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Segunda Circular: Nó da Buraca

Este é o segundo artigo no âmbito do projecto da Câmara de Intervenção na Segunda Circular. No primeiro artigo, abordamos as alterações simples que permitirão desbloquear o trânsito entre o Campo Grande e o Aeroporto. Neste artigo, vamos abordar a outra saída problemática da Segunda Circular para fora da cidade, no sentido do IC-19, no nó da Buraca.

O problema começa quando a Segunda Circular, com três vias, recebe o final da Radial de Benfica, com duas vias (1). Para complicar as coisas, logo depois dessa junção, as opções de destino complicam-se, consoante se queira ir para norte na CRIL (2), para sul na CRIL (3), ou em frente para o IC-19 (4). Como se não fosse pouco, há aqueles que vem de sul da CRIL (5), a querer deslocar-se para o IC-19. Tudo isto é uma enorme confusão!

A única solução para o local consiste em desfazer o máximo de cruzamentos entre veículos. Tal não é completamente possível, a menos que se queira fazer muitos viadutos, que no local são apenas possíveis em altura.

A solução que preconizamos, mais uma vez, visa manter ao mínimo os custos, introduzindo o mínimo de alterações, causando o mínimo de impacto por altura das obras, e naturalmente o máximo de eficiência:

Anulando a confusão do nó da Buraca (clique para ver melhor)

Anulando a confusão do nó da Buraca (clique para ver melhor)

A solução principal passa pela criação de um viaduto que originaria (6) no viaduto da Segunda Circular e passaria essencialmente por cima e ao lado da estrada do Calhariz de Benfica (7). Esse viaduto conduziria unicamente o trânsito com destino à CRIL-Norte (2), e que mais à frente recolheria também o trânsito da Radial de Benfica (8) destinado também à CRIL-Norte (2). Embora provavelmente uma via de trânsito fosse suficiente, creio que a opção de fazer logo duas vias de trânsito seria uma melhor opção, embora naturalmente com um custo um pouco mais elevado.

Esta solução permite que o trânsito destinado à CRIL-Norte (2) não mais se misturasse, para o que bastaria colocar um separador, visível na imagem a vermelho (9). O troço começaria imediatamente depois da linha de comboio (6), para evitar que as obras tivessem impacto no seu funcionamento. A sua construção, que ocupa uma pequena parte da estrada do Calhariz de Benfica (7), seria uma oportunidade também razoável para dar um novo enquadramento à estrada do Calhariz de Benfica (7), obviamente sobredimensionada.

O viaduto encontrar-se-ía com a parte final da Radial de Benfica (8), onde o trânsito dessa Radial poderia optar por sair para a CRIL-Norte (2). A entrada seria unicamente nesse sentido, até porque não faria sentido que o trânsito vindo da Segunda Circular voltasse a entrar na direcção do IC-19 (4). Mais à frente seria necessário lidar com o que resta do Aqueduto das Águas Livres (10), mas tal não se me afigura difícil. Há também umas passagens inferiores a assegurar. Depois da passagem por cima da estrada do Calhariz de Benfica, o resto é muito fácil de executar!

Com este viaduto, o trânsito da Segunda Circular (1), bem como o proveniente da Radial de Benfica (8),  passaria depois a ter apenas que optar entre seguir para o IC-19 (4) ou para a CRIL-Sul (3). Nesse sentido, e para minimizar o impacto do trânsito que vem da CRIL-Sul e que se quer dirigir (5) para o IC-19, bastaria criar uma nova via antes do nó da Buraca, no sentido de criar uma maior zona de abrandamento/aceleração nessa zona. Poder-se-ía também alterar ligeiramente a curva de entrada (5) no nó da Buraca, para quem vem da CRIL-Sul, justamente para aumentar essa zona de abrandamento/aceleração.

O somatório das vias de trânsito de entrada e saída no nó da Buraca ficaria assim muito mais equilibrado, e com a retirada do cruzamento para quem se dirige à CRIL-Norte (2), ficaria completamente desbloqueado o trânsito neste nó. Obviamente, o problema de trânsito mais à frente no IC-19 não se resolve, porventura agrava-se, mas isso é motivo para implementar outras soluções fáceis nesses locais.

Como penso que metade do nó da Buraca é de Lisboa, há lá ainda muito local para plantar as árvores que a Câmara tanto quer colocar na Segunda Circular. E ainda pode aproveitar para requalificar a estrada do Calhariz de Benfica, que tanto precisa!

