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Reconhecer caras

Fixe esta cara

Fixe esta cara

Sou muito mau a reconhecer caras. É algumas vezes confrangedor não reconhecer alguém que já conhecia. Peço desculpa, mas é sem querer.

Esta percepção clara ficou confirmada quando fiz um teste online, que permite averiguar até que ponto se consegue reconhecer pessoas. O teste demora cerca de 5 minutos e é interessante. O meu resultado foi uma nulidade, mas já observei outras pessoas a fazer o teste, todas com resultado melhor que eu. Se a sua pontuação for superior a 10, pode fazer parte de uma pequena percentagem de pessoas que têm características de reconhecimento especiais. Nesse caso, poderá fazer um teste mais complexo, mas que poderá demorar cerca de 45 minutos.

Entretanto, como pequeno teaser, quem dos seis indivíduos abaixo corresponde à imagem da pessoa do topo do artigo?

Quem é

Qual o indivíduo com a mesma cara do topo do artigo?

Grana Padano: a diferença do preço

Aqui há uns tempos chegámos à conclusão que andavam a vender Grana Padano ralado por muito mais por ralar. O preço por quilo que apresentámos era como se segue:

  • Ralado = €19,90; e
  • Por ralar = €14,45.

A amiga Sueli foi até ao post deixar uma explicação, mas a dúvida de qual seria a razão da diferença de preço manteve-se:

Eles estão considerando o valor da mão de obra e da maquinaria para ralar o queijo. :)
Sem entrar na questão da razão do fabricante para um preço cerca de 38% mais alto devemos analisar se ao custo da mão de obra – que é alto naquela região italiana está sendo atribuído um preço justo e justifica tal acréscimo. O queijo ralado tem como qualquer produto que se aumenta a superfície de contacto uma probabilidade maior de se deteriorar mais rápido. Também está embutido com certeza, um preço para a “preguiça” do consumidor em ralar o queijo na hora – o preço da mão de obra deste, mas você está correto para mim – há mais uso e maior durabilidade do queijo quando se compra um pedaço de queijo.

As fotos ficam aqui para ver se alguém nos tira a dúvida sobre a formação deste preço. Podem clicar nas imagens para ver o tamanho original.

Preço igual, volume diferente… reduflação!

Os truques envolvendo a formação de preços estão por todo o lado. Ontem referíamo-nos ao Grana Padano. Temos referido muitos exemplos semelhantes aqui no Poupar Melhor, e não é por masoquismo. É simplesmente para estarmos mais atentos!

O exemplo abaixo é outro. Parece que há uma repetição de preços. Na verdade a marca e o produto são idênticos, mas o volume é que é diferente. São apenas menos 40 ml, dirão, mas é mais um exemplo de reduflação! Mas o suficiente para o preço por litro ser 2.57 € superior no caso do produto de menor volume…

[Nota: O Luis nos comentários abaixo chama-nos a atenção para o facto de que um é champô e outro condicionador… Dá para perceber que quanto mais olhamos, mais embriagados parecemos!]

eeee

Preço igual, volume diferente…

Previsões meteorológicas para o Verão

Temos dado no passado bastante atenção às previsões meteorológicas. Hoje em dia, as previsões do tempo, incluindo temperatura, precipitação, vento, e outras variáveis, são bastante fiáveis a vários dias, com previsões mesmo hora a hora. Embora nunca o tenha destacado num artigo individual, já várias vezes referi que utilizo este site do IST para fazer previsões para a minha rua…

Fazer previsões de médio/longo prazo, é bem mais complicado. Quer dizer, fazer, fazem… Acertarem é outra questão!

No outro dia resolvi investigar o que haverá destas previsões na Internet. Procurei primeiro previsões que tenham sido feitas há vários meses, para agora. Gostei muito das previsões da Accuweather para a Primavera, pois como podem ver descrevem o que se tem estado a passar em Portugal relativamente bem:

Previsão para esta Primavera feita em

Previsão para esta Primavera feita em finais de Fevereiro

Segundo eles, a previsão para o Verão é de alguma chuva “benéfica”. Será que a deste fim de semana já conta???

Previsão para o

Previsão para o Verão feita em meados de Maio

Outra previsão para a Europa, embora com um enfoque no Reino Unido, é a da Weather Network. A previsão deles para a Primavera foi um bocado ambígua, no caso de Portugal. Para o Verão, parece que não vai aquecer nem arrefecer…

Previsão da Weather Network

Previsão da Weather Network

Previsões de longo prazo são também efectuados pelo Met Office inglês. Estive a olhar para elas, e para além de serem particularmente complexas de interpretar, não me parece que tenham conseguido apanhar muito bem a realidade dos últimos meses. A Organização Meteorológica Mundial enumera nesta página mais algumas instituições que fazem previsões de longo prazo. O nosso IPMA aparentemente faz umas médias de várias das instituições aí referenciadas, mas não está disponível o que foi dito no passado, para poder avaliar do acerto. O mais habitual é dizerem que não há sinal estatisticamente significativo…

Em qualquer caso, as dúvidas são muitas. Vou começar a seguir estas previsões, para verificar se há alguma que realmente se destaque? No caso dos leitores conhecerem mais algumas destas previsões, deixem nos comentários, para podermos comparar ainda mais.

