You are currently browsing the archives for the Em curso category


O que percebem os bancos de poupança

Gráfico- Informação sobre como poupar disponibilizada pelos bancos

Gráfico – Informação sobre como poupar disponibilizada pelos bancos

Decidimos aqui no Poupar Melhor que depois das noticias recentes sobre contabilidades criativas e apoios de bastidores aos bancos nacionais (e estrangeiros), era altura de irmos ver o que percebem os bancos sobre poupança.

Nos bancos a definição de poupança pode ser ligeiramente alterada em relação à do Poupar Melhor. Não seria a primeira vez que a semântica armava a confusão na vida dos portugueses, por isso, para não nos perdermos com este tipo de detalhes, vamos registar a diferenças.

Para o Poupar Melhor a poupança acontece quando a obtenção de um dado objetivo exista com um consumo menor dos recursos necessários para o obter. Isto implica o controlo de execução para a medição da diferença entre os valores de execução de uma dada atividade antes e depois da ação que identificamos como sendo geradora de poupança. O resultado da poupança deve permitir ser amealhado para mais tarde ser utilizado. Amealha-se dinheiro ou outras coisas, como mercearias ou energia que não consumimos.

Amealha-se para um dia de chuva. Usa-se os bancos para guardar o dinheiro que se amealha, mas não se amealha só dinheiro para guardar no banco. Quando falamos de bancos, a poupança é para estas instituições essencialmente “contas poupança” ou “poupanças fiscais”. Enquanto tentamos manter-nos longe das questões semânticas, estas parecem-me perseguir-nos neste tema.

Uma “conta poupança” é hoje vista pela regulação bancária europeia como um investimento num depósito a prazo para depósitos a partir de um certo valor. O depositante passa a ser tratado como investidor e o seu depósito passa a conter um risco de perda parcial do valor entregue para guarda. Os bancos e regulador chamam-lhes depósitos, mas na realidade o dinheiro não é entregue à guarda da instituição bancária apenas para o salvarguardar dos larápios, mas na expectativa de obter um ganho.

Temos ainda o que os bancos chama de “poupança fiscal”. Aqui o ganho é obtido mais uma vez, não de uma poupança do ponto de vista do Poupar Melhor, mas de uma mudança legislativa que provoca uma uma mais valia, um ganho, obtido como resultado do cálculo dos impostos.

Chamar poupança a ganhos com benefícios fiscais ou a um investimento num depósito a prazo é toda uma nova discussão que não cabe aqui. Talvez um dia naquele outro site.

Fomos à lista de bancos de Portugal no próprio Banco de Portugal e fizemos uma revisão rápida em matéria de conselhos de poupança que os bancos disponibilizam. Procurámos nos menus dos sites públicos destas instituições informação relevante para a poupança doméstica e conselhos de como poupar dinheiro para amealhar. A forma como identificámos foi através da procura dos vocábulos associados a poupar: poupe, poupança, poupar.

O que encontrámos nos bancos que ainda têm sites ou têm informação sobre poupança disponível nesses sites foi analisado, procurando identificar na informação que continham como caracterizá-la de forma a poder agrupar os sites dos bancos pelo tipo de conselhos de poupança que continham, e estas são as nossas conclusões.

A hipótese inicial do Poupar Melhor era que, sendo os bancos instituições diferentes de empresas que procuram apenas o lucro, iríamos encontrar várias referências a formas de guardar mais dinheiro ou tempo, como gestão de orçamento caseiro ou pagamentos por transferência bancária de forma controlada. O que o gráfico mostra é bem diferente do que esperávamos.

Há bancos registados no regulador sem sites ou sem informação contendo os vocábulos procurados. O número é superior ao número de bancos com informação minimamente relacionável com o tema poupança. Alguns bancos sem site levam-me a questionar onde publicaram os relatórios e contas que são obrigados a publicar no site. Talvez seja uma obrigação apenas para quem tem site…

O que é mais caro: metro ou carro

Nem todos passam os tempos ociosos ao fim-de-semana. Há quem se dê ao trabalho de pensar em formas melhores de viver as suas vidas e quem pense em poupar uns cobres no dia a dia.

