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Pior, mais rápido, logo mais caro?

A novela da Segunda Circular não parece ter fim. Mas os desenvolvimentos do dia de ontem não auguram nada de bom para os Munícipes, pessoas que aí trabalham como eu, e visitantes de uma forma geral. Aliás, já era previsível, mas a coisa vai ficar ainda mais preta!

Se há coisa que eu e o Álvaro gostamos é de dar ênfase a uma boa gestão de projecto. E quando se fala de gestão de projectos, há sempre um triângulo que me vem à mente:

Pode apenas escolher dois... (adaptado daqui)

Pode apenas escolher dois… (adaptado daqui)

Este triângulo diz-nos que destas três qualidades, apenas há intersecção entre duas delas. Aplicando à Segunda Circular, poderíamos ter as seguintes combinações:

  • Fazer depressa a obra e com qualidade, mas não vai ficar barato…
  • Fazer depressa a obra e barata, mas não vai ser de qualidade!
  • Fazer uma obra com qualidade e barata, mas vai levar tempo.

Estas constatações tem várias abordagens mais tradicionais. Ocorre-se-me o ditado de que “depressa e bem, há pouco quem”. Como é que isto se traduz na Segunda Circular?

Enfim, o que todos gostaríamos é de uma obra bem feita, com qualidade, barata e rápida! Bem feita, com qualidade, esqueçam, como está demasiado claro para todos. E o pouco que tinha de bom foi retirado. Barata, esqueçam ainda mais, como fica evidente por estes dias…

Bem, rápida lá será, mas em vez de servir para nada, provavelmente só vai servir para nos infernizar a vida, durante e depois da obra feita! Mas, se voltarem a olhar para o triângulo acima, onde ficamos???

Então quanto é que vamos pagar em impostos sobre as menos valias?

Euribor a 6 meses perto de valores negativos

Euribor a 6 meses perto de valores negativos

Esta coisa dos economistas que não conseguiam imaginar economias que não cresciam, levou o legislador a conceber legislação que pode não ter em conta um cenário de quebra de juros para taxas negativas ou uma bolha imobiliária que rebenta com o mercado imobiliário ou com o mercado bancário.

No mercado imobiliário, uma situação de bolha que rebentou é bastante complexa, não só pelo que fez à vida de várias pessoas, mas porque há uma série de taxas e taxinhas que têm o seu valor associado a um movimento que se tornou negativo quando nunca tal foi imaginado.

O que achamos é que houve quem não antevisse a possibilidade de um dia estarmos perante taxas de juro negativas. Embora matematicamente possível, os seus impactos nunca foram equacionados por muitos. Basta seguir o Dashboard do Poupar Melhor ou outro que apresente as taxas de juro da Euribor a 3 meses, uma das principais taxas diretoras do mercado, para saber que estamos com taxas negativas há algum tempo.

Quando compramos uma casa por 100 mil euros e só conseguimos vender por 80 mil, não há mais valias. Como a lei diz que só se aplica o imposto sobre mais valias quando elas existam, então este imposto não é cobravél.

Quando temos um depósito a prazo e esse depósito paga juro é aplicado uma taxa/imposto de 28% que reverte a favor do estado, nas que tanto quanto sabemos, o texto de definição não prevê a possibilidade de termos taxas de juros negativas. Com isto presente, surgiu-nos uma questão. A pergunta é simples:

Com taxas juro negativas, quanto vai ser o valor do imposto/taxa?

Tempo perdido nas Finanças

Nesta semana que passou tinha que pagar um imposto “especial”. Digo “especial”, porque não é daqueles a que estamos mais habituados.

Como “especial” que é, tive que me deslocar às finanças. Não pode ser tratado no Portal das Finanças, quanto mais por outro meio

Não fui dos primeiros a chegar, mas chegou para refrescar o corpo e as ideias, pelo que me calhou uma senha com um número mais elevado. E ficar uma hora à espera. O que nos vale é o multitasking

Quando fui finalmente atendido, não podia ser afinal atendido. Como era um imposto “especial”, tinha que ser atendido por um determinado funcionário. Que estava a atender outro contribuinte, e que continuou a atender durante mais 20 minutos.

