Cuidar da carteira: Contratos de permanência

Foto por Jessica Spengler (Flickr, Creative Commons CC-BY)

Foto por Jessica Spengler (Flickr, Creative Commons CC-BY)

Duas situações diferentes fizeram-me relembrar os custos dos contratos de permanências: as letras pequenas dos anúncios do produto M4O do Meo e uma tentativa de uma operadora impingir a um colega de trabalho um equipamento que ele não precisava em troca de um contrato de permanência de 18 meses.

Os contratos de permanência não são um problema. A forma como a maior parte das pessoas lidam com eles é o verdadeiro risco para a carteira. Uma mensalidade de €79,99 pela utilização de um serviço que pode ser cancelado a qualquer altura custa no máximo €79,99 (e a chatice) se descobrirmos que o serviço não nos serve. Uma mensalidade de €79,99 com um contrato de permanência de 2 anos (24 meses), é uma despesa feita de €1.919,76 (quase dois mil euros) na mesma situação.

Na aldeia do meu avô havia um senhor rico que dizia “Senhor, livrai-me das pequenas despesas, que das grandes trato eu…” Um contrato de permanência normalmente é uma grande despesa a tentar fazer passar-se por pequena. Você pensaria várias vezes antes de gastar dois mil euros, certo?

Poupar dinheiro nos transportes com o Zapping

O Zapping é um sistema de carregamentos que permite a aquisição de títulos de transporte para o Metro, Carris, CP e Transtejo/Soflusa aquando de cada utilização. Apenas faz sentido para quem apenas use os transportes públicos esporadicamente ou como complemento de outros meios de transporte ou passes (menos de 28 viagens por mês dentro da cidade de Lisboa). Acima disso, o passe Navegante Urbano fica mais barato.

O Zapping pode ser carregado nos cartões Lisboa Viva e Viva Viagem. Pode ser carregado nas máquinas dos vários operadores ou em qualquer caixa Multibanco (não recomendamos, como explicamos abaixo). Pode ter um saldo até €20, que é descontado automaticamente quando passa nas cancelas automáticas ou nos aparelhos tarifadores dos operadores. Se é o tipo de pessoa que só compra o passe quando a cancela não o deixa passar não recomendamos que junte o Zapping ao seu passe, porque vai aumentar o custo das suas viagens.

As duas características interessantes do Zapping são os bónus de carregamento e preços, na maior parte das vezes, reduzidos dos bilhetes individuais. Os bónus de carregamento não se aplicam se o carregamento for feito no multibanco. Os descontos dependem de operador para operador e vão de um aumento de preço na CP para uma viagem de 1 zona de €0,55 a um desconto de €1,55  numa viagem de 8 zonas (também na CP). Na Carris e Metro o desconto, se usar apenas um operador é de €0,15 por viagem. Na Soflusa/Transtejo vais dos €0,02 de Lisboa-Cacilhas aos €0,05 de Montijo/Seixal/Barreiro.

Os bónus de carregamento chegam aos €1,15 com o carregamento de €15. Ou seja, quando carrega €15 fica com um saldo de €16,15. Se for um utilizador que faz 4 viagens de metro por semana, poderia gastar €8,75 com o passe, €5,60 com os bilhetes individuais ou €5 com o Zapping. Com os bónus de desconto, o valor real pago pode descer para €4,64. Uma poupança de 47% em relação ao passe e de 17% em relação aos bilhetes individuais.

Atenção, com as alterações de tarifários de 2013, se os seus percursos esporádicos incluem Metro e Carris os bilhetes individuais ficam mais baratos porque pode usar o mesmo bilhete para ambos os transportes no espaço de 1 hora.

 

Preços de Transportes 2013 – Parte II (Metro de Lisboa e Carris)

Já falámos antes das alterações de preços dos bilhetes individuais do Metro e da Carris. O outro aumento encapotado surge com a eliminação dos passes Carris e Metro e a sua substituição pelo passe Navegante. Para quem só use um dos operadores de transporte na zona urbana, o ritmo de aumento mantém-se nos 21% ao ano dos €23,90 em Janeiro de 2011 até aos €35 actuais. Para quem tem percursos mistos, o preço de 2012 mantém-se nos €35.

Mas há mais. Nas linhas que servem a capital, passaram a existir 3 zonas para além do perímetro urbano quando dantes existiam dois. Este sistema tende a penalizar os percursos mais longos com um bilhete Cais do Sodré-Cascais/Sintra-Rossio a sofrer um aumento de 4,9% de €2,05 para €2,15. Azambuja-Santa Apolónia sofre um aumento 4,3% de €2,35 para €2,45.