A conversa não é nova. Aqui no PouparMelhor já tentámos chegar a uma conclusão, mas pretendia-se não só poupar, mas chegar sempre a horas. Aqui o contexto em que vivemos conta muito e por isso a solução não é só aritmética, mas também de valorização das escolhas.

No Twitter a conversa começa sempre por um ou outro twitt provocador. Uma opinião puxa outra e os 150 caracteres obrigam os opinadores a defenderem a sua opinião sem atropelos.

A ideia desta vez era saber se as viagens pendulares eram mais baratas por transportes público ou privado.

A resposta veio a seguir:

Só que nem sempre o problema é mera aritmética. Há quem se esqueça de algumas parcelas:

Como tinhamos visto anteriormente, o problema dos transportes não passa exclusivamente pelo custo incorrido em cada viagem. Não chega contabilizar a soma do preço dos bilhetes e compará-los com o custo da gasolina para nos deslocarmos numa determinadas distância. Há que ter conta outros fatores como:

  • Tráfego nos trajetos;
  • Pessoas a transportar;
  • Impostos;
  • Estacionamento;
  • Seguros;
  • Desgaste e manutenção da viatura;
  • Horários de deslocação.

No meu caso havia também que ter em conta a verba disponível para alteração do transporte próprio porque queria ter a liberdade de movimentos que um motociclo me podia dar. (E deu)

Depois disto, ainda temos de ter em conta o que valorizamos mais:

  1. Tempo;
  2. Dinheiro;
  3. Liberdade.

Enquanto algumas pessoas podem ser obrigadas ou gostar de pensar apenas no dinheiro, mas são estas três as variáveis que tive em conta. No meu caso acabou por ganhar a liberdade e o tempo.

Caixa para o Raspberry Pi feita de uma antiga caixa de cassete VHS

Caixa para o Raspberry Pi feita de uma antiga caixa de cassete VHS

Caixa para o Raspberry Pi feita de uma antiga caixa de cassete VHS

Fui visitar a Lisbon Mini Makers Faire onde encontrei excelentes ideias. A caixa para o Raspberry Pi que vêem na foto é feita de uma antiga caixa de cassete VHS. Alguns de vocês podem nunca ter visto uma caixa destas na vossa vida, mas em minha casa havia muitas e em casa da minha avó ainda há. A ideia de guardar lá dentro tudo o que o Raspberry Pi necessita pareceu-me muito interessante e bem mais barata que todas as caixas impressas em 3D que havia na feira.

As cassetes VHS eram o formato mais comum de gravação de vídeo e permitiram-me manter durante muito tempo aquilo que hoje temos por garantido nos nossos computadores ou na box do nosso operador de televisão por cabo: as gravações dos nossos filmes preferidos.

Cá em casa já não tenho nenhuma destas caixas de cassetes VHS, mas aposto que em casa da minha avó ainda vou encontrar muitas. Hoje é dia de pedincha à avó e o neto quer uma caixa vazia.

Assistente pessoal para o Apple MacBook

Embora já não tenho hackintosh cá em casa, continuo a seguir a capacidade de ultrapassar dificuldades dos fóruns da especialidade. Muitas das coisas que descobrem como resolver acabam por ter aplicações nos verdadeiros computadores da Apple.

Desta vez fui encontrar algo com que já me tinha feito experiências de por os computadores a falar, mas fui encontrar uma experiência de falar com o computador: Samantha. A experiência aparentemente já não era nova, mas como dizia que o código era aberto, decidi dar uma voltinha.

A ideia do utilizador do fórum era um bocado mais ambiciosa que a minha: criar um Siri no computador. Outro utilizador do fórum apontou para a existência de outras experiências, supostamente mais evoluídas:

O Apple Mac só trabalha com voz em algumas línguas, e algumas destas aplicações só funcionam em inglês. Para experimentar necessitam da conversão de voz para comandos do Mac a funcionar. Depois podem tentar dizer alguns dos comandos em inglês. O mais típico é pedir que diga as horas. Depois de ligado no Mac a opção de comandos para voz, podem ainda cstomizá-lo. Há algumas brincadeiras que podem fazer, como dizer as horas a cada hora  ou adaptar os avisos para que o computador pareça neurótico com algumas frases menos esperadas:

  • HEY! Look at me!
  • Look! It’s Steve Jobs!
  • Come touch my keys!