Bicicletas partilhadas em Lisboa?

Uma bicing partilhável

Uma bicicleta partilhável (imagem retirada daqui)

A notícia que li no outro dia de que “Lisboa vai ter rede de 1.200 bicicletas partilhadas” deixou-me absolutamente perplexo! A primeiríssima ideia que me veio à cabeça é a do viaduto pedo-ciclável da segunda circular, onde passo regularmente, e no qual não vi até hoje um único ciclista! Será talvez uma forma de dinamizar tal infraestrutura, criando por exemplo um parque de bicicletas partilhadas mesmo ao lado?

Para o cidadão comum, parecerá uma boa ideia. O problema é o “custo das boas intenções”… Na verdade, abundam os exemplos pelo Mundo onde esta ideia já provou ser asneira da grande. Vou pegar em apenas dois exemplos mais conhecidos, o de Barcelona e Aveiro. Pessoalmente conheço melhor outra aberração, a de Vilamoura, onde nunca consegui encontrar uma bicicleta, apesar de ter pago para isso…

Como se pode ver neste artigo do Wikipedia, são já muitas as centenas de cidades que têm um sistema destes. Uma boa referência é esta página no Google Maps. Todavia, como se lê no artigo principal do Wikipedia sobre os sistemas de bicicletas partilhadas, até à data, nenhum destes programas tem conseguido de forma consistente operar com base em fundos próprios. Sejam geridos por entidades públicas, ou mesmo privadas em regime de PPP. Como consequência, são as entidades públicas e os contribuintes que pagam a conta…

De todos os exemplos Mundiais, o de Barcelona aqui ao lado é um excelente exemplo. Sobretudo pela orografia da cidade, não muito diferente de Lisboa. O sistema chama-se o El Bicing, custa uma taxa fixa de 47.16€ anuais, e pode-se utilizar gratuitamente uma bicicleta durante 30 minutos de cada vez. Até duas horas, cobram-se 0.74€ por cada fracção de 30 minutos, e se não se entregar a bicicleta após duas horas, paga-se uma penalização de 4.49€ por cada hora em atraso. Passadas 24 horas de não entrega, há outra penalização de 150€. A utilização pretendida portanto é de pequenas deslocaações dentro de Barcelona…

O problema logo à partida é o da falta de civismo para com algo que não é privado. Em 2009, o custo por vandalismo, roubo e genericamente falta de civismo custou a módica quantia de 3.56 milhões de euros. Mais de metade das bicicletas foram roubadas nesse ano. A leitura do artigo dos 3.56 milhões dá um manacial de informação sobre os roubos de bicicletas, as viagens fraudulentas, e os custos associados, directos e indirectos, nomeadamente o de uma fiscalização da polícia associada à procura daqueles que viajavam sem título…

Estudos de consultores de mobilidade dão-nos uma imagem mais completa dos custos. O investimento inicial terá sido de 15.9 milhões de euros (os políticos apenas referem 10 milhões), utilizados na montagem das 400 estações e restante infraestrutura, e na compra de 6000 bioicletas e nas furgonetas para recolocar as bicicletas. A isto somam-se cerca de 5 milhões de euros por ano para cerca de 250 funcionários, e cerca de 10 milhões de euros para exploração do sistema. Somando-se a amortização anual do investimento inicial, chega-se a um custo anualizado de cerca de 18 milhões de euros.

Uma forma de olhar para os custos anteriores, e ainda segundo o link do parágrafo anterior, é ver qual a parte de receitas. Como os utilizadores não pagavam em 2009 sequer 5 milhões de euros, os contribuintes tinham que entrar com os mais de 13 milhões restantes. Na verdade, parte deste valor vinha das taxas de estacionamento, mas na verdade vai dar exactamente ao mesmo… Como se fizeram cerca de 11.2 milhões de viagens anuais, o custo suportado pelos contribuintes por cada uma dessas viagens de 30 minutos foi de cerca de 1.20 euros.

Um problema que ficou evidente desde o início, e que obviamente não surpreende, é que as pessoas não gostam de pedalar uma subida. Por isso, desde o início que se verificou que as bicicletas desapareciam das zonas altas de Barcelona, e depois se concentravam na zona baixa da cidade. E quando se encontravam, a verdade é que a notícia dizia que eram tipicamente bicicletas avariadas. Nas zonas da noite e junto à praia, o mais provável era mesmo não encontrar onde estacionar, e logo pagar a multa descrita acima. Para depois voltarem, não utilizavam as bicicletas…

Uma breve pesquisa online revela dados confrangedores! 40% dos utilizadores deixam de utilizar o serviço. A segregação dos turistas. Ou o problema da utilização na área metropolitana. Num estudo completo, até o pequeno comércio não se enamora da ideia. E quando houver um evento com muita gente, pede-se então que não se vá de bicicleta???

