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Insustentável Energia3

Há uns meses, depois de analisar a proposta Energia3, acabei por concluir que era a melhor oferta para um contador que temos, e em que o consumo é muito reduzido. A proposta de reduzir 50% dos custos fixos (potência contratada) era claramente muito interessante, num contexto em que os custos são praticamente apenas os custos fixos.

Acontece que só no mês passado me lembrei que era preciso deslocar-me ao Continente para eles creditarem o valor desse desconto. Como passo lá quase todas as semanas para fazer compras, peguei no telemóvel e tirei uma foto ao código de barras. Mas, quando cheguei lá, disseram-me, para grande espanto meu, que só aceitavam o código impresso em papel!!!

Eu sou todo a favor de preservar o Ambiente, mas estas coisas tiram-me do sério. Ainda por cima, na página de perguntas frequentes, podemos perceber como esta lenga-lenga do Ambiente é só para nos fazer pecar a todos:

Eles poupan no Ambiente, e nós temos que pecar de propósito!

Eles poupam no Ambiente, e nós temos que pecar de propósito!

Na verdade, eles muito simplesmente poderiam creditar o valor do desconto no cartão… Mas, não! Os objectivos são bastante claros:

  • Temos que ser nós a imprimir a factura, para sermos nós a ter os custos da impressão;
  • Temos que levar esse desconto ao Continente, para já que estamos lá, fazer umas comprinhas;
  • Quem não cometer o pecado anterior, que inclui derrubar uma parte de uma árvore, não leva descontinho!

Esta conversa descarada do Ambiente, para ser levada a sério, devia incluir a retirada dos prémios que estas empresas recebem por terem alegadamente um desempenho exigente nas práticas ambientais. Se são das 100 empresas mais sustentáveis do Mundo, então é porque alguém não deve estar a contar estes pequenos grandes pormenores!

Aliás, lendo a página de sustentabilidade da GALP, rapidamente se percebe que é “olha para o que eu dido, não para o que eu faço”! E se os links anteriores são da GALP, olhando para os relatórios de sustentabilidade da SONAE, chega-se rapidamente à mesma conclusão…

Ciência e Religião

De que serve a encíclica para as pessoas do terceiro Mundo?

De que serve a encíclica para as pessoas do terceiro Mundo?

Todos temos a noção de que quando há misturas entre Ciência e Religião, a coisa não vai acabar bem. Foi assim há 500 anos com Galileu, mas muitos mais exemplos existem. E o exemplo da semana passada não me parece que vai correr bem.

O Papa lançou uma encíclica nova. O que normalmente não é notícia, apareceu por todo o lado, em muitos meios ligados à Ciência, o que é claramente um outlier… O clamor que se seguiu sugeriu-me uma boa teoria da conspiração, mas adiante… Aliás, sou todo a favor da poupança, conservação de recursos, e por isso a moral até se digere…

A coisa ficou todavia muito mais negra quando li este artigo do Zero Hedge. Fala sobre um professor Alemão, John Schellnhuber, que aparentemente tem uma visão radical sobre as alterações climáticas. Uma pesquisa online rápida revela que isso é capaz de ser bem verdade (ver por exemplo este artigo, com muitas referências).

Na verdade, seguindo os links, percebe-se que este John Schellnhuber gostaria que o Planeta tivesse apenas um bilião de pessoas. Não sei o que é que o Papa Francisco pensa disto, mas talvez mandar as restantes todas para o purgatório, será? E como é que vai ser com os Católicos? Como são cerca de dois mil milhões, o que fazer a metade?

Para apimentar a coisa, o Papa Francisco resolveu torná-lo membro da Pontifícia Academia de Ciência e participou mesmo no lançamento da Encíclica! Uma religião que tem uma visão claramente retrógrada, como só admitir o preservativo em determinadas situações, alinha agora com aqueles que dizem que o planeta não devia ter mais de um bilião de pessoas???

Infelizmente, esta ideia de que o Planeta Terra tem gente a mais, e que é preciso exterminar uns quantos, têm surpreendentemente muitos mais adeptos do que alguma vez pensava. Uma rápida pesquisa pela Internet revela-nos isso, mas este artigo é surpreendente pela informação que condensa, e os links que referencia, e que não deixam dúvida de que as personagens disseram mesmo estas afirmações sem perdão! Mas tenham atenção, pois o que essas personagens disseram é suficiente para nos dar vómito!

