Latência no futebol

Cá em casa, é bastante habitual ouvirmos o festejo dos golos de uma partida de futebol mesmo que não estejemos a ver a partida… Como já vivi colado ao antigo Estádio da Luz, há muito que tenho consciência da demora entre um determinado acontecimento e a sua visualização na televisão.

Ontem resolvi fazer uma pequena experiência com o Alemanha-Portugal, cujo resultado obviamente não permitiu ouvir os vizinhos. No vídeo abaixo podemos observar o quarto golo da Alemanha através de três meios de comunicação, numa evidência do impacto da latência na vida real.

A televisão que é visível no vídeo tem a função PIP, que permite ver dois canais ao mesmo tempo. O ecrã principal transmitia o sinal da RTP1 proveniente da box da ZON, enquanto no canto superior direito é igualmente visível a RTP1, mas no sinal proveniente do cabo coaxial. Ao mesmo tempo, o som é proveniente da TSF, transmitido através das ondas hertzianas.

O primeiro a dar o golo é a rádio, e logo depois a televisão através do cabo. A diferença entre o coaxial e a box é substancial, de quase exactamente 5 segundos. Uma eternidade, que pode fazer a diferença em determinadas situações…

Regra dos 70

Há vários truques matemáticos que nos ajudam a fazer contas complexas de forma simples. Um dos que conheço há alguns anos é relativamente conhecido, conhecido por regra dos 70 (eu uso 70, mas há quem use 72 e 69), e dá-nos conta de uma forma simples de calcular quanto tempo é necessário para dobrar um investimento.

Imaginem que tem uma conta a prazo a 5% ao ano. Imaginem (esta é difícil!) que não há impostos e que a inflação não interessa. Se colocarem 1000 euros a essa taxa, e re-aplicarem os juros, ao fim de quanto tempo terão 2000 euros?

A resposta correcta é 14.207 anos. O truque é dividir 70 pela taxa e obter uma aproximação. No caso dos 5%, a resposta seria 14 anos, um valor relativamente próximo.

Há outras aplicações desta regra. Alguns exemplos são os seguintes:

  • Com uma taxa de inflação de 2%, quanto tempo leva até que o poder de compra se reduza a metade?
  • Com um crescimento de 10% ao ano, quanto anos levará a China a duplicar o seu PIB?

Para mais detalhes sobre esta fórmula mágica, não deixem de consultar esta entrada do Wikipedia.

Análise de tráfego TomTom

A TomTom revelou um estudo do tráfego em múltiplas cidades do Mundo, no que designa por Índice de tráfego TomTom. Desde 2007 que este fabricante de equipamentos de GPS estuda como guiar os condutores de uma forma mais precisa até ao destino. Com o suporte de milhões de clientes, capturaram dados de tráfego anónimos, que agora disponibilizam com este valor acrescentado.

O resumo do ano passado, para a Europa, está disponível neste documento. Aí se verifica que o maior congestionamento de tráfego se verificou em Moscovo, seguido de Istanbul e Palermo. Lisboa aparece na 24ª posição e o Porto em 44º.

Nos dados mais pormenorizados, calcula-se que durante um ano, um lisboeta que tenha um percurso de 30 minutos entre casa e o emprego, perda durante um ano 74 horas, ligeiramente mais de 3 dias, devido a atrasos. No caso do Porto, a perda anual é de 61 horas.

Durante a semana, em ambas as cidades, a terça-feira foi o dia da semana em que mais tempo se perdeu no trânsito, enquanto à tarde são as sexta-feiras as que nos fazem perder mais tempo no trânsito, conforme se pode ver nas imagens abaixo. No ano de 2013, o dia 19 de Dezembro foi o de maior confusão na capital, enquanto no Porto tal ocorreu a 27 de Setembro. No caso da capital, a greve no metro parece ter sido o factor catalisador, enquanto no Porto parecem ter contribuído vários factores, como um acidente significativo e as tradicionais obras à portuguesa

O estudo revela vários pormenores interessantes para outras cidades europeias, revelando subrepticiamente vários pormenores culturais e sociológicos…

Estatísticas TomTom para Lisboa

Estatísticas TomTom para Lisboa

Estat

Estatísticas TomTom para porto

Maldita latência!

A latência é um conceito fundamental em muitos domínios, mas do qual a maior parte de nós não se dá conta. É um conceito fundamental em sistemas de telecomunicações, em sistemas informáticos, e em muitas mais situaçõses. Pessoalmente, é um dos conceitos mais importantes com os quais lido na minha vida profissional.

Em sistemas de comunicações, há latências minúsculas, e outras que nos irritam. É muitas vezes mais importante que a própria velocidade de rede, como já este artigo revelava em 1996. É um conceito por exemplo determinante quando se joga online. É porque 1 milissegundo pode fazer toda a diferença… Mas há latências muito maiores, como aquelas associadas ao tempo de carregamento de sites lentos.

