You are currently browsing the archives for the Dúvidas category


Iogurtes em promoção

Há uns dias, havia notado uma promoção de Iogurtes Gregos da Danone, no Continente. Um pack com quatro iogurtes, com um desconto de 50% em cartão, pelo que paga 2.59 € e fica com 1.30 € em cartão. Um preço de 5.18 €/Kg. Um desconto de 33%, conforme referimos neste artigo. E esqueça os dois packs da imagem, porque pelo preço, só leva um deles:

Promoção Danone no Continente

Promoção Danone no Continente

Dias depois, vi uma promoção semelhante, dos mesmos iogurtes, no Pingo Doce e Lidl.

Promoção Danone no Pingo Doce

Promoção Danone no Pingo Doce

No Pingo Doce, leva as duas embalagens da imagem, de quatro iogurtes cada, pelo preço de uma. Paga o mesmo que no Continente, leva o dobro dos iogurtes, mas fica sem 1.30 € para gastar no futuro. No Lidl, compra os mesmos quatro iogurtes, metade daqueles que estão na imagem, por 1.29 €:

Promoção Danone no Lidl

Promoção Danone no Lidl

Neste último exemplo, o preço por Kg é cerca de metade do Continente. Dizem que cada iogurte custa 0.33 €, o que quer dizer que quatro deviam custar 4 x 0.33 = 1.32 €. Mas o preço original é o mesmo, 2.59 €, mas como o preço por quilo é de 2.58 €, fico sem saber se é uma diferença de gramas ou de cêntimos…

Ora vejam lá se não é para ficar confuso… O que é que vocês compravam?

Via Verde pode tornar-se num beneficio nulo

Identificadores da Via Verde

Identificadores da Via Verde

Sou utilizador satisfeito da Via Verde. Nunca fiz as contas, mas, já que tenho de pagar, pessoalmente prefiro pagar algo extra pela comodidade de atravessar as portagens sem parar.

Já não é a primeira vez que tenho de me dirigir a uma loja da Via Verde porque a caixa deixa de conversar com o recetor na portagem, mas tem sido sempre por causa da pilha. Desta vez foi a caixa que uso na mota.

Há já alguns dias que o pórtico apita por todos os lados. Das vezes anteriores, quando apitava, no dia seguinte mudava de pórtico e já funcionava, mas desta vez foi diferente.

Já deve fazer uma semana que seja qual for o pórtico que passe, apita por todos os lados, mas tenho outras coisas para fazer e como a caixa tem um ano e meio, nunca me passou pela cabeça que fosse da caixa. Fui mandado para pela GNR que me apontou para o senhor da Lusoponte.

Aparentemente era para me fazer um inquérito, mas esteve a conversar com a colega pelo rádio enquanto ela lhe respondia com códigos de resultado de leitura dos pórticos. Os pórticos não estavam satisfeitos. Há que manter os pórticos felizes: “Vai ter de ir a uma loja verificar a Via Verde”. Boa?

Mau… É que “ir a uma loja” implica perder provavelmente todo o tempo que já poupei em passar pelo pórtico. Esta mordomia assim tornar-se nula.

Os identificadores originais ainda os tenho e nunca avariaram. Têm servido para os carros que já tive e foi só mudar os registo, mas para a mota disseram-me que tinha de ter um dos novos.

Como resultado, estive perto de uma hora à espera para ser atendido. Disseram-me que tive azar. Que nem sempre é assim. Infelizmente o aparelho tinha avariado ao fim de 1 ano de uso, mas felizmente avariou dentro da garantia.

Cura para a Sinusite?

entoando...

entoando…

Quem me conhece sabe que tenho uma sinusite crónica de estimação. E isso também é perceptível para quem segue o podcast. Tenho-a há umas duas décadas, pelo menos. Já tentei de tudo, já fui operado, levei injecções, tomei milhentos medicamentos, mezinhas e outras coisas que tal. Experimentei todas as boas práticas, incluindo as compressas, a água do mar, a inalação de vapores, e várias outras. Algumas dão umas melhorias rápidas, especialmente aquelas injecções de cavalo.