Quando me atendeu, percebeu imediatamente, foi buscar uma folha, e entregou-ma. Era uma folha que dizia quanto eu tinha que pagar, valor que já sabia. Mas tinha que ter aquele papel! E como pago eu, perguntei, reparando que não havia dados de pagamento?

Não se podia pagar por Multibanco, nem no homebanking. Apenas na Tesouraria do Serviço de Finanças! E ainda me informaram que podia pagar por cartão Multibanco, cheque ou dinheiro.

Infelicidade minha, na conta do meu cartão Multibanco não tinha dinheiro suficiente. Cheques já não pago para usar. E dinheiro, não tinha a quantia requerida…

Fui tirar a senha. Percebi logo que teria que esperar. Mas já previra a coisa, pois tirei a senha, tive tempo de ir ao meu Banco mudar o dinheiro de conta, e voltar a tempo de ser atendido. Podia ter feito via homebanking, mas a CGD era mesmo ao lado.

Chega-se à CGD e tira-se a senha. E espera-se, espera-se. Aí uns bons 20 minutos! Será que ainda vou ser atendido quando voltar? E continuo com o multitasking em plena agência.

Troco o dinheiro de conta e volto em passo rápido para as Finanças. Qual caracol, havia avançado dois números. Mas ainda faltavam alguns até chegar a minha vez. Mais multitasking, enquanto se digere gritaria de contribuintes insatisfeitos…

Lá chega a minha vez, muito tempo depois. Entrego Multibanco, nem querem saber quem sou. Imprimem umas folhas, mas não tenho que assinar. Tenho é que pagar.

No final dão-me a folha. Impresso como um dos PDFs típicos disponíveis no Portal das Finanças. Tem mesmo uma referência para Pagamento via Multibanco, mas está riscada!

Meio dia de trabalho perdido. Como querem que o País avance?

Proibir as notas?

Anda por aí muita gente entusiasmada a pedir que se acabe com as notas de 500 euros. E embora pareçam invocar argumentos defensáveis, sempre refugiados nos criminosos e terroristas, o que está por detrás da cortina pode ser bem diferente…

No artigo em que referenciamos as notas de 500 euros, referimos vários dos cenários em que são utilizadas. Referimos também como há cerca de 10 anos atrás, cerca de um quarto delas estavam em Espanha. Dados mais recentes indicam que a maior parte delas possa estar na Rússia.

Acontece que a história pode ser bem diferente. Perante as taxas de juro próximas de zero e mesmo negativas, nos últimos quase oito anos, os Bancos Centrais temem uma corrida aos Bancos. Na verdade, não haverá notas para todos nesse caso, e mesmo notas com muitos zeros não servirão de grande coisa.

A ideia dos Bancos Centrais poderá ser mesmo a de proibir de todo as notas e moedas. Uma espécie de controlo de capitais, como já foi ensaiado na Grécia e Chipre. Onde literalmente as notas deixaram quase de ser disponibilizadas pelos Bancos. Como não o conseguirão fazer tudo de uma vez, vão começar por um dos lados. Na Europa, e como se pode ver na imagem abaixo, retirada do site do BCE, cerca de 30% das notas de euro em circulação e em valor são notas de 500 €. Na verdade, só há poucos anos foram ultrapassadas pelas notas de 50 €:

Valor euros em circulacao

Valor euros em circulacao

Do outro lado do Atlântico, há vozes sonantes a pedir a proibição das notas de 100 dólares. E também por lá, representam a fatia de leão do dinheiro em circulação:

Dólares em circulção por tipo de nota

Dólares em circulção por tipo de nota

Na Suiça, um bastião monetário, não há todavia planos para seguir a manada. Aliás, os Suiços têm notas de 1000 CHF, que valem cada uma quase 1100 euros. E a quantidade em circulação é brutal:

CHF notas mais populares

CHF notas mais populares

Na verdade, acabar com o dinheiro físico teria inconvenientes muito graves. O primeiro seria necessariamente o da privacidade. O Big Brother que veria tudo seria em primeiro lugar o Sector Financeiro, mas algo me diz que as Finanças passariam também a espreitar. Eles já são uma espécie de PIDE, mas o objectivo poderá ser o de não ficar nas meias tintas… Mas mais grave seria o que viria a seguir: os Bancos e o Estado poderiam começar a expropriar pura e simplesmente a sua conta Bancária. Também já o fazem, mas não com a extensão que gostariam.