Um operador Internet sueco, ume.net, fez uma demonstração extraordinária deste conceito, só que aplicado à vida real. Com uma latência de 3 segundos, literalmente todos nós ficamos descontrolados! Vejam o vídeo seguinte, e vejam como a latência é realmente incómoda, quando é muito elevada:

Heavy-metal

O que terá heavy-metal a ver com poupança, perguntarão imediatamente os leitores? Eu gosto muito de muitos tipos de música, muito distintos entre si. E o heavy e hard-rock reservo-os para determinadas situações, em que o ritmo é determinante. Tal vem dos tempos do liceu, em que comecei a perceber que fazia os exercícios de Matemática muito mais rapidamente, se estivesse a ouvir um ritmo mais rápido. Tal depois estendeu-se para outras disciplinas e domínios…

A música pode ser determinante noutros domínios da nossa vida, e muitas vezes nem nos damos conta. Já demos aqui exemplos como os dos supermercados, ou da condução. Na verdade, há ritmos para todas as ocasiões.

Mas este artigo surge por causa daquilo que li neste artigo da CityLab, que associa surpreendentemente as nações de maior qualidade de vida, com as nações com maior quantidade de bandas de heavy. Quando vi que os países escandinavos teêm a maior percentagem de bandas de heavy, percebi imediatamente o fenómeno Lordi na Eurovisão de 2006, compreensão que me tinha escapado até agora! A ideia de que isto é um género de música para marginais sai assim claramente contrariada! Como o artigo refere, hoje o metal goza de maior popularidade nos países mais avançados e tolerantes, com níveis de educação musical muito elevados. No mapa referenciado no artigo, e visível abaixo, podemos ver que Portugal não se sai mal…

Se os leitores têm aversão a este género de música, permito-me dar aqui meia dúzia de sugestões “leves”. Ainda antes do heavy, algumas bandas como os Led Zeppelin introduziram a sonoridade. A escalada do ritmo de “Stairway to Heaven” é a forma eterna de passar de uma música lenta para uma mais rápida. Um dos riffs mais conhecidos do rock, de outro dos grupos percurssores do heavy, é sem dúvida “Smoke on the Water” dos Deep Purple. Cá pela Europa, um grupo mais conhecido pelas suas baladas, os Scorpions, arrancou em 1974 em grande estilo com “Speedy’s Coming“. Mais tarde surgiram grupos como os Iron Maiden, do qual destaco “Bring Your Daughter… to the Slaughter”, não pela sua qualidade, mas pela forma como foi vetada pelos Media. Mais recentemente, os Metallica são obviamente uma referência, tendo entrado em grande na década de 90 com “Enter Sandman”, que vemos num dos maiores concertos de sempre! Dos países nórdicos, destacaria uma das vozes mais surpreendentes do Power Metal, nesta interpretação de “O Fantasma da Ópera”.

Aliás, este último exemplo dos Nightwish, é um retrato fiel do artigo da CityLab, dada por exemplo a formação musical da primeira vocalista da banda, Tarja Turunen.

E, os leitores, ficaram surpreendidos como eu, com esta apetência pelo metal por parte dos países do norte da Europa?

Heavy Metal no Mundo

Heavy Metal no Mundo

A negatividade e a estrutura da água

Esta gota não foi maltratada!

Esta gota de água não foi maltratada!

Por vezes há coisas que nos deixam boquiabertos! Desta vez foi a actriz Gwyneth Paltrow, que numa newsletter do seu site, sugere que devemos tratar bem a água, porque a água tem sentimentos! Obviamente, as novidades “físicas” chegaram aos Media rapidamente, primeiro pelas antípodas, até jornais como o Guardian.

Segundo a newsletter, e numa tradução livre, Gwyneth Paltrow está fascinada com a ciência por detrás da energia da consciência e do seu efeito na matéria! Baseia as suas crenças no trabalho de Masaru Emoto, que supostamente chegou à conclusão que a água reage de forma diferente se berrarmos, falarmos ou cantarmos para ela (a água, claro)!

É claro que a risota se instalou na Internet, e rapidamente os Media se “converteram” às teorias! O Daily Mail fala em como a negatividade altera a estrutura do H2O, enquanto o Independent aborda como os sentimentos da água podem ser feridos com sons e palavras negativas. Por cá, o Activa no Sapo parece ter sido o primeiro a dar conta da novidade sentimental, enquanto o observador.pt refere que gritar com o arroz também pode alterar as suas propriedades

Enfim, serve este artigo para, uma vez mais, alertar para as alarvidades que por aí grassam!