Ultimamente, talvez por causa do Inverno que nunca mais acabava, estava a atingir aquele estado de arte em que a sinusite nos verga. Antes de ir ao médico, resolvi experimentar mais uma daquelas terapias “milagrosas”, mas que tinha posto de lado, como tantas outras. Tinha-a descoberto na net, tinha uma base científica, mas não cheguei a experimentar. Talvez pela cautela contínua que tenho, e todos devemos ter, em relação a coisas que encontramos na Internet, especialmente no domínio da Saúde!

Bem, pensei, entoar/cantarolar/trautear (qual a melhor tradução? em inglês, “humming”) um bocado não deveria ter efeitos secundários. Nos últimos dias tenho cantarolado baixinho todo o dia! No início, dado o entupimento das fossas nasais, não conseguia cantarolar mais que um ou dois segundos. Mas os resultados começaram a surgir nas duas primeiras horas!

A origem desta hipótese remonta a 2002, num trabalho de Weitzberg e Lundberg, que teorizaram que o óxido nítrico (NO) poderia aumentar nos seios nasais quando se entoava um som. Experiências em 10 pessoas revelaram uma produção 15 vezes maior de óxido nítrico quando se cantarolava! No ano a seguir, uma equipa maior confirmou os resultados e até verificou que os resultados são tanto maiores quanto mais grave for o som entoado. Mauro Maniscalco, um dos membros dessa aquipa, escreveu mesmo uma tese, consolidando as descobertas.

Em 2006, George Eby descreveu o tratamento de um doente com sinusite crónica aguda em apenas quatro dias (apesar de um caso não ser propriamente uma análise significativa, e de o site de George Eby deixar muito a desejar). Tal como verifiquei posteriormente, é preciso entoar/cantarolar levemente, pois algum exagero tende a provocar algumas tonturas ou mesmo hiperventilação.

Adicionalmente, o entoar/cantarolar também serve como relaxante e faz-nos felizes, tendo um enquadramento histórico deveras interessante. Se conhecerem alguém com sinusite crónica, ou outras formas de entupimento das fossas nasais, como é o caso da rinite alérgica, sugiram-lhes que entoem/cantarolem um pouco. Pelo menos, mal não deve fazer… E digam-nos aqui os resultados!

Leilão da DECO compensa?

Campanha anterior da Endesa

Campanha anterior da Endesa

Ontem, em conferência de imprensa, a DECO anunciou que o resultado do leilão, que temos vindo a acompanhar, se cifrou numa oferta da Endesa, com 5% de desconto. Esse desconto é feito tendo por base as tarifas transitórias actuais. Para quem tem bi-horário, como é o meu caso, o desconto é de apenas 1.2%. Segundo a notícia que circulou, a poupança anual será entre 1 euro e 79 euros. Para os clientes com potências de 3.45 kVA, como é o meu caso, a DECO estima uma poupança anual de 15 euros.

Este desconto de 5% mais não é que a re-edição da campanha que a Endesa lançara aqui há uns anos, conforme imagem acima, e que podem confirmar neste link, correspondente ao arquivo do site em finais de 2010. Exigia na altura apenas a domicialiação bancária. Segundo o Museu da Internet, a oferta estava em vigor ainda há um ano atrás.

A análise rápida dos factos, do meu ponto de vista, revela que tendo eu a tarifa bi-horária, o desconto de 1.2% é muito pouco. Se tivesse a tarifa simples, e considerando que gastamos cerca de 480 euros por ano em electricidade, então os 5% seriam mais que os 15 euros estimados pela DECO.

O que levanta a questão do que são exactamente estes 5%? Segundo esta notícia do Dinheiro Vivo, para quem  tem potências de 1.15 e 2.3 kVA, o desconto será efectuado na potência, e para os restantes será efectuado no consumo.

Outro aspecto está relacionado com a devolução do dinheiro da comissão, para os associados da DECO. No meu caso, isso não é importante, porque há mais de uma dezena de anos deixei de ser associado. Todavia, lendo as notícias, descobre-se que a devolução apenas ocorrerá em Novembro. O que acontecerá se entretanto se mudar? Se isto não é uma fidelização, o que é?

