Rescisão NOS

Já tinha ouvido referências à dificuldade que era rescindir os serviços da NOS (ex-ZON). Por isso, quando decidimos rescindir os serviços de Televisão, Internet e Telefone, estava preparado para aguentar um caminho difícil. Mas não tão difícil como o que se atravessou na minha frente.

Quando subscrevemos um serviço de telecomunicações, é só facilidades! Quando queremos sair, parece uma missão praticamente impossível. Os relatos na Internet são muitos, e começam alegadamente logo que se subscreve um serviço, mesmo dentro dos primeiros 14 dias após a celebração do contrato, no período em que o consumidor pode exercer o direito de livre resolução. Os relatos dos consumidores enredados no processo abundam igualmente na Internet, como se pode ver em diversos exemplos.

Os problemas começaram em Dezembro, quando liguei para o Suporte a Clientes, 16990, para saber o que era necessário fazer para terminar o serviço. E é aí que começa a tentativa de lavagem cerebral, para não desistir do serviço. São minutos e minutos a explicar que não vale a pena tentarem me impingir o que quer que seja!

Nestas fases, é preciso aguentar firme! Eles vão fazer propostas atrás de propostas, mas basicamente é sempre a mesma coisa! E tenham muito cuidado em aceitar o que quer que seja, porque facilmente ficam fidelizados a uma coisa qualquer. No final, quando percebem que quero mesmo sair, dizem-me que tenho que ficar mais um mês, porque já passou o dia 15, e como a facturação é no final do mês, já só posso rescindir em 2015… E é me explicado finalmente como posso rescindir com a NOS.

Nos dias seguintes, recebi mais outro telefonema muito interessante! A dar razão àqueles que sugerem que existe uma forma muito simples de baixar a factura de telecomunicações: ameaçar rescindir os serviços. Acreditem que a proposta que me fizeram era imbatível no mercado…

A rescisão tem que ser feita por escrito, enviando um formulário para a NOS. Juntamente com o formulário deve ser enviado uma cópia do cartão do cidadão. O envio deve ser feito para o endereço da NOS, e no meu caso optei por enviar em correio azul, registado e com aviso de recepção! A morada para onde enviei foi a seguinte:

  • NOS
    Apartado 52001
    1721-501 Lisboa

Por vias das dúvidas, enviei a mesma documentação por fax para o número 211454235. Segundo vários relatos na Internet, este número vai mudando, por forma a não ficar muito conhecido…

Passado uns dias, passei a receber chamadas estranhas. Originavam dos números 211543563 e 220112563, e tinham uma característica comum: atendia-se e do outro lado, nada, desligando-se a chamada passado uns segundos…  Quando eu ligava de volta para o número, estava sempre interrompido… As chamadas eram insistentes, e acabei por descobrir na Internet que os números afinal eram da NOS.

Há pouco mais de uma semana recebi nova chamada. Atendi, e passados uns segundos, entrou um operador em linha, depois de muitos “tô xim” do meu lado. Nem queria acreditar! O operador não sabia porque me estava a ligar! Não sabia, porque só podia saber depois de eu fornecer o número de contribuinte! Mas só percebi essa parte depois de minutos à espera do interlocutor, que afinal estava à minha espera, que eu dissesse o número de contribuinte. Um processo kafkiano, que consiste em ligar para os clientes, sem saber porque se está a ligar, mas que depois do cliente se identificar, poderá dizer porque ligou… Um phisher não faria melhor!

O que se seguiu foi muito desagradável. Passei a gravar a chamada, após autorização do interlocutor. Alguém que estava a pedir uma identificação, que eu não daria. Pedi para falar com o supervisor, mas não me foi passado. Depois de 25 minutos, o operador, com o consentimento do supervisor, com o qual nunca cheguei a falar, desligou-me a chamada, depois de me dizer que seria contactado pela área da Supervisão dentro das 48 horas seguintes. O que não aconteceu.

Dez dias depois, recebi mais uma chamada da NOS. Estava tranquilo, já tinha recebido o aviso de recepção. Começaram por apresentar-se como interessados em avaliar a minha satisfação relativamente aos últimos contactos. Depois de perceberem que a minha insatisfação era muito grande, voltaram à estratégia de tentarem vender-me qualquer coisa. Já não eram da qualidade, eram novamente comerciais. Depois tentaram perceber porque tinha pedido a rescisão, mas rapidamente perceberam que não ia dar explicações. Passaram à fase seguinte, que foi a de dizer que não tinha enviado toda a documentação…

Grande lata! Voltei a certificar-me que autorizavam a gravação da chamada, e comecei a gravar o Take II. E tomei nota mental para o fazer sempre que me voltassem a ligar no futuro. Não se esqueçam todavia que só podem gravar a chamada quando exista o consentimento prévio e expresso dos utilizadores. Porque aceder às gravações efectuadas pelas empresas a nós, é uma missão que já tentei várias vezes, mas que deve raiar o limite da impossibilidade.