Instalado e configurado podem então voltar às aplicações para as experimentar. A primeira coisa que vão descobrir é que da caixa o Mac só nos responde se carregarmos no atalho de teclado, o que deita por terra aquela visão de futurista de entrarmos em casa e dizermos “Ligar aí a musíca”. Por omissão a configuração pede-nos que carreguemos duas vezes na tecla FN, mas podem configurar a vossa combinação de teclado.

A primeira experiência foi com o Sarah, mas este falhava logo após a configuração. O Mac queixou-se que o executável estava corrompido. Fim da história.

A segunda experiência foi com o Samantha. Vão precisar de ter uma conta do fórum para fazerem download. Depois é só arrastar para dentro da pasta Applications. Quando arranca, mostra uma caixa de texto que, se tiverem o reconhecimento de voz ligado como referi mais atrás, tenta executar as ordens que lhe damos. Podem também escrever a instrução manualmente, tudo bastante rudimentar e pouco prático.

A terceira e última experiência foi feita com o Sinus. A funcionalidade é muito semelhante ao do Siri. Começa por sugerir que instalemos a voz da Samantha que é muito semelhante à do Siri, se não for a mesma. Depois é carregar na tecla de atalho indicada e começar a dar ordens. A experiência começou mal. Nunca entendeu o meu nome. O aspeto é bastante polido em relação ao script em código aberto, mas ou o meu inglês é muito mau ou então a Samantha não gosta nada de mim. O Sinus não entendeu patavina do que lhe disse.

Por agora considero que as experiências com software livre de controlo do computador terá de esperar que este amadureça mais um pouco até que a experiência seja como a do filme 2001 Odisseia no Espaço, aquela do computador HAL9000.

O barato sai caro

Hub USB com alimentação na porta errada

Hub USB com alimentação na porta errada

Quando decidi juntar os discos com as fotos e os backups no Raspberry Pi  não adivinhava a saga em que me metia. Comprei um Hub que não tinha como resultar com o Raspeberry pi.

Devia ter seguido o conselho do amigo André que me sugeriu um hub de uma loja online, mas em vez disso decidi comprar um hub USB baratucho. O aspeto era mesmo igual ao hub do PiHut, uma loja especializada em Raspberry Pi. O efeito secundário de um hub USB mal construído foi que o RPi reinicializava aleatoriamente.

Como se pode ver pela imagem, a porta que supostamente seria para ligar o RPi devolve energia, algo que não era suposto acontecer. O RPi não tem proteção naquela porta e uma flutuação pode estragar tudo.

Pensei em solucionar a questão cortando o fio vermelho do cabo USB, tal herói de filme de ação que no ultimo minuto desativa a bomba, arriscando a própria vida enquanto aposta entre cortar o fio vermelho ou outro de outra cor qualquer. Na realidade aquele fio vermelho é o que transporta a energia. Cortava o fio e era o fim da eletricidade a voltar por uma porta que só devia estar a receber dados.

O resultado até podia ser o esperado, mas nem só de Volts se faz a corrente elétrica e o Murphy visita sempre que pode. Depois de cortar o fio vermelho, o multímetro não funcionava. O fusível do multímetro tinha fundido…

Cortar o fio vermelho

Cortar o fio vermelho

Sem multímetro para confirmar a teoria, não ia arriscar o meu RPi novamente.

Fio vermelho cortado no cabo USB

Fio vermelho cortado no cabo USB

Neste momento está um Hub USB ao lado do RPi, comprado onde o amigo André aconselhou e não se fala mais nisto. Para a próxima, em lugar de tentar poupar uns trocos, compro logo a coisa a sério.

Murphy, Zonhub e o Raspberry Pi lá de casa

Caixa de Lego para o Raspberry Pi por @designerferro

Caixa de Lego para o Raspberry Pi por @designerferro

Se alguma coisa pode correr mal, então vai correr mal. Esta é a Lei de Murphy. Aqui no Poupar Melhor temos a nossa quota de desafios da superstição de engenheiros. Costumamos referi-la, mas desta vez quero partilhar convosco algo que pode ir para além da Lei de Murphy. Os ficheiros que serviam o Raspberry Pi cá de casa a partir do Zonhub deixaram de funcionar e aparentemente o Zonhub também, algo que não sabia se estaria relacionado.

