O A.Sousa andou a ler sobre o consumo por causa de uma notícia relativa ao recuo de vendas de micro-ondas nos Estados Unidos. Para o A.Sousa seria interessante saber se há indicadores deste tipo para Portugal.
Os autores do artigo procuravam verificar se o consumismo era um melhor indicador para a prosperidade económica, em detrimento dos níveis de rendimento. A discussão não é nova e com a financeirização da política, passámos a ouvir muitas vezes falar no Produto Interno Bruto (PIB) como um indicador de prosperidade.
A principal acusação que existe contra a utilização do PIB como indicador de prosperidade financeira é uma velha anedota que me contaram sobre frangos e pessoas para explicar o problema da utilização da média como forma de síntese:
Se tivermos 4 pessoas e 4 frangos para essas pessoas, não há nada que nos garanta que cada pessoa come um frango.
A média não é um bom indicador de divisão igualitária. Assim, quando se fala do total de valor (PIB) para um total de população (Pessoas) ficamos com a história dos frangos e das pessoas: O guloso pode ter comido 3 frangos sozinho e o egoísta comido o que sobrava, deixando os pobres sem qualquer frango.
Na narrativa dos ocupadores de Wall Street, se 1% da população acumular 99% da riqueza disponível, dificilmente um indicador de conjunto que não tenha em conta a divisão da riqueza servirá de indicador de bem estar de toda a população. Este indicador de conjunto apenas indicará que os bens existem, mas não se todos os habitantes têm acesso a esses bens, quer seja dinheiro, quer sejam fornos micro-ondas.
Decidi pegar no desafio e procurar uma resposta para a pergunta do A.Sousa. Deparei-me logo com o gráfico deste post que retirei desse estudo. O artigo é um estudo para o Estado de Maryland na demanda por um indicador prosperidade melhor. Escolheram para isso um indicador que sintetiza um conjunto de variáveis que se comportam aparentemente de forma relacionada.
As experiências com este tipo de variáveis não são novas, mas também não são aceites de forma generalizada por se suportarem em variáveis que podem ser entendidas que tenham outras razões de variação. Vou pegar nas base de dados sociais disponíveis livremente na internet e ver se haverá alguma coisa que permita gerar gráficos de prosperidade financeira para Portugal que não sofram do problema dos frangos e das pessoas.