Noutra perspectiva, segundo esta notícia do Público, 34% dos consumidores que se inscreveram no leilão tem tarifa bi-horária regulada ou liberalizada. Ou seja, ganharão muito pouco, ou ver-se-ão mesmo impossibilitados de aceitar esta oferta, por estarem certamente fidelizados no mercado liberalizado, conforme analisamos aqui. Adicionalmente, mais 22% dos 66% que têm tarifa simples, estão também já no mercado liberalizado…

Olhando para as tarifas actuais, cuja referência para o documento no site da ERSE podem encontrar neste artigo que efectuamos, e comparadas com as tarifas do mercado regulado, podemos comparar os valores. Considerando apenas a vertente do custo do kWh, sem valores de IVA (para comparação com documento da ERSE), e sendo o seu custo de 0.1405€/kWh no mercado regulado, um desconto de 5% traduz-se num valor de 0.1335 €/kWh.

Na verdade, nenhum tarifário regista actualmente um custo por kWh tão baixo. O que mais se aproxima é o GALP On – Plano Confort, com um custo de 0.1377 €/kWh, mas este tarifário obriga à subscrição obrigatória de um serviço de assistência. A  maioria dos restantes tem a tarifa do mercado regulado.

Nestas condições, as quais terão que ser confirmadas por escrito pela DECO, é justo afirmar que a tarifa proposta pela Endesa é competitiva. Vamos esperar pelo detalhe das condições, e também pela resposta dos restantes comercializadores, que espero, conforme referi aqui. No meu caso, e no de muitos, porque tenho bi-horário, há ainda muitas dúvidas. Que se somam àquelas que referimos neste artigo. Mas se tivesse tarifário simples, então mudaria para a Endesa.

Quando consumo desce, preço sobe!

A loucura da argumentação na regulação dos preços em Portugal parece não parar! Já o havíamos evidenciado para a justificação confusa nas subidas do preço da electricidade. Por um lado, nos últimos anos temos levado com um bombardeamento sobre a eficiência energética, e a coisa reforça-se para os próximos anos, com a recente aprovação do PNAEE 2016. Por outro, os Portugueses têm respondido, baixando os seus consumos. E no final, pagamos mais pela electricidade, porque poupamos mais???

A ERSE reincide agora, desta vez na vertente do gás natural. A ERSE propõe que a subida do gás natural, a vigorar de Julho deste ano até Junho do próximo ano, seja de 3.9%, para todos aqueles que consumam menos de 10000m3. A variação proposta na tarifa social é menor. Uma das principais justificações para essa subida é a seguinte, retirada do link anterior:

  • Outro aspeto a ter em consideração refere-se à quebra do consumo de gás natural em 2011, e não antecipada plenamente no cálculo das tarifas para 2011-12. O desvio tarifário daí resultante é repercutido entre os diferentes agentes, refletindo-se parcialmente nas tarifas de acesso às redes de 2013-14.

Inicialmente, nem pensei muito no assunto. Mas depois pensei em quanto teria sido a descida de consumo? Fui procurar na DGEG tais descidas de consumo, e o que encontrei é muito curioso! Nas últimas estatísticas rápidas dos combustíveis fósseis, na página 7 aparecem muitos dados, e a seguinte explicação:

Dados de consumo de gás natural da DGEG

Dados de consumo de gás natural da DGEG

Se se fizer o gráfico para o consumo desde meados de 2009, a partir dos mesmos dados da DGEG, obtém-se o gráfico abaixo. Por aqui se confirma a validade da constatação da DGEG, pois o consumo de gás natural tem vindo a subir, com excepção do utilizado na produção de energia eléctrica.

Consumo de gás natural diminuiu na produção de energia eléctrica

Consumo de gás natural diminuiu na produção de energia eléctrica

Tal confirmação pode-se obter também na REN, onde na última Informação Mensal Relativa ao Sistema Electroprodutor se pode ler:

  • Em 2012 as centrais a carvão funcionaram a 83% da capacidade disponível enquanto as centrais a gás natural apenas a 17%.

A tal não é certamente alheio a cada vez maior penetração das energias renováveis em Portugal. Em função disso, as centrais a gás natural deixam de produzir e consumir gás natural, o que parece uma coisa boa. E, em função disso, a ERSE dá-nos uma marretada no preço e propõe-se subir o preço do gás natural, para nós consumidores. O que parece uma coisa boa torna-se numa coisa má! A única parte boa deste filme é que isto é ainda uma proposta ao Conselho Tarifário, que tem até 15 de Maio para emitir um parecer. Será que ainda alguém vai a tempo de lhes abrir os olhos?

