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Poupança em papel higiénico

Depois da descoberta de que a maioria das pessoas preferem que o papel higiénico seja dispensado “por cima”, tal como preferimos cá em casa, e de ter encontrado uma referência a que esse era o processo mais económico, fui confirmar se era mesmo assim!

Encontrei muitas referências a artigos que já não existem na Internet, e mesmo algumas referências a apontamentos em livros e sites, mas sem uma base científica clara…

O melhor artigo que encontrei até agora reside no site Current Configuration. No artigo eles explicam porque o consumo de papel higiénico tende a ser maior quando é dispensado “por baixo”. Tudo se resume à perspectiva de quem utiliza o papel higiénico, como se pode ver na imagem abaixo:

perspectiva de corte de papel higiénico

perspectiva de corte de papel higiénico

O resultado, que na perspectiva do artigo, é o de rasgar o papel higénico com apenas uma mão, é o seguinte:

resultado do rasgo de papel higiénico

resultado do rasgo de papel higiénico

Ainda assim, não fico totalmente convencido. Eu rasgo o papel higiénico com as duas mãos, por exemplo. Fico com ideia que a altura também pode ter impacto no resultado. As centenas de comentários do artigo também dão que pensar…

Orientação de papel higiénico

Já muitas vezes me havia questionado sobre se a orientação do papel higiénico que usava era a melhor, a mais consensual, ou nada disso? Resolvi fazer alguma investigação sobre a questão, mas passados poucos minutos deparei-me com um artigo absolutamente completo sobre a temática no Wikipedia.

A questão que se coloca é se a melhor orientação é “por cima” ou “por baixo”:

por cima

por cima

por baixo

por baixo

Eu pessoalmente prefiro a opção “por cima”. Algumas das ideias por trás desta preferência são:

  • Mais fácil o acesso, pois percebe-se imediatamente onde está a ponta solta
  • Não é necessário pois procurar a ponta solta do lado da parede, normalmente através de “apalpanço”.
  • Fica-me a impressão que gasto menos papel higiénico quando está “por cima”.

A leitura do artigo do Wikipedia dá algumas ideias sobre factores de preferência pelo opção “por baixo”:

  • Aspecto mais arrumado, dada que a ponta solta está mais escondida.
  • Menores possibilidade de uma criança ou animal doméstico puxar pelo papel

O artigo enumera ainda muitas mais vantagens de uma ou outra orientação, como o ideal para hoteis, a melhor forma de transmitir o logotipo do papel, etc. etc. Dá ideia que há uma ciência dedicada à orientação do papel higiénico!

E, depois há as estatísticas. De uma forma geral, cerca de dois terços das pessoas preferem a opção “por cima”. Metade das pessoas tendem a reparar na orientação do papel higiénico, e cerca de 20% muda mesmo a sua orientação, se não for a sua preferida. 20% das pessoas fica mesmo chateada se estiver na orientação que não a sua preferida!

O mais estranho é que me identifico com estas percentagens… E, o leitor?

Círculos para gatos?

Ontem apanhei o que promete ser uma grande sensação na Internet nos próximos tempos: a mania dos círculos que atraem os gatos. Gosto muito destas sensações, porque normalmente apanho muitas contradições nessas histórias. Mas há também belos truques…

A moda começou com um artigo no reddit., com uma sequência interessante de imagens. Alguém percebeu que o seu gato gostava de círculos, e coisas próximas de círculos. Agora toda a gente anda a discutir o que atrai realmente os gatos

Neste caso, não tenho um gato para testar a teoria. Mas talvez um leitor possa testar e fazer a experiência… Entretanto, estou certo que aparecerão muitas teorias! Mas, se funcionar (ou não…), testemunhem nos comentários. Se funcionar, aproveitem para impressionar, e poupar no treino do animal:

Não é círculo, mas alegamente atrai gatos...

Não é círculo, mas alegamente atrai e fixa gatos…

Como não limpar o disco no Apple OSX

Disk App - Clean & Create Free Space on your Drive

Disk App – Clean & Create Free Space on your Drive

Nunca temos demasiadas aplicações para limpar os discos da tralha toda que os programas lá vão deixando. Os discos no Apple OS X são conhecidos por acumularem  pouco, mas tal como outros sistemas operativos, quando o espaço em disco é pouco o sistema operativo perde muito tempo a arrumar a várias partes dos ficheiros. Por esta razão, limpar o disco é uma boa prática.

