Murphy, Zonhub e o Raspberry Pi lá de casa

Caixa de Lego para o Raspberry Pi por @designerferro

Caixa de Lego para o Raspberry Pi por @designerferro

Se alguma coisa pode correr mal, então vai correr mal. Esta é a Lei de Murphy. Aqui no Poupar Melhor temos a nossa quota de desafios da superstição de engenheiros. Costumamos referi-la, mas desta vez quero partilhar convosco algo que pode ir para além da Lei de Murphy. Os ficheiros que serviam o Raspberry Pi cá de casa a partir do Zonhub deixaram de funcionar e aparentemente o Zonhub também, algo que não sabia se estaria relacionado.

O meu prestador de comunicações eletrónicas, um nome pomposo para fornecedor de comunicações, é uma empresa a quem já disse que sou mudaria se fosse obrigado a isso. A experiência que aqui partilho poderá mesmo ter sido uma exceção e não significante para o total da prestação dessa empresa, pelo que só pode ser considerada apenas isso e não uma tentativa de generalização.

Desde o dia 16 de Julho que o Zonhub, o nome que dão ao equipamento que colocam na nossa casa para fazer a ligação da minha rede interna privada com a rede do fornecedor, e daí para as outras redes, começou com comportamentos estranhos. Primeiro tornou-se lento e depois começou a prestar serviço de forma intermitente. Os dados recolhidos pelo Samknows não me mentem. Os dados de diagnóstico de rede também não. O disco partilhado deixou de aparecer na rede e o equipamento parecia reiniciar-se sem razão a cada minuto. As luzes apareciam, mas os serviços íam desaparecendo até que o equipamento desaparecia da rede. Os equipamentos perdiam a ligação ao Zonhub.

Passado uns minutos, o Zonhub voltava a aparecer. O acesso WiFi e por cabo era reestabelecido, mas tudo só para voltar a repetir a dança… Degradação de serviço até que tudo desaparecia.

Verifiquei tudo: os cabos, as configurações… Desliguei e voltei a ligar… até que tive telefonei para a linha de apoio do fornecedor. Quando comecei a falar e referi que estaria a pagar a chamada para um problema que era da responsabilidade do fornecedor, para minha surpresa, do outro lado da linha ofereceram-se para ligar-me. Isto e a prontidão com que me enviaram o técnico a casa foi muito positivo.

Quando não conseguiu diagnosticar o problema pelo telefone, o fornecedor enviou uma equipa técnica a casa. Substituíram os cabos entre o equipamento e a tomada de parede porque, diziam, já não se usavam cabos daqueles. Substituíram a box da Televisão e a de ligação à internet por umas novas com um logótipo novo da empresa.

Não entendo muito bem porque alterariam o equipamento se o problema não fosse daí… O meu XBMC cá de casa sempre usou o disco partilhado na box. Desde que liguei o Raspbmc que o disco passou a ser parte fixa do conjunto.

Antes de sair, eu e o técnico do fornecedor fizemos todas as verificações possíveis. Ligámos e desligámos tudo. Verificámos os tempos de acesso entre equipamentos. Ligámos e usámos vários equipamentos à rede por cabo e Wifi. Tudo estava bem, pelo que o considerámos o episódio corrigido. O único senão foi o Zonhub ter atribuído a letra A ao disco, coisas do Windows, em lugar da antiga letra E. Isto tinha impacto no XBMC e por isso tinha de ser corrigido.

Na manhã seguinte, fui verificar a configuração. Desliguei a partilha de impressoras, coisa que não há cá em casa. Quando liguei a partilha UPnP dos ficheiros multimédia, a dança recomeçou. Primeiro degradação do acesso à internet, com degradação do acesso à página do Zonhub, para no final acabar sem acesso a coisa nenhuma. O equipamento parecia desligar-se e voltar a ligar.

