Afinal já pagávamos o sol no IMI, mas ninguém se lembrava disso

IMI Tabela Elementos Qualidade e Conforto 2014 e 2016 (adaptação das imagens no site http://economiafinancas.com)

IMI Tabela Elementos Qualidade e Conforto 2014 e 2016 (adaptação das imagens no site http://economiafinancas.com)

Aqui há uns dias o A.Sousa estava indignado com o IMI. De acordo com as notícias havia um novo imposto sobre as vistas e o sol. A indignação face às notícias era justificável e não era para menos. As notícias prometiam aumentar o IMI para todos os edificados para habitação que recebessem um raio de sol e não estivessem com uma sapata dentro de uma ETAR ou uma janela para o cemitério.

Acontece que as notícias se limitaram a repetir o que circulou no sistema de copy & paste jornalístico português e a ouvir os comentadores do costume que falam de tudo e não estudam nada. E lá tivemos os telejornais preenchidos com notícias da chamada silly season.

Para perceber realmente o que mudou entre 2014 e 2016 tive de procurar por algo ou alguém que explicasse o que era isto de “tributar o sol” sem o ruído que foi criado com as notícias e sem a crispação resultante.

O site Economia e finanças tentou explicar a alteração ao IMI em detalhe. Bem sei que a descrição de uma mudança de legislação contributiva é algo muito enfadonho e que não atrai cliques, mas na realidade o que estava em causa era a alteração dos coeficientes Majorativos e Minorativos de Localização e Operacionalidade relativas do imóvel.

Os coeficientes Majorativos e Minorativos são as percentagens que afetam a taxa, aumentando-a ou reduzindo-a conforme determinadas características. Ou seja, a taxa pode variar até ao limite da percentagem indicada para cima, no caso do coeficiente Majorativo, e para baixo, no caso do coeficiente Minorativo.

O que imagem mostra são as duas versões da legislação, uma em 2014 e outra em 2016, destacando os coeficientes em causa. Afinal, os Majorativos e Minorativos já lá estavam antes da notícia, mas só agora é que foram notícia e da forma que se viu.

A notícia que deveria ter sido a sua alteração foi-nos apresentada como se se tratasse de uma total novidade. A discussão que se gerou sobre a taxação do sol deveria ter sido antes sobre a possível alteração do valor a pagar pelo IMI uma vez que esta irá ser afetada para mais ou menos consoante estes coeficientes sejam a aplicar pela forma Majorativa ou Minorativa.

Os coeficientes de Localização e Operacionalidade relativas do imóvel aumentam no coeficiente Majorativo, ou seja, pode aumentar o IMI pela localização do imóvel ser melhor, mas também aumentam no Minorativo, o que na prática quer dizer que o imóvel pode pagar menos de IMI por razão dos mesmo coeficiente. Isto tudo depende da avaliação que seja feita, mas isso é outro assunto.

Não usem a C3Priv da CNPD

Pen C3Priv oferecida pela CNPD está desatualizada desde 2014

Pen C3Priv oferecida pela CNPD está desatualizada desde 2014

Se não sabem o que é o C3Priv, eu explico. A “Pen C3Priv” pretendia ser:

uma Pen USB contendo várias aplicações configuradas para devolver ao utilizador um maior controlo da sua privacidade quando navega na Internet, ao mesmo tempo que lhe oferece a portabilidade dessa proteção quando precisa de aceder à Net a partir de um computador que não é o seu.

Deixem-me recordar-vos da pompa e circunstância com que em 2014 se apresentou a iniciativa conjunta da Comissão Nacional de Proteção de dados (CNPD) com a Universidade do Porto que pretendia “devolver a privacidade ao cidadão“:

  1. Como usar o Kit português anti-espionagem da CNPD?
  2. Devolver ao utilizador o controlo da privacidade
  3. Kit português de aplicações contra espionagem disponível a partir de hoje
  4. Ferramentas para navegar na Internet de forma mais segura disponíveis para download
  5. Comissão de Protecção de Dados disponibiliza aplicação para proteger computadores
  6. CNPD oferece ferramentas de controlo de privacidade

Acontece é que o software para a Pen C3Priv, depois da fanfarra e fotos de inauguração, foi deixada ao abandono. Como todo o software que não é mantido, o ideal é não o usarmos. Por não ser mantido, o que acontece é que defeitos detetados podem ser usados para atacar os computadores de quem os utiliza.

Era mais uma iniciativa cheia de boas intenções. Já sabemos que, como nos ditados populares, de boas intenções estamos todos cheios. De coisas que se sustentem é que é já é diferente. A coisa foi anunciada em fevereiro de 2014 para chamar a atenção sobre a mudança positiva de liderança na CNPD, mas sustentar a sério que é bom, tá quieto. De março de 2014 até hoje o pacote oferecido pela CNPD não sofreu quaisquer alterações, deixando assim os utilizadores que escolherem usar mais vulneráveis.

Infelizmente são as instituições que temos. Alguns sabem cada vez menos sobre os meios em que operam e, em lugar de ajudar, ainda nos expõem.

