As agruras do Google

Nos próximos dias vamos ouvir muito falar das novidades do Google. O Google I/O 2016 começa na próxima quarta-feira, e promete muitas novidades…

Infelizmente, fala-se pouco das agruras do Google. Na minha opinião, muito do que o Google faz é assustador, para o bem e para o mal. Alguns avanços são-no porque antecipam em muitos anos as previsões de há muito pouco tempo. Mas muitos retrocessos acontecem, de que pouco se fala. Um dos que mais me marca é a apatia no NEST, que prometia muito, mas que parece ter desparecido. Aliás, a novidade é a necessidade de um novo termo para descrever a evolução nesse domínio: a Internet das Coisas Partidas

Mas, o maior susto para o Google foi mesmo os robots da Boston Dynamics. Há um ano, a Time referenciava que esta era a empresa mais fixe do universo Google. Mas depois do primeiro vídeo abaixo, a Google pôs a companhia à venda! E se verem o segundo, dá igualmente para assustar… O Rise of the Machines é capaz de não ser assim tão ficção científica…

As baterias da Tesla

Nos últimos dias, a página da Internet que mais visitantes nos tem trazido é este artigo do pplware. Em que se referencia a análise económica que fizemos à Powerwall em Portugal. Não consigo perceber exactamente porque estão a chegar tantas visitas, mas não me admirava que muita gente andasse muito surpreendida por aí…

Acontece que a Tesla, para mim, é apenas marketing. Mas, as informações dos últimos dias vem reforçar isso a todos os níveis, e não apenas no que toca à Powerwall, que é o que aqui nos interessa.

Os problemas começaram quando os clientes começaram a receber os primeiros exemplares. Parece que um dos problemas que não se esperavam era a de que fizessem tanto barulho. Um cliente chegou a registar 80 decibeis, o que é significativo, com potenciais problemas quando exposto durante 8 horas.

O artigo também faz uma referência a quanto é que realmente custa uma solução Powerwall. Na Alemanha, o verdadeiro custo de uma Powerwall estará entre os 8500€ e 9000€. Na Áustria, são vendidas a 17900 €. Outra análise detalhada como a nossa, mas na Austrália, demonstra o óbvio: é muita mais cara que a electricidade paga da rede! Se a 3000 € demonstramos que não tinham interesse…

Enfim, é barrete atrás de barrete! Eram para surgir no Verão passado, mas só começaram a aparecer há poucos meses atrás… A leitura da página do Wikipedia revela muitas mais confusões, incluindo o desparecimento da versão de 10 kWh.

Mas, a Tesla não está sozinha. A Nissan também nos quer iludir. A Mercedes não quer ficar atrás! Em qualquer caso, vai ser preciso grandes avanços tecnológicos para que estas soluções façam sentido económico. Até lá, serão soluções de nicho, mas que as grandes empresas tentarão impingir aos incautos…

O perigo das equações diferenciais

Guido Menzio é um italiano reconhecido. Mas, nesta história, podia ter acontecido a um qualquer investigador português moreno. Guido parece ser adepto do multitasking, e há uma semana, enquanto o seu voo de Filadélfia para Syracuse se preparava para levantar voo, Guido dedicou-se a preparar umas equações diferenciais para uma conferência na Universidade de Queens, em Kingston no Canadá.

A seu lado sentou-se uma loira. Que obviamente não devia perceber grande coisa de matemática. Olhou para os rascunhos de Guido e teve uma indisposição! Saiu do avião a fazer-se de doente, mas contou às autoridades que havia um potencial terrorista a bordo. Tiraram então Guido do avião, para decifrar as seus gatafunhos de potencial terrorista. O resto desta história verídica é um exemplo claro do nosso Mundo moderno…

Não escrevam coisas deste género num avião...

Não escrevam coisas deste género (retirado deste paper de Guido) num avião…

Internet das Flores

Há umas semanas, ofereceram-me um Parrot Flower Power. É um gadget giro, que se “planta” junto a uma planta, num vaso, ou numa qualquer parte de um jardim. Depois, é só conectá-lo a um dispositivo Bluetooth… A partir daí, a minha roseira ganhou um companheiro!

Agora, de vez em quando, aproximo o meu telemóvel da roseira, e num instante fico a saber como é que ela está. O Flower Power dá-me várias indicações, desde a temperatura que tem estado, o nível de luminosidade, e o nível de humidade no solo, entre outras coisas.