O The Unofficial Apple Weblog (TUAW) apresentava uma proposta de uma nova forma de limpar o disco por €0,89. Apresentavam-no como uma solução tão boa que decidi ir ler o que dizia sobre o tema:

  • Within a minute I had found an additional 31.34 GB to delete.” – TUAW – Steve Sande
  • Featuring a clean, minimalistic interface that looks like it was created by Apple’s own design team, Disk App is incredibly easy to use. It’s also very powerful.” – AppAdvice – Bryan Wolfe
  • Disk App is just about cleaning up space on your hard drive and it does so as simply as possible.” – LifeHacker – Thorin Klosowski

Tipicamente apoiamos aqui no Poupar Melhor o que é dito no TUAW e no Lifehacker, mas desta vez tenho de questionar. Porquê pagar €0,89 em algo que já temos gratuito como o Disk Inventory X?

Outra questão é a da indicarem constantemente nestes programas o espaço ocupado com os updates que fazemos com o iTunes aos iPhone e iPad, mas já fui à procura desses ficheiros e nada.

O mesmo para os backups dos mesmos equipamentos. O iTunes faz um backup por cada iCoisa. E é isso mesmo: 1 (um). Como em “uma única unidade”. Se têm duas iCoisas na vossa biblioteca de iTunes será isso mesmo que irão encontrar: 2 backups. O meu conselho é que não os apaguem. Darão imenso jeito se o equipamento avariar.

Ficheiros corrompidos

Nos muitos anos que levo trabalhando com computadores, muitos aspectos me têm surpreendido pela negativa. Mas o choque que se apoderou de mim nas últimas semanas é um dos maiores de sempre…

Recentemente, ao copiar uns ficheiros muito grandes para uma PEN, descobri que a cópia dos vários GB não era igual ao original! Foi tipo um excesso de zelo, mas o cálculo de hashs revelou que o ficheiro na PEN tinha uma hash diferente da do disco! As hashs são uma coisa complexa, uma espécie de prova dos nove muito avançada, mas simples de usar, e podem ler mais sobre elas neste link do Wikipedia.

A minha primeira reacção foi a hipótese de estar contaminado por um vírus, ou até uma coisa pior, tipo Stuxnet. Coisas muito feias, para quem perceba, ou não, de tecnologias. Rapidamente fui ver quais as diferenças entre os dois ficheiros, e fiquei surpreendido por ver que no ficheiro da PEN, estava um pedaço dum PDF, no meio de um ficheiro totalmente binário. Fiquei um pouco mais descansado, até porque a bateria de anti-vírus, e outros softwares de detecção, não deram indicações de contaminação. Mas, obviamente, continuava muito preocupado!

Uma pesquisa na Internet evidenciou-me que não estava sozinho! Neste longo thread pode-se ver relatos de pessoas com exactamente o mesmo problema que eu! Resumidamente, o problema parece estar relacionado com quem utiliza Windows 7 64 bits e PENs em NTFS. Algo mais contribui para isto, porque outras pessoas não experimentam o mesmo problema…

Nos últimos dias tenho feito testes exaustivos a este problema. Algumas pessoas apontam para a mudança das políticas relativas à PEN (Control Panel->Device Manager->Disk Drives), passando de “Quick removal” para “Better Performance”. No meu caso não resultou. A única coisa que parece ter resultado foi deixar de utilizar NTFS, para passar a utilizar FAT32, mas isso impede-me de utilizar ficheiros maiores que 4 GB, o que para mim é uma necessidade bastante significativa.

Para fazer esses testes, copiei muitas centenas de GB para uma PEN. Com NTFS, cerca de metade das cópias saem com um ou outro problema! Com FAT32 não consigo replicar o problema!

Este problema é muito significativo, pois não poder contar com as cópias dos nossos ficheiros é demais! Eu sou particularmente afectado, porque trabalho quase unicamente em ambientes virtuais, que exigem ficheiros de dimensões muito significativas. Estou em processo de ver outras implicações, nomeadamente a nível de backups… Que irei continuar a relatar por aqui.

Por isso, não dêem nada por garantido! Não posso garantir que o problema seja do Windows 7, mas que a Microsoft não fica bem no filme, não fica! Seja por questões profissionais, seja simplesmente em termos particulares (eg. videos e fotos), já pensaram no que é haver alguma coisa que vai corrompendo silenciosamente a V/ informação???