Tive que pedir para falar novamente com o supervisor. Desta vez foi logo à primeira! E o supervisor lá me explicou que tenho que entregar o que falta, mas que tenho 30 dias para o fazer, mas sem prejudicar a data em que submeti o pedido original, o tal antes de 15 de Janeiro. Ao contrário do interlocutor inicial, que referia que tinha que submeter o pedido outra vez, como deve ser, deixando implicitamente que teria de pagar mais uma mensalidade…

Enfim, desta vez vou mesmo ir a uma loja NOS. Vou perder mais do meu precioso tempo. Infelizmente, quando nos queixamos da falta de produtividade deste País, este é apenas mais um grande exemplo! Se calhar, era por aí que devia ter começado…

 

Imprimir notas

A impressão de notas é um tema que raramente é publicamente discutido. Por isso, não percebo muito do assunto. Mas, com o recente avanço do BCE na compra de dívida, em valores astronómicos, resolvi fazer alguma investigação por conta própria. Muita da leitura que vi por blogs, essencialmente políticos e económicos, vai no sentido de que isto corresponde basicamente à impressão de moeda, ie, de notas…

Essa ideia foi talvez sumarizada da forma mais surpreendente por Carvalho da Silva, no JN, que acha que descobri a solução com “Simples de mais para ser verdade?“. E a solução seria o BCE imprimir largas somas de dinheiro e distribuí-lo ao público“, e já agora depositá-lo directamente nas contas bancárias de todos os cidadãos!

Para termos ideia da dimensão do dinheiro que vai ser “criado”, partamos da noção que uma nota do euro terá aproximadamente 0.11 mm de espessura. Não consegui obter o valor exacto, pelo que vou utilizar esse valor. Nas notas usuais de 20€, 1 trilião de euros representa 5500 Kms de notas, sensivelmente a distância de Lisboa a Nova Iorque! Em notas de 500€, representa um conjunto destas notas alinhadas entre Lisboa e Aveiro…

A ideia de que isto resolve algum problema deixa-me siderado! Existem inúmeros exemplos históricos de como imprimir notas não resolve problema nenhum, sendo que me vem imediatamente à memória o exemplo do Zimbabwe. A espiral de impressão só parou quando se atingiu uma nota com 14 zeros. Reparem que se esta nota fosse expressa em euros, dava para fazer 100 planos como os do BCE, o que nos dá uma ideia de que ainda estamos muito longe do Zimbabwe:

nota triliao zimbabwe

Uma nota com muitos zeros…

O problema da impressão de notas tem uma expressão associada em inglês que dá pelo nome de seigniorage. Curiosamente, a expressão é explicada por um professor universitário americano, Jeffrey A. Frankel, com uma experiência vivida há muitos anos em Portugal:

  • It all started at the mid-point of my graduate studies at MIT. In 1976, Dick Eckaus and our other professors packed five of us — Krugman, three other classmates, and me — off to Portugal for a summer. I remember thinking, on the plane going over, “what do we know about advising a government?” The man we were to work for, Jose da Silva Lopes, Governor of the Central Bank, apparently thought the same thing, when we arrived in Lisbon and he saw how young we were. Eventually we proved, both to ourselves and to our host country, that we had something to offer after all.
    One story from that first experience at advising long ago stands me in good stead, every year when I need to explain to my students the concept of seignorage. We were living in hotels. At the end of the first month, we had to pay the bill. But for bureaucratic reasons, the wire transfers we were expecting had not yet come through. We apologetically explained our problem to the Governor. Responding “no problem,” he summoned an aide who took us to the basement where the printing presses were turning out the national currency. They counted out enough escudos to tide each of us over. I don’t know if the Bank of Portugal ran the printing presses for an extra few seconds that day; if so, it was truly seignorage.

