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O que aconteceu ao diretório de links do Sapo

Sapo a 8 de outubro de 1997

Sapo a 8 de outubro de 1997

O Sapo era o Servidor de Apontadores Português. Servia de porta de entrada na Internet para grande parte dos portugueses que em 1997, data da imagem que fui buscar ao Web Archive. Tinha um motor de pesquisa, que não era o que é hoje o Google, e um diretório de links cuidado e para o qual tínhamos de cumprir requisitos mínimos para entrar.

Hoje já não há o diretório do Sapo, como não outros tantos recursos que tínhamos portugalizados. Passamos a ter apenas aquilo que nos é oferecido do estrangeiro. Isto parece-me um bom princípio quando se trata de Internet, desde que não impeçam o registo dos links referentes ao que se vai fazendo neste retângulo à beira mar plantado.

Se ficámos a perder, não sei. Só perdemos aquilo que sentimos falta, e não consegui encontrar um registo de queixume que fosse sobre este desaparecimento. A realidade é que hoje em dia nos habituámos a perguntar tudo aos motores de busca. Se um dia estes serviços passarem a ser pagos ou desaparecerem, vamos procurar a informação a onde?

 

Detalhes de rotundas

No artigo sobre Cruzamentos vs. Rotundas referi que ia investigar um pouco mais o assunto. Há realmente muita investigação na temática das rotundas, sendo que referirei aqui um documento (duas versões) que encontrei.

O Departamento de Transportes dos Estados Unidos publicou um documento muito completo sobre rotundas. Refira-se que a introdução das rotundas nos Estados Unidos se fez mais tardiamente que na Europa, sendo um documento particularmente informativo. Uma versão mais recente do documento está disponível neste link.

Um dos gráficos que mais me chamou a atenção, neste caso na primeira versão, foi a influência que uma maior percentagem de viragens à esquerda tem na capacidade da rotunda. Quanto mais viragens houver à esquerda, menor é a eficiência:

impacto do tráfego que vira à esquerda

impacto do tráfego que vira à esquerda

No documento mais recente verificamos quais as capacidades de tráfego diário de um cruzamento (azul) e de uma rotunda (vermelho). Note-se que as duas curvas se aproximam quando existe apenas 10% de tráfego a entrar na via secundária. Por isso, em situações em que o tráfego da via principal domina claramente o das vias secundárias, a existência de rotundas não traz qualquer benefício significativo em termos de trânsito.

tráfego vs. rotunda

tráfego vs. rotunda

Os perigos da compostagem

Legionella

Legionella

A semana passada, quando investigava alguma informação sobre os sacos para o lixo, tropecei numa associação entre a legionella e a compostagem. Era algo que provavelmente já teria lido no passado, mas que só passamos a dar importância após o surto de Vila Franca de Xira, que causou pelo menos 12 mortes.

O artigo que me chamou a atenção foi este do Daily Mail. O artigo referencia cinco jardineiros infectados com a Legionella, associada a sacos de composto, no final do Verão de 2013. Refere igualmente que investigadores da Universida de Strathclyde teriam descoberto a bactéria em 14 de 22 marcas comerciais de composto, dos quais 4 correspondiam a uma das espécias de Legionella mais mortais, a Legionella longbeachae.

Embora a Legionella possa ser encontrada facilmente na natureza, a forma como o compostagem é realizada torna o meio altamente adequado para o desenvolvimento da bactéria. No artigo da Legionella longbeachae refere-se mesmo a que ela se encontra sobretudo em cenários de compostagem.

Mas quando fiquei verdadeiramente preocupado, foi quando li este artigo sobre os perigos da compostagem. E não é só sobre a legionella! Da leitura do artigo pressente-se que muitos doentes e mortos nem sequer chegam a saber o que lhes aconteceu. De outras leituras, sobre experiências de quem a apanhou, e da forma como parece que o problema se está a intensificar, é de se ficar preocupado! Da minha parte, acabou-se qualquer tentativa futura de pensar em compostagem!!! O lixinho vai directo para os caixotes de lixo, de prefência em sacos de plástico bem confinados… A minha saúde primeiro!

Afinal, segundo a aplicação dos CTT, não tenho dividas na Via Livre

Aplicação iOS para controlar as portagens

Aplicação iOS para controlar as portagens

Depois da tourada das últimas semanas com a Via Livre e Via Verde nas portagens da Via do Infante, decidi fazer umas verificações.

Ainda não tenho resposta por email da Via Livre ou da  Via Verde ao email que partilhei convosco, mas a Via Verde acabou por me enviar um SMS a indicar-me que irão endereçar a reclamação depois de enviar mais uns emails, agora com o conhecimento de alguns endereços de email da Estradas de Portugal que encontrei espalhados ali pela Internet.

Estive a cruzar a informação que vinha na notificação com os registos de passagem na Via Verde e concluí uma coisa espantosa: os pórticos da Via do Infante, os tais que não tinham lido o identificador do meu veículo, tinham lido todas as outras passagens, menos as passagens entre Portimão e Loulé. Se os pórticos não leram nas restantes passagens, pelo menos o valor foi-me cobrado no extrato da Via Verde.