No gráfico a seguir podemos ver o nível de humidade no solo, das últimas duas semanas. É a variável mais interessante para mim, até porque era aquela que eu teria mais dificuldade em medir. Notem que na primeira metade o nível de humidade foi descendo, até que decidi começar a regar. O gráfico termina no Sábado passado, depois da grande chuvada, mas mesmo assim não se ultrapassou significativamnte os 40%:

Nível de humidade nas últimas 2 semanas

Nível de humidade nas últimas 2 semanas

Também dá a temperatura, neste caso da sexta-feira passada:

temp

Temperaturas a 6 de Maio

Finalmente, abaixo podemos observar um gráfico de luminosidade, correspondente à sexta-feira passada:

lumi

Luminosidade a 6 de Maio

Nunca espreito o preço daquilo que me oferecem, mas neste caso tive curiosidade. Apesar de não ser muito económico, não é terrivelmente caro. Por aquilo que faz, é bastante interessante. E é mais um exempo do que o IOT (Internet of Things), ou neste caso o IOF (Internet of Flowers), está mesmo ao virar da esquina…

Webspam

O conceito webspam é um conceito associado ao lixo que circula na web, muitas vezes invisível, e que visa enganar os motores de pesquisa, nomeadamente o Google. Ocorre naturalmente sob muitos formatos, do qual um exemplo são as cópias de conteúdo que descrevemos neste artigo.

No blog de Google Webmasters, a semana passada foi publicado um relatório sobre como o Google combateu o webspam no ano passado. Alguns dos pontos que retive, e que motivam alguma meditação, são os seguintes:

  • Verificou-se um aumento de 180% na quantidade de sites “hackados”.
  • Aumentou a quantidade de sites com pouca qualidade de conteúdo. Nestes estão incluídos os sites que copiam o conteúdo doutros locais.
  • O Google mandou mais de 4.3 milhões de mensagens aos respectivos webmasters, e verificaram um aumento de 33% no número de sites que procederam a uma correção dos problemas.

Felizmente, quando utilizamos o Google, somos cada vez menos impingidos com páginas sem sentido. Ainda acontece, naturalmente, e também muitas vezes não aparecem as mais importantes. Aqui no Poupar Melhor somos muito a favor deste combate, e por isso também o Google parece gostar de nós… Assim esperamos continuar!

Locais mais perigosos do Mundo???

As Nações Unidas têm publicado nos últimos anos o WorldRiskReport. O documento relativo a 2015 evidencia alguns dos locais mais perigosos do Mundo, e para além do enfoque nos diversos riscos que existem (terramotos, tempestades, etc.), dá uma ênfase especial ao tema da alimentação. Felizmente, pelas razões que creio ficarão claras no final do artigo, o estudo só parece ter sido divulgado em Portugal na TSF.

Este enfoque na alimentação torna infelizmente o relatório muito pouco credível! Na lista de países mais expostos aparece o Vanuatu, um arquipélago do Pacífico, quase nas nossas antípodas. O problema do estudo é que mostra o Vanuatu em preimrio lugar nas tabelas, mas em todas as páginas do relatório é apenas referido três vezes, duas das quais numa caixa de destaque… Como essa própria caixa de destaque refere, nem sequer conseguem descrever os riscos correctamente, como foi o caso do Nepal, em que as Nações Unidas apenas previam uma baixa probabilidade de tremor de terra…

Enfim, dá para perceber da leitura do relatório, elaborado pela Universidade de Estugarda, que muito dos que nele colaboraram provavelmente não fazem ideia dos riscos naturais que os países realmente correm. Portugal é um dos mais “verdinhos” do mapa, mas isso deve ser porque nos últimos anos não houve tremores, inundações, tempestades a sério, e outros fenómenos que qualquer pessoa minimamente atenta à História sabe que existem. O mesmo não acontece infelizmente com os PALOP, que saem bastante mal retratados.

Enfim, o relatório nem sequer dá realmente indicação dos locais realmente mais perigosos do Mundo. Falamos recentemente da Venezuela, onde não há comida nem pão e todos ralham e ninguém tem razão? Como é que um país que é incapaz de produzir os seus próprios alimentos não aparece num relatório que evidencia a vertente específica do risco de falta alimentar, ultrapassa-me completamente. E já não falamos realmente doutros riscos não abordados no relatório, nomeadamente associados ao crime. Dizer que o Qatar é o país com menos risco do Mundo, num relatório virado para as questões da alimentação, e em que esse país, Qatar, não tem praticamente agricultura, só pode ser uma anedota! Por isso, estudos deste género, mesmo que das Nações Unidas, não são para ser levados a sério!