135ª rotunda: o das rotundas vs os cruzamentos

Podcast do Poupar Melhor

Esta semana o A.Sousa foi rever um vídeo com algum tempo dos Mythbusters e o estudo que compara a eficiência das rotundas com o dos cruzamentos.

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Diretórios de links

Antes dos motores de busca e dos links serem classificados por algoritmos que se baseiam na importância dada por humanos aos links, era para os diretórios categorizados de links que nos virávamos para procurar informação.

Hoje ainda podem ser uma fonte útil para encontrarmos o que queremos. Por isso, junto a minha tradução e adaptação livre para um conjunto de diretórios de links que encontrei nesta página sobre os motores de busca da internet:

  • Mahalo (Diretório Web que usa editores humanos e apresenta os seus resultados lado a lado com o Google Seach)

  • Open Directory (“O maior e mais completo diretório de links editado por humanos. Construido e mantido por uma vasta comunidade global de editores voluntários.”[ii] The Open Directory project também é conhecido por DMOZ, ou Directory Mozilla.)

  • Yahoo!Search Directory (“The Yahoo Directory é uma biblioteca de websites criada e mantida por humanos organizada em categorias e sub-categorias. Os editores Yahoo revêem estes sites para potenciais inclusões no diretório, e para avaliarem a melhor categoria para colocação.”[iii])

Afinal, segundo a aplicação dos CTT, não tenho dividas na Via Livre

Aplicação iOS para controlar as portagens

Aplicação iOS para controlar as portagens

Depois da tourada das últimas semanas com a Via Livre e Via Verde nas portagens da Via do Infante, decidi fazer umas verificações.

Ainda não tenho resposta por email da Via Livre ou da  Via Verde ao email que partilhei convosco, mas a Via Verde acabou por me enviar um SMS a indicar-me que irão endereçar a reclamação depois de enviar mais uns emails, agora com o conhecimento de alguns endereços de email da Estradas de Portugal que encontrei espalhados ali pela Internet.

Estive a cruzar a informação que vinha na notificação com os registos de passagem na Via Verde e concluí uma coisa espantosa: os pórticos da Via do Infante, os tais que não tinham lido o identificador do meu veículo, tinham lido todas as outras passagens, menos as passagens entre Portimão e Loulé. Se os pórticos não leram nas restantes passagens, pelo menos o valor foi-me cobrado no extrato da Via Verde.

Extrato Via Verde

Extrato Via Verde

Instalei também a aplicação dos CTT que nos permite verificar os valores a pagamento para portagens das ex-Scut, inserir a matrícula da viatura em causa, o resultado é a aplicação informar-me que não tenho dívidas. Lembrem-se que quando passam um pórtico da Via Livre, em caso de falha de identificação do dispositivo eletrónico, o pórtico não apresenta qualquer sinal sonoro ou mensagem luminosa a indicar-nos desse evento.

A minha questão continua assim por resolver, mas tenho agora uma nova: Se não tenho dívida e nada foi assinalado nos pórticos da Via Livre, expliquem-me lá, como se eu fosse pequeninho, como raio queria a Via Livre que eu sequer imaginasse que havia uma dívida?

Embalagens em promoção: umas mais criativas que outras

Não é só por cá pelo nosso país à beira mar plantado que temos inventores do marketing a fazer promoções que não batem certo. Do outro lado do Atlântico a Campbell’s soup, famosa pela sua utilização nas serigrafias de Andy Warhol, tem uma promoção com 30% e 40% de conteúdo na lata, mas que a lata é do mesmo tamanho.

Se repararem nas embalagens, estas contém o mesmo peso. O rótulo indica que é concentrada, mas pergunto-me como é que se concentra algo que fica com o mesmo tamanho? Ou por outra, como é que se coloca mais produto concentrado numa embalagem que fica com o mesmo peso?

134º saco: o dos sacos de plástico meio cheios e das falhas de cobrança com a Via Verde na Via Livre

Podcast do Poupar Melhor

Esta semana vamos rever o resultado das táticas do A.Sousa para a fiscalidade verde dos sacos de plástico nos supermercados. Vamos ver como o copo está a meio cheio para o ambiente, o governo e os cidadãos só com estas táticas e concluir como alguém acabará por concluir que os portugueses são mais amigos do ambiente do que era esperado.

