Melhor Mentira do Primeiro de Abril?

Há uma boa colecção de grandes mentiras do primeiro de Abril. Mas a minha preferida, e que serve para comemorar a data, é sem dúvida a do cultivo de spaghetti, emitido pela BBC a 1 de Abril de 1957. Como podem ver abaixo (vão ter que ver mais que uma vez para apreciar verdadeiramente todos os pormenores deliciosos), não estranha que centena de britânicos tenham ligado para a BBC, a quererem também plantar spaghetti:

Diferentes detergentes de roupa

A nossa leitora Sónia deixou-nos um desafio há algumas semanas na página de Sugestões: averiguarmos o conceito de “dose” de detergente, e relação com outros factores, nomeadamente o peso.

É um conceito que não conheço em profundidade, mas sempre tive as mesmas dúvidas da Sónia. Como este é um tema certamente complexo, vamos comer o elefante aos bocadinhos.

Para começar, tirei fotografias aos dados detalhados de alguns detergentes. Este artigo, que é só para começar, serve para evidenciar como qualquer um se baralha neste domínio. Para isso, fiz a compilação abaixo (cliquem para ver melhor), para comprovar justamente isso.

Como podem observar, as variáveis referenciadas que poderão condicionar uma poupança em detergente são mais que muitas (algumas não visíveis na imagem), sendo algumas delas as seguintes:

  • Número de doses
  • Peso da embalagem
  • Dureza da água (questão semelhante à do sal na máquina de lavar loiça)
  • Temperatura da água
  • Tamanho da dose (mililitros ou gramas?)
  • Dimensão do tambor da máquina de lavar
  • Tipo de roupa a lavar
  • Sujidade da roupa a lavar
Dados detalhados de alguns detergentes

Dados detalhados de alguns detergentes

Mapa do Planeta por domínios Internet

A Internet tem associada várias coisas fundamentais, e uma delas é respeitante aos domínios. Tal foi concebido em meados da década de 80, e já na altura houve uma divisão entre o que se designou por TLDs (Top-Level Domain). Por um lado, os TLDs organizados por categorias (.com, .org, .net, …), por outro os organizados por países (.pt, .es, .br, …). Desde então, muita coisa mudou na Internet, mas só nos últimos anos houve mudanças substanciais neste âmbito.

Para dar uma visão sobre a extensão dos TLDs nacionais, a Nominet criou um infográfico muito interessante onde se “distorce” o mapa do planeta para evidenciar a dimensão virtual de cada país, em termos do número de domínios registados. O mapa está representado abaixo, mas para obterem uma versão com o detalhe completo, devem clicar neste link.

O mapa evidencia como alguns países têm um conjunto de registos muito significativos. O exemplo maior é o .tk, e vale a pena ler este artigo para perceber o contexto. Os países europeus têm uma dimensão significativa, bem como a China, por exemplo. Portugal acaba por ter uma presença também superior à média.

O mapa contém algumas imprecisões, como a referência a .tp, que agora é .tl (Timor Leste). Todavia, a maior falta é a representação dos outros TLDs, nomeadamente o .com, que representa quase metade da totalidade de domínios da Internet. Ainda assim, vale a pena dar uma vista de olhos:

Mapa virtual dos TLDs nacionais da Internet

Mapa virtual dos TLDs nacionais da Internet (versão grande original)

Frustração com Nexus 5x

O meu smartphone de há 4 anos começou a dar problemas. Parte do ecrã deixou de funcionar, não sei se é obsolescência programada, mas parece. Poderia funcionar seguramente mais dois anos, pelo menos, mas não…

Como a parte do ecrã que deixou de funcionar é essencial para algumas acções, que nem mesmo a rotação resolve, tive que começar a pensar numa alternativa. E em função dos problemas de segurança que atingem os Android, que aparentemente os fabricantes tradicionais não resolvem, já há bastante tempo tinha assumido que quando comprasse um telemóvel novo, teria que ser um garantido pela Google: os Nexus.

Na passada quinta-feira, lá tive acesso ao meu novo Nexus, o LG/Google Nexus 5x. A ideia era aproveitar este período da Páscoa para fazer a transição, nomeadamente de dados & apps. Logo na quinta-feira, liguei-o à corrente, ficou a carregar, até que o liguei e comecei o processo de instalação. Acabei também fazendo todos os updates, um montão deles, com montões de interacções/reboots, etc. Muito Microsoft-like.

Pouco tempo depois, dei conta que não estava a carregar. Na verdade, ele ficara a carregar no início, e durante o processo de instalação. Algures, deixara de carregar. Deixei-o ligado à corrente, e na sexta fui vê-lo logo depois de acordar. Descarregara a noite inteira!

Alguma coisa estava mal. Infelizmente, o Nexus 5x vem só com um carregador USB tipo C, tipo de carregador do qual não tenho ainda outro exemplar. Portanto, nada de conseguir diagnosticar o transformador ou o cabo. Para piorar as coisas, a Google não inclui um simples adaptador para o USB normal, o que me iria obrigar imediatamente a comprar esse adaptador…

Voltei à Internet, para perceber se este era um problema normal. Uma pesquisa rápida no Google por “Nexus 5x charging problems” dá uma imensidão de pessoas com problemas envolvendo o carregamento destes equipamentos, como este. E outros problemas que ainda não experimentei, como este, que me deixaram muito apreensivo.