A.Sousa do Pouparmelhor no Contas Poupança com o EnergyOT


Aqui no Pouparmelhor já tínhamos falado nos equipamentos de medida do EnergyOT. Já fizemos também parte de um episódio exclusivo sobre o Pouparmelhor no Contas-Poupança.

Desta vez o Contas-Poupança pediu-nos para fazermos parte de uma reportagem sobre equipamentos de medida de consumo elétrico agregado da habitação. A reportagem sobre o EnergyOT que o A.Sousa tem usado para medir o consumo elétrico está no vídeo acima. Como sempre, o Pedro Anderson faz um excelente relato que junta em poucos minutos uma visão geral sobre um destes temas que vamos juntando aqui no Poupamelhor.

Pokemon Go Backdoor: os utilizadores de Android só devem instalar aplicações da App Store Google

Proofpoint: Granted permissions from backdoored Pokemon GO APK second screenshot

Proofpoint: Granted permissions from backdoored Pokemon GO APK second screenshot

O Pokemon Go é provavelmente o jogo com maior adesão nos smartphones de que há memória. Com 15 milhões de downloads nas app store, conseguiu fazer o valor das ações da Nintendo subir em bolsa 25%.

Com todas as pessoas a querer jogar, e com disponibilidade limitada, houve provavelmente muitas pessoas que fizeram download de versões para Android disponíveis noutras origens que não a Play Store da Google. Não devem fazer isto nunca, e muito menos quando já há um Backdoor confirmado.

A firma Proofpoint, um fornecedor de serviços de proteção de dados, publicou recentemente no seu site informação que aponta para versões de origens alternativas de que tinham já sido infetadas com um controlo remoto através do Backdoor Droidjack.

Se fizeram download de uma versão diferente da que é servida pelo Google Play Store, o vosso equipamento pode já estar a servir de zombie para um potencial ataque controlado remotamente.

O Backdoor identificado pela Proofpoint é vendido pela DroidJack.net como uma ferramenta de administração remota (RAT), um eufemismo para comandar e controlar remotamente (C&C) o vosso equipamento sem o vosso conhecimento.

Quem pense que a instalação e utilização destas ferramentas está reservada a uma elite de crackers (hackers mal intencionados) com conhecimentos extensos sobre vulnerabilidades de sistemas operativos e outras palavras que vos causam calafrios só de as ouvir, desenganem-se.

A instalação e utilização depende apenas do conhecimento demonstrado em vídeo, como podem ver abaixo nas instruções de uso deste software de C&C.

A forma de remoção desta versão do Droidjack também pode ser encontrada na web. Se não se sentirem à vontade para o remover manualmente, pelo menos não instalem mais nada que não venha das app store oficiais. A remoção manual do DroidJack, conforme o site da Symantec, é feita com os seguintes passos:

Remoção manual do DroidJack:

  1. Abrir o Google Android Menu.
  2. Clica no ícone Settings e depois clicar em Applications.
  3. Clicar em Manage.
  4. Selecionar a aplicação e clicar em Uninstall.

Embora estes passos não tenham sido efetuados ainda por ninguém aqui no Pouparmelhor, se a Google tiver conseguido defender suficientemente bem o vosso equipamento, então estes passos serão suficientes. Em principio, como o Droidjack é instalado com o pacote de origem alternativa do jogo, a sua desinstalação pode ser suficiente.

Um infográfico sobre as maiores tretas que acreditamos ser verdade

O A.Sousa gosta bastante de infografias. Mais que gráficos que representam de forma visual determinados valores, as infografias traduzem esses valores em ilustrações com significados visuais.

O infográfico que podem ver no link tenta apresentar as principais falsidades em que acreditamos.

Common Mythconceptions: worlds most contagious falsehoods

Common Mythconceptions: worlds most contagious falsehoods

Thingiverse: Por onde começar para imprimir em 3D

Thingiverse

Thingiverse

Sou a última pessoa a quem devem pedir conselhos sobre impressão. Odeio papel porque trabalhei com ele metade da minha vida. As impressoras demoram tempo, encravam e não têm Undo. As impressoras só têm Do it all over again.

Sobre como começar a imprimir em 3D podem ir até ao Thingiverse. O site Thingiverse tem um conjunto de padrões de impressão para download que valem bem a pena ir visitar, como já tinha tentado demonstrar com este exemplo de uma caixa de auriculares.

Aparentemente ainda não me curei porque decidi aprender sobre impressão 3D. Disso fazem prova os vários posts que vou fazendo sobre o tema e que podem ler aqui alguns exemplos.

Uma das coisas que me agrada na possibilidade de imprimir em 3D é poder fazer os meus próprios objetos. Sou designer de formação académica e dei alguns anos de formação em Autocad e 3D Studio, ambas ferramentas que permitem modelação e desenho em 3d. Já disse por exemplo aqui de onde podem arranjar software de animação 3D gratuito. Se aquilo que procuram não estiver nesta lista, podem ainda ver o que se encontra na lista de software para impressão 3D.

Se estiverem interessados em saber por onde começar com software gratuito para desenhar peças 3D para impressão, o Thingiverse tem uma lista. Existe software para iOS, Windows e Linux. Existe inclusivamente software online.