Poupança ilógica de água em Barcelos

E esta, hein?

E esta, hein?

Na quinta-feira da semana passada li uma das notícias de poupança mais ilógicas de que tenho memória! Foi no Correio da Manhã, e a notícia, que não chegou a sair online, tinha o título “Poupam mais se gastarem água”.

A notícia descreve como em Barcelos, em determinadas circunstâncias, uma factura da água fica mais barata se se deitar fora água! O artigo apresenta o testemunho do presidente da Junta de Arcozelo, que descreve que “há pessoas que têm de cometer um atentado ambiental, gastar água sem precisar, só para pagar menos de fatura“. O artigo explica que isso acontece a todos aqueles que têm um consumo zero de água, como é por exemplo o caso dos emigrantes. Nesse caso, o presidente da Junta explica que “basta gastarmos um ou dois metros cúbicos de água para pagarmos um valor inferior ao dessa taxa”. Um outro morador, que trata justamente da casa de um emigrante, diz na primeira pessoa: “Venho cá todos os meses abrir as torneiras para assim a fatura ser mais reduzida. São menos dois ou três euros“.

Olhando para o tarifário da água disponibilizado no site das Águas de Barcelos, parece que esta poupança ilógica está baseado nas tarifas de conservação e utilização, respeitantes ao saneamento, e que são visíveis na página 3. Resumidamente, o que acontece é o seguinte:

  • Um consumidor doméstico que não consome água durante um mês paga nesta alínea 6.43 € + IVA
  • O mesmo consumidor doméstico, caso consuma apena 1 m3 de água, paga na mesma alínea 0.35 € + IVA
  • Por cada m3 de água adicional vai pagando mais 0.35€ + IVA por cada m3

Assim, realmente para quem não consuma nenhuma água durante um mês, se abrir as torneiras e despejar 1 m3 de água pelo cano abaixo, poupa nesta alínea mais de 6 euros, mais IVA! A poupança na factura é todavia ligeiramente inferior, pois há que pagar a componente variável do consumo, neste caso correspondente a um m3 de água.

Tráfego no mar

Já falamos aqui como podemos ver o tráfego nas estradas de todo o Mundo, via Google Traffic. Também já referimos aqui como podemos controlar os aviões. No outro dia descobri que há um site que faz o mesmo para os navios, controlando tudo o que se passa no tráfego marinho: Marine Traffic.

Fiquei impressionado com alguns aspectos do site. A possibilidade de ver por exemplo os barcos de pesca, mesmo alguns pequenos. Note-se na imagem seguinte a quantidade de barcos ao largo do País, há uns dias atrás:

Tráfego no mar ao largo de Portugal

Tráfego no mar ao largo de Portugal

Outra funcionalidade interessante é ver os locais onde os barcos mais navegam no planeta. Fiquei particularmente surpreendido com a quantidade que passa aqui ao lado, mas pensando bem, não é de admirar. Dá para descobrir outros aspectos interessantes, como aquele local onde andavam a procurar o MH370…

Rotas marítimas mais comuns

Rotas marítimas mais comuns

Importância de vento norte na A1

Há já bastante tempo que andava a procurar contabilizar o impacto do factor vento no consumo de um automóvel. É que ainda não fiz o teste da minha pata de lebre, mas tenho que ir preparando a partida!

No passado 24 e 25 de Maio, tive oportunidade de fazer um teste mais científico. Tinha indicações das previsões de vento de que ele iria soprar quase exactamente de Norte, e com uma velocidade constante, durante o trajecto de ida e volta, de Lisboa ao Porto. Dados históricos recolhidos pelo Weather Underground revelam que assim foi, com vento durante o trajecto a soprar a cerca de 25 Km/h.

Os dados abaixo foram recolhidos entre as portagens de Alverca e Grijó, e no sentido contrário. As duas viagens foram non-stop, com uma velocidade constante de 120 Km/h, sem cruise-control. A estratégia de condução passou, ao contrário do que é meu costume, por manter a velocidade o mais próxima dos 120 Km/h, e fiz um blind-test, no sentido de que não controlei por outra forma a duração do trajecto. No final, o trajecto Sul-Norte acabou por demorar mais 31 segundos.