E o problema e que há mais, como o marido da Rainha de Inglaterra, que escreveu num livro “I must confess that I am tempted to ask for reincarnation as a particularly deadly virus“. Ou pela mensagem transmitida por Hollywood, no filme Kingsman, em que o tema é abordado, mas felizmente alguém acaba com a ideia de exterminar a raça humana, apesar de uma das cenas possivelmente mais violenta dos últimos tempos, enquadrada numa igreja, conforme podem ver abaixo.

Enfim, para mim tudo isto é uma surpresa total. Da parte dos “cientistas”, nada que me vá admirando, no estado em que está a Ciência. Agora, que o Papa se meta nestes domínios, é verdadeiramente surpreendente. E, a esta velocidade, fará de Hitler e das suas ideias de controlo populacional, um autêntico sacristão…

Metade da Ciência é falsa?

Na passada semana, vimos no artigo sobre se o chocolate emagrece, como a Ciência está a passar por momentos difíceis. Na verdade, a Ciência também está a ter dificuldades em adaptar-se aos novos tempos da Internet, mantendo processos arcaicos, e pior, criando dúvidas sobre a quantidade de ciência que se produz não terá da passar por um processo de reciclagem qualquer. É claramente também um problema de quantidade vs. qualidade…

Quem me conhece sabe que sou bastante crítico do que se passa no domínio científico actual. Para mim é claro que o actual processo de peer-review, que se arrasta durante meses, terá que ser substituído por algo mais moderno, mais rápido, como afirmei neste artigo.

Surpreendentemente, há uns dias tropecei num artigo publicado na revista The Lancet. É uma revista científica da área médica, tendo um factor de impacto muito elevado, sendo considerado uma das revistas médicas mais prestigiadas do Mundo. O seu editor é Richard Horton, que na edição de 11 de Abril, escreveu um artigo que está disponível aqui. Dele extraí algumas frases que evidenciam como quem está dentro (e que já sofreu na pele a fraude médica provavelmente mais significativa das últimas décadas), também não tem dúvidas de que a Ciência está literalmente podre:

  • “A lot of what is published is incorrect.” I’m not allowed to say who made this remark because we were asked to observe Chatham House rules. We were also asked not to take photographs of slides.
  • Why the paranoid concern for secrecy and non-attribution? Because this symposium—on the reproducibility and reliability of biomedical research, held at the Wellcome Trust in London last week—touched on one of the most sensitive issues in science today: the idea that something has gone fundamentally wrong with one of our greatest human creations.
  • The case against science is straightforward: much of the scientific literature, perhaps half, may simply be untrue. Afflicted by studies with small sample sizes, tiny effects, invalid exploratory analyses, and flagrant conflicts of interest, together with an obsession for pursuing fashionable trends of dubious importance, science has taken a turn towards darkness. As one participant put it, “poor methods get results”.
  • The apparent endemicity of bad research behaviour is alarming. In their quest for telling a compelling story, scientists too often sculpt data to fit their preferred theory of the world. Or they retrofit hypotheses to fit their data.
  • Universities are in a perpetual struggle for money and talent, endpoints that foster reductive metrics, such as high-impact publication. National assessment procedures, such as the Research Excellence Framework, incentivise bad practices. And individual scientists, including their most senior leaders, do little to alter a research culture that occasionally veers close to misconduct.
  • Can bad scientific practices be fixed? Part of the problem is that no-one is incentivised to be right. Instead, scientists are incentivised to be productive and innovative.
  • The conclusion of the symposium was that something must be done. Indeed, all seemed to agree that it was within our power to do that something. But as to precisely what to do or how to do it, there were no firm answers. Those who have the power to act seem to think somebody else should act first.
  • The good news is that science is beginning to take some of its worst failings very seriously. The bad news is that nobody is ready to take the first step to clean up the system.

Ganhar no jogo da grua só se estiverem pré-programadas

As máquinas com aquele gancho que oferecem os prémios que conseguirmos apanhar e enviar pelo buraco estão pré-programadas apenas para dar lucro. Já não seria a primeira vez que vínhamos aqui dizer-vos que a única maneira de ganhar garantidamente ao jogo é não jogando.

Mostrei o vídeo acima aos meus filhos, só para ouvir o mais novo a queixar-se que “Então eles só querem o dinheiro?!?” e concluir “Pensei que as máquinas eram para fazer as pessoas felizes.”. São para fazer as pessoas felizes, meu filho, mas as pessoas que ficam felizes são os donos das máquinas.

