Sal na Comida

O excesso de sal na comida tem sido associado ao desenvolvimento de diversas doenças. No passado, os meus avós tinham salgadeiras, e por isso a quantidade de sal que ingeriam era enorme. Morreram todos de idade avançada… Todavia, tudo o que nos dizem hoje em dia é que o sal em excesso faz mal!

A World Action on Salt and Health (WASH) elaborou um estudo comparativo internacional sobre a quantidade de sal na comida fast-food dirigida a crianças. O que encontraram foi um excesso de sal na comida dirigida a crianças. Oito em cada dez refeições continham mais de um grama de sal por refeição, que é o máximo recomendado para uma criança entre os 4 e 6 anos.

O estudo, cujos dados detalhados podem ser consultados neste documento, não detalha valores para Portugal, pelo que poderá ser interessante descobrir quais são. Todavia, para os vários países analisados, as diferenças são enormes, como se pode observar no gráfico abaixo, com a mesma refeição na Turquia a ter cerca do triplo do sal da mesma refeição no Reino Unido:

Sal no McDonalds Chicken Nuggets

Sal no McDonalds Chicken Nuggets

Como arrefecer as cidades?

No próprio dia em que escrevemos o artigo sobre o Aquecimento Urbano, saiu um artigo na Nature sobre como as cidades podem combater o calor. O artigo é bastante crítico dalgumas opções actuais, como a dos “telhados verdes”, pois apesar destes contribuírem para arrefecer o topo dos edifícios, nem sempre contribuem para o arrefecimento urbano.

O estudo refere que os “telhados verdes” diminuem algo a temperatura durante o dia, mas aumentam durante a noite. E afectam a precipitação também. O estudo acaba por chamar a atenção para um local que eu já conhecia, mas por outras razões…

Almeria, em Espanha, é o local com provavelmente a maior concentração de estufas no Planeta. Como se pode ver pela imagem baixo do Google Maps, a concentração das estufas produz uma superfície praticamente branca, que reflecte a luz solar. Tal é função de um nível elevado de albedo, que quase faz parecer que o local está coberto de neve. Um estudo determinou mesmo que no cenário de Aquecimento Global que se tem observado nas últimas décadas, em Almeria as temperaturas têm descido!

No artigo da Nature referido, o seu autor Hannah Hoag defende por isso que os telhados brancos, ou um aumento de albedo, poderão ser a melhor solução para o arrefecimento urbano. Por isso, o que menos interessa é expor o alcatrão, mas encontrar ambientes com um nível de albedo superior!

Estufas Almeria

Estufas Almeria

Aquecimento Urbano

Ante-ontem, a imagem do dia da NASA foi relativa a uma imagem composta dos Estados Unidos, que referencia o impacto da urbanização no clima de superfície dos Estados Unidos. A imagem é reproduzida imediatamente a seguir:

Calor Urbano nos Estados Unidos

Calor Urbano nos Estados Unidos

O artigo científico associado é intitulado “Impact of urbanization on US surface climate“, da autoria de Bounoua, et al., revela muitos pormenores interessantes. Em termos genéricos, a subida de temperaturas em centros Urbanos é muito conhecida, estimada no artigo até 3ºC, e a ela nos referimos recentemente num artigo sobre como as árvores baixam a temperatura.

Todavia, o artigo reserva algumas surpresas. Como se pode ver pela imagem, a subida de temperaturas é maior nas cidades dos Estados Unidos que são mais frias. A subida nas regiões de maior calor é menor. Esta mensagem parece-me muito semelhante à de que o Aquecimento Global nota-se mais em latitudes mais elevadas, pelo que fico com dúvidas sobre causas e consequências…

Mas o que mais me surpreendeu no artigo foi um outro gráfico, visível abaixo. Dá-nos uma ideia como varia o aumento da temperatura em ambientes urbanos, em função da área de superfície impermeável. Embora estatisticamente não seja muito relevante, pelo número reduzido de amostras, é muito interessante constatar que até 35% de área impermeável, se verifica uma subida de cerca de 1.3ºC. Mas, a partir daí a subida é vertiginosa! O que dá razão a muitos regulamentos municipais, que começam a dar muita atenção a este pormenor…

