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Fraudes no couponing

extreme-couponingHá um ano falamos do programa Extreme Couponing, e de como os cupões ainda eram uma novidade em Portugal. As coisas têm mudado muito desde então, e ontem foram mesmo tema para uma reportagem na RTP1. Acontece que nem tudo o que parece é!

A história desconhecida do Extreme Couponing é a natureza fraudulenta de muitos dos seus participantes. Quando comecei a escavar a história fiquei verdadeiramente surpreendido. Logo no primeiro episódio, a participante J’aime Kirlew gabou-se de ter comprado por $103 produtos com um valor de $1900. O problema começou quando Jill Cataldo, outra couponer, lhe topou o esquema. Dias depois, Jill documenta melhor a fraude. Numa entrevista no mês a seguir, ao blog SmartMoney, do Wall Street Journal, J’aime Kirlew admite ter utilizado os cupões de forma indevida!

A saga chegou a outros sítios no Media. A revista Time referiu-a e voltou depois à carga. E mais exemplos surgiram:

Enfim, não são certamente estes os exemplos de poupança que devemos perseguir. Eu pessoalmente deixei de ver o programa, pois aquilo convida mais ao açambarcamento que à poupança. E, para quem possa pensar que a Jill Cataldo está com dor de cotovelo, a resposta foi dada neste post. Há que concordar com ela, pois os cupões não podem ser uma obsessão… Mas quem quiser mais informação sobre este tema dos cupões, a Coupon Information Corporation é um bom sítio para começar. Eles até oferecem $100.000 a quem os ajudar a apanhar os envolvidos na contrefacção de alguns cupões…

Poupe barrando as mensagens de valor acrescentado

um SMS duvidoso

No início da semana passada recebemos um SMS num dos telemóveis cá de casa. A mensagem vinha da TMN, o nosso operador, como se pode ver na imagem ao lado, e dizia:

O seu número 96xxxxxxx foi selecionado para entrar nos DIAS SMART, onde pode GANHAR um iPHONE ja HOJE! Quer? Envie SMS gratis para 62900 com OK

Como reconheci que o número era um número de serviço de valor acrescentado, rapidamente encontrei no site da Anacom o registo ICP-ANACOM – 05/2009, atribuído à entidade TOTAL TIM. Aí estão expressos as condições para o número 62900:

  • Periodicidade do envio de mensagens: Diária
  • Preço de cada mensagem a receber: € 0, 308 (IVA incluído)
  • Preço a pagar periodicamente pelo utilizador: € 0,308/dia

De seguida, telefonei para o 1696, o número de apoio a clientes da TMN. Tiveram a amabilidade de me confirmar que o SMS era fraudulento e não associado à TMN. Pedi o barramento para os serviços de valor acrescentado para todos os telemóveis cá de casa. Na verdade, já conhecia o procedimento, até porque há uns meses tinha resolvido um caso semelhante, de um telemóvel ao qual era cobrado um valor substancial várias vezes por semana. E o valor era cobrado por cada SMS recebido nesse telemóvel. Reparem que recebido não é um engano, como se depreende do articulado das condições para o 62900 acima.

Pesquisando um pouco mais, detecta-se um site associado ao concurso: Dias Smart. Vamos ver quantos dias aguenta no ar, desde que foi registado a 11 de Dezembro… Adicionalmente, no site tem um regulamento que contradiz o que é afirmado pela TMN:

Enquanto operador de comunicações eletrónicas, a TMN – Telecomunicações Móveis Nacionais, S.A. pretende associar-se ao presente Passatempo procedendo à divulgação do mesmo junto dos seus Clientes, destinatários do mesmo, os quais poderão participar através do envio de mensagens SMS, nos termos e condições constantes do presente Regulamento.

Enfim, o melhor é pedirem igualmente o barramento a estes serviços. Peçam igualmente o barramento para os telemóveis dos mais novos, pois eles serão facilmente aliciados por estas mensagens. E espreitem nas vossas facturas se não estarão a ser já vítimas. Se estiverem a receber mensagens de concursos periodicamente, considere a possibilidade de as estar a pagar!

