Subsídio às renováveis são como heroína!

E esta, hein?

E esta, hein?

Cada cavadela, cada minhoca! É o melhor resumo possível para quando tentamos perceber porque sobe tanto o preço da electricidade em Portugal. É coisa para nos deixar muito mal dispostos, mas é melhor que vivermos na ignorância…

Na sequência deste artigo do Expresso, segui um link de um comentário para este outro artigo do ano passado. Apesar de ser da Rádio Renascença, a minha primeira reacção foi confirmar o teor da notícia. E tudo o que vi confirma as personagens, as instituições, e há referências também em termos internacionais. O primeiro parágrafo da notícia resume a coisa de uma forma muito forte:

  • Os subsídios às renováveis já não servem a ninguém. Os fornecedores estão contra, os Estados-membros estão a perder dinheiro, os contribuintes estão a pagar mais pela energia e Bruxelas está farta de um sistema sem regras nem limites.

Quem não poupa nas palavras é Hans ten Berge, secretário-geral da Associação Europeia da Indústria da Electricidade, que diz primeiro que os subsídios às renováveis são como uma droga, que toda a indústria está dependente, que é como heroína, e que todos estão viciados!

Michael Suess, um administrador da Siemens, com uma forte presença no mercado da energia, refere que as “renováveis é um mercado altamente subsidiado”, sendo que não são seguidas as regras normais de mercado. E conclui que se nada mudar, uma coisa é certa, a factura vai continuar a aumentar e é sempre o mesmo a pagar!

Philip Lowe, o director-geral para a Energia da Comissão Europeia, defende uma correcção deste caminho, sobretudo em países como o nosso, que enfrentam políticas severas de austeridade: “Na energia solar voltaica e nas eólicas os preços baixaram de forma dramática, por isso os subsídios também podem descer

O presidente do grupo GDF Suez, Jean-François Cirelli, faz uma pergunta sensata: “Se podemos ter energia através de renováveis por 80 euros, porque vamos desenvolver energia por 300 euros?

Depois de ler esta notícia, e confirmar as fontes, não há dúvidas que vejo as renováveis de uma perspectiva ainda menos positiva! É que o Sol e o vento podem ser de borla, mas não somos nós consumidores que temos que estar a engordar as empresas de electricidade. E como já vimos que é claro que as eólicas são a maior parte deste problema, fica cada vez mais claro para mim que temos sido alvos de um logro gigantesco na última década…

Fugas de água

No passado fim de semana, detectamos no nosso condomínio uma fuga de água. Começara a pingar nas escadas, e começamos logo a tentar atacar o problema.

Já todos passamos por fugas de águas, mas o que eu nunca tinha equacionado era quanta água se podia perder no processo? Por isso, resolvi fazer uma experiência muito simples. Pus a torneira da cozinha a pingar para dentro de um medidor de volumes. Curiosamente, arranjei um pingar que dava quase extactamente uma gota por segundo.

Depois, esperei um pouco e percebi que não iria ter que esperar uma eternidade. Passados 90 minutos, tinha sido atingido um litro! Tal significa que ao fim do mês não se fica muito longe dos 500 litros!!!

No final, utilizei a água foi para regar plantas, pelo que a experiência não foi um desperdício na vertente da água… A meio do processo registei a subida em vídeo. Vejam como o vídeo acelerado 32x, mostra um ritmo de subida interessante:

Electricidade ao minuto

Este artigo do Expresso da semana passada suscitou-me a curiosidade por vários motivos. O principal é o motivo maior do artigo, e que refere que em Espanha vai ser possível pagar a electricidade com uma tarifa que varia ao minuto. A notícia é confirmada por vários Media espanhóis, os quais dão mais algum detalhe das novas tarifas, equiparando a evolução das tarifas a cotações de Bolsa.

Mas a notícia tem elementos ainda mais interessantes! Diz que a tarifa da madrugada em que a notícia foi publicada foi de 0€ (isso, ZERO euros) por kWh! Tal pode ser confirmado num site que descobri recentemente,  e que dá os preços da electricidade em Portugal e Espanha, no mercado grossista. E se olharmos para os dias anteriores, nomeadamente o dia 9 de Fevereiro, verificamos que o preço máximo horário do Mwh foi de 3€, ou seja de 0.3 cêntimos por kWh, conforme se pode ver na imagem abaixo. Note-se que o preço do kWh que pagamos em casa, mesmo não contando o IVA, é mais de 50 vezes superior!!!

Electricidade de borla a 9 de Fevereiro

Electricidade de borla a 9 de Fevereiro

A explicação para estes absurdos já os equacionamos anteriormente. E é por estas razões que infelizmente não posso concordar com o jornalista Vitor Andrade. A sugestão sequer de que a energia possa custar ZERO é errada a diversos níveis, porque há entidades como a ERSE, REN, e outras que nos gostam de sacar dinheiro. Mas sacodem a água rapidamente do capote, pois como o artigo refere “qualquer operador já o pode fazer. Se não o faz é porque não quer“.

