Post-publication Peer Review

No seguimento da polémica envolvendo a investigadora Sónia Melo, descobri um conceito que desconhecia: Post-publication Peer Review.

Sou bastante crítico do processo actual de peer-review. No passado, abordamos a ciência a metro, bem como a referência a que metade da Ciência é falsa… Sempre defendi que a Ciência tem que se actualizar e adaptar, nomeadamente ao ritmo do Mundo Moderno.

Pois bem, o Post-publication Peer Review é um passo nesse sentido, e foi isso que permitiu “topar” a investigadora Portuguesa. Tudo começou no site PubPeer, em Agosto do ano passado, onde alguém chamou a atenção para problemas em papers da investigadora premiada. As vantagens de um site deste género foram claramente enumeradas no respectivo blog:

  • Carácter anónimo das contribuições, permite tal como no processo tradicional de peer-review, evitar personalizar a ciência, pois em determinados domínios, são tão poucos os cientistas, que qualquer contribuição poderia ser demolidora, nomeadamente em termos de resposta, abuso de poder, etc. Tal permite nomeadamente encorajar contributos, mesmo que vindos de alguém irrelevante em termos científicos.
  • A centralização nalguns sites de comentários facilita o trabalho associado, evitando nomeadamente o de ter que se percorrer muitos websites, alguns com entradas restringidas.
  • Existência de alertas, que permite seguir a investigação em determinados tópicos e publicações.

Outro site particularmente interessante é o For Better Science. A investigadora Sónia Melo também foi aí referenciada, num longo artigo. É mais limitado em termos de alcance, mas contribui para chamar a atenção para a má ciência que se faz. Aliás, os cientistas não são apenas o que produzem nova Ciência, mas os que acabam com a má Ciência. Veja-se o exemplo desta investigadora, cuja função é também catar gráficos inconvenientes, antes deles verem a luz.

É claro que o processo final passa pela retratação dos maus artigos científicos. Neste âmbito, o site Retraction Watch é uma referência. A Sónia Melo também tem uma referência, e nesse artigo se verifica que ela não gosta de comentários anónimos. Infelizmente, em Ciência, não é a personalização que interessa, mas sim a Ciência. Nada mais…

Mapas topográficos

Fui um grande utilizador de mapas topográficos no passado, sobretudo nas minhas andanças pelo Geocaching. Tenho há muito tempo uma admiração enorme pelos mapas 1:25000, mas infelizmente ficaram para trás neste mundo cada vez mais electrónico.

Online, há várias formas de ter acesso a mapas topográficos. À cabeça, o Google Maps oferece a opção “Terrain” nos seus mapas, que permite ter uma ideia do relevo, embora não seja muito perceptível, conforme podem ver o exemplo abaixo, relativo à serra de Sintra:

Serra de SIntra no Google Maps "Terrain"

Serra de Sintra no Google Maps “Terrain”

Outra opção é o ArcGIS. Neste caso, a visualização reforça as curvas de nível, o que é mais interessante para quem está habituado a olhar para mapas topográficos:

Serra de Sintra em arcgis.com

Serra de Sintra em arcgis.com

Baseado no OpenStreetMap, o site opentopomap.org também permite visualizar informação topográfica. A visão da mesma Serra de Sintra é esta:

Serra de Sintra em opentopomap.org

Serra de Sintra em opentopomap.org

Neste momento, o meu preferido é o topographic-map.com. Pega nos dados do Google é dá aos mapas uma coloração, em função da altitude. À medida que se faz zoom, vai alterando as cores dinamicamente, em função do relevo local. Como podem ver pela imagem abaixo, é o que mais rapidamente transmite informação “relevante”:

Serra de SIntra em topographic-map.com

Serra de SIntra em topographic-map.com

O leitor conhece mais algum site online onde seja possível consultar informação topográfica?

Tempo perdido nas Finanças

Nesta semana que passou tinha que pagar um imposto “especial”. Digo “especial”, porque não é daqueles a que estamos mais habituados.

