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Clima nos últimos 18000 anos

No passado Domingo recebi um email do Le Monde diplomatique. Nele se referenciava a cimeira do Clima, que presentemente decorre em Paris. O que mais me chamou a atenção foi o gráfico enviado, reproduzido abaixo. O texto inicial também, que referia que “o planeta Terra já conheceu climas mais quentes ou muito mais frios, um nível dos mares mais elevado ou bastante mais baixo“. Voltei a olhar para o gráfico, mas como podem ver, a qualidade não era das melhores (mesmo depois de clicar/ampliar):

Gráfico do Le Monde diplomatique

Gráfico do Le Monde diplomatique

Depois de alguma pesquisa, dei com um artigo bastante recente, e que analisa os últimos 18 000 anos em termos climáticos. O artigo tem um infográfico muito interessante, que junta vários dados científicos, com um timeline da História recente da Humanidade, dos últimos milénios. O infográfico é visível abaixo, mas ao contrário do gráfico do Le Monde Diplomatique, existe uma versão de alta resolução em PDF. Ainda assim, parece que o gráfico utilizado pelo Le Monde Diplomatique é o do canto superior esquerdo abaixo, ainda que com o eixo invertido:

Clima nos últimos 18000 anos

Clima nos últimos 18000 anos

Apreendi muito com este artigo e infográfico. Como o clima quente trouxe abundância e progresso civilizacional, e como o clima frio trouxe fome e guerra. Por isso, eu cá por mim gosto muito é do Aquecimento Global!

Faça o teste da literacia financeira

Literacia financeira vs resultados PISA

Literacia financeira vs resultados PISA

O A.Sousa esteve aqui há uns dias a falar sobre um estudo que dá Portugal como um país com uma baixa literacia financeira. Se queremos reduzir esta iliteracia financeira, podemos começar com cada um de nós.

A primeira coisa é fazer um teste como o que o site McGraw Hill Financial apresenta. Tomámos a liberdade de traduzir o teste aqui para português para o Poupar Melhor.

  1. Suponham que tem algum dinheiro disponível. O que é mais seguro como forma de investimento?
    1. Colocar tudo no mesmo sitio;
    2. Colocar em sítios diferentes.
  2. Suponham que passados dez anos os preços dos bens sobem para o dobro. Imaginem agora que o vosso rendimento  subiu 2 vezes. Como fica a vossa posição?
    1. Podem comprar mais bens;
    2. Podem comprar o mesmo número de bens.
  3. Suponham que precisam de pedir emprestados 100 euros. Qual é o melhor negócio?
    1. Devolver o total de 105 euros;
    2. Devolver 100 euros mais 3%.
  4. Suponham que colocam o dinheiro no banco e que este deposita como juros nessa conta 15% por cada ano. No final do segundo ano o banco o banco deposita que valor?
    1. O banco paga mais que no primeiro ano;
    2. O banco paga o mesmo valor.
  5. Suponham que depositam no banco 100 euros e que o banco deposita 10% todos os anos nessa conta. Ao final de 5 anos quanto dinheiro têm na conta?
    1. Exatamente 150 euros;
    2. Mais de 150 euros.

Para saber as respostas certas a estas perguntas, passem o rato por cima do espaço abaixo:

  1. : Colocar o dinheiro em sitios diferentes;
  2. : Podem comprar o mesmo número de bens;
  3. : Devolver 100 euros mais 3%;
  4. : O banco paga mais que no primeiro ano;
  5. : Mais de 150 euros.

 

Licenciados a mais?

Esta pergunta é normalmente muito confusa, para muita gente! Sempre que surge a questão, a grande maioria insurge-se contra ela, começa a disparar em todas as direcções, e depois acalmam quando confrontados com a realidade.

Porque querem todos ser licenciados? Porque, infelizmente, sobretudo em países como o nosso, não é normalmente a meritocracia que conta, mas sim o canudo. E há a perceção que quem mais títulos académicos tem, mais ganha. E, para quem pensa assim, é uma afronta pensar que o licenciado tem que fazer outro trabalho qualquer…

Vem este artigo a propósito de mais uma análise internacional sobre o tema. Saiu uma referência no Slashdot no início desta semana, a apontar para um estudo das Estatísticas Canadianas (INE de lá) a apontar para uma sobrequalificação dos licenciados Canadianos recentes. Aí se evidencia que 40% dos licenciados com idades entre os 25 e 34 anos tinham qualificações a mais para o trabalho que desenvolviam. A maioria dos licenciados com qualificações a mais eram das Humanidades, Ciências Sociais, Direito e Gestão.

Atrevo-me a dizer que o problema não é um exclusivo obviamente do Canadá. Há muitos a considerar que há uma bolha na Educação. Segundo um artigo do Wall Street Journal, mais de 15% dos taxistas Americanos têm uma licenciatura, contra 1% de há quatro décadas atrás. O problema nos Estados Unidos, e também noutros países, está fortemente relacionado com os custos/empréstimos do Ensino Superior. Mas, por cá, o problema é semelhante, e quando alguém alerta para o problema, não faltam entrincheirados prontos a responder

É claro que este provincialismo e apego ao canudo se vai pagar no futuro. As empresas estão mais viradas para resolver problemas concretos, e aspiram a quem resolva problemas, e não a quem tem simplesmente um canudo. Se tiverem um canudo e forem bons a resolver problemas, terão saída; os outros, não.