Será honesto?

Será?

Será honesto? é um site elaborado pela Direcção-Geral da Saúde e Defesa do Consumidor da Comissão Europeia, e que visa alertar os consumidores para práticas comerciais desleais. O site tem por base uma directiva comunitária, a Directiva 2005/29/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 11 de Maio de 2005

O site alerta-nos, consumidores, para determinadas práticas desleais, incluindo as que são enganosas por acção e/ou omissão, técnicas de venda agressivas, e outros casos de práticas desleais. Vale a pena ler atentamente este documento de enquadramento. Incorpora ainda uma lista negra de práticas que são sempre proibidas (pag. 20 e seguintes), e que reproduzimos abaixo:

  • Códigos e marcas de confiança
  • Publicidade-isco
  • Isco e troca
  • Ofertas limitadas: Oferta especial, apenas hoje!
  • Idioma dos serviços pós-venda: Acções de marketing em português,
    serviço pós-venda em alemão
  • Publicitar produtos que não podem ser legalmente vendidos
  • Impressão enganadora quanto aos direitos dos consumidores: “Especial para si”
  • Publi-reportagens: “Mensagens cruzadas”
  • A segurança como um argumento de marketing: Representação exagerada do receio face a riscos de segurança
  • Engodo: “Marca reputada ou talvez não?”
  • Esquemas de Pirâmide
  • Alegações falsas em relação à mudança de instalações ou cessação do negócio: “Cessação de actividade!
  • Liquidação de stocks!”
  • Facilitar possibilidades de ganhar: Como ganhar a lotaria
  • Alegações falsas acerca da capacidade curativa: “Trickium 24 cura doença
  • Informação de mercado
  • Prémios: “Parabéns! Você ganhou um prémio”
  • Criar a impressão falsa de ofertas gratuitas: “Óculos de sol grátis”
  • Produtos não encomendados
  • Professional de comércio disfarçado de consumidor
  • Serviços pós-venda: “Garantias em toda a Europa”
  • Venda forçada: “Sim, pode-se ir embora depois de tratar das questões burocráticas”
  • Venda ao domicílio agressiva: “Sim, eu vou-me embora depois de tratar das questões burocráticas”
  • Contactos persistentes e não solicitados: “Com o terceiro telefonema talvez se consiga acordar um contrato…”
  • Pedidos de indemnização: Ninguém atende o telefone
  • Exortação directa às crianças: “Vai comprar o livro!”
  • Fornecimento não solicitado
  • Pressão emocional
  • Ganhar um prémio

DECO exige retirada das Ecobolas do mercado

Quando me apontaram na direcção desta notícia, nem queria acreditar! A razão para a minha estupefacção vem mais abaixo, mas vamos ao que interessa: a DECO fez um estudo a uns produtos, designados genericamente por “Ecobolas”, e concluiu que “não lavam, nem poupam“. Vai mais longe, e determina que as “bolas ecológicas para lavar roupa e loiça devem ser retiradas das lojas“.

Enquanto lia a notícia do Público, a minha estupefacção ia aumentando. Sobretudo quando li o seguinte parágrafo, que me provocou um autêntico deja-vu, de cerâmicas, hidrogénios e oxigénios:

As cerâmicas naturais permitem, em conjunto com os ímanes contidos na Ecobola, que durante a lavagem o hidrogénio e o oxigénio da água se separem, permitindo uma maior penetração da água no tecido e consequente remoção de sujidade.

A DECO denunciou a situação à ASAE, DGC e ICAP, como Rita Rodrigues, das relações institucionais da DECO PROTESTE, no vídeo abaixo justifica:

Drafting de bicicleta na auto-estrada

Há uns meses atrás falamos sobre o drafting, uma técnica que conhecemos sobretudo dos desportos motorizados, e que potencia estratégias de aumento de velocidade e/ou diminuição de consumo. Recordamos que a prática é extremamente perigosa, e mesmo possivelmente ilegal.