Finalmente, no sentido contrário há um problema bem mais difícil de resolver! Não me parece particularmente fácil desfazer o cruzamento, para quem vem do IC-19 e da CRIL-Sul (11), e que se dirige ou para a Segunda Circular ou Radial de Benfica. Como não descobri uma solução fácil, abstenho-me para já de mandar bitaites…

Segunda Circular: Campo Grande – Aeroporto

Há uma coisa positiva no projecto da Câmara de Intervenção na Segunda Circular: não se enganaram no diagnóstico dos problemas que afectam a Segunda Circular, os quais são aliás bem conhecidos. Na verdade, todavia não os vamos tratar de forma igual, pois vamos juntar dois, e tentar também abordar outro, não abordado no projecto da Câmara.

Os problemas da Segunda Circular podem ser divididos em dois: aqueles que derivam da entrada de trânsito da periferia na cidade de manhã, e aqueles que derivam da saída desse mesmo trânsito, tipicamente no final do dia.

Os problemas que envolvem a saída são quase sempre mais fáceis de tratar. E esse é o caso também na Segunda Circular. Não é preciso perceber muito de Teoria de Filas para saber que quando n filas estão no seu limite, se adicionarmos mais trânsito a essas mesmas filas, tudo se vai complicar. Por isso, a resolução do problema de saída da Segunda Circular para Norte, pela A1, é extremamente simples de resolver!

O problema começa quase sempre quando o trânsito que passa pelo viaduto do Campo Grande em direcção ao Aeroporto recebe o trânsito que vem do Campo Grande (1), a maioria originado no eixo Avenida da República/Campo Grande. A solução simples consiste em prolongar esse trânsito de entrada até onde o problema desaparece, sensivelmente em frente ao Terminal 2 do Aeroporto (2):

Proposta entre Campo Grande e Aeroporto (clique para ver melhor)

Proposta entre Campo Grande e Aeroporto

[NOTA: Pf. não impliquem com a qualidade dos “bonecos”. Cliquem para ver melhor. As imagens foram retiradas do Google Maps, e as anotações feitas em Paint!]

Entre a entrada do Campo Grande (1) e depois da Bomba da Repsol (2), a Segunda Circular passaria a ter quatro vias, as quais entroncariam no local de saída para a Av. Marechal Gomes da Costa, local que aliás manteria as cinco vias actuais. Daí para Norte, até à A1, só há problemas com o entroncamento na CRIL, que necessita urgentemente de outra intervenção simples!

A obra teria um impacto mínimo no trânsito, e um custo baixíssimo! A única obra de arte seria o prolongamento do túnel (3), que liga a rotunda das Calvanas (5) à rua das Murtas (6). Essa obra de arte deveria já contemplar alterações que venham a ser necessárias introduzir no futuro, dado que é um túnel particularmente estreito.

Adicionalmente, teriam que ser ligeiramente alteradas as vias de aceleração/abrandamento. As vias de aceleração extremamente curtas são um dos factores que mais prejudica o trânsito na Segunda Circular, uma vez que os automóveis não têm forma como acelerar! Assim, vias de aceleração bastante maiores diminuem o congestionamento, reduzem a poluição e consideravelmente a probabilidade de existirem acidentes.

Neste troço não se coloca sequer o problema de espaço. Ele abunda e representa essencialmente a parte traseira do LNEC (4). Na verdade, a própria existência de pessoas no local deve ser uma dor de cabeça para as Autoridades com responsabilidades aeronaúticas, que a última coisa que devem querer é ter mais pessoas a trepar às árvores

Ainda assim, não falta espaço para colocar as árvores que a Câmara tanto quer colocar na Segunda Circular. Desde que se abstenham de as colocar no separador central, o qual só aumentaria os custos da obra, não só directa como indirectamente, bastando pensar no tempo que a Segunda Circular teria que parar para efeitos de obras. Assim, é praticamente só colocar uma camadinha de asfalto.

A maioria dos leitores interrogar-se-á porque não abordei neste troço a faixa de rodagem no sentido Aeroporto -> Campo Grande. A razão é relativamente simples: quem condiciona o trânsito aí é o viaduto do Campo Grande, pelo que se me afigura desnecessário sequer intervir neste troço. A excepção claro é plantar as árvores que a Câmara tanto deseja. Absenho-me igualmente de me referir à confusão da rotunda das Calvanas (5), que liga à Alta de Lisboa. Pessoalmente, acho que a solução deverá passar por um túnel, de que se fala no âmbito da reestruturação da operação do Aeroporto, conjugada com uma rotunda na parte sul da Segunda Circular, onde actualmente é a entrada Norte para o Parque da Saúde (6). Esta opção eliminaria mesmo a necessidade da actual rampa manhosa de entrada na Segunda Circular (7), a oeste dessa rotunda. Em qualquer caso, as adaptações propostas não deverão condicionar opções futuras.

