Podcast, Contas da Galp e Ministros

Esta semana não há podcast, mas podem ir fazer pipocas e sentar-se à assistir à discussão muda entre o Governo e a Galp através das notícias.

A tese da Galp é que a redução de impostos que se compensa na fiscalidade verde é na realidade um aumento de custos para o consumidor… por causa dos impostos.

Confusos? Eu também.

De um lado temos um governo que diz que baixou os impostos e do outro uma empresa que diz que essa baixa de impostos se traduz num aumento para o consumidor.

No canto da fiscalidade verde temos o Ministro Moreira da Silva que já nos agraciou com coisas tão boas como taxas nos sacos de plástico.

No canto oposto, como campeão do consumidor temos a associação de vendedores e os gestores das empresas que a compõem. Seria caso para perguntar que é feito das associações de defesa dos consumidores quando estas coisas acontecem, mas não falemos disso por agora.

A somar a isto tudo, como podem ir acompanhando no Dashboard do Poupar Melhor, o custo do petróleo tem descido. Isto, somado à poupança domestica em energia e combustíveis, pode ser uma razão para o governo estar a aumentar impostos de forma a garantir uma receita estável.

Se for assim, então temo um contra senso. Por um lado acusam-se os cidadãos de “viver acima das suas possibilidades” e pede-se às famílias e empresas que gastem menos e sejam mais eficientes para termos uma economia mais eficiente. Por outro, quando estas conseguem ganhos de eficiência, aumentamos-lhes as taxas e impostos, comendo-lhes as margens. Neste cenário a pergunta impõem-se: poupar para quê?

O que dizem os bancos sobre poupança

Gráfico- Informação sobre como poupar disponibilizada pelos bancos

Gráfico – Informação sobre como poupar disponibilizada pelos bancos

Quando fomos ver o que dizia nos 33 bancos em que procurámos informação com os vocábulos relacionados com poupar, a descrição ficou como se segue:

  • 18 não podiam ser considerados como tendo temas sobre poupança ou não existe informação online;
  • 10 referem-se a esta questão apontando o utilizador para contas poupança;
  • 4 dão dicas genéricas sobre poupanças várias;
  • 2 apresentam simuladores;
  • 1 liga a questão da poupança à atribuição de crédito.

Hoje vamos dar-vos os detalhes sobre o que encontrámos para poderem avaliar por vocês.

Os 10 bancos que se referem a poupar como contas poupança foram:

  1. Banco Best;
  2. Banif;
  3. Barclays;
  4. BBVA;
  5. BES/Novobanco;
  6. BPI;
  7. Caixa Galicia Portugal;
  8. Crédito Agricola;
  9. Millennium BCP; e
  10. Santander Totta.

Os 4 bancos em que identificámos dicas genéricas sobre poupança foram:

  1. Caixa Geral de Depósitos: apresenta informações sobre dicas úteis para poupar no dia a dia, possibilidades de partilhar ideias e sugerir temas;
  2. Montepio: sugestões de poupança para crianças e dicas poupança reforma;
  3. Santander Totta: sugestões para poupar com os mandamentos da poupança; poupança no dia a dia (água, luz, supermercado…); Constituição do fundo de emergência e Contas poupança; e
  4. Banco Cetelem: sugestões de poupança, nomeadamente para água, luz e supermercado.

Os 2 bancos que apresentavam simuladores que ligavam ao tema eram os seguintes:

  1. Banco BIC: simulador crédito à habitação e crédito pessoal;
  2. Banco Popular: Crédito à habitação, Crédito aos consumidores e Cartões de crédito, Pensões (Segurança Social), Simulador da poupança.

O banco que liga o tema de poupar com a atribuição de crédito é o Banco BIC, que também apresenta o tema da poupança fiscal associado.

O que percebem os bancos de poupança

Gráfico- Informação sobre como poupar disponibilizada pelos bancos

Gráfico – Informação sobre como poupar disponibilizada pelos bancos

Decidimos aqui no Poupar Melhor que depois das noticias recentes sobre contabilidades criativas e apoios de bastidores aos bancos nacionais (e estrangeiros), era altura de irmos ver o que percebem os bancos sobre poupança.

Nos bancos a definição de poupança pode ser ligeiramente alterada em relação à do Poupar Melhor. Não seria a primeira vez que a semântica armava a confusão na vida dos portugueses, por isso, para não nos perdermos com este tipo de detalhes, vamos registar a diferenças.

Para o Poupar Melhor a poupança acontece quando a obtenção de um dado objetivo exista com um consumo menor dos recursos necessários para o obter. Isto implica o controlo de execução para a medição da diferença entre os valores de execução de uma dada atividade antes e depois da ação que identificamos como sendo geradora de poupança. O resultado da poupança deve permitir ser amealhado para mais tarde ser utilizado. Amealha-se dinheiro ou outras coisas, como mercearias ou energia que não consumimos.

Amealha-se para um dia de chuva. Usa-se os bancos para guardar o dinheiro que se amealha, mas não se amealha só dinheiro para guardar no banco. Quando falamos de bancos, a poupança é para estas instituições essencialmente “contas poupança” ou “poupanças fiscais”. Enquanto tentamos manter-nos longe das questões semânticas, estas parecem-me perseguir-nos neste tema.