Como é que isto tudo é possível? No site Boing Boing havia um artigo a explicar como tudo funciona, com o respetivo link para um manual de instruções. Lá no meio do texto podemos ler outras pérolas que não se encontram no vídeo:

If a prize is won before full power is sent to the claw, then full power will not be sent to the claw until the cycle being played is completed. Normal cycling will resume in the following group.

Em Portugal estas máquinas chamam-se máquina de jogo da grua ou do guindaste. Encontrei destas máquinas a serem vendidas principalmente pelos sites de exportação chineses, mas é possível encontrar algumas para troca ou à venda em segunda mão.

Espero que este vídeo vos ajude, como me ajudou a mim, a explicar aos vossos filhos que estas máquinas não estão lá para eles ganharem prémios, mas para lhes ficarem com as moedas.

Chocolate emagrece?

Notícia sobre chocolate

Notícia sobre chocolate

Este artigo é mais um daqueles que prova que nem tudo o que a Ciência nos diz é verdade! Tal era para mim muito claro, depois da enumeração de fraudes que juntei neste artigo de há uns meses atrás.

Foi por isso que li divertido uma confissão de um cientista que andou entretido a enganar mais que meio mundo! Ele, John Bohannon, relata a experiência sobre como conseguiu convencer muitos órgãos de informação a publicar a sua mais recente invenção, perdão investigação: a de que o chocolate emagrece!

A história das dietas é terreno fértil para se inventar! Ao ponto de algumas bases estarem agora sobre investigação, como é o caso do colesterol. Agora, o chocolate emagrecer?

Bohannon conseguiu fazer uma experiência, que conseguiu chegar a um resultado. Podia ter chegado a um resultado diferente, num grupo diferente… Pegou nesse resultado e conseguiu publicá-lo numa revista, tarefa a que talvez um dia me vá dedicar também. Depois, foi só fazer uma press-release bem esgalhada, e prontos, toca a sair nos Media do mundo inteiro!

Não tropecei na notícia senão agora que foi revelada. E fico a pensar se também seria enganado? Em todas as notícias que damos aqui no Poupar Melhor, procuro sempre ir à fonte, para perceber se há base real para o que se diz. É por isso que quando li a notícia no Diário de Notícias, fui à procura da fonte. Foi muito simples encontrar. Mas, a lição é dura: anda muita informação de porcaria por aí, e temos que estar cada vez mais preparados para as mentiras que não vem da Internet, mas também dos Media e pasme-se, dos artigos científicos nas revistas científicas. Sim, porque mesmo aqueles que não são engatados de propósito, podem estar engatados sem querer…

Carregadores dos carros eléctricos Tesla

Ainda há uns dias referenciavamos como o inventor Nikola Tesla era um inventor que praticamente não dormia… Mas quem não deve dormir por estes dias são os responsáveis da Tesla, que fabricam automóveis eléctricos. É preciso dizer que não admiro nada os automóveis Tesla, especialmente depois de ver o primeiro ao vivo… E como já tive oportunidade de evidenciar, as novidades envolvendo a Powerwall também não me parecem significativas

Mas nada me preparou para o que descobri esta semana! Depois de ler várias anotações na Internet, o início da última saga dos carros eléctricos da Tesla parece ter início no blog Doubting is thinking. O autor do blog alude mesmo a algo que referencia como Teslagate. Se devem ler algum dos links referenciados neste artigo, este é o link! Mas, atenção: é longo que se farta, e se acredita em carros eléctricos, não é recomendável!

Parece que os americanos estão a acordar para a coisa. Outro blog, que dá pello nome de Daily Kanban, resolveu filmar uma das estações recarregadoras da Tesla, que promete uma experiência de recarga semelhante à dos automóveis que gastam, digamos, aqueles horríveis combustíveis fósseis! O filme, gravado num período em que aparentemente os Americanos bateram o recorde de andar na estrada, evidencia que nem um, ninguém, népia, utilizou a estação em causa!

Mas, a coisa ainda fica mais preta, negra literalmente! Então não é que descobriram que esta estação recarregadora, em vez de utilizar uns paineis solares, utiliza uns geradores a diesel??? Então os carros não utilizam combustíveis fósseis para se movimentarem, mas combustíveis fósseis para gerarem electricidade, para depois andarem???

Como engenheiro, estou absolutamente incrédulo com tanta aldrabice! Sou todo a favor de se preservar o ambiente, de vivermos com o mínimo de recursos e com o máximo de eficiência! Faço questão disso pessoal e profissionalmente. E depois, tenho que assistir a isto?