Electricidade para Marrocos?

Há notícias absolutamente deliciosas! O Álvaro enviou-me ontem este artigo do pplware, relativa a uma notícia do Dinheiro Vivo, sobre o lançamento de um concurso para estudar a possibilidade de se construir um cabo elétrico submarino entre Portugal e Marrocos.

Tendo em atenção todo o historial que temos tido no tracking dos preços da electricidade em Portugal, a primeira ideia que nos ocorreu aos dois, era que a ERSE passaria a ter mais um excelente argumento para subir o preço da electricidade em Portugal. Porque sim.

Mas, vamos por partes. O anúncio em Diário da República refere:

  • Fica a DGEG autorizada a efetuar a repartição dos encargos orçamentais  decorrentes  do  procedimento  de  aquisição  de  serviços  do  estudo  sobre a viabilidade de construção de interligações de eletricidade entre Portugal  e  Marrocos,  para  os  anos  de  2016  e  2017,  até  ao  montante máximo de 200 000,00 €, acrescido de IVA nos termos legais.

Ora, por uma fração desse valor, nós no Poupar Melhor até faríamos esse estudo! Mas, como não nos pagam para isso, ficam apenas conselhos rápidos, que deverão justificar rapidamente a não necessidade de construir o cabo!

Primeiro, comecemos pelo preço. Quanto custará? Uma pergunta a que nunca se responde. Felizmente, na Internet é possível encontrar respostas rápidas. Um artigo de Março do Público estimava em 600 milhões de euros o custo de tal empreendimento. Dividindo aí por uns 6 milhões de consumidores domésticos, serão só 100 euros a cada família…

O artigo do Público começa a resvalar para a verdade, quando nos diz adicionalmente que a coisa já foi estudada, por uma entidade chamada Medgrid, que tinha uma participação de 5% da REN (segundo os dados da própria REN, é de 6.66%), mas que entretanto já foi extinta! De facto, o site dá um erro, e no Arquivo da Internet, a última versão funcional do site é de finais de Setembro do ano passado. Como se pode ver pelo mapa abaixo, nenhum cabo submarino de Portugal para Marrocos estava previsto:

Mapa Medgrid

Mapa Medgrid

Ainda mais interessante nas notícias é que agora a REN está excluída deste processo de forma a que não seja pago pelos consumidores…

Outra fonte de desinformação é passar a ideia de que Marrocos precisa da nossa energia. Tipo, “importa 95% da energia que consome“. Mas, segundo esta apresentação, as importações são responsáveis por apenas 18% do consumo de electricidade, sendo que Marrocos tem interligação com a Argélia, estando também prevista com a Mauritânia, para além das interligações com Espanha… E se for em termos de energia, a importação de electricidade correspondia apenas a 2.2% do total em 2012… E se olharmos para os projetos planeados ou já em curso, é bem provável que comecem a ter problemas como o nosso não tarda nada… Ou seja, quando o cabo estivesse pronto, quem estaria a exportar seriam os nossos amigos marroquinos?

É claro que os nossos amigos Espanhóis também andam a estrabuchar. Na realidade, têm o mesmo problema que nós, que é um excesso de produção de energia renovável. Na página da REE (equivalente REN em Espanha) sobre interligações é possível ver isso mesmo. Mas, a verdade é que a interligação de Marrocos faz sentido é por Espanha. Nesta página do Wikipedia vemos que há muito que isso está a ser feito! A primeira começou a funcionar em 1998, e a segunda em 2006. No horizonte 2020 estão previstos mais três cabos para o continente africano, embora sendo dois para Ceuta, não se possam considerar Marrocos, apesar de estar prevista a natural continuidade.

Na verdade, chegamos aqui porque temos energia renovável a mais, e como foi agora assumido pelo Ministro da Economia, até dá vontade de chorar:

  • Quando há excesso de produção de energia estamos a perder valor ou, como tem estado a acontecer, a escoar para Espanha a muito baixo preço.

Na verdade, é algo que já tínhamos abordado indiretamente neste artigo. Da próxima vez que virem notícias deste teor, lembrem-se do desabafo do Ministro. E que quem paga essas aventuras todas é o mexilhão…

E se o Ministro quiser evitar pagar mais uns estudos, não precisa. O diagnóstico parece claro, e a terapia já foi aplicada aqui ao lado!

Tirar caroço de cereja

Tirar os caroços das cerejas é uma tarefa a que nunca me dediquei. Gosto das cerejas como elas são, e o caroço vai fora naturalmente. Mas, se bem se lembram, a tarefa associada a tirar caroços das cerejas teve o seu apogeu com esta entrevista.