Acabamos a falar na saga de quem como eu contratou um serviço à Via Verde para se poupar a chatices nas portagens, mas como isso não me garantiu o desejado sossego no que toca à Via Livre, empresa que explora a ex-scut da Via do Infante.

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A Via Verde, a Via Livre e o legalês galopante

Guaranteed 100% pure bullshit

Guaranteed 100% pure bullshit

Aqui no Poupar Melhor já falámos muitas vezes sobre as ex-Scut e sobre os seus pórticos. Podemos mesmo dizer que somos especialistas na matéria, mas esta foi para nós uma experiência completamente nova.

Há uns dias recebi uma carta de uma tal de Via Livre. Na carta que me enviaram desta empresa de que nunca tinha ouvido falar vinham duas páginas de referências a articulados, da escolha do emissor naturalmente, a acusar-me de ter o pagamento da passagem nos seus pórticos na Via do Infante em agosto de 2014 em falta. Preocupou-me o tom acusatório e a ameaça de contra-ordenação que daria em coima pelas histórias que conhecia.

[…] na autoestrada A17, de uma taxa de portagem de 24,75 euros, que “veio a dar lugar ao pagamento de uma coima no valor de 1.237,50 euros”, acrescidos de 76,50 euros de custas processuais”.

Como em todas as ex-Scutt, a falha de leitura da Via Verde nos pórtico acontece sem que o utente seja avisado no momento da passagem.

Conversando com a Via Verde, indicaram-me o que deveria comunicar à empresa Via Livre. Tudo indica que na receção de uma carta com o teor da que refiro, devem comunicar imediatamente com o emissor a informação de que são clientes da Via Verde e desde quando.

No meu caso, sou cliente da Via Verde pelo menos desde 2003. Assim, seguindo as instruções da própria Via Verde, o que fiz foi retribuir o favor que a Via Livre me fez, e escrever uma carta em termos em tudo semelhantes:

Boa tarde,

Relativamente à vossa carta da passada semana, onde referiam a instauração de um processo de contra-ordenação ao proprietário da viatura a matricula NN-XX-NN que, de acordo com o articulado de vossa escolha, entenderam tinha em falta o pagamento da passagem nos pórticos no dia 16 de agosto de 2014, junto à localidade da Guia, no Algarve, informo que a viatura em causa tem contrato com a Via Verde desde o ano 2003.

Entendo que a existência do contrato com a entidade Via Verde e os meios que V.as Ex.as e os vossos associado/clientes/parceiros têm vos obrigam a manter processos e meios eficazes e eficientes de forma a que os vossos clientes/utentes não sejam incomodados com linguagem intimidatório-jurídica contendo acusações onde lhes imputam as falhas desse processos e meios.

Assim, agradeço que até ao próximo dia 19 de fevereiro de 2015 procedam:

  • Ao envio de uma carta com o pedido de desculpas face à falha do vosso processo, onde devem mencionar que não se encontram quaisquer valores sem pagamento à data da emissão da carta para a viatura em causa;
  • À inscrição da descrição desta não conformidade/insatisfação no que entenderem chamar ao vosso processo de gestão de qualidade/satisfação/processos para que seja avaliado no âmbito da melhoria continua da vossa instituição.

Cumprimentos

Álvaro M. Ferro
http://www.pouparmelhor.com/

Por hábito não me dirijo neste tom autoritário a ninguém, mas no caso de cartas de duas páginas com articulados jurídicos a indicar obrigações e deveres pelo número e alíneas da legislação em vigor abro uma exceção. O tom intimidatório, acusatório e prepotente em que são escritas as palavras na carta baseiam-se apenas em certezas sobre a culpabilidade do recetor da comunicação.

A carta não me indica que tenho um pagamento em falta e que devo regularizá-lo. Escala de “pagamento em falta” para “contra-ordenação” sem sequer se perguntar se o pagamento em falta se deveu a uma avaria dos meios de cobrança do próprio emissor.

