Mentiras da água

Mais confusão do Ministro do Ambiente

Mais confusão do Ministro do Ambiente

Alertado por um comentário de um leitor, resolvi investigar o que é que desta vez o Ministro do Ambiente andava a fazer. A primeira notícia que me apareceu sobre o tema no Google News, até parecia ter alguns aspetos positivos: redução de 55% nos lugares de chefia da Águas de Portugal, resultante da reorganização territorial , com uma redução dos custos operacionais de 20 milhões de euros por ano entre 2013 e 2015.

Na segunda notícia que vi, parece que há críticos da coisa, mas a poupança é muito maior! 2700 milhões de euros! Neste artigo mais detalhado, o mesmo Ministro afirma que estas alterações vão permitir “uma redução anual de 90 milhões de euros“, com uma poupança total dos tais 2.700 milhões. Feitas as contas, daqui a trinta anos… Talvez se fizesse a 100 anos, fossem números ainda mais interessantes!

Mas as referências mais interessantes do Ministro Jorge Moreira da Silva, são as de que alegadamente vai promover uma ““harmonização tarifária” entre o interior e o litoral”… Mais abaixo, o Ministro faz uma afirmação absolutamente contraditória com a anterior:

  • as tarifas vão convergir no prazo de cinco anos até chegarmos à tarifa única entre interior e litoral, os cidadãos do interior norte verão reduzida a sua tarifa mensal em três euros, de imediato, e os do litoral norte terão um agravamento gradual ao longo destes cinco anos de trinta cêntimos anuais

Porque é que é contraditória? Porque todos os dados dizem que o interior tem um preço da água mais baixo que o litoral. A ERSAR, Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, tem nesta página os dados de todo o País. Esta fonte de informação foi por nós referida neste artigo. Este infográfico do Público, também não deixa qualquer dúvida!

Enfim, mais contas engatadas, como já é habitual neste Ministro. O que o Ministro devia fazer, não faz! Talvez se falasse com a EPAL, ficaria com uma ideia do que é necessário fazer. O problema é que ele deve andar a falar com os serviços como este

Dados digitais de hoje, amanhã?

Onde guarda os seus bytes?

Onde guarda os seus bytes?

Todos nos fartamos de produzir bytes de informação, seja em sites ou fotografias, documentos ou emails, ou outra coisa qualquer. Todos assumimos que podemos perder esses dados, e por isso vamos tentando fazer o máximo de backups. Para alguns dos leitores, o armazenamento na cloud será porventura uma prática há muito tempo…

Pouco nos damos conta que a informação digital não é eterna. Se tentar ler dados muito antigos, como aqueles que alguns terão relativo aos primeiros computadores, como o ZX Spectrum, então é muito provável que não o consigam, por uma multitude de razões. Se guardou informação em disquetes, é também possível que já não as consiga ler, seja pelo seu estado, seja pelo facto de não ter um leitor de disquetes à mão… E os CDs/DVDs estão longe de ser eternos…

Se entendeu o parágrafo anterior, a informação que está a produzir por estes momentos, ou produziu nos últimos anos, poderá não ser capaz de ser lida num futuro próximo.

Esta é uma preocupação que tenho há algum tempo. Mas que se reacendeu na minha mente com a leitura deste artigo. Nele alude-se a afirmações de Vincent Cerf, um dos pioneiros da Internet. Ele alerta para vários problemas, incluindo os referidos acima, mas também a obsolescência programada do software. Neste seu artigo mais antigo, ele dá mesmo conta em como o Microsoft Office já não consegue ler documentos que ele próprio produziu há uns anos atrás…

No domínio técnico, há muitas histórias para contar. É um tema equacionado há muito na Internet.

Há várias formas de lidar com este género de problemas. Uma das soluções é ir copiando os backups para meios de armazenamento mais novos. Na Internet, a utilização do “Museu da Internet” é uma hipótese. A utilização de máquinas virtuais poderá permitir executar sistemas no futuro, que já não existam em máquinas físicas, mas é preciso garantir que esse mesmo software ainda mantenha compatibilidade. Manter alguns equipamentos mais antigos funcionais pode ser igualmente uma hipótese, mas múltiplas coisas podem falhar quando se voltem a utilizar. É que estas coisas acontecem mesmo a instituições importantes como a NASA (exemplo1; exemplo2; exemplo3), quanto mais a nós…

Como funcionam as autarquias?

