Às voltas no aeroporto de Lisboa

Da última vez que cheguei ao aeroporto de Lisboa, para além da história dos taxis, dei-me conta que algumas coisas mudaram, para muito pior.

A mais significativa é o local onde os passageiros agora são despejados, aqueles que são levados de autocarro a partir do avião. Quando o autocarro não parou no local habitual anterior, fiquei a pensar no que estaria a acontecer. Para minha grande surpresa, fomos levados para o topo norte do terminal principal do aeroporto da Portela. Para começar, foi subir as escadas com as malas, pois a escada rolante estava avariada. Mas foi só quando percorria depois o espaço das lojas comerciais, todas fechadas naquela altura, que percebi imediatamente o esquema.

Quer dizer, na verdade na altura não me dei conta que podem haver vários esquemas envolvidos. Para além de tentarem dinamizar as lojas, provavelmente para justificarem um posterior aumento da renda, porque tem mais passageiros a passar por lá, se calhar há outras motivações.

Um exemplo é o dado pelo aeroporto de Houston, que fez um grande esforço para reduzir o tempo de espera de bagagens. Ainda assim, as queixas dos passageiros era muito elevada. Quando perceberam bem o problema, que para eles era os passageiros chegarem demasiado depressa à zona de bagagens, obrigaram-nos a fazer um percurso seis vezes superior!

Lendo uma entrevista deste ano de Jorge Ponce Leão, até se percebe que o objetivo passado para a opinião pública seja distinto:

  • Um aeroporto não é um centro comercial. Antes de ter consumidores é fundamental ter passageiros, sem os quais não teremos consumidores.

A leitura do resto da entrevista dá mais sinais contraditórios. O Presidente da ANA fala no “conforto do passageiro” e na “redução dos gazes com efeito de estufa“, mas na prática esta medida de obrigar os autocarros a dar uma volta maior e obrigar os passageiros a fazer longas caminhadas, tem efeitos exactamente opostos!

Se multiplicarmos o tempo que cada passageiro perde nesta caminhada, pelos milhões de passageiros que ali passam por ano, logo percebemos no desperdício colectivo que constitui. Mas, como o artigo do New York Times refere, é tudo uma questão de percepção…

Taxi no aeroporto de Lisboa

Taxis no aeroporto Lisboa (foto retirada daqui)

Taxis no aeroporto Lisboa (foto retirada daqui)

A última vez que cheguei ao aeroporto da Portela, e tive que apanhar um taxi, nem queria acreditar: a fila de espera dava várias voltas e era a perder de vista! Ao ritmo a que escoava, provavelmente daria para uma hora de espera…

Aí apercebi-me que talvez tivesse sido má ideia não deixar o carro estacionado num parque da ANA, mas apenas os parques mais caros estavam disponíveis na altura, pelo que também descaratara essa hipótese.

A minha esposa salvou o dia: sugeriu que utilizassemos os taxis da zona de partidas. Na verdade, pensava que tal não era possível, mas resolvemos experimentar.

Na zona de partidas, foi chegar, entrar num taxi e partir! Nem queria acreditar… Tal foi o meu espanto que perguntei ao taxista se aquilo era uma praça de taxi a sério? Sim, foi a resposta do taxista, provavelmente surpreendido com a minha pergunta.

Posteriormente, descobri na Internet que é um expediente de conhecedores e passageiros frequentes. Se a isso somarmos o truque das tarifas dos taxis, que utilizei também nesse dia, pois o taxista tentava-me convencer novamente das virtudes da CRIL, poupamos muito tempo e dinheiro nesse dia!!!

Vantagens do azeite

Piada de azeite, para ingleses...

Piada de azeite, para ingleses…

Há notícias que só o são lá fora. Um estudo publicado no The American Journal of Clinical Nutrition, tem como autores principais vários investigadores portugueses, nomeadamente do ITQB e da Universidade de Lisboa. O estudo refere as vantagens do consumo de 20 ml diário de azeite no impacto em doenças coronárias, ou outras, como o diabetes.

A notícia está a ter uma grande divulgação, lá fora. Cá dentro, a única referência que encontrei foi neste site. Talvez aconteça porque é realmente uma boa notícia, e porque relata os feitos de investigadores portugueses, e é promovido por uma empresa portuguesa

Uma descrição mais completa do estudo pode ser observado nesta página da Universidade de Glasgow. Vemos que a conclusão é especialmente para pessoas que tipiciamente não estejam associadas à dieta Mediterrânica. Eu, um grande adepto de ensopar azeite no pão, fico feliz com estas conclusões. Mas ainda mais feliz por ver que investigadores Portugueses estão a fazer investigação de topo a nível global, e que uma empresa portuguesa continua a dar cartas num mercado com fortes possibilidades de expansão, num produto que poucos mais países do Mundo têm!

Culturas agrícolas mais rentáveis

Em mais um infográfico bem interessante, o site Information is Beautiful produziu um infográfico sobre as culturas agrícolas mais rentáveis no planeta.

Como é possível ver abaixo, podemos ver as culturas mais plantadas, as mais fecundas, as mais populares e as que mais rendem aos agricultores. Os cereais são claramente os mais plantados em termos de área, enquanto a cana de açúcar é o mais produtivo, medido em toneladas por km2. A cana de açúcar é a mais produzida em termos de toneladas, sendo particularmente relevante no domínio dos biocombustíveis.

Todavia, em termos lucrativos, a vantagem é para as culturas proibidas e ligadas aos estupefacientes, embora algumas também sejam cultivados para efeitos medicinais. Mas, o que mais me surpreendeu, foi a importância da cultura do tomate em várias das vertentes analisadas.

Crops

Acidentes de aviação

Todos nós temos um certo receio de voar. Não interessa muito que digam que é um meio de transporte muito seguro, ou outros argumentos. Na minha perspectiva, é normal que assim seja, por menores que sejam as probabilidades…

Parte da imagem da segurança da aviação vem do facto de que muita da informação nesse domínio não tem grande exposição pública. Ao contrário dos acidentes…

Para explorar o domínio das estatísticas dos acidentes de aviação, a BBC produziu um infográfico dinâmico muito interessante sobre os riscos de voar.

No infográfico, de que extraímos o exemplo abaixo, podemos filtrar os acidentes por várias variáveis, incluindo a fase do voo em que o acidente se verificou, a causa do acidente, podendo ainda ordenar-se os acidentes em termos temporais ou por fatalidades. Em termos históricos mostra também que este ano de 2014 foi, até agora, o ano com menos acidentes, embora dois deles, ambos envolvendo a Malaysia Airlines, tenham tido ampla divulgação, pelas particularidades de cada um dos acidentes…

Riscos de Voar

Riscos de Voar

Dificuldades no código da estrada

Há umas semanas demos umas indicações sobre sites que poderiam ajudar no estudo para o exame do código da estrada. Já então havíamos referido as estatísticas de que cerca de um terço dos candidatos chumbavam nesses testes.

Foi por isso interessante constatar que no Reino Unido um estudo da Churchill Car Insurance concluiu que cerca de dois terços de condutores experientes chumbariam se fizessem os testes correspondentes ao exame de código.

O que é mais surpreendente é que essa estatística não é tão má como nos jovens condutores, que realizam o teste pela primeira vez. Ainda assim, por terras de sua majestade, a percentagem de chumbos parece ser ainda maior que por cá, atingindo metade dos candidatos…

Nesse sentido, para todos aqueles que já conduzem há muito tempo, vale a pena dar uma voltinha pelas provas que referenciamos. Eu próprio as testei, e actualizei os meus conhecimentos. Até porque há sempre regras, e mesmo sinais, novos.