Planeta mais Verde, mas não todo…

Fala-se muito de sustentabilidade nos dias que correm, mas uma das coisas que me faz mais confusão é o pouco esforço posto em medidas concretas! Fala-se muito, cobram-se muitos impostos, nomeadamente os novos associados à Fiscalidade Verde, mas acção, muito pouca…

No outro dia li com muito interesse um artigo que falava de um dos grandes desafios dos Chineses, a plantação de uma barreira de 100 mil milhões de árvores, que os proteja da poeira oriunda dos desertos do norte da China. E que talvez ajude também a combater a poluição. A boa notícia do artigo é que a estratégia parece estar a funcionar…

Ávido por saber um pouco mais sobre Portugal, deparei-me com esta notícia de uma organização científica da Austrália, que alegadamente refere que os desertos do Planeta estão a ficar mais verdes, imagine-se, devido a um aumento do dióxido de carbono na atmosfera. O aumento de vegetação entre 1982 e 2010 foi segundo o estudo de 11%. Mas eu cheguei ao artigo pela imagem, que se reproduz parcialmente abaixo para a Europa (original, de grandes dimensões, acessível neste link), e onde se constata que é no sul do País e de Espanha, bem como no norte de Marrocos, que mais vegetação está a desparecer…

Por isso, uma das minhas tarefas deste ano, para além de contribuir involuntariamente para a Fiscalidade Verde, vai ser fazer algo mais substancial, que é plantar umas árvores, e tratar delas, para que este pedacinho do planeta fique mais Verde…

variacao vegetacao 1982 2010

Variação de vegetação entre 1982 e 2010

Como são feitas as batatas fritas do McDonalds?

O McDonalds tem um canal no Youtube. Nesse canal costuma colocar videos sobre aspectos relacionados com os seus produtos. Esta semana, o vídeo sobre as batatas fritas da McDonalds, chamou-me a atenção…

No vídeo participa Grant Imahara, que participou anteriormente no Mythbusters. Ele percorre uma das fábricas de produção das batatas fritas, e uma das partes que gostei mais foi perceber como eles cortam as batatas fritas:

Apesar de ligeiramente condescendente, no vídeo seguinte ele revela que para além de batatas, há mais 18 outros ingredientes nas batatas fritas da McDonalds. Alguns desses ingredientes têm uns nomes feios e umas proveniências duvidosas. Parece que tudo é por uma boa causa, mas da próxima vez que comer, não me vou conseguir esquecer de alguns destes ingredientes:

Base de Dados de Contas Bancárias

No início deste ano de 2015, o Banco de Portugal disponibilizou uma nova e interessante funcionalidade: a possibilidade de consultar todas as contas bancárias de que dispomos no sistema financeiro português.

O acesso à Base de Dados de Contas está dependente de autenticação válida, sendo possível efectuar essa autenticação com o Cartão de Cidadão (no caso de pessoas singulares) ou das credenciais disponibilizadas pela Administração Fiscal para o acesso ao Portal das Finanças (no caso de pessoas coletivas e também pessoas singulares).

O resultado do processo é um PDF com a lista com as nossas contas, que podem ser à ordem, a prazo, de instrumentos financeiros, etc. A lista está organizada por Banco, e tem informação como quando foi constituída, e se está encerrada. Refere igualmente se somos titulares ou se estamos apenas autorizados a movimentá-la.

Segundo as Perguntas Frequentes, esta Base de Dados tem como principal objectivo “a transmissão de informação pelo Banco de Portugal sobre a identificação das contas e dos seus intervenientes  às autoridades judiciárias no âmbito de um processo penal, ao Procurador-Geral da República, ou a quem exerça as respetivas competências por delegação, e à Unidade de Informação Financeira“. A sensibilidade da informação exposta é muito grande, pelo que é importante que tenha cuidado com as passwords ou os outros meios de autenticação que o Estado põe à sua disposição…

Androids condenados?

android perigoNo outro dia referenciamos os problemas de segurança envolvendo os MacBook, e ainda ontem referenciamos outros problemas de segurança envolvendo os computadores genéricos, através da porta USB.

Hoje continuamos na mesma onda, mas desta vez vamos falar de telemóveis. Os telemóveis são autênticos computadores, mas com muitos buracos, muitos dos quais ainda nem sequer temos conhecimento…

Há alguns dias, um artigo associado ao Metasploit revelou que a Google se está a marimbar para as versões mais antigas do Android, as versões anteriores à 4.4 (“KitKat”), e que não efectuará upgrades a vulnerabilidades recentemente descobertas e à solta na Internet…

O principal problema está no facto de que 60% dos telemóveis Android estão a um passo de serem tomados por sites que enviem código malicioso para os seus visitantes!

Uma forma de evitar estes ataques é mudar o browser que vem por defeito no Android pelo Chrome ou Firefox. Há outros por onde escolher. Depois, é só seleccionar o default browser, até porque o Webview, o componente que está a dar estes problemas, pode ser utilizado por apps…