Os pórticos das ex-Scut têm a particularidade de, independentemente do resultado da leitura do identificador na viatura, não darem qualquer informação do sucesso ou insucesso da leitura ao condutor. Quando o sistema dos pórticos falha, o condutor, que nada tem a ver com os pórticos, fica com a obrigação de retificar o erro que não cometeu e que não tem qualquer razão para ir verificar se ocorreu uma vez que é portador de um dispositivo eletrónico de identificação do seu veículo.

O site da Via Livre explica-nos como funciona, em português do antigo, claro está:

Como se pode pagar a taxa de portagem numa auto-estrada sem portagem manual, ou seja, com portagem exclusivamente electrónica?
O utente deve adquirir e instalar um DE (que pode ser um DEM, um DECP ou um DT) junto de uma entidade de cobrança de portagens, aderindo a um sistema de pagamento, o que permitirá accionar esse sistema de pagamento sempre que a passagem do DE seja detectada pelo pórtico de portagem.Se o utente não dispuser de um DE, poderá regularizar o pagamento a posteriori, no prazo de 5 dias úteis, realizando o pagamento nas Estações dos CTT, na rede Payshop e noutros locais que venham a aderir ao sistema, bastando para isso que o utente indique o nº da sua matrícula. Não procedendo a essa regularização, será considerado um infractor, e receberá na sua morada a respectiva notificação

Aqueles acrónimos (DEM, DECP, DE e DT) são-nos explicados pelas perguntas frequentes. Perguntas que nunca imaginaria fazer a mim próprio, como “o que é um DEM?” ou “O que será um DE?”, passarão a ser perguntas frequentes durante a leitura destas perguntas frequentes. Tudo de bom, é o que nos espera da leitura de perguntas frequentes que nos deixam com mais perguntas… e daquelas frequentes.

Ficamos pois a saber que, ao final dos ditos 5 dias somos “infratores” e seremos “notificados”. Tudo muito oficial e juridicamente bem construído para que não haja dúvidas de que pagamos ou somos uns grandes malandros.

Se ainda assim subsistirem dúvidas, já sabem, podem ligar para um número daqueles que se pagam a eles próprios: 707.

Assim, e de modo a tornar mais segura e transparente a informação que os consumidores detêm sobre estas gamas de numeração, foi determinado que as ligações para números iniciados por 707 e 708 não poderão ser tarifadas a mais de €0,10 por minuto nas ligações com origem nas redes fixas e a mais de €0,25 por minuto nas ligações originadas pelas redes móveis. A tarifação será feita ao segundo a partir do primeiro minuto.

Ou então, um número 808

“[…]preço de uma chamada local: 0,0861€ no primeiro minuto e 0,0391€ por minuto nos minutos seguintes (IVA incluído).

Ou então podem usar o formulário no próprio site, indicando o número da notificação e demais informação, mas atenção, a Via Verde “Alerta” que:

Sem prejuízo do compromisso de confidencialidade (que se deve ter como uma obrigação de meios) referente à utilização de dados pessoais, a VIALIVRE, S.A. alerta que existem riscos relacionados com a Internet e bases de dados, sendo possível que os dados pessoais constantes do portal possam ser captados e/ou transferidos por terceiros.

Se não confiam na Internet e não se responsabilizam por coisa nenhuma porque na Internet acontecem… coisas, não deviam pedir no homepage do site que colocássemos lá informação. Talvez tenham escrito isto como um incentivo para se usar os números 707 e 808 sugeridos…

Este mau hábito de dar ao acusador toda a liberdade de agir a seu belo prazer e como se a condenação já tivesse sido passada começa a tornar-se um clássico. Provavelmente pelo excesso de juristas que a nação está a produzir e com tanta oferta de juristas, imagino que a procura esteja a baixar e isso leve os que ainda exercem a apresentar resultados dê por onde der.

Enquanto Portugal for um Estado de Direito Democrático, os seus cidadãos só são culpados após transitado em julgado.