Dança do Zonhub

Dança do Zonhub

Mas desta vez a coisa agravou-se. O equipamento quase que desaparecia. O disco, depois de removido do Zonhub deixou de ter ficheiros disponíveis e a internet desapareceu para todo o sempre… E é aqui que entra o Murphy: quando no meio disto tentei corrigir o disco, carreguei acidentalmente numa daquelas odiosas mensagens que os sistemas operativos nos mostram a perguntar se quero formatar o disco. Como tinha outro disco que ía realmente formatar ligado, lá carreguei a dizer que sim… Perdi os meus ficheiros todos.

Hoje escrevo já com tudo resolvido por mim. Os discos passaram a estar todos ligados ao Raspbmc pelo Hub USB e o Zonhub tem os serviços de partilha de disco e UPnP desligados. Parece que funciona, mas não era assim que funcionava.

Atenção, concentração e menos confusão

Desafio-vos a ver o vídeo até ao fim. Não o podem mandar para uma janela à parte e esperar que termine enquanto entram em modo multi-tarefa. Têm de o ver com toda a vossa atenção.

Estamos num tempo em que os media, através dos bonecos animados, os videoclips, os programas de televisão, os posts, os twitts e outros soundbytes nos habituaram a receber a nossa dose de conteúdos diversificada sem que tenhamos de nos esforçar para concentrarmos em coisa nenhuma.

O vídeo acima é um teste para verem como está a vossa capacidade de concentração. Podem dizer a vocês mesmos que o vídeo não tem interesse e que na realidade não o vão ver até ao fim porque têm coisas mais importantes para fazer, mas desafio-vos a ver o vídeo até ao fim.

Desafio-vos a pedir aos vossos filhos que façam o mesmo. Desafio-vos a depois de o fazer, compararem a quantidade de reclamações dos vossos filhos com a quantidade de vezes que pensaram em interromper a sua visualização.

O filme é uma brincadeira do College humor, mas na realidade é um dos vídeos mais interessantes que vi a criticar a própria internet e os seus utilizadores. O desafio é concreto, mas o único vencedor é quem vir o vídeo até ao fim.

107ª partição: a do pit stop fora da autoestrada e da lei de Murphy contra o Zonhub

Podcast do Poupar Melhor

Esta semana o A.Sousa vai falar de como perde 19 minutos, mas ganha no preço do gasóleo a abastecer fora da auto-estrada.

Terminámos a falar de como a lei de Murphy se uniu ao Zonhub para numa tempestade perfeita me roubarem o tempo de descanso e tudo o que tinha num disco de 500GB.

Podem aceder aqui à lista completa de episódios do Podcast. O Podcast do Poupar melhor está também no iTunes

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Ligar o Raspberry Pi a um monitor VGA

Adaptador HDMI para VGA

Adaptador HDMI para VGA da Adafruit

Se como eu têm o vosso Raspberry Pi (RPi) ligado à televisão da sala, então também já devem ter tido aquela experiência de quererem experimentar alguma coisa no XBMC e a sua lentidão levar todos os que estão na sala a votarem-vos para fora da televisão. Para resolver esta injustiça comprei um adaptador de HDMI para VGA.

Com este adaptador é possível configurar a saída HDMI do RPi para enviar sinais que um velhinho monitor consiga ler. O ecrã em antigo não é propriamente o ecrã gigante pelas suas fenomenais 15 polegadas, mas serve bem para as experiências não incomodarem o resto dos convivas lá da sala e assim conseguirmos todos estar juntos ao fim do dia enquanto o pai brinca com o RPi.

Para resolver por agora as múltiplas configurações necessárias, televisão e monitor, criei num diretório dois ficheiros, config.txt.tv e config.txt.monitor, que vou trocando antes do reinicializar o RPi para trocar de monitor para televisão e vice versa. No config.txt.tv tenho a configuração original e no config.txt.monitor tenho a configuração que vão encontrar na página da Adafruit e devem adaptar à configuração do monitor que queiram utilizar com o RPi.

HummingBoard é o novo Raspberry Pi?

Já conhecem o que fizemos com o Raspberry Pi (RPi). Este é o seu mais recente concorrente. De acordo com o vídeo abaixo do próprio fabricante, o produto é melhor que o pioneiro RPi. Devemos lembrar que o RPi foi feito com o objetivo desta pequena placa nunca foi o de criar esta dinâmica nos profissionais, mas nos jovens.