A passo de caracol...

Autarquias a passo de caracol…

A 20 de Fevereiro meti na Câmara Municipal onde resido um pedido de um processo simples. Ou pelo menos assim parecia…

A 16 de Março, sem saber o que estava a acontecer, resolvi ligar para a Câmara, e perguntar como estava o processo. Responderam-me que faltavam elementos, até me disseram quais eram, e que iria receber um ofício brevemente. Passei todos os dias a verificar se tinha correio…

Passada uma semana, no dia 24, sem ofício no correio, resolvi voltar a ligar. Desta vez a resposta foi diferente: que seria enviado um ofício sim senhor, mas que o Director ainda não havia despachado o assunto! Mais me adiantaram que o ofício estava com o Director desde dia 11… Quando perguntei se poderia fornecer desde já os dados em falta, disseram-me que não, até porque o Director poderia achar que não, e assinar outra coisa qualquer!!!

Perante esta clarividência, no dia seguinte desloquei-me logo às 9 horas aos serviços da Câmara. Para minha grande surpresa, o atendimento técnico disse-me que o Director já havia assinado o ofício! Perguntei se poderia ter acesso ao ofício, sem necessidade da Câmara ter que o enviar por correio. Disseram-me que tinha que falar com outra pessoa, mesmo ali ao lado. A resposta dessa pessoa, obviamente não preparada para a questão, e com nenhuma vontade de me ajudar, foi direccionar-me para outra pessoa. Tirei mais uma senha, e fui atendido pela terceira pessoa. A terceira pessoa verificou, verificou, e finalmente disse-me que o Director ainda não tinha assinado!!! Nem queria acreditar! Disse-lhe que o colega dela tinha dito que sim, e para sorte minha, o colega passou por detrás. Degladiaram-se um ao outro, para ver quem tinha razão, e eu a assitir ao espectáculo vergonhoso! No fim, confirmaram que o Director já tinha assinado, mas que eu não podia ter acesso ao ofício! Tinha que esperar pacientemente por ele no correio… Mas foram pelo menos capazes de confirmar o teor de dia 16. Mas logo me trataram de avisar que só podia fornecer os dados em falta quando tivesse recebido o ofício!

No dia 31 de Março, voltei à carga. Tiro um ticket, e sou chamado para um posto de atendimento imediatamente. Mas não está ninguém no posto de atendimento! Fico de pé a aguardar uns bons minutos, quando finalmente chega alguém que se senta. Sento-me também e fico a aguardar. Passado aí um minuto, pergunto à funcionária se estou no sítio correcto, mostrando-lhe o ticket? Diz-me secamente que tenho que aguardar! Entretanto, por trás de mim aparece outra pessoa, que entrega um monte de papéis à pessoa à minha frente. E que lhe pede de forma descarada o ponto de situação sobre outros processos parecidos com os meus. E vai dando respostas, e para aqueles que ainda não tinham resposta, que não se preocupasse, que falaria com o Director, para ele assinar, e que ainda hoje de tarde lhe ligaria para lhe dar conta do processamento!

Depois desta actuação descarada, a funcionária vira-se para mim, obviamente mal disposta, e depois de grande pesquisa, pelo menos dez vezes mais lenta que o despacho a que assistira, diz-me que o ofício ainda está para ser enviado! E que tenho que continuar a aguardar pacientemente, sem nada poder fazer…

A carta registada foi entregue em minha casa no dia 1 de Abril, mas só no dia seguinte a consegui levantar, pelo facto de vir em correio registado, e de não estar ninguém em casa na altura do carteiro passar. Várias semanas perdidas, porquê?

Cabo USB de iPhone 5 encravado

No outro dia fui encarregado de descarregar as fotos de um iPhone 5 para PC. Um procedimento simples. Não estava à espera do que aconteceria na parte mesmo final do procedimento…

Quando fui para retirar o cabo USB do iPhone do PC, não saía! Nem queria acreditar! Puxava, puxava, e nada. Nem queria acreditar!