Uma “conta poupança” é hoje vista pela regulação bancária europeia como um investimento num depósito a prazo para depósitos a partir de um certo valor. O depositante passa a ser tratado como investidor e o seu depósito passa a conter um risco de perda parcial do valor entregue para guarda. Os bancos e regulador chamam-lhes depósitos, mas na realidade o dinheiro não é entregue à guarda da instituição bancária apenas para o salvarguardar dos larápios, mas na expectativa de obter um ganho.

Temos ainda o que os bancos chama de “poupança fiscal”. Aqui o ganho é obtido mais uma vez, não de uma poupança do ponto de vista do Poupar Melhor, mas de uma mudança legislativa que provoca uma uma mais valia, um ganho, obtido como resultado do cálculo dos impostos.

Chamar poupança a ganhos com benefícios fiscais ou a um investimento num depósito a prazo é toda uma nova discussão que não cabe aqui. Talvez um dia naquele outro site.

Fomos à lista de bancos de Portugal no próprio Banco de Portugal e fizemos uma revisão rápida em matéria de conselhos de poupança que os bancos disponibilizam. Procurámos nos menus dos sites públicos destas instituições informação relevante para a poupança doméstica e conselhos de como poupar dinheiro para amealhar. A forma como identificámos foi através da procura dos vocábulos associados a poupar: poupe, poupança, poupar.

O que encontrámos nos bancos que ainda têm sites ou têm informação sobre poupança disponível nesses sites foi analisado, procurando identificar na informação que continham como caracterizá-la de forma a poder agrupar os sites dos bancos pelo tipo de conselhos de poupança que continham, e estas são as nossas conclusões.

A hipótese inicial do Poupar Melhor era que, sendo os bancos instituições diferentes de empresas que procuram apenas o lucro, iríamos encontrar várias referências a formas de guardar mais dinheiro ou tempo, como gestão de orçamento caseiro ou pagamentos por transferência bancária de forma controlada. O que o gráfico mostra é bem diferente do que esperávamos.

Há bancos registados no regulador sem sites ou sem informação contendo os vocábulos procurados. O número é superior ao número de bancos com informação minimamente relacionável com o tema poupança. Alguns bancos sem site levam-me a questionar onde publicaram os relatórios e contas que são obrigados a publicar no site. Talvez seja uma obrigação apenas para quem tem site…

118ª conta: a das contas poupança e do poupar dos bancos

Podcast do Poupar Melhor

Esta semana falamos sobre os 33 bancos portugueses que foram analisados sem stress para identificar o que podíamos aprender com eles sobre poupar. Fechámos o tema falando sobre o que entendem os bancos sobre poupança e investimento.

Podem aceder aqui à lista completa de episódios do Podcast. O Podcast do Poupar melhor está também no iTunes

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Retro games

Indie Retro Games

Indie Retro Games

Se jogaram computador na vossa juventude, sabem como os jogos de hoje já não respondem diretamente aos comandos que damos. O computador trata que os movimentos que fazemos no Joystick e as combinações de botões se transformem em jogadas de futebol perfeitas no ecrã.

Os jogos de antigamente eram mais sádicos. O boneco morria. Ponto. Hoje em dia isso é tudo resolvido para que continuemos a jogar. Se quiserem estar atentos aos jogos do passado que ficaram disponíveis para jogar de graça, podem seguir o site Indie Retro News. Se forem como eu amantes do clube da maçã (Apple) então o site a ir é o Machintosh Garden onde podem ver os velhos jogos dos anteriores sistemas do Mac.

O que é mais caro: metro ou carro

Nem todos passam os tempos ociosos ao fim-de-semana. Há quem se dê ao trabalho de pensar em formas melhores de viver as suas vidas e quem pense em poupar uns cobres no dia a dia.

A conversa não é nova. Aqui no PouparMelhor já tentámos chegar a uma conclusão, mas pretendia-se não só poupar, mas chegar sempre a horas. Aqui o contexto em que vivemos conta muito e por isso a solução não é só aritmética, mas também de valorização das escolhas.

No Twitter a conversa começa sempre por um ou outro twitt provocador. Uma opinião puxa outra e os 150 caracteres obrigam os opinadores a defenderem a sua opinião sem atropelos.

A ideia desta vez era saber se as viagens pendulares eram mais baratas por transportes público ou privado.

A resposta veio a seguir:

Só que nem sempre o problema é mera aritmética. Há quem se esqueça de algumas parcelas:

Como tinhamos visto anteriormente, o problema dos transportes não passa exclusivamente pelo custo incorrido em cada viagem. Não chega contabilizar a soma do preço dos bilhetes e compará-los com o custo da gasolina para nos deslocarmos numa determinadas distância. Há que ter conta outros fatores como:

  • Tráfego nos trajetos;
  • Pessoas a transportar;
  • Impostos;
  • Estacionamento;
  • Seguros;
  • Desgaste e manutenção da viatura;
  • Horários de deslocação.

No meu caso havia também que ter em conta a verba disponível para alteração do transporte próprio porque queria ter a liberdade de movimentos que um motociclo me podia dar. (E deu)

Depois disto, ainda temos de ter em conta o que valorizamos mais:

  1. Tempo;
  2. Dinheiro;
  3. Liberdade.

Enquanto algumas pessoas podem ser obrigadas ou gostar de pensar apenas no dinheiro, mas são estas três as variáveis que tive em conta. No meu caso acabou por ganhar a liberdade e o tempo.