Detalhes de rotundas

No artigo sobre Cruzamentos vs. Rotundas referi que ia investigar um pouco mais o assunto. Há realmente muita investigação na temática das rotundas, sendo que referirei aqui um documento (duas versões) que encontrei.

O Departamento de Transportes dos Estados Unidos publicou um documento muito completo sobre rotundas. Refira-se que a introdução das rotundas nos Estados Unidos se fez mais tardiamente que na Europa, sendo um documento particularmente informativo. Uma versão mais recente do documento está disponível neste link.

Um dos gráficos que mais me chamou a atenção, neste caso na primeira versão, foi a influência que uma maior percentagem de viragens à esquerda tem na capacidade da rotunda. Quanto mais viragens houver à esquerda, menor é a eficiência:

impacto do tráfego que vira à esquerda

impacto do tráfego que vira à esquerda

No documento mais recente verificamos quais as capacidades de tráfego diário de um cruzamento (azul) e de uma rotunda (vermelho). Note-se que as duas curvas se aproximam quando existe apenas 10% de tráfego a entrar na via secundária. Por isso, em situações em que o tráfego da via principal domina claramente o das vias secundárias, a existência de rotundas não traz qualquer benefício significativo em termos de trânsito.

tráfego vs. rotunda

tráfego vs. rotunda

Gozar com os velhinhos e os sacos de plástico

Imagem retirada do Hoje Descobri

Imagem retirada do Hoje Descobri

Ontem, no Hoje Descobri, vi um artigo sobre como as gerações antigas se preocupavam com o ambiente. Versa a forma como as gerações mais novas parecem fazer crer que somos os mais velhos os culpados por tudo o que de mal vai acontecendo na Sociedade, e neste caso particular, no Ambiente. Na pesquisa que efectuei na Internet, parece que o artigo mais antigo que lhe faz referência, e que encontrei, é este do Brasil de Setembro de 2011.

É óbvio que as pessoas mais novas não conhecem, nem querem conhecer, a realidade de há tão pouco tempo atrás. Os mais novos, aqueles que se dizem mais ambientalistas, mas também aqueles que aprovaram a taxa dos sacos de plástico, provavelmente não tem idade para encaixar a provocação abaixo. Ainda assim, acho que não devemos voltar ao passado, mas vale a pena sempre ler, para sabermos como éramos muito mais verdes em outros tempos:

Na fila do supermercado, o caixa diz a uma senhora idosa:— A senhora deveria trazer suas próprias sacolas para levar as compras, uma vez que sacos de plástico não são aconselháveis para o meio ambiente.

A senhora pediu desculpas e disse que não havia essa onda verde no seu tempo. O empregado respondeu:

— Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com o nosso ambiente.

— Você está certo — responde a velha senhora. Nossa geração não se preocupou adequadamente com o meio ambiente. Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidas à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada novo uso, e os fabricantes de bebidas usavam as garrafas umas tantas vezes.

Realmente não nos preocupamos com o meio ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhávamos até o comércio, em vez de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência sempre que precisávamos ir a dois quarteirões.

Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. A secagem das roupas era feita por nós mesmos, não nessas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e a eólica é que realmente as secavam. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não outras sempre novas.

Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente naqueles dias. Naquela época, tínhamos somente uma TV ou um rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio — e, afinal, como será descartada depois?

Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos, porque não havia máquinas elétricas que fazem tudo por nós.

Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usávamos jornal amassado para protegê-lo, não plástico bolha ou pellets de plástico, que duram cinco séculos para degradar.

Naqueles tempos, não se usava um motor a gasolina só para cortar a grama; era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não se precisava ir a uma academia e usar esteiras, que também funcionam a eletricidade.

Mas você tem razão: não havia, naquela época, preocupação com o meio ambiente. Bebíamos diretamente da fonte quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas PET, que agora lotam os oceanos.

As canetas, recarregávamos com tinta umas tantas vezes em vez de comprar outra. Afiávamos as navalhas, em vez de jogar fora todos os aparelhos descartáveis e poluentes só porque a lâmina ficou sem corte.

Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou ônibus, e os meninos iam de bicicleta ou a pé para a escola, em vez de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas.

Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos.

E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.

Então, não é ridículo que a atual geração fale tanto em meio ambiente, mas não queira abrir mão de nada nem pense em viver um pouco como na minha época?

 

Cruzamentos vs. Rotundas

Há a ideia de que as rotundas são mais eficientes que os cruzamentos. Em Portugal há uma grande quantidade de rotundas. Todavia, há países em que elas são menos habituais, como é o caso dos Estados Unidos.

O programa MythBusters resolveu testar a teoria com um exercício prático. Como é habitual no programa, a réplica é confrangedoramente real! No final, as rotundas revelaram-se mais eficientes que os cruzamentos. Num mesmo período de tempo, as rotundas permitiram escoar 460 veículos, contra 385 no cruzamento. Assim, em termos de ponta, a rotunda pode ser cerca de 20% mais eficiente que um cruzamento! O programa do episódio completo está disponível abaixo, que inclui mais análises sobre trânsito, com a parte das rotundas/cruzamentos a desenvolver-se depois do minuto 31:43.

