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Rendido às evidências!

Tal como acontece em alguns sábados, tive oportunidade de ouvir parte do Tudo é Economia na TSF. Esta semana o entrevistado foi Artur Trindade, secretário de Estado da Energia. Dos poucos mais de 5 minutos que ouvi, percebi logo a coisa. Coisa essa que se solidificou quando ontem ao final da noite li a entrevista completa no Dinheiro Vivo.

Para contextualizar, Artur Trindade foi quem substituiu Henrique Gomes no Governo, saída que motivou a tal celebração com champanhe… O que se compreende, pois Artur Trindade vem da ERSE, a tal entidade das subidas da electricidade, conforme certamente se confirmará amanhã

O problema é que não foram apenas os 5 minutos que ouvi. Foi quase toda a entrevista! O petróleo desce muito em termos internacionais, mas pouco em Portugal. E quase dá a ideia que é porque há um preço de referência, sem qualquer utilidade! Na electricidade, está tudo a correr às mil maravilhas, mesmo que metade dos portugueses (como eu) se esteja a baldar para