Do lado das boas notícias: a cidade de Lisboa passa a ter apenas uma zona dentro dos seus limites e o preço do bilhete das zonas reduz-se, tendo uma zona apenas para €1,25.

No caso da CP, para viagens individuais de mais de duas zonas, o preço de um bilhete Zapping (€1,80) permite obter poupanças que podem ir dos €0,05 (3 zonas) até ao €1,55 (8 zonas) por viagem.

Preços de Transportes 2013 – Parte I (Metro de Lisboa e Carris)

Ano Novo, Vida Nova. Ou como muitas empresas e organizações estatais nos habituaram, altura de actualização de tarifas. Este ano uma parte dos aumentos tem sido de forma encapotada ou pelo menos mal comunicada. Este é o primeiro de uma pequena série de artigos sobre as novidades nos tarifários de transportes de 2013.

No caso da Carris e do Metro, a forma encapotada do aumento é feita oferecendo um bilhete ou um passe que passa a cobrir mais meios de transporte ou mais zonas aumentando o custo da viagem. Um bilhete de metro para ir da Baixa-Chiado ao  Colégio Militar, custava €1,05 no final de 2011, €1,25 a partir de Fevereiro de 2012 e €1,40 a partir de Janeiro de 2013. Um aumento de 19% em 2012 e de 12% em 2013.

Em 2012 a oferta extra era que um bilhete de Metro podia ser usado em toda a rede (que deixou de estar dividida em duas zonas). Em 2013 a oferta extra é o bilhete ser válido durante uma hora para qualquer percurso em que se pode usar Metro ou Carris (autocarros e eléctricos). Para quem faça percursos mistos, obtem uma poupança por viagem que pode chegar aos €0,90 (44%). Em vez de comprar dois bilhetes de €1,25 (um para o Metro e outro para a Carris), passa a poder comprar apenas um bilhete de €1,40.

Nota importante: se usar o Zapping, o bilhete (que passou de €1,15 para €1,25) só pode ser usado numa das redes (Carris ou Metro). Ou seja, uma viagem mista com Zapping pode custar €2,50.

Não perder dinheiro nos impostos

Assembleia da República

Foto por Chris Brown (Flickr, Creative Commons CC-BY)

Uma parte considerável do dinheiro que ganhamos vai parar a impostos (IRS e, no caso de trabalhadores independentes, IVA). No entanto estamos a falar de um tópico que muitas pessoas preferem não preparar e deixar para a última hora. E nessa última hora o que interessa é despachar a declaração dentro do prazo para evitar a multa. Ou quando é depois do prazo, despachar a declaração para evitar que a multa cresça. E nessa pressa de última hora há despesas que não são registadas e, como tal, pagamos mais imposto desnecessariamente.

No entanto há um pequeno hábito familiar que pode poupar tempo e garantir que na altura da declaração está tudo a jeito. Definir um recipiente onde todos os recibos são postos. Ao longo dos anos já vi: caixas de plástico, micas, pastas, sacos e centros de mesa em casquinha com tampa (disfarça perfeitamente em cima da mesa de jantar). Cada vez que há uma despesa de educação, saúde, formação ou relacionada com a actividade profissional, põe-se o recibo lá. Demora apenas uns segundos, e pode facilmente poupar centenas de euros todos os anos, porque na altura de dazer a declaração, as despesas estão todas a jeito.

Notas importantes: deve ser algo simples e rápido. Dossiers que implicam encontrar um furador já é demasiado complicado. Para quem tem filhos, habituem-nos a participar. Será dos hábitos mais rentáveis que eles terão.

 

Poupar dinheiro nos aumentos de transporte

Metro de Lisboa

Foto de Renato Guerreiro (Flickr, Creative Commons CC-BY)

Todos os anos (e em alguns, várias vezes ao ano), os transportes públicos aumentam. Com a mudança de vários operadores para bilhetes electrónicos recarregáveis, passou a ser possível lidar com os aumentos de transporte como uma conta de poupança a médio-prazo. Esta estratégia de poupança apenas se aplica a despesas de passes e bilhetes que já iriam ser feitas.

A forma de poupar consiste em ir às máquinas e fazer o máximo de recarregamentos possíveis para os próximos meses antes do aumento dos preços. Como exemplo, para os utilizadores do Metro de Lisboa com o passe ML30, o retorno em 2012 será de mais de 21%. Boa poupança.

Fonte: http://www.ionline.pt/portugal/preco-dos-transportes-aumenta-5-passe-unico-lisboa-custara-35-euros