Fiquei minutos a analisar a situação e a tentar puxar com jeitinho. Nada! Quando começava a ficar desesperado, cheguei a pensar nos alicates que tenho…

Pensei que algo tinha que estar errado. Procurei no Google uma pesquisa simples: “USB stuck”. Depois, foi só ver o vídeo abaixo, arranjar um pedaço de plástico mais duro, e voilá! O cabo saiu!

Com um bocado de sorte, devo ser a última pessoa do planeta a ter este problema. Provavelmente, até já terá tido e substituído o cabo. Mas, se porventura vier a utilizar um cabo USB de um iPhone 5, e ele ficar encravado, a solução é a seguinte:

Portagens à meia noite

No passado Sábado, 28 de março, parei para pagar uma portagem. Naquelas que são automáticas. Meto o ticket e logo de seguida o cartão multibanco. Não funciona. Tiro e confirmo que o meti bem. Volto a enfiá-lo, e volta-me a dizer que não! Estranho… Meto um cartão de crédito. Também não funciona. Volto a tentar várias vezes…

Uma voz interrompe-me. Diz-me que eu tenho que pagar em dinheiro, porque a SIBS não está a funcionar. Que, aliás, nunca funciona por estas alturas (presumo que ao início da madrugada, talvez de Sábados?). Returco que não tenho dinheiro para pagar a portagem. O senhor do outro lado, a contra-gosto, diz que me vai passar um talão para pagar posteriormente, mas só passadas 48 horas. Pede-me o número de contribuinte, que começo a ditar. Mas antes de eu acabar, já o talão está a sair! Confirmo o óbvio, e pergunto-lhe onde está o número de contribuinte. Responde que não me ouviu! Vou-me embora sem paciência para aturar um funcionário mal humorado.

Deixo passar as 48 horas. Na segunda-feira de manhã, tento fazer o pagamento no meu banco. Dá-me um erro qualquer, e presumo que meti mal os códigos. Volto a tentar, mas dá a mesma coisa. Saio e volto a entrar no homebanking. Mesma coisa! Telefono para o Banco a perguntar o que se passa? A Brisa ainda não deve ter fornecido os dados à SIBS, e por isso é que não funciona!

Telefono para a Brisa. Na Brisa encaminham-me para o respectivo departamento. Explico a situação, mas do outro lado alguém se põe a fazer contas de cabeça. Percebe que já passaram as 48 horas, mas mesmo assim insiste em que eu devo ir tentando fazer o pagamento, como se não tivesse mais nada que fazer! Pergunto-lhe para confirmar os dados de pagamento que tenho, mas o funcionário diz que não tem acesso a esses dados, mas oferece-se para me facultar outro, como se eu fizesse colecção deles. Perante tanta incompetência, não me resta senão desligar a chamada. Penso se não me acontecerá também uma saga

Passadas 24 horas, volto a tentar. A mesma coisa! Desta vez, segue um email para servico.cliente@brisa.pt. Até à publicação deste artigo, não obtive resposta!

Finalmente, ontem voltei a tentar. Funcionou. Por causa da incompetência da SIBS e da Brisa, fartei-me de perder tempo… E os leitores, também já lhes aconteceu alguma coisa do género, nomeadamente impossibilidade de pagamento pouco depois da meia noite?

OnAir

Num recente voo intercontinental da TAP, dei-me conta de que era possível ter Internet a bordo, com um serviço da OnAir! Não era barato, com um custo de 5 dólares americanos, e ainda por cima, limitado a apenas 4 MB de tráfego!

Por razões extraordinárias, resolvi utilizar o serviço. É um serviço lento, o que não admira, pois aparentemente a velocidade total do avião para o satélite é de 864 Kbps, mas outras referências apontam para metade dessa velocidade. Todavia, é sobretudo a latência associada à comunicação via satélite geoestacionário que é a responsável pelos baixos valores experimentados.

A utilização deste serviço tem uma série de limitações, nomeadamente a de que se pode utilizar as credenciais para apenas um voo. E se esse voo tiver uma aterragem de emergência, como foi o meu caso, a continuação da viagem requereu outros 5 dólares. Este é uma queixa que fiz em pleno voo, e do qual espero resolução… Sobre a forma mais eficiente de utilização deste serviço, falaremos em próximos artigos.

Imagem retirada do site

Funcionamento OnAir (Imagem retirada do site da OnAir)