Se o leitor não acredita, pegue neste exemplo: o que faria ao seu dinheiro no Banco, se lhe oferecessem uma taxa de juro NEGATIVA de 10%? Aposto que tiraria o dinheiro de lá? Agora imagine que não tem para onde o tirar? É para isso que as notas podem servir, mas é também por causa disso que podem estar a pensar proibi-las…

Ácaros no portátil

Não estava preparado para o que vi na semana passada. Estava a tentar consertar um portátil avariado de alguém, quando dou pela presença de ácaros. E não, não estou a falar do trocadilho hacker/ácaro

Primeiro comecei por reparar num pontinho branco no teclado. Estranhei, olhei melhor: mexia-se! Esborrachei-o com o dedo, acho. Mas poucos minutos depois comecei a reparar que eram mais!

Entrei em modo quarentena! Onde ponho este portátil? Acabei por o colocar dentro de uma daquelas caixas de plástico, com uma tampa que permite fechar a coisa relativamente bem. Nada que impedisse os bichinhos porventura de sair. Passados uns minutos, descobri um pedaço de RAID, e pulverizei e voltei a fechar a caixa. Pus uns pesos em cima para selar ainda melhor, e só voltei ao local passado quase dois dias.

Entretanto, deu-me para pesquisar isto na Internet. Foi fácil encontrar um vídeo no Youtube, com um problema virtualmente idêntico, que se encontra abaixo. Não eram tantos, mas a dimensão e forma de moverem-se eram muito semelhantes.

Pela leitura dos vários comentários, parece que não se tratam verdadeiramente de ácaros, pois esses são demasiado pequenos para serem visíveis. Nos comentários do vídeo Youtube faz-se referência a organismos Cheyletus. Noutra página, são associados a Tyrophagus Putrescentiae.

Para evitar estes problemas, deve procurar manter os teclados e ratos limpos. Deixar acumular porcaria obviamente não ajuda, pois estes bichinhos adoram essas refeições! Comer por cima dos teclados pode deixar-lhes umas migalhas, que eles vão adorar! Diminuir a humidade parece ser outro conselho importante nestas situações.

Para limpar o teclado, tenha sempre cuidado que o processo de limpeza não dê cabo do que é porventura mais importante. Aspirar com muita potência pode danificar, pelo que tenha cuidado, para não ter que ficar com umas teclas a menos. E com bichos a proliferar dentro do aspirador! Soprar ar pode ser uma solução, mas não com a boca, pois dá-me ideia que essa humidade também vai ser bem vinda pelos bichinhos. E sopre longe de casa…

Enfim, toda esta experiência foi uma novidade para mim! Se algum dos leitores souber algo mais sobre estes bichinhos, deixem essa indicação nos comentários.

Trânsito na CRIL

Este é o dia em que a Assembleia Municipal de Lisboa vai apreciar o relatório e a proposta de deliberação final relativos ao Debate Temático sobre a Segunda Circular. Congratulamo-nos por algumas das ideias que apresentamos publicamente em primeira mão terem sido acolhidas, nomeadamente a do ordenamento inteligente da velocidade. Todavia, a proposta, apesar de melhorada, continua a ser muito insuficiente, pelos muitos problemas que vão criar a todos os que vivem, trabalham e visitam Lisboa…

No âmbito dos estudos que temos vindo a fazer sobre a proposta da Câmara de Lisboa para a Segunda Circular, um dos aspectos que é frequentemente invocado pela Câmara é a CRIL poder servir como alternativa à Segunda Circular.

Obviamente, quem por lá passa, sabe muito bem que esse não é o caso. Por isso, meti mãos à obra, e gravei no Google Maps o trânsito de uma semana completa. No video abaixo, podem ver o trânsito na CRIL durante a primeira semana de Fevereiro de 2016, entre as 6 da manhã e 10 da noite.

No vídeo facilmente se percebe que há imensos problemas na CRIL, dos quais referencio apenas alguns:

  • Nó da CRIL com A1, congestiona em diversos locais e diversos períodos do dia.
  • Saída do Eixo Norte-Sul para a CRIL
  • Túnel do Grilo, e especialmente a descida para Odivelas
  • Passagem da CRIL sob o IC22
  • Nó com o IC16 e túneis de Benfica