O assunto da semana passada foi o aumento do custo do kWh. O A.Sousa bem se pode queixar que se sente enganado com as justificações do aumento que contrariam os factos, o Isaac S. bem pode confirmar que o problema é igual no gás e o Gabriel S. bem pode juntar-se em coro, mas enquanto alguns faziam as contas, os media dedicaram-se a repetir o que foram carregando pela boca: pensões, greves, constitucionalidade e posições do partido A, B e do sindicato C. Acreditem quando vos digo que o estado da nossa democracia é dos assuntos a que dou a maior relevância, mas convenhamos que a democracia não é o foguetório que nos mostram.
Como podem confirmar pelos links, não se trata de uma questão meramente opinativa, mas de factos. Existe uma expectativa de que os preços dos produtos e serviços acompanhem a procura. Se algo foi usado para justificar uma alteração num sentido, a expectativa é que o seu oposto servisse para justificar a alteração no outro.
Na realidade, se o custo da energia sair mais caro por ser financiada pelos nossos impostos e depois pagamos mais caro porque é mais cara de produzir, os custos em taxas e de financiamento devem entrar no cálculo do custo beneficio. Se estão a pensar dizer que “Ah oh Álvaro, mas temos uns acordos assinados” lembrem-se dos sacrifícios todos que pediram aos cidadãos e perguntem-se se não será altura de distribuir os ditos sacrifícios.
Não andamos aqui a escrever para pouparem e usarem melhor os vossos recursos para depois nos virem consumir as folgas que ganhámos.