Fui dar uma volta à secção de ajuda do Google, que nunca tinha utilizado. A experiência foi bastante traumática, sobretudo porque tinha esperança que funcionasse segundo os padrões que esperamos da Google!

A coisa até começou bem, pois uma das hipóteses encaixava que nem uma luva no problema. Carreguei em “My Nexus device won’t charge or turn on“, mas as hipóteses seguintes não tinham qualquer seguimento no meu caso:

Não dá para escolher

Não dá para escolher

Experimentei as duas hipóteses. Nenhuma delas se aplicava, mas no segundo caso, nem sequer há uma hipótese do procedimento de despiste falhar:

Onde pára o No ???

Onde pára o No ???

Voltei à primeira. Que, mais cedo ou mais tarde, há-de ser a situação em que o telemóvel vai ficar. Fiz os testes todos, mas nada! Bateria sempre a descer. Havia uma hipótese para deixar os nossos dados para sermos contactados. Preenchi e tentei submeter. Não funcionava! Porquê? Porque estava a preencher fora de horas????? Nem sequer pude submeter o pedido, e como se pode ver, nem faço a menor ideia quando poderei fazê-lo:

Chamada? Qual chamada?

Chamada? Qual chamada?

Enfim, estou terrivelmente desiludido com a Google! Ou a LG? Vendem-nos os Nexus como a oitava maravilha do Mundo, fazem um telemóvel que não é propriamente barato, e é só problemas? Os meus e os doutros? Ainda não sei o que vou fazer, mas não me admirava que haja mais histórias para contar aqui…

Finalmente, da próxima vez que procurarem informação sobre um telemóvel que querem comprar, não pesquisem as suas capacidades na Internet, como eu fiz. O que eu devia ter pesquisado era “Nexus 5x problems”!

O que o leva a mudar o local de compras?

As técnicas de poupança muitas vezes escondem múltiplas armadilhas. Falamos no passado sobre as ilusões das promoções, descontos mínimos, ou os mais variados truques linguísticos

Na sequência do artigo do Álvaro sobre o tempo perdido nas compras, lembrei-me de um vídeo que tinha visto online, e que reproduzo abaixo, do blog Mind your decisions e canal Youtube respectivo.

Nele é nos perguntado como respondemos às seguintes duas situações:

  • Imagine que está a comprar uma calculadora por 125 euros. Fica a saber no exacto momento em que está a comprar que pode poupar 5 euros numa outra loja que está apenas a 10 minutos. Faria a deslocação?
  • Imagine que está a comprar uma calculadora por 25 euros. Fica a saber no exacto momento em que está a comprar que pode poupar 5 euros numa outra loja que está apenas a 10 minutos. Faria a deslocação?

Como responde o leitor em cada uma das situações? Há quatro combinações: Sim/Sim, Não/Não, Sim/Não e Não/Sim.

Na verdade, este exemplo foi pela primeira vez abordado por Amos Tversky e Daniel Kahneman em 1981. Os valores eram ligeiramente diferentes do exemplo no vídeo, pois em vez de 25 euros, seriam 15 euros. No caso da poupança de 5 euros em 15 euros, eles averiguaram que 68% das respostas seriam afirmativas, enquanto apenas 29% estariam dispostas a ir poupar 5 euros em 125…

Camiões e gasóleo

Cada um de nós faz um esforço por abastecer o mais barato possível. O mesmo acontece certamente aos profissionais, e por isso foi sem surpresa que li a notícia de ontem, de que 8 em cada 10 camiões portugueses abastece em Espanha.

Nada que me surpreenda! Já o havíamos antecipado neste artigo… Apesar das tentativas inglórias dos pedidos Ministeriais, realmente são os camiões quem mais têm a ganhar com abastecer em Espanha, sobretudo aqueles que fazem deslocações internacionais.

Para tentar perceber quando pode um camião poupar entre abastacer em Espanha ou Portugal, tive que tentar descobrir primeiro quanto leva um depósito de um camião TIR. Há naturalmente para todos os gostos, mas vamos tomar o exemplo de 1000 litros, não esquecendo que alguns levam bem mais, ou poderem contar com depósitos adaptados.

Pegando nos dados disponibilizados neste artigo, rapidamente se verifica que um camionista ao passar de Badajoz para Portugal, pára antes da fronteira. Poupa 20 cêntimos por litro, o que quer dizer 200 euros a menos ao atestar. Dá umas voltinhas por Portugal, e ao voltar volta a atestar em solo de nuestros hermanos. Dá umas centenas de euros de impostos a Espanha, mas feliz, porque poupa outros tantos!

O mesmo se pode aplicar naturalmente a outros veículos, nomeadamente autocarros. Dados os seus consumos e depósitos, o potencial de poupança é também muito grande!

Por cá, os papalvos que pensam que estão a fazer uma grande coisa, estão a enterrar-nos colectivamente. E ainda têm a lata de lutar contra a espanholização. Eu, não estou com essa luta…