Área de superfícia impermeável

Relação entre aumento de temperatura e área de superfícia impermeável (ISA)

Pneus usados com problemas

A DECO avaliou a qualidade dos pneus usados. Na sua avaliação, a rentabilidade para o consumidor é “um mito”. Para esta avaliação, a DECO comprou 89 pneus usados, dos quais 50 apresentavam “falhas graves de segurança que deviam impedir a sua venda”.

A maioria dos pneus usados apresentavam um rasto abaixo dos limites legais definidos, e outros tinham mesmo problemas mais graves. Dezassete tinham mais de dez anos e um par de pneus tinha 19 anos.

Apenas onze dos pneus cumpriam todos os critérios de segurança. Normalmente, nunca opto por pneus usados, mas admito que nalgumas situações podem ser uma solução interessante. São também um excelente exemplo de reciclagem/reutilização. Em qualquer caso, nunca deixe de avaliar as suas compras, e neste caso a dos pneus em particular. São muitas vezes um investimento relevante, pelo que uma pesquisa e investigação prévia será sempre importante.

NOTA: O artigo foi alterado depois do comentário do Tiago Pimenta. Originalmente, utilizamos o termo recauchutado e usado como idênticos. Desconhecimento meu, pois há ainda mais variantes

Notas de euro

Este artigo é sobre uma curiosidade. Poderia ser sobre uma teoria de conspiração, que tem circulado nos últimos meses, mas não.

As notas de euro tem algumas identificações interessantes, que permitem identificar nomeadamente de que país são e onde foram impressas. Não tem que haver necessariamente uma correspondência entre os dois.

Quando se ouve falar das teorias de conspiração, normalmente associa-se ao número de série que existe em cada nota. Esse número de série começa por uma letra, e por 11 dígitos. A letra identifica o país que emitiu a nota. No caso das notas emitidas por Portugal, os números de série começam por “M”. Para os restantes países, a página do Wikipedia sobre as notas de euro regista o detalhe para cada uma das letras.

Menos conhecido é o código de impressão. É um código de seis caracteres, com uma letra inicial,  seguido por três dígitos, e com mais uma letra e um dígito. As notas impressas em Portugal começam por um “U”, sendo que os restantes códigos podem ser obtidos na mesma página do Wikipedia referida anteriormente, nesta secção. Ainda também podem ver onde se localiza esta código, que difere de nota para nota, e que não é fácil encontrar, como é o exemplo seguinte de uma nota de 10 euros:

Código

Código de impressão numa nota de 10 euros

Autoestradas do Sul de Portugal

No outro dia saiu um artigo muito interessante na Visão. Nesta época de Verão, em que muitos rumam ao Algarve, dá sempre jeito uma autoestrada, ou várias! Na verdade, o artigo fala das autoestradas desertas, que realmente só tem algum tráfego por esta altura… Coisa que as previsões optimistas não parecem ter previsto, mas que já foram confirmadas pelas entidades oficiais.

A mim, este estudo de um grupo de investigadores do IST, liderado por Jorge Paulino Pereira, e Ana Guerreiro, não me surpreende nada. Afinal, já tínhamos chegado a conclusões muito semelhantes neste artigo de 2013. As poucas diferenças existentes tem a ver com os valores de TMD (Tráfego Médio Diário), tendo nós utilizado 10 000, enquanto os investigadores do IST utilizaram 15 000.

O estudo, que parece não estar ainda concluído, deverá estar publicado até final do ano. Ainda assim, o artigo tem mais alguns dados interessantes, pelo que vale a pena lê-lo. Para lerem o artigo completo, ele está disponível num site do IST.

aewe

Tráfego nas autoestradas do sul de Portugal