Foi nisso que pensei quando vi o vídeo seguinte. É de um ciclista a fugir à polícia na auto-estrada!

Na verdade, depois de umas pesquisas na Internet, verifica-se que o vídeo é uma montagem, como se evidencia neste vídeo (em checo). Ainda assim, dá uns momentos divertidos, sendo mesmo que não é impossível atingir velocidades elevadas numa bicicleta, como o demonstra a velocidade recorde de Fred Rompelberg, que atingiu uma velocidade espantosa de 268.831 Km/h numa bicicleta!

Comissão PEPTI envia SPAM sobre oferta de férias

Imagem do site PEPTI 2012

Aqui pelos nossos lados recebemos uma mensagem de uma origem desconhecida, que já sabemos foi recebida por outros e que começa assim:

“É com prazer que vimos informar que foi selecionado dentre um grupo de utilizadores da Internet. No sorteio a Comissão do PEPTI atribuiu-lhe um subsídio para 3 dias de alojamento.”

Como tudo no Poupar Melhor, fui verificar a origem:

  • Visitei o site; e
  • Liguei para o número que está no site.

O site é acessível por qualquer combinação de números que coloquem no URL, bastando carregar depois no botão “login” do formulário para ver o seu conteúdo.

Ao telefonar para o número 707301888, que está no site, responde-nos uma gravação a dizer que não respondem a questões pelo telefone.

O site faz alusão às cores e grafismo da União Europeia, mas uma pesquisa sobre a empresa associada aponta para sites de Cheques Alojamento. Até aqui nada de estranho. Poderia ser uma contratação legitima e o site funciona mesmo.

O site diz pertencer ao Programa Europeu de Progresso de Turismo Individual (PEPTI), mas é impossível confirmar a propriedade do domínio pepti.eu numa pesquisa WHOIS.

O nome é sugestivo e os textos, com erros, são cuidados para não indicar que se trata de algo ligado à Comissão Europeia.

Quando se tenta receber as férias de graça começam a apresentar-nos as incoerências:

  1. “Será cobrado o pagamento pela emissão e entrega do certificado na quantia de € 21,87.”;
  2. “Agora tem a possibilidade de ficar no hotel toda a semana na companhia de um pessoa a sua escolha porque com o certificado novo tem o direito de usufruir de 1 a 7 noites.”;
  3. No pagamento por Pay Pal surge a mensagem “Cancel and return to Composys Group Sp. z o.o..”;
  4. “Não paga pelas noites – paga pelas tarifas de alimentação.”.

O site refere várias empresas:

  1. TLG Travel Group;
  2. Eurorest; e
  3. Composys Group Sp. z o.o..

Telefonei para um alojamento na tentativa de descobrir se reconhecia o Programa Europeu de Progresso de Turismo Individual (PEPTI) ou alguma das empresas referidas no site PEPTI e só reconheceu o Eurorest. Tentaram explicar-me que os valores cobriam as despesas de alimentação e que o que eu pagava pelo cheque Eurorest não tinha qualquer valor para o alojamento, trantando-se de um assunto entre mim e a Eurorest. O alojamento garantia apenas a dormida com o custo pelo valor da alimentação conforme apresentado no site.

Comparei o preço de oferta PEPTI com o do Booking.com e a diferença era mínima. Ficou-me a questão se seria Fraude ou algo mais cinzento, mas tenho a certeza que uma oferta de férias não vem pelo email na forma de SPAM, num site que não se consegue saber a quem realmente pertence e com taxas escondidas.

Mensagens como “Tenho um bau cheio de dinheiro, mas não posso ir à Holanda” e “ganhou um voucher de férias” são o chamariz para os incautos, e essas chegam como SPAM.

O site 419eater segue um destes esquemas pelo mundo e mantém mesmo uma galeria de troféus.

Pessoalmente, para poupar no alojamento das férias, consulto uma agência de viagens, contacto diretamente o alojamento ou uso um site como o Booking.com.