Desperdício no pára-arranca?

Local de desperdício

Local de desperdício

Ontem correu nos Media uma notícia que dava conta de cinco milhões de euros por dia queimados no trânsito. Obviamente, chamou-me logo a atenção, porque está muito relacionado com o tema da poupança, ou melhor, do desperdício, não só de combustível, como também de tempo, como evidenciamos neste artigo.

A afirmação que foi feita aparentemente não foi bem essa, e aqui é que começam as dúvidas! António Costa e Silva, diretor-geral da Partex, aparentemente terá referido que “Portugal podia gastar menos dois mil milhões de euros a comprar petróleo, todos os anos“, só por via do desperdício nas filas de trânsito.  A diferença entre o valor diário e anual não é pequena, até porque filas aos fins de semana não é coisa muito comum, e afinal são 2/7 dos dias do ano!

O problema torna-se ainda mais caricato quando se olha para os dados da DGEG. O ano passado, o Saldo Importador de produtos energéticos foi de 6.23 mil milhões de euros,  pelo que supostamente então o pára-arranca nas filas de trânsito já representa 32% do consumo total da fatura energética do País???

Mas, sabendo-se que os produtos energéticos não são apenas produtos petrolíferos, é preciso continuar a escavar para ver quanto é que realmente representa o pára-arranca. No documento da DGEG sobre a Fatura Energética Portuguesa, na página 6, confirmamos o valor de saldo de 6232 milhões de euros. O detalhe desses valores está na tabela da página 7, do mesmo documento. Se excluirmos a energia eléctrica, a hulha, carvão, biomassa e gás natural, temos então as seguintes contas:

  • Importação de Ramas e Refinados: 9492 M€
  • Exportação de Refinados: 4882 M€

Ou seja, não temos que comparar com 6232 milhões de euros, mas sim com (9492-4882)=4610 milhões de euros. De repente, o pára-arranca passa a representar 43% do Saldo Importador de ramas e refinados…

Mas, todos têm a ideia que o petróleo que se importa não vai todo para gasolina e gasóleo rodoviário. Olhando para o mesmo documento da DGEG, na página 13, percebe-se isso imediatamente!

Mas, escavando ainda um pouco mais, nas Estatísticas Rápidas da DGEG, relativas a Dezembro passado, percebe-se na página 5, relativa aos combustíveis rodoviários, que o consumo em todo o ano de 2013 terá sido o seguinte:

  • GPL Auto: 30 kt
  • Gasolina IO98: 78 kt
  • Gasolina IO95: 1015 kt
  • Gasóleo: 4088 kt

No mesmo documento, na página 10, temos a estrutura de preços, sem taxas, para três dos tipos de combustível (repliquei o custo do que falta – Gasolina IO98 – a partir da Gasolina IO95):

  • GPL Auto: 0.544 €/litro
  • Gasolina IO98: 0.696 €/litro
  • Gasolina IO95: 0.696 €/litro
  • Gasóleo: 0.759 €/litro

Note-se que estes preços sem taxas incluem já muitos custos depois do custo da matéria prima, o petróleo, nomeadamente os custos de refinação, transporte e margem comercial. Neste documento da ADC estima-se no ponto 132 que entre 2008 e 2011, a logística e o retalho representam 13 cêntimos por litro, quer na gasolina, quer no gasóleo. Não é crível que esse valor tenha baixado significativamente. Adicionalmente, há o valor incorporado pelas refinarias portuguesas, mas isso ainda é mais complicado calcular…

Utilizando as tabelas de densidades,

tenho assim que deixar de fora o GPL Auto, para o qual não arranjei valores.

Finalmente, temos um custo por combustível, para o total de 2013, dado pela fórmula

  • Σ (Consumo x 1000000 / densidade ) x ( PreçoSemTaxas – ValorLogísticaRetalho)

inferior a 3900 milhões de euros.

Nestas circunstâncias, os 2000 milhões de euros citados como custo do pára/arranca parecem-me claramente excessivos. Dizer que o pára/arranca permitira poupar mais de metade das importações de produtos petrolíferos associados aos combustíveis rodoviários, parece-me claramente excessivo… É que isto das previsões vs realidade tem muito que se diga!

Ainda assim, fica o desafio para os leitores: se notarem alguma falha no raciocínio acima, não deixem de o expressar nos comentários.