Mas, dirão os leitores que conseguiram chegar a esta frase, não há vantagens ambientais, de sustenatabilidade, ou outras que justifiquem esta solução? A parte que mais me surpreendeu é que nem sequer os ambientalistas concordam com isto! Neste artigo sui-generis, um blogger adepto das bicicletas refere que por cada descida de bicicleta, há um regresso de metro (a pessoa) e uma viagem de furgoneta (a bicicleta). Num artigo mais caústico, refere-se que esta solução só coloca dinheiro público na mão de pessoas e empresas privadas, dinheiro esse que poderia ser utilizado de forma muito mais proveitoso para facilitar uma movimentação realmente mais sustentável. E referem que o sistema não tirou automóveis de Barcelona, mas sim utilizadores dos transportes públicos, que encontraram nesta solução uma forma muito mais barata de se deslocarem! O resto do artigo é absolutamente brilhante a desmontar a suposta sustentabilidade do Bicing. Citando ainda especialistas de transporte público, “num Mundo de recursos limitados e de necessidades sociais tão grandes, não se entende a prioritização em gastos municipais em bicicletas”.

Poder-se-ía continuar a falar de Barcelona praticamente sem fim, mas em Portugal temos o exemplo antigo das BUGAs em Aveiro. Em Aveiro, uma cidade plana, uma bicicleta faz mais sentido. O sistema começou a operar em 2000 e logo se deparou com montes de problemas, como se depreende do estudo referenciado atrás. Entretanto, a fama perdeu-se, procura-se um novo modelo de gestão, coisa que obviamente não existe, embora os políticos acreditem sempre

Enfim, o caso de Lisboa será igualmente um caso perdido! Vender-se-á a sustentabilidade, os políticos darão dinheiro às empresas interessadas num bom negócio, aparecerão para fazer as inaugurações, e depois, como de costume, nós todos que paguemos as contas…

Preparar para o inevitável

Aqui no Poupar Melhor gostamos de gráficos e dados. Também gostamos de saber tudo sobre o que são as nossas coisas e desta vez encontrámos um gráfico sobre a relação das redes sociais com o inevitável: a morte.

Enquanto a maior parte das empresas que temos hoje na internet não mantém os acordos após a morte do utilizador, outras há que nem permitem que este passe para os seus futuros herdeiros os direitos de uso que ele adquiriu sobre os bens digitais. A história de como Bruce Willis lutou contra a Apple foi talvez a mais noticiada porque já sabemos que se um ator famoso tossir, há um repórter lá para relatar. O ator queria deixar a sua vasta biblioteca de iTunes aos seus herdeiros.

Enquanto tudo isto pode não parecer importante de momento, alguns de nós já percorremos o caminho da meia idade. Perguntas como “O que será dos meus filhos quando tudo isto acabar” podem já ter-nos ocupado parte do tempo.

A questão se queremos que o nosso património digital perdure para além da nossa vida já se pode ter colocado. Coisas como este site ou a nossa presença nas redes sociais é algo que queremos deixar aos nossos filhos ou que queremos que seja eliminado após a nossa morte? Podemos querer alguma coisa após a nossa morte?

Na prática não parecem existir muitas opções para quem se preocupe com o que se passe após a sua morte. Passa tudo por optar em confiar em alguém a nossa vontade e dar-lhe os meios para a cumprir ou pura e simplesmente burrifarmos-nos para isto tudo:

  1. Na primeira opção, vamos chamar-lhe a opção “salvar-me da poeira do esquecimento” há muito para dizer. As ramificações são bastantes. Num cenário que se opte pelo controlo total, o ideal poder confiar as credenciais de acesso, login e password, a alguém com instruções específicas do que há a fazer. Já há serviços para este tipo de coisas, mas não há nada nos end user license agreements que obrigue as empresas a manter a nossa informação disponível após a nossa morte.
  2. Na segunda opção, vamos chamar-lhe a opção “que se lixe”, não há grande coisa a fazer, por isso também não vale a pena escrever muito sobre o tema. Quem ficar cá que se desenrasque e limpe os cookies, limpe o histórico do meu browser e avise as redes sociais que eu morri.

Com qualquer uma destas opções, o mais provável é que acabemos por existir para todo sempre como uma sombra, um amigo desaparecido mas sempre presente no perfil de todos aqueles com que nos relacionámos. Um fantasma das redes sociais que não faz likes, nem interage. Brrr…

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