Mas venha esta tarifa. Nestes dias de muito frio, não dava jeito ligar os aquecedores ao máximo durante toda a noite e não pagar nada? Não pagar nada pela lavagem da roupa e da loiça? Eu, que já estou habituado à gestão do bi-horário, posso garantir-vos, que me iria divertir imenso! E o leitor concerteza também! Por isso é que eles não querem…

Fatura da sorte

Já todos os Portugueses terão ouvido falar do sorteio de uns automóveis que o Fisco vai fazer semanalmente. É novidade para nós mas não é novidade lá fora. Gosto particularmente do exemplo chinês

O sorteio é organizado pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), com o apoio e colaboração da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. O primeiro sorteio realiza-se em Abril, de acordo com o Decreto-Lei nº 26-A/2014, ontem publicado.

O sorteio tem um valor total anual dos prémios até dez milhões de euros. Como vão ser até 60 os sorteios a realizar, poderá haver até 166 000 euros por sorteio. Note-se todavia o “até“!

Para cada sorteio serão atribuídos números, designados por “Cupão Fatura da Sorte”, os quais estarão disponíveis para consulta no Portal das Finanças.

Alguns detalhes não estão ainda disponíveis, devendo sê-lo em regulamento a publicar. A parte mais importante dirá respeito a como se traduzirão as facturas em cupão. Se fosse pela quantidade de facturas, provavelmente o sorteio teria efeitos nefastos, com as pessoas interessadas em fragmentar as facturas. O mais provável é que os cupões sejam emitidos em função do valor da factura, e segundo as notícias que têm saído, serão criados cupões de 2, 5 e 10 euros.

Em qualquer caso, as probabilidades serão sempre muito baixas. Mas este tema ficará para um próximo artigo…

Causas de morte no século XX

É impossível ficar indiferente aos infográficos do Information is Beautiful, como foi o caso do artigo que fizemos sobre os suplementos alimentares. Neste artigo, referenciamos um infográfico sobre as causas de morte no século XX.

Os dados de suporte estão disponíveis nesta folha de cálculo. Da análise da imagem (têm que clicar para conseguir ver os detalhes), alguns dos valores, literalmente mais mórbidos, são:

  •  A importância das doenças cardio-vasculares, responsáveis por 1246 milhões de mortes
  • 530 milhões de mortes devidas a cancro
  • 131 milhões de mortes nas diversas guerras
  • As mortes devidas à ideologia, destacando-se o comunismo (94 milhões) e o fascismo (28 milhões)
  • A fome matou 101 milhões
  • 60 milhões de mortes nas estradas
  • 58 milhões de homicídios
  • 6 milhões devido a mordidelas de cobras
Mortes, por tipo, no século XX

Mortes, por tipo, no século XX

O mal das tarifas transitórias

Há duas semanas confirmamos como as tarifas de quase todos os comercializadores de electricidade em Portugal estão a cobrar um preço de kWh idêntico ao do Mercado Regulado. Alguns dos comercializadores dão depois um pequeno desconto sobre esse valor.

Acontece que, e como referimos neste artigo, o aumento das tarifas por parte da ERSE, e segundo o Decreto-Lei nº75/2012 são fixadas “acrescidas de um montante resultante da aplicação de um fator de agravamento, o qual visa induzir a adesão gradual às formas de contratação oferecidas no mercado“.

Esta argumentação, que fez furor na época, está gradualmente a desaparecer. Mas ela existiu e existe de forma clara, conforme podem ler nesta página da EDP:

  • Durante este período será aplicada uma tarifa transitória com preços agravados, fixa pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).
  • Durante este período os clientes continuarão a ser abastecidos pelo comercializador regulado a um preço agravado, definido pela ERSE.
  • As tarifas transitórias são definidas pela Entidade Reguladora dos serviços Energéticos (ERSE) e aplicadas pelos comercializadores regulados. Estas tarifas serão superiores ao preço de mercado de forma a induzir a transição gradual dos consumidores para os comercializadores livres.
  • Os clientes que não optem por realizar um novo contrato com um comercializador em mercado liberalizado continuarão a ser fornecidos pela EDP Serviço Universal durante um período transitório máximo de 3 anos. Durante este período ser-lhes-ão aplicadas tarifas transitórias com agravamento de preços, fixas pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).

O que está a acontecer é muito simples: a ERSE sobe os preços para os clientes do Mercado Regulado, para que estes mudem para o Mercado Liberalizado. As empresas do Mercado Liberalizado acompanham a subida de preços. Como os clientes não têm razões para mudar, é evidente que a ERSE terá que induzir uma subida maior, até para cumprir com o Decreto Lei. O resultado é a bola de neve a que temos assistido no preço da electricidade, e que este ano atingiu níveis disparatados