O acesso aos dados do INIR, que já utilizamos em artigos anteriores, permitiram-me ter uma ideia concreta do tráfego nas autoestradas portuguesas. Já sabia que era mau, mas não tão mau! A célebre crónica de Miguel Sousa Tavares, que enunciamos neste artigo, aplica-se afinal a tantas outras autoestradas deste País!
Para a realização deste artigo, serviu-me este artigo de inspiração. O valor de 10000 passagens para o Tráfego Médio Diário (TMD) é referenciado noutros foruns da Internet, mas não consegui encontrar a fonte desse número. De qualquer forma, caso se considerasse esse valor, muitas das autoestradas Portuguesas não teriam uma necessidade de existir! Como podem ver na imagem abaixo, onde os troços das autoestradas com TMD maior que 10000 estão marcados a vermelho, muitas das autoestradas estão hoje às moscas:
Para a elaboração do mapa acima, foram considerados os dados de TMD desde Julho/2011 até Junho/2013. Todavia, alguns pequenos ajustes foram efectuados, que a seguir se enumeram:
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O troço final da CREL, em Alverca, tem nos dois últimos anos um TMD<10000, mas tal deriva do tráfego que é escoado pela A10
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O troço Sacotes-Telhal da A16 também não atinge um TMD de 10000, mas não faria muito sentido não fechar a A16
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Os troços iniciais da A23 não regista dados, mas dado que o troço “Abrantes Este–Mouriscas” tem um TMD>10000, todos os restantes troços até à A1 foram considerados
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Alguns troços da A25 têm TMD ligeiramente inferior a 10000, mas presume-se uma enorme fuga pelo ex-IP5 nesses troços. Como os troços de acesso à Guarda cumprem o limite do TMD, foram todos considerados.
Enfim, em Portugal há claramente excesso de autoestradas, e ausência de boas estradas secundárias. Como se pode facilmente constatar na nossa página das Estradas Rápidas. Se perguntassem às pessoas das zonas servidas por autoestradas com portagens, se não prefeririam poupar nas portagens, e ter um bom IP, qual não seria a resposta?