Infelizmente, os dados recolhidos pelo Torque não são tão exactos quanto pretendia. Ainda não consegui calibrá-lo para dar dados de consumo compatíveis com o mostrado pelo veículo, mas esse aspecto será melhorado. Um dos dados recolhidos diz respeito ao “Fuel flow rate/hour(l/hr)“, o indicador que talvez melhor esteja associado ao consumo. Como se pode ver na imagem abaixo, há uma faixa estranha de ausência de valores entre 0 e ligeiramente abaixo de 5. Note-se que os valores de zero não são estranhos, dado que em muitas situações, larga-se pura e semplesmente o acelerador, como é o caso das descidas, em que é possível manter a velocidade de 120 Km/h, sem calcar o acelerador:

A1 ventoDestaque natural para a serra de Aire, que fica situada próxima do Km 100 da A1. Note-se o consumo maior no sentido Sul-Norte, por via da subida, e bastante reduzido no sentido contrário.

Em termos médios, o valor desta variável no trajecto Sul-Norte foi de 12.250 l/hora, enquanto no regresso foi de 10.719. Tal é claramente visível, com muitos mais pontinhos vermelhos em valores mais elevados. Tal representa uma diferença de valores médios de 14%, o que é assinalável, embora inferior ao máximo teórico.

Outros dados médios relevantes das duas viagens estão na tabela abaixo. Também eles condicionam ou foram condicionados pelas duas viagens. Estejam à vontade para comentá-los:

Sul-Norte Norte-Sul
Speed (OBD) 120.53 Km/h 120.68 Km/h
RPM 2240 2243
Engine Coolant Temperature 66.48 °C 66.93 °C
Volumetric Efficiency (Calculated) 69.09% 65.93%
Turbo Boost & Vacuum Gauge 7.89 psi 6.57 psi
Engine Load 66.73% 64.86%
Fuel flow rate/hour 12.25 l/hr 10.72 l/hr
Mass Air Flow Rate 49.19 g/s 43.95 g/s
Intake Air Temperature 18.19 °C 20.38 °C
Intake Manifold Pressure 22.59 psi 21.28 psi

Sobrevivência

Com a vida moderna, quase todos nós perdemos a noção de como sobreviver na Natureza. Eu, o máximo em que penso é em reservas para uma necessidade, ou então em ter água para beber

O vídeo abaixo, da Marinha dos Estados Unidos, é já muito antigo, mas dá-nos uma ideia de como podemos sobreviver na Natureza, nas zonas temperadas do planeta. Quais as plantas que podemos comer, como apanhar pequenos animais, como os preparar para comer, e como tomar conta de nós.

Algumas regras básicas são explicadas. A importância dos frutos secos. Na dúvida, devemos apenas comer aquilo que os outros animais comem. As técnicas de caça fizeram-me imediatamente pensar no Rambo… Com um bocado de sorte, nunca precisaremos destes ensinamentos. Mas, o saber não ocupa lugar…

Disco no frigorífico

Um amigo meu teve um problema num disco duro. Com informação nele, da qual não tinha cópia noutro local. Ofereci-me para tentar ajudar. Numa primeira fase, tentei todos aqueles truques habituais da informática, incluindo software especializado. Não funcionou. Pedi-lhe então autorização, que me foi dada, para tentar uma teoria que circula abundantemente na Internet: congelar o disco no frigorífico, porque depois funcionaria.

Estava muito céptico desta teoria, mas valia a pena experimentar. Resumindo, não funcionou! Mas relato abaixo a experiência, para contrabalançar com as muitas páginas que há por aí a falar deste aparente milagre.

A lógica deste procedimento tem a ver com a forma como o metal dilata com o calor e contrai com o frio. Um dos acontecimentos mais marcantes, para mim, na engenharia humana, foi um problema que foi resolvido com uma estratégia semelhante: uma câmara fotográfica que ficou engatada na Voyager 2, ao passar por Saturno. A solução passou por aquecer e arrefecer o mecanismo até funcionar, conforme se pode ler na página 51 deste livro de Carl Sagan.