Não estou todavia convencido que as rotundas se justifiquem em muitos casos, sobretudo quando há uma via principal, e cruzamentos com estradas secundárias. Tal tem ficado evidente com a análise que temos feito das Estradas Rápidas. Muitas estradas tem sido limitadas com a construção de rotundas, que limitam significativamente o tráfego na estrada principal. Vou procurar mais informação, para verificar se assim é, ou não.

Sinal Wifi em Android

Quando queremos que uma rede wifi seja mais rápida, o primeiro passo a assegurar é que as suas condições de funcionamento sejam as melhores. Desde investirmos em melhores antenas, até fazemos uma prospecção das outras redes para verificar nomeadamente os canais que estão a ser utilizados.

Nesta última vertente, tenho utilizado cada vez mais o telemóvel. A app Wifi Analyzer para Android permite averiguar que canais estão a ser utilizados, bem como os níveis de sinal em cada momento. Como se pode ver na imagem a seguir, retirada da página do Google Play, os vários APs já utilizam vários dos canais. A utilização dos canais 4 ou 9 poderia neste caso ser, porventura, a opção mais interessante.

Visão por canais

Visão por canais

Embora seja possível configurar os sistemas wifi para fazerem uma gestão dinâmica da utilização dos canais, tenho tido vários problemas com vários equipamentos, pelo que desisti dessa funcionalidade. Em vez disso, recorro também à análise dos níveis de sinal ao longo do tempo. Neste caso, faço uma pequena excursão pelos locais onde utilizo o wireless, e depois comparo o gráfico seguinte com o anterior, para depois decidir a melhor configuração dos sistemas wifi que utilizo.

Níveis de sinal ao lono do tempo

Níveis de sinal ao lono do tempo

Os perigos da compostagem

Legionella

Legionella

A semana passada, quando investigava alguma informação sobre os sacos para o lixo, tropecei numa associação entre a legionella e a compostagem. Era algo que provavelmente já teria lido no passado, mas que só passamos a dar importância após o surto de Vila Franca de Xira, que causou pelo menos 12 mortes.

O artigo que me chamou a atenção foi este do Daily Mail. O artigo referencia cinco jardineiros infectados com a Legionella, associada a sacos de composto, no final do Verão de 2013. Refere igualmente que investigadores da Universida de Strathclyde teriam descoberto a bactéria em 14 de 22 marcas comerciais de composto, dos quais 4 correspondiam a uma das espécias de Legionella mais mortais, a Legionella longbeachae.

Embora a Legionella possa ser encontrada facilmente na natureza, a forma como o compostagem é realizada torna o meio altamente adequado para o desenvolvimento da bactéria. No artigo da Legionella longbeachae refere-se mesmo a que ela se encontra sobretudo em cenários de compostagem.

Mas quando fiquei verdadeiramente preocupado, foi quando li este artigo sobre os perigos da compostagem. E não é só sobre a legionella! Da leitura do artigo pressente-se que muitos doentes e mortos nem sequer chegam a saber o que lhes aconteceu. De outras leituras, sobre experiências de quem a apanhou, e da forma como parece que o problema se está a intensificar, é de se ficar preocupado! Da minha parte, acabou-se qualquer tentativa futura de pensar em compostagem!!! O lixinho vai directo para os caixotes de lixo, de prefência em sacos de plástico bem confinados… A minha saúde primeiro!

A finta nos sacos de plástico

Quando ainda se podiam reutilizar (imagem retirada daqui)

Quando ainda se podiam reutilizar (imagem retirada daqui)

Os Portugueses não são burros, e esta história topava-se a léguas. Para além de que, o fundamentalismo das propostas era evidente… Mas, nós Portugueses, somos também especialistas de poupança, e não será a primeira vez que fintamos o Governo nas poupanças

Segundo o Governo, esperava-se arrecadar 40 milhões de euros na taxa dos sacos de plástico. Duvidei logo, porque as contas de merceeiro que vi demonstraram-me o que aparentemente lhes escapou: é que ninguém iria contribuir para esse peditório! É que se ainda fosse um ou dois cêntimos por saco, alguns ainda cairiam. Agora, a 10 cêntimos???

Da minha parte, faço a finta comprando mais legumes e fruta. Mas quem fez a finta mais vistosa foi mesmo o sector da distribuição! Os sacos leves desapareceram, e com eles a taxa! Passaram a existir sacos de plástico de melhor qualidade, o que quer dizer plástico pior para o ambiente! Nem taxa, nem um Ambiente melhor! É difícil fazer pior…

Pior, só mesmo as respostas oficiais! No referido artigo do Expresso é só ler as respostas do Ministério do Ambiente e do das Finanças, para perceber quão despistados andam… Resposta inteligente é a do Continente, que diz que dos sacos que agora vendem, “uma parte do valor cobrado destina-se ao Estado português, em função da taxa de IVA aplicável“. Gozar mais era difícil!