Segunda Circular

Esta capa despoletou a discussão

Esta capa despoletou a discussão

Há coisas que me tiram do sério. Esta ideia de um novo projecto para a Segunda Circular é das coisas mais estupidificantes que vi nos últimos tempos! Mas, o que mais me chateou é que parece que o objectivo era ninguém topar a coisa, e ela passar incólume… Na verdade, pesquisando no Google, encontramos notícias mais antigas, mas foi só com a capa do Diário de Notícias de dia 5 que a polémica estalou. Ainda assim, com tantos poucos dias, vamos tentar dar aqui o nosso contributo, para fazer ver à Câmara que estão a ir claramente pelo caminho errado!

Antes de mais, é preciso que quem queira dar o seu contributo, o faça de acordo com as indicações da página desta proposta no site da Câmara de Lisboa.  O texto não é absolutamente claro, mas parece ser necessário preencher este impresso e enviá-lo para o email dmpo@cm-lisboa.pt

Quase todos os posicionamentos que se vão conhecendo, são no sentido de destruir quase completamente os argumentos da Câmara. O do presidente do ACP era esperado, e não se fica por meias palavras: “Só uma pessoa que não percebe absolutamente nada ou que quer prejudicar a vida das pessoas é que pode pensar em fazer um projeto daqueles”. Menos esperada é a posição de Manuel João Ramos, presidente da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados, que refere que esta proposta da Câmara vai causar engarrafamentos monumentais, tem um tráfego pesadíssimo”. Assim, de repente, são vários os aspectos bastante reprováveis na proposta:

  • Não há qualquer análise de impacto económico da proposta, para além de se saber que se vão torrar cerca de 10 milhões de euros.
  • A preocupação principal parece ter sido fazer uns renders bonitos. Basta ver o render do final da Azinhaga das Galhardas para perceber que se a Câmara quisesse ter aquilo verdinho, tinha. Ou o render é da Primavera, e a foto actual do final do Verão?
  • A Câmara parece preocupada com a geração de poluição. Na verdade, muita da poluição que é gerada a mais resulta do pára-arranca. Resolvido esse problema, a poluição baixaria drasticamente. Adicionalmente, toda a gente sabe que quase todos os carros modernos são mais eficientes a 80 Km/h do que a 60 Km/h.
  • Se a preocupação é a de plantar árvores, já podiam ter começado há muito tempo. Basta olhar para o render do nó da Segunda Circular com o Eixo Norte Sul, para perceber que as árvores já podiam estar lá há muito! Aliás, podiam ter evitado cortar uma série delas, como as que foram retiradas da envolvente do Estádio da Luz.
  • A argumentação de que a velocidade média é de 45.7 Km/h, e de que portanto a redução da velocidade máxima de 80 Km/h para 60 Km/h não terá impacto, é patética. A velocidade média da segunda circular é baixa porque falta resolver os seus vários problemas. Quando esses problemas estiverem resolvidos, a velocidade média pode aumentar significativamente, até porque a velocidade de projecto da segunda circular é porventura mesmo superior a 80 Km/h em vários dos seus troços.
  • A alienação do aeroporto da cidade de Lisboa é inqualificável! Então agora vai-se privilegiar os acessos do aeroporto para a CRIL, desvalorizando o acesso à cidade? Os taxistas do aeroporto agradecem!
  • Se a ideia é que o tráfego destinado à A1 norte seja retirado para o Eixo Norte Sul, porque é que estas placas ainda lá estão (primeira imagem)? Aliás, porque estão ainda lá no render (segunda imagem)???
Fácil "melhorar" esta placa...

Fácil “melhorar” esta placa…

A placa vai continuar lá???

A placa vai continuar lá???

Na verdade, esta proposta faz-me lembrar outra que causou grande inconveniente à cidade: a ponte pedo-ciclável sobre a segunda circular, nas imediações das Torres de Lisboa. Para quem ainda se lembra, e utiliza aquele troço da segunda circular, foi um inferno durante vários meses! Para quê? Na verdade, há dias o Público contou que esta obra sem sentido serve para 20 peões e 2 ciclistas por hora.

Nesse sentido, aqui no Poupar Melhor vamos fazer um conjunto de propostas simples, baratas, e que resolveriam rapidamente os problemas da Segunda Circular. Depois, vamos juntar isso tudo e enviar para a Câmara. Se entretanto quiserem contribuir com ideias, não deixem de nos as fazer chegar, ou à Câmara…

Diferenças entre papel higiénico

Este fim de semana, no Continente deparei-me com um papel higiénico em promoção. Ao contrário deste, não foi o preço que me chamou a atenção. O que me chamou a atenção foi outro pormenor:

Características papel higiénico

Características papel higiénico

Pela primeira vez, desde que me lembro, vi referenciado a quantidade de folhas de papel por rolo de papel higiénico. É um projecto muito antigo, o de ver se nos andam a enganar ao papel higiénico, mas agora sim, estou mais motivado. Até porque há muito a comparar em papel higiénico, para além do natural conforto. Algumas métricas simples de calcular de que me lembrei rapidamente foram:

  • Folhas de papel por rolo
  • Dimensão de cada folha de papel
  • Peso de papel do rolo

E decidi começar pela última. Com uma balança de resolução de 0.1 g, comparei o peso dos rolos do Continente que costumo utilizar e os da Renova, que comprei no âmbito deste artigo. Por enquanto não os vou distinguir:

  • Lote A: Um rolo com 58.4g e outro com 57.8
  • Lote B: Um rolo com 48.5g e outro com 48.2g

Como se pode ver abaixo, eles não são fáceis de distinguir. Já agora, antes de contar as outras duas variáveis, há mais alguma que os leitores achem merecer investigar?

Papel higiénico a comparar

Papel higiénico a comparar

Kore ou Yatse?

Desde que voltei a ter um Raspberry Pi a funcionar como Media Center, com o Kodi/OSMC, que uma das minhas principais dúvidas está relacionada com o controlo remoto. Por determinadas razões, não posso utilizar o comando CEC, e quero utilizar o meu telemóvel e/ou tablet para o controlar.

Nas experiências passadas com XBMC, tinha optado pelo Yatse, pelas dificuldades associadas ao comando oficial do XBMC. Tal parece estar ultrapassado com o Kore, que me pareceu muito mais usável que o interface anterior que conhecia.

Da minha experiência, o Kore parece levar alguma vantagem. Tenho os dois instalados, mas irei decidir-me por um só. Tenho procurado na Internet alguma comparação que me faça decidir, mas não encontrei nenhuma decisiva. Algum leitor consegue dar-me uma indicação de um factor decisivo que possa inclinar-me para um dos dois?

Poluição ou Clima?

Temos sido inundados nos últimos dias sobre a Conferência do Clima em Paris. Fala-se muito do futuro, daqui a não sei quantos anos. Infelizmente, não se fala do que se passa agora!

Ontem, em Pequim, foi emitido, pela primeira vez, um alerta vermelho sobre a poluição. Depois de vários episódios anteriores menos graves. Os níveis de poluição dados em tempo real pelo Twitter da Embaixada Americana, são de bradar aos céus! Nas outras cidades chinesas, algumas são ainda piores! O exemplo da monitorização da China inspirou medições noutros locais extremamente poluídos do planeta.

Obviamente, há aqui muito mais em jogo que o futuro do Planeta! As emissões na China, que estão a galopar, estão obviamente correlacionadas com o progresso que os Chineses estão a experimentar. Tal está eloquentemente referenciado neste documento, que analisa a situação do ponto de vista também político.

A questão é relativamente simples: o protocolo de Kyoto obrigou os países desenvolvidos a diminuírem as suas emissões. O problema é que as emissões subiram desde então, sobretudo pelos países subdesenvolvidos, especialmente a China e a Índia, que foram “esquecidas”. Só a China queima mais carvão neste momento que todo o resto do Mundo combinado!

Como as conclusões do documento acima referem, há uma contradição entre o que a China (e a Índia, e resto dos países subdesenvolvidos) precisam e que os países do Ocidente querem. Se nós queremos menos emissões de CO2, então não somos nós que temos que reduzir, mas sim a China e a Índia. Se eles querem ter um ar mais respirável, não precisam de baixar as emissões de CO2, mas sim as das partículas, NOx e SOx. E o que o Ocidente tem que fazer é dar-lhes formas eficientes de produção de energia, porque senão eles continuam a queimar carvão, que é a forma mais rápida e barata de produzir energia para eles…