Preocupado com a humidade, meti o disco duro num tupperware, com papel absorvente no fundo. Primeiro foi ao frigorífico por umas horas. Testei, mas não funcionou. Estava na altura de passar um dia inteiro no congelador.

Quando o tirei do congelador, naturalmente verificou-se rapidamente um processo de condensação, conforme se pode ver na imagem seguinte:

Condensação no disco congelado

Condensação no disco congelado

Rapidamente, o disco também começou a formar gotículas de água. Não arrisquei metê-lo assim na estação de docking que possuo. Tive que esperar vários minutos. Só depois deixou de se formar condensação.

Continuou sem funcionar. Não foi certamente pela espera, até porque já tinha lido que este método de resolução funcionava em discos antigos, mas não nos modernos.

A recuperação do disco já não está ao nível das minhas capacidades. Há empresas especializadas nestas matérias, e até encontrei uma que documenta os barulhos suspeitos que discos avariados fazem, mas são caríssimas. Em qualquer caso, mantenha sempre um backup dos seus dados mais importantes, para o caso do dia em que a lei de Murphy lhe bata à porta…

Renovar o cartão de cidadão sem perda de tempo

Nos últimos dias tenho visto várias notícias, como esta, que dão conta do desespero que é renovar o cartão do cidadão na Loja do Cidadão. E posso garantir que as pessoas que lá vão perdem imenso tempo, pois passei lá no outro dia e nem queria acreditar! A perda de tempo conjunta dá que pensar, e nenhum País se deveria dar ao luxo de que os seus cidadãos perdessem o seu tempo nisto…

Mas, como a própria notícia refere, é possível fazer o agendamento da renovação/emissão do Cartão do Cidadão. Conforme se pode ver nesta página pode-se pedir esse agendamento através de telefone ou email.

No meu caso, enviei o email abaixo, no dia 3 de Março, ao início da tarde. Escolhi dois locais fora de Lisboa, por serem para mim de mais fácil acesso. Também na perspectiva de não estarem tão saturados.

preciso de renovar o CC que expira a 27/03.
Queria fazê-lo num dos seguintes locais, por esta ordem de preferência:Loja Cidadão Lisboa-Laranjeiras
Loja do Cidadão de Odivelas
Conservatória do Registo Predial de Odivelas

A data/hora é indiferente.

xxxxxx xxxxx
xxxxxxxxx

Ao final da tarde do mesmo dia, já tinha a resposta:

Agradecemos o seu contacto.Vimos confirmar que foi efectuado o Agendamento do seu Cartão de Cidadão:

– Às 14.45h , no dia 10.03.2014;

– Em CONSERVATÓRIA DO REGISTO PREDIAL E COMERCIAL DE ODIVELAS – Praceta Sacadura Cabral, 8 – B ;

– Para o cliente xxxxxx xxxxx, com o contacto telefónico xxxxxxxxx

Na impossibilidade de comparecimento, por favor informe a Linha Registos através do nº 707 20 11 22 ou através do email agendamento.cc@dgrn.mj.pt, com 24 horas de antecedência.

Não fazia a menor ideia onde era a conservatória do registo predial de Odivelas, mas descobri no Google Maps. O GPS levou-me lá num instante, e foi mesmo muito útil! Não me parece que chegasse lá sem ele… Cheguei lá cinco minutos antes, e fui atendido 2 minutos depois da hora marcada! Vinte minutos depois de chegar, já estava a sair.

Tudo contabilizado, no dia 10 renovei o cartão do cidadão em cerca de uma hora, já com deslocações incluídas. Tenho a certeza que era assim que todos os serviços do Estado deviam funcionar. Por isso, verifiquem quando vai expirar o V/ cartão do cidadão, e algum tempo antes utilizem estes meios, para depois não perderem o V/ tempo e paciência à espera…