Extrato Via Verde

Extrato Via Verde

Instalei também a aplicação dos CTT que nos permite verificar os valores a pagamento para portagens das ex-Scut, inserir a matrícula da viatura em causa, o resultado é a aplicação informar-me que não tenho dívidas. Lembrem-se que quando passam um pórtico da Via Livre, em caso de falha de identificação do dispositivo eletrónico, o pórtico não apresenta qualquer sinal sonoro ou mensagem luminosa a indicar-nos desse evento.

A minha questão continua assim por resolver, mas tenho agora uma nova: Se não tenho dívida e nada foi assinalado nos pórticos da Via Livre, expliquem-me lá, como se eu fosse pequeninho, como raio queria a Via Livre que eu sequer imaginasse que havia uma dívida?

Embalagens em promoção: umas mais criativas que outras

Não é só por cá pelo nosso país à beira mar plantado que temos inventores do marketing a fazer promoções que não batem certo. Do outro lado do Atlântico a Campbell’s soup, famosa pela sua utilização nas serigrafias de Andy Warhol, tem uma promoção com 30% e 40% de conteúdo na lata, mas que a lata é do mesmo tamanho.

Se repararem nas embalagens, estas contém o mesmo peso. O rótulo indica que é concentrada, mas pergunto-me como é que se concentra algo que fica com o mesmo tamanho? Ou por outra, como é que se coloca mais produto concentrado numa embalagem que fica com o mesmo peso?

Fila Única no Continente

Imagem retirada daqui

Fila Única no COntinente (imagem retirada daqui)

Os hipermercados Continente têm nos últimos meses implementado o conceito de “Fila Única” nas caixas. Passados estes meses todos, esperava que os problemas que criou estivessem resolvidos, ou que então abandonassem a ideia. Nem uma nem outra aconteceu…

Quando vi esta ideia pela primeira vez, nem queria acreditar na trapalhada! Mas fiz logo ali um desafio a mim mesmo: testar a fila. O teste é muito simples: fixar a pessoa que entra a seguir no fim da fila única, e ir para outra caixa normal, ou vice-versa, e depois controlar essa pessoa e verificar se compensa ir para a fila única ou não?

Com excepção de uma única vez, provei sempre que a fila única é mais lenta! Se vou por uma caixa normal, a pessoa que estaria no meu lugar na fila única, tipicamente está a colocar objetos no tapete da caixa quando já estou a sair do hiper. Se vou pela fila única, a pessoa da caixa normal que estava na posição onde eu estaria, está sempre cá fora primeiro! A exceção ocorreu uma vez em que tive mesmo que ir para a fila única, porque as restantes caixas da zona da alimentação estavam fechadas e tive que esperar na maldita fila, sem nada poder controlar… Para minha grande surpresa, quando saí da caixa da fila única, e percorri o restante corredor das caixas junto à entrada, deparei-me com duas caixas abertas, sem ninguém!

O conceito em si não me repugna. O problema é que se forçou esta estratégia sem adaptar o espaço. Há a fila única, e depois há dois espaços, um para nos degladiarmos no acesso às caixas e outro para circular entre as filas dos produtos do hipermercado. E o que assisto em períodos de menor frequência (nunca vou ao hiper nos períodos de maior congestionamento) já é de bradar aos céus, quanto mais nos períodos de maior confusão (relatos na Internet dizem como é).

Depois, a chamada a cada caixa acontece de forma muito ineficiente. Tipicamente, quando o cliente que lá está já está na fase do pagamento. Quando somos chamados, é o stress total, para descarregar o carrinho, ouvir a pessoa da caixa a suplicar pelos cartões, e a tentarmos desviar o carrinho para que outros consigam passar por nós, com destino a outra caixa.

E a ineficiência está aqui: não só a pessoa da caixa não está a fazer nada, como o Continente não está a facturar. E nós a desesperar, descarregando o carrinho! Nem para olhar para as chiclets dá… Nas caixas normais, ainda espreitaria as revistas ou estaria já a ajudar a embalar as compras e a metê-las no carrinho, mas não, continuo a descarregar o carrinho…

Nas experiências que tenho feito, e enquanto controlo a pessoa que me substitui na outra fila, tenho perguntado sempre a mesma pergunta à pessoa da caixa: “quando acaba isto da fila única?”. A resposta é sempre a mesma, a revelar um brainwashing incrível: que a fila única é o máximo! Quando lhes conto as experiências, e lhes mostro onde pára a pessoa no meu lugar, na outra fila, ficam de repente mudas. Não dizem mais nada até ao fim… Revelador…

É claro que o Continente deve ter uma perceção muito clara dos resultados. Bastará consultar as vendas por caixa. Mas nunco o irão revelar. E dificilmente também reverterão rapidamente o erro, até porque se acabarem com a fila única, toda a gente perceberá o que é evidente. A estratégia deve estar a passar por optimizar a fila única, mas parece que cada vez está pior! Até porque há outros casos conhecidos de confusões com filas únicas. O que leva à questão se não haverá outras razões para isto da fila única? Porque como vimos no caso das bagagens dos aeroportos, pode haver outros objectivos escondidos… Os hipermercados são conhecidos por utilizar estratégias de compras muito conhecidas, e uma manobra simples como esta pode obrigar os clientes a passar por determinadas zonas, como na excepção que referi acima, só para dar um exemplo. Ou pode ser apenas uma simples estratégia para reduzir os trabalhadores nas caixas…