Preços da electricidade, ERSE, Eurostat e Pordata

No artigo do início da semana havíamos abordado os reais custos da electricidade em Portugal. Neste artigo vamos juntar os dados que referenciamos neste artigo, relativamente à ERSE, bem como os dados do Eurostat, que o leitor João Santos comentou no mesmo artigo. Juntei igualmente os dados da Pordata. Antes de passarmos ao detalhe dos dados, o resultado é a imagem seguinte, com os dados da ERSE, Eurostat e Pordata sobrepostos na imagem que publicamos no início da semana:

Custo da Electricidade Real, e segundo várias entidades

Custos reais do kWh em Portugal, e segundo várias entidades

É fácil de perceber que a série do Eurostat está efectivamente engatada. Já reclamei para os serviços da União Europeia, mas eles limitam-se a fazer copy&paste da metodologia. E antes que surjam dúvidas, a série ten00115 referenciada pelo João Santos é mesmo a série oficial do Eurostat, como podem constatar a partir deste link. Se vermos este link, podemos confirmar que havia uma metodologia até 2007 e outra depois disso. Inicialmente, nem tentei perceber onde estaria o gato, de tal forma é evidente a irrealidade da evolução depois de 2007. Por isso, realmente surpreende que jornais como o Jornal de Negócios dêem evidência a estes dados

A curva da ERSE é igualmente interessante. Como os valores em si não parecem estar disponíveis em lado algum, tive que calculá-los com base nos gráficos que dispobilizam neste link. O que fiz foi utilizar o valor 0.12 para 2002 e 0.14 para 2008, extrapolando os restantes. Daí poderem existir ligeiras diferenças. A metodologia da ERSE é descrita em vários locais, remetendo actualmente para este documento. No ponto 7.4.2, da página 235 do PDF, pode-se ver a descrição da metodologia, da qual podemos destacar o seguinte parágrafo:

  • Os preços médios apresentados foram calculados com base na estrutura de fornecimentos de 2012, de forma a eliminar o efeito de alteração da estrutura de consumos e analisar apenas as variações tarifárias em termos médios. É importante ter em conta que estes preços não constituem os preços médios efetivos em cada ano, pois não é considerada a estrutura dos consumos do respetivo ano em cada nível de tensão.

Confesso que não sei o que é um preço médio daquilo que não é um preço médio efectivo. A única coisa que posso dizer é que a curva está acima da realidade no início do gráfico, mas depois é ultrapassada pela própria realidade. No início, é relativamente concordante com o Eurostat, mas este último obviamente não faz sentido depois de 2007, como já dissemos. Com ou sem impostos também não é um factor associável, até porque estaria sempre de acordo com os restantes gráficos, ou até abaixo (no caso de um valor sem impostos).

Os dados da Pordata parecem ser mais consistentes com a realidade. Até 2011 têm uma correlação superior com os dados da tarifa simples, verificando-se em 2012 uma subida elevada, que parece incorporar a introdução do IVA a 23% no final do ano anterior. Ainda assim, regista valores sempre superiores a quaisquer outras, no início do ano. Foi na troca de impressões com a Pordata (a única das três entidades com a qual foi possível dialogar sobre isto, e que realmente se mostrou interessada na questão) que percebi que a série ten00115 do Eurostat referenciada acima não inclui taxas e impostos após 2007. Na verdade, a série da Pordata é a mesma, como podem confirmar no link da série nrg_pc_204, só que com as taxas todas incluídas, conforme podem confirmar, fazendo variar a opção TAX desse link.

Com a clarividência que esta imagem documenta, só me ocorre que todas estas instituições estejam a decidir com base em dados desligados da realidade. Se eu conhecesse apenas os dados da ERSE, até pensaria que a subida era razoável. Como os que eu conheço melhor são os que pago na factura mensal, fica-me a sensação que a União Europeia, a Entidade Regulador do Sector, bem como pelo menos alguns jornalistas, andam todos a leste da realidade!