diz a lógica da batata? Pode dizer que quanto mais alto se sobe, de mais alto se cai? Ou seja, como os Portugueses se acidentaram mais nos últimos tempos, as estatísticas agora vão melhorar? A lógica da batata poderia também pressagiar que ficamos mais pobres em Junho, pois parece que há uma associação entre sinistralidade e dinheiro

A genialidade da fila única do Continente

Rowing with to many coaches - Condé Naste

Rowing with too many coaches – Condé Naste

Há mais de um ano referimo-nos à fila única do Continente. Durante os primeiros tempos ainda achei piada à estupidez da ideia, e andei a fazer vários testes, que demonstraram o evidente: a fila única só cria problemas aos clientes, e certamente ao próprio Continente.

A coisa agravou-se nos últimos tempos, pois quase nunca há caixas alternativas, e agora quer queiramos, quer não, temos que ir para a fila única. Como num regime totalitário…

A coisa obviamente só piorou, atingindo um novo baixo no passado fim de semana. Três pessoas encontravam-se a gerir a fila! O primeiro era o Director da Loja, que superintendia a gestão da fila. Meti conversa com ele, mas como bom funcionário, lá justificou a fila única… Como os seus argumentos eram tão fáceis de rebater, acabou calado e comprometido.

Ao fundo, junto ao painel que indica a caixa seguinte, estava um segundo funcionário. Que basicamente nada fazia a não ser fazer de relay do terceiro empregado, junto à outra ponta das caixas. Este pontualmente erguia papéis a indicar ao segundo que caixa estava livre. O segundo depois transmitia essa informação à pessoa imediata da fila.

O que se passa aqui? Três funcionários não estão a acrescentar valor nenhum. Nem aos clientes nem ao Continente. Se estivessem numa caixa, os clientes seriam atendidos em média cerca de 20% mais rapidamente (valores em função das caixas abertas).

Os clientes, esses engatam completamente o sistema. Vi vários a deslocarem-se para caixas erradas, porque pura e simplesmente encontram uma a meio do caminho que está praticamente disponível. Isso explica a necessidade do terceiro funcionário, porque o sistema estava a funcionar correctamente…

Enfim, este é um disparate completo, que só prejudica o Continente e os seus clientes. Continuo a pensar que quem efectou este aborto de ideia deve estar entrincheirado a arranjar estudos que justifiquem o inexplicável. Estudos esses que o Director da Loja disse existirem… Enfim, andam-se a enganar a eles próprios!

Poupança combustível em função do peso

Num artigo anterior, referenciamos mais um item que contribui para o aumento do peso do carro. Na altura dei-me conta de que apesar de já termos referenciado o impacto do peso no consumo dos automóveis, ainda não nos havíamos referido a quanto é que é exactamente a poupança derivada de um veículo mais leve.

Obviamente, o peso é apenas mais um factor a contribuir para as contas do consumo. A dificuldade de equacionar o factor peso é visível na aparente ausência de estudos científicos que nos digam quanto é exactamente a poupança.

O Departamento de Energia dos EUA tem disponível um documento interessante, que nos dá várias pistas para equacionar o problema. São referenciados dois estudos, que abordaremos de seguida, e que referem que uma redução de 10% no peso de um carro leva a uma economia de consumo de cerca de 6.8%. Num desses estudos, verifica-se que também a aceleração é beneficiada, com os mesmos 10% de redução de peso a contribuirem para uma melhoria de 7% no tempo de aceleração dos 0 às 60 milhas por hora.

Um dos estudos referenciados no documento atrás é um estudo realizado por Ricardo Inc., de 2009. Os valores de poupança referidos no parágrafo anterior variam em função de determinados aspectos. Um dos que mais me chamou a atenção, foi o impacto da variação de peso no consumo, mas também em função da velocidade. Como se pode ver na imagem a seguir, a poupança conseguida com a diminuição de peso diminui à medida que aumenta a velocidade.

 

Melhoria de consumo diminui com aumento da velocidade

Melhoria de consumo diminui com aumento da velocidade

Tal é compreensível, porque o peso é mais importante no arranque, e porque a maior velocidade, a resistência ao ar começa a tornar-se bem mais significativa que a variação de peso.

Outro estudo interessante é esta tese de douturamento do MIT. Analisando o peso de automóveis entre 2006 e 2008, e o respectivo consumo, os autores obtém uma linha de tendência relativamente bem definida, e que estabelece que cada redução de 100 Kg corresponde a uma diminuição do consumo em cerca de 0.53 L/100Km:

Tendência

Tendência da evolução do consumo em função do peso

Os autores coligem ainda uma série de resultados de outros estudos. Está na página 30 do PDF:

Resultados de outros estudos

Resultados de outros estudos

Nas conclusões, os autores referem que em termos absolutos, cada 100 Kg de redução de peso corresponderão a uma redução de 0.39 L/100Km, para um carro de tamanho médio, a gasolina.

Extrapolando para o exemplo da água do limpa vidros, e considerando o valor anterior, temos então que os 6 litros serão 6% dos 100 Kg, pelo que a poupança será de 6% dos 0.39 L/100Km, ou seja 0.0234 L/100Km. Numa viagem de ida e volta ao Porto poupamos assim 6 x 0.0234 L = 0.1404 L. Ao preço da gasolina de cerca de 1.50 €/L, tal significa uma poupança de cerca de 21 cêntimos de euro…