O meu prestador de comunicações eletrónicas, um nome pomposo para fornecedor de comunicações, é uma empresa a quem já disse que sou mudaria se fosse obrigado a isso. A experiência que aqui partilho poderá mesmo ter sido uma exceção e não significante para o total da prestação dessa empresa, pelo que só pode ser considerada apenas isso e não uma tentativa de generalização.

Desde o dia 16 de Julho que o Zonhub, o nome que dão ao equipamento que colocam na nossa casa para fazer a ligação da minha rede interna privada com a rede do fornecedor, e daí para as outras redes, começou com comportamentos estranhos. Primeiro tornou-se lento e depois começou a prestar serviço de forma intermitente. Os dados recolhidos pelo Samknows não me mentem. Os dados de diagnóstico de rede também não. O disco partilhado deixou de aparecer na rede e o equipamento parecia reiniciar-se sem razão a cada minuto. As luzes apareciam, mas os serviços íam desaparecendo até que o equipamento desaparecia da rede. Os equipamentos perdiam a ligação ao Zonhub.

Passado uns minutos, o Zonhub voltava a aparecer. O acesso WiFi e por cabo era reestabelecido, mas tudo só para voltar a repetir a dança… Degradação de serviço até que tudo desaparecia.

Verifiquei tudo: os cabos, as configurações… Desliguei e voltei a ligar… até que tive telefonei para a linha de apoio do fornecedor. Quando comecei a falar e referi que estaria a pagar a chamada para um problema que era da responsabilidade do fornecedor, para minha surpresa, do outro lado da linha ofereceram-se para ligar-me. Isto e a prontidão com que me enviaram o técnico a casa foi muito positivo.

Quando não conseguiu diagnosticar o problema pelo telefone, o fornecedor enviou uma equipa técnica a casa. Substituíram os cabos entre o equipamento e a tomada de parede porque, diziam, já não se usavam cabos daqueles. Substituíram a box da Televisão e a de ligação à internet por umas novas com um logótipo novo da empresa.

Não entendo muito bem porque alterariam o equipamento se o problema não fosse daí… O meu XBMC cá de casa sempre usou o disco partilhado na box. Desde que liguei o Raspbmc que o disco passou a ser parte fixa do conjunto.

Antes de sair, eu e o técnico do fornecedor fizemos todas as verificações possíveis. Ligámos e desligámos tudo. Verificámos os tempos de acesso entre equipamentos. Ligámos e usámos vários equipamentos à rede por cabo e Wifi. Tudo estava bem, pelo que o considerámos o episódio corrigido. O único senão foi o Zonhub ter atribuído a letra A ao disco, coisas do Windows, em lugar da antiga letra E. Isto tinha impacto no XBMC e por isso tinha de ser corrigido.

Na manhã seguinte, fui verificar a configuração. Desliguei a partilha de impressoras, coisa que não há cá em casa. Quando liguei a partilha UPnP dos ficheiros multimédia, a dança recomeçou. Primeiro degradação do acesso à internet, com degradação do acesso à página do Zonhub, para no final acabar sem acesso a coisa nenhuma. O equipamento parecia desligar-se e voltar a ligar.

Dança do Zonhub

Dança do Zonhub

Mas desta vez a coisa agravou-se. O equipamento quase que desaparecia. O disco, depois de removido do Zonhub deixou de ter ficheiros disponíveis e a internet desapareceu para todo o sempre… E é aqui que entra o Murphy: quando no meio disto tentei corrigir o disco, carreguei acidentalmente numa daquelas odiosas mensagens que os sistemas operativos nos mostram a perguntar se quero formatar o disco. Como tinha outro disco que ía realmente formatar ligado, lá carreguei a dizer que sim… Perdi os meus ficheiros todos.

Hoje escrevo já com tudo resolvido por mim. Os discos passaram a estar todos ligados ao Raspbmc pelo Hub USB e o Zonhub tem os serviços de partilha de disco e UPnP desligados. Parece que funciona, mas não era assim que funcionava.