Muitos anos depois, tropecei numa referência muito interessante na Internet sobre como tirar os caroços das cerejas. Sem recurso a utensílios especiais, porque os há! Basta pesquisar na Amazon para ver que a oferta é grande! Em qualquer caso, não deixem de ver o vídeo explicativo abaixo, pois é aparentemente muito fácil:

Dispositivos móveis mais potentes?

Depois do artigo sobre os CPUs mais potentes, neste artigo abordaremos duas listas equivalentes, mas para dispositivos móveis. Uma é relativa a equipamentos Android e outra a dispositivos iOS.

Começando pelo mais simples, os dispositivos iOS, não há grandes dúvidas sobre quem aparece no topo:

iOS mais potentes

iOS mais potentes

Nos Androids, a variedade de fabricantes é maior, mas a Samsung domina:

Androids mais potentes

Androids mais potentes

O meu último telemóvel aparece bem mais abaixo na lista, com cerca do dobro da potência daquele que tinha antes. Não foi um factor determinante na escolha, até porque neste domínio não faço grande utilização de todas as potencialidades de um telemóvel

Quais os CPUs mais potentes?

De vez em quando, mais em termos profissionais, tenho que decidir pela compra de equipamento informático. São muitas as variedades dos vários componentes, e mesmo para quem trabalha na área, pode ser difícil avaliar as características.

Em termos de CPUs, basta uma pesquisa por um determinado CPU no Google para encontrar uma ligação à página do CPU Benchmarks. No caso do CPU do meu portátil, dá informações de como se compara em termos da capacidade de processamento, bem como do rácio em termos de preço:

O meu processador

O meu processador

Este não é um bom exemplo, pois já é um processador datado. Em qualquer caso, faço um balanço entre os dois gráficos, na procura de um bom compromisso entre a capacidade de processamento e o seu preço.

Mas, se estivermos apenas interessados na capacidade do CPU, podemos ver esta outra página, que dá conta dos mais potentes. Como é bom de ver, o meu CPU já fica a anos-luz dos melhores actuais:

Actuais CPUs topo de gama

Actuais CPUs topo de gama

Média, mediana e moda

A média, mediana e moda são conceitos estatísticos que a grande maioria de nós conhece. Mas, muitas vezes, não dominamos todas as suas particularidades…

Na nossa área das marteladas, já referimos vários exemplos de como a matemática pode ser distorcida para passar determinadas mensagens. E a estatística é uma ferramenta essencial nesse processo.

De todas as formas que já vi explicada a diferença entre média, mediana e moda, a que está abaixo é para mim claramente a mais eloquente! É divulgada na página de Rick Ord, professor da Universidade da California. Neste caso, é possível brincar com o conceito da desigualdade. E reparem como há um valor ao jeito das várias interpretações!

Mas, este é apenas um exemplo, porque noutros cenários, a realidade está pronta a ser distorcida por quem nos dá as estatísticas…

Média, Mediana e Moda

Média, Mediana e Moda

Desligar e poupar/avariar?

Este é um artigo que espero vir a desenvolver. E apenas traz uma dúvida, relativa a uma questão que ando a investigar nos últimos tempos. Tenho esperança que algum leitor possa ajudar, e contrbuir para que outros possam porventura não vir a sofrer do mesmo problema.

Tenho um apartamento no Norte onde me desloco ocasionalmente. Comprei um frigorífico há meia dúzia de anos, e recentemente deixou de funcionar. Quer dizer, funcionar funciona, faz mais barulho, mas arrefecer é que não…

O diagnóstico de dois técnicos a quem coloquei o problema (sem todavia o verem presencialmente) é a de que será um problema de fuga de gás. E que nessa situação, por se tratar de um frigorífico pequeno, provavelmente não compensará o custo da reparação.

Ao mesmo tempo, preparei-me recentemente para desligar os ar condicionados cá de casa, depois da passagem do longo Inverno (será alvo de outro artigo proximamente). Acontece que uma leitura atenta recomenda que não o faça…

A questão que ando investigando é simplesmente a de se estes equipamentos (ambos têm em comum compressores + gás) deverão estar sempre a funcionar, ou não? No caso do ar condicionado, já descobri que o recomendável é depois de ligar os equipamentos, esperar um determinado tempo antes de o utilizar efectivamente. No caso do frigorífico tenho encontrado muita documentação contraditória! E a verdade é que o frigorífico do Norte fica sempre desligado, só sendo ligado pontualmente algumas vezes por ano…

Algum dos leitores consegue dar pistas para uma resposta mais completa a esta questão?