O RPi queria ser o novo ZX Spectrum da juventude dos anos 2000, mas apaixonou os adultos que sempre quiseram construir gadgets à medida. Este concorrente não tem dúvidas e aponta aos programadores e entusiastas com um objetivo: mais poder de computação no mesmo espaço.

Pessoalmente consigo lembrar-me de algumas coisas que gostava que o meu RPi fizesse mais rápido e julgo que iriam beneficiar deste aumento de capacidade:

  • Executar add ons mais exigentes;
  • XBMC com interface de utilizador mais reativo;
  • Fornecer serviços UPnP lá para casa sem se engasgar todo; e
  • AirPlay a arrancar mais rápido.

Mas há uma que me salta à vista e que resolvia o meu problema para substituir o Time Capsule: as portas USB com capacidade de alimentação dos equipamentos que lá ligar-mos.

O novo Raspberry Pi B+

O novo Raspberry Pi B+ (RPi+) já está à venda. De acordo com a Raspberry Pi Foundation, o novo RPi é apenas uma implementação melhor do antigo Raspberry Pi B (RPi). Aqui em casa o RPi já serviu para muitas coisas, mas agora está junto à televisão para servir de substituto de Apple TV e de Apple Time Capsule, num 2 em 1 de poupança de que já falei noutros artigos.

Os vídeos falam das principais diferenças entre o anterior RPi e o novo. As principais modificações não têm qualquer impacto na sua aplicação aos objetivos para que uso, mas poderão ter para outras aplicações.

O que quero destacar são as principais características do RPi+ e que podem ser ou não melhorias para os usos em aplicações como o meu 2 em 1:

  • O consumo de energia baixou;
  • As portas de ligação passaram a ficar apenas em 2 dos lados da placa; e
  • O processador tem a mesma capacidade.

Aqui no Poupar Melhor sempre que o consumo de energia baixa ficamos felizes e discordamos daqueles que aumentam os preços quando as pessoas poupam. Por essa razão, qualquer equipamento que se apresente em versões melhoradas com consumos mais baixos pode ser alvo de análise para substituição.

O número de portas e a sua localização alterada também me parece positivo, mas apenas do ponto de vista estético. Do ponto de vista da poupança, a subsitituição de um RPi pelo novo RPi+ implicará custos com a caixa. Aqui em casa isso não teria impacto e até seria interessante porque a caixa é feita em Lego num consórcio com as crianças. Voltando à questão estética, a caixa de Lego é definitivamente a pior opção, mas com cabos a sair de todos os lados do RPi, é como tentar salvar um balde de tinta roxa atirado a uma parede branca pendurando uma foto de 10 por 15 cm na parede.

O veredicto aqui para casa é que não irei substituir o atual RPi pelo RPi+. Com apenas 2 lados da placa com ligações torna-se mais fácil fazer caixas mais elegantes, mas continua a ser um problema estético. Existem opções no mercado com as portas todas do mesmo lado e maior capacidade de processamento.

A capacidade de processamento do RPi não aumentar e não falarem sobre a alimentação a partir das portas USB do RPi+ é a desilusão desta nova versão. A capacidade de processamento do RPi tem sido a principal diferença da experiência de ter um Apple TV ou um RPi com XBMC. Os ecrãs de navegação do XBMC necessitam dessa capacidade para serem fluidos e a falta dela torna-os menos reativos quando comparados com um Apple TV.

Como irei relatar mais tarde, o meu substituto do Time Capsule tem um desafio que é ter um disco externo sempre ligado, sem barulho, o que é difícil porque o RPi não produz energia suficiente nas portas USB para alimentar alguns dos discos externos, servindo apenas para alimentar discos sem peças móveis.

O Raspberry Pi continua a ser uma enorme ajuda para quem tenha poucos conhecimentos tecnológicos e os queira exercitar. Pelo que não se deixem distrair com a minha avaliação que só é válida para as minhas próprias aplicações. Há mesmo muito mais coisas que podem fazer com um Raspberry Pi.