Como “especial” que é, tive que me deslocar às finanças. Não pode ser tratado no Portal das Finanças, quanto mais por outro meio

Não fui dos primeiros a chegar, mas chegou para refrescar o corpo e as ideias, pelo que me calhou uma senha com um número mais elevado. E ficar uma hora à espera. O que nos vale é o multitasking

Quando fui finalmente atendido, não podia ser afinal atendido. Como era um imposto “especial”, tinha que ser atendido por um determinado funcionário. Que estava a atender outro contribuinte, e que continuou a atender durante mais 20 minutos.

Quando me atendeu, percebeu imediatamente, foi buscar uma folha, e entregou-ma. Era uma folha que dizia quanto eu tinha que pagar, valor que já sabia. Mas tinha que ter aquele papel! E como pago eu, perguntei, reparando que não havia dados de pagamento?

Não se podia pagar por Multibanco, nem no homebanking. Apenas na Tesouraria do Serviço de Finanças! E ainda me informaram que podia pagar por cartão Multibanco, cheque ou dinheiro.

Infelicidade minha, na conta do meu cartão Multibanco não tinha dinheiro suficiente. Cheques já não pago para usar. E dinheiro, não tinha a quantia requerida…

Fui tirar a senha. Percebi logo que teria que esperar. Mas já previra a coisa, pois tirei a senha, tive tempo de ir ao meu Banco mudar o dinheiro de conta, e voltar a tempo de ser atendido. Podia ter feito via homebanking, mas a CGD era mesmo ao lado.

Chega-se à CGD e tira-se a senha. E espera-se, espera-se. Aí uns bons 20 minutos! Será que ainda vou ser atendido quando voltar? E continuo com o multitasking em plena agência.

Troco o dinheiro de conta e volto em passo rápido para as Finanças. Qual caracol, havia avançado dois números. Mas ainda faltavam alguns até chegar a minha vez. Mais multitasking, enquanto se digere gritaria de contribuintes insatisfeitos…

Lá chega a minha vez, muito tempo depois. Entrego Multibanco, nem querem saber quem sou. Imprimem umas folhas, mas não tenho que assinar. Tenho é que pagar.

No final dão-me a folha. Impresso como um dos PDFs típicos disponíveis no Portal das Finanças. Tem mesmo uma referência para Pagamento via Multibanco, mas está riscada!

Meio dia de trabalho perdido. Como querem que o País avance?

Proibir as notas?

Anda por aí muita gente entusiasmada a pedir que se acabe com as notas de 500 euros. E embora pareçam invocar argumentos defensáveis, sempre refugiados nos criminosos e terroristas, o que está por detrás da cortina pode ser bem diferente…

No artigo em que referenciamos as notas de 500 euros, referimos vários dos cenários em que são utilizadas. Referimos também como há cerca de 10 anos atrás, cerca de um quarto delas estavam em Espanha. Dados mais recentes indicam que a maior parte delas possa estar na Rússia.

Acontece que a história pode ser bem diferente. Perante as taxas de juro próximas de zero e mesmo negativas, nos últimos quase oito anos, os Bancos Centrais temem uma corrida aos Bancos. Na verdade, não haverá notas para todos nesse caso, e mesmo notas com muitos zeros não servirão de grande coisa.

A ideia dos Bancos Centrais poderá ser mesmo a de proibir de todo as notas e moedas. Uma espécie de controlo de capitais, como já foi ensaiado na Grécia e Chipre. Onde literalmente as notas deixaram quase de ser disponibilizadas pelos Bancos. Como não o conseguirão fazer tudo de uma vez, vão começar por um dos lados. Na Europa, e como se pode ver na imagem abaixo, retirada do site do BCE, cerca de 30% das notas de euro em circulação e em valor são notas de 500 €. Na verdade, só há poucos anos foram ultrapassadas pelas notas de 50 €:

Valor euros em circulacao

Valor euros em circulacao

Do outro lado do Atlântico, há vozes sonantes a pedir a proibição das notas de 100 dólares. E também por lá, representam a fatia de leão do dinheiro em circulação:

Dólares em circulção por tipo de nota

Dólares em circulção por tipo de nota

Na Suiça, um bastião monetário, não há todavia planos para seguir a manada. Aliás, os Suiços têm notas de 1000 CHF, que valem cada uma quase 1100 euros. E a quantidade em circulação é brutal:

CHF notas mais populares

CHF notas mais populares

Na verdade, acabar com o dinheiro físico teria inconvenientes muito graves. O primeiro seria necessariamente o da privacidade. O Big Brother que veria tudo seria em primeiro lugar o Sector Financeiro, mas algo me diz que as Finanças passariam também a espreitar. Eles já são uma espécie de PIDE, mas o objectivo poderá ser o de não ficar nas meias tintas… Mas mais grave seria o que viria a seguir: os Bancos e o Estado poderiam começar a expropriar pura e simplesmente a sua conta Bancária. Também já o fazem, mas não com a extensão que gostariam.

Se o leitor não acredita, pegue neste exemplo: o que faria ao seu dinheiro no Banco, se lhe oferecessem uma taxa de juro NEGATIVA de 10%? Aposto que tiraria o dinheiro de lá? Agora imagine que não tem para onde o tirar? É para isso que as notas podem servir, mas é também por causa disso que podem estar a pensar proibi-las…

Empréstimos P2P

Esteja atento...

Esteja atento…

No outro dia, um leitor deixou um comentário no site a referenciar um projecto de empréstimos P2P. Na verdade, nunca abordámos aqui o tema, como vários outros, por uma razão muito simples: estamos escaldados com os esquemas

Este tipo de actividade financeira tem muito por onde se lhe pegar. Eu, da minha parte, continuo na minha: quando a esmola é grande, o pobre desconfia!

O melhor exemplo é o da E-zubao. A E-zubao prometia rentabilidades entre 9 e 14.6%, muito superior que as taxas dos bancos Chineses. No final, mais de um milhão de Chineses perderam cerca de 7.6 mil milhões de dólares, no que foi claramente mais um esquema Ponzi, e referenciado como aquele que mais pessoas afectou até hoje, embora esses não conheçam o nosso Rui Salvador. Na China, é todavia tudo em grande, e um artigo dá conta de cerca de 3600 plataformas P2P naquele país.

Chame-se o que se chamar, tenham muito cuidado em enfiar o vosso dinheiro nestes negócios. Nem que sejam 10 euros! As promessas de bons lucros, com muitos % à mistura, são logo sinal para desconfiar. E não caiam na tentação daqueles que anunciam que isto são financiamentos, depósitos, investimentos, ou uma nova forma de ver a Economia…

Previsões de neve

Quando este artigo sair, na manhã de Sábado, provavelmente muitos locais deste País estarão branquinhos. É um cenário pouco habitual, apesar de bastante badalado nos últimos dias na Comunicação Social.

Acontece que o nosso IPMA não está virado para as previsões de neve, pelo que se quisermos procurar onde vai nevar, temos que rumar a outras paragens web. Ontem, quando elaborei este artigo, fui à procura de alguns locais onde pudesse descobrir essa informação.

Um bom local para começar é o site que utilizo diariamente para ver o tempo. O mapa no site do meteo tecnico apresenta uma opção para ver a queda de neve. Ontem, quando elaborei o artigo, as perspectivas de queda de neve neste Sábado eram reduzidas, e limitadas aos pontos mais altos do País.

O site tiempo.com tem uma página onde podemos ver as previsões de neve para o curto prazo. O site Meteociel.fr tem uma página ainda melhor,  com muitas previsões para a península ibérica, nomeadamente para a queda de neve.

meteociel

Previsão do site Meteociel

O site snow-forecast.com tem também uma página dedicada à península ibérica. O site tem previsões de neve para todo o Mundo. As previsões para este Sábado também não exibem tanta neve como se julgava, mas ainda assim é visível:

Previsão de snow-forecast.com

Previsão de snow-forecast.com