Se chegou aqui e está indignado com o que escrevo, é possível ter uma visão sobre o que aí vem. O Google, por exemplo, contrata cada vez mais pessoas que nunca foram para uma Universidade. Isto depois de no passado ter feito perguntas demasiado inteligentes aos candidatos… Há profissões que permitem ganhar muito dinheiro sem licenciatura… Para isso, há que nos aplicarmos!

O Mundo em 2505?

Já assistimos a muitos filmes que nos dão uma visão de futuro. A maioria dos que vi mostram-nos uma Raça Humana muito evoluída. Alguns, poucos, dão-nos uma visão aterradora e/ou apocalíptica.

Não estava por isso preparado para o filme que vi no passado fim de semana. Devo dizer que é politicamente incorrecto, mas tem porventura alguns ensinamentos muito importantes.

Curiosamente, o filme vai no sentido de alguma percepção que venho recolhendo nos últimos anos. A ciência evolui numa direcção assustadora. E muitas coisas estão efectivamente a regredir…

Se não acredita, vou pegar apenas num exemplo: o da exploração espacial. Os Americanos foram pela última vez à Lua em 1972. Na verdade, nesse ano de 1972 foi a última vez que Humanos ultrapassaram a órbita baixa da Terra. Nessa década, ainda conseguiram lançar várias sondas com muito sucesso. E, no início da década de 80, surgiu o Space Shuttle. Mas, a partir daí, foi sempre a descer. No início da década de 90 lançaram um telescópio com miopia, que teve que levar com uns óculos mais tarde. Uns anos mais tarde, outra nave espacial falhou porque se confundiram quilómetros com milhas. Há uns anos, o Space Shuttle deixou de voar, porque entre outras coisas, acabou o stock de processadores 8086. E depois de dois de cinco deles terem causado a morte de todos os astronautas a bordo. Nestes últimos anos, a simples ida ao espaço está dependente do taxi russo Soyuz. Há pouco mais de um ano, a falha na tentativa de privados chegarem perto do espaço resultou de um erro confrangedor. Entretanto, é cada vez mais difícil lá chegar

O filme “Terra de Idiotas” (“Idiocracy” em Inglês) é uma visão assustadora sobre o nosso futuro. Infelizmente, na minha opinião, parece ser mesmo nesse sentido que a Sociedade Moderna caminha… Se ainda não viu, pode ver o trailer abaixo, para ficar com uma ideia do que o futuro nos reserva:

Oops?

Uma forma de fazer ciência...

Uma forma de fazer ciência?

A ciência assusta-nos com percentagens! 95% para cá, 97% para lá, certeza absoluta noutros casos!

Infelizmente, temos feito aqui referências a outras estatísticas, como a de que 50% da Ciência que se faz é falsa! Quem o diz são os próprios cientistas…

Já aqui também referimos o exemplo do colesterol. Mas quanto mais se vai escavando na Ciência das últimas décadas, mais falcatruas se estão a descobrir! Este artigo recente do Washington Post revela-nos mais umas quantas machadadas naquelas verdades que já praticamente ninguém questionava!

O artigo é essencialmente sobre o leite gordo, mas levanta muitas outras questões, como a do consumo de sal. A verdade é que os cientistas actuais não se põem de acordo, e do meu ponto de vista, colectivamente vão perdendo a razão…

Descontos à la Iberdrola

A mudança do Mercado Regulado para o Mercado Liberalizado da Electricidade é uma grande aventura. Ontem fiz mais uma tentativa, desta vez em termos profissionais, mas outra vez gorada!

Comecei por procurar na ERSE, que tem no seu site os preços de referência praticados pelos comercializadores. Pareceu-me que a proposta “Plano Negócios Plus”, da Iberdrola, era a melhor oferta, sobretudo porque o preço por kWh era para o tarifário simples o mais baixo de todos: 0.1442€. O preço de potência é ligeiramente superior, mas tendo em conta o elevado consumo de electricidade, compensava claramente.

Depois de ver no site da ERSE, fui ao site da Iberdrola. Não encontrei em lado nenhum a oferta mencionada. Mas, como o Google é nosso amigo, descobri o panfleto da oferta. Parecia uma boa decisão, até porque logo no início se evidenciava os 10% de desconto sobre a Energia Activa:

Plano Negócios Plus

Plano Negócios Plus

Mais abaixo, confirmei o valor que estava no site da ERSE:

Valores por kWh

Valores por kWh

Depois da decisão para avançar, liguei para a Iberdrola (mais um maldito 808). Em primeiro lugar, procurei confirmar a existência da oferta, que não estava disponível no site. Confirmei todos os pormenores, os 10% de desconto durante um ano, o preço do kWh que havia observado, e o Serviço de Urgências Eléctricas. No final subscrevi telefonicamente a oferta. Ficava apenas à espera da documentação que iria ser enviada…

À tarde, a mesma pessoa que me atendera de manhã ligou-me. A oferta afinal já não existia! Mas havia uma proposta melhor para mim: uma oferta com desconto de 11%! Perguntei os detalhes do tarifário, e disseram-me que o custo do kWh era de 0.1480€. Como estava na rua não pude confirmar imediatamente o que seria melhor, mas insisti em que me fosse enviada documentação por escrito, por correio electrónico.

Quando cheguei à empresa, nem queria acreditar! A comparação entre as duas ofertas era a seguinte:

  • Plano Negócios Plus
    desconto: 10%
    preço kWh: 0.1442€
  • Plano Negócios Compromisso
    desconto: 11%
    preço kWh: 0.1480€

Quando me ligaram da Iberdrola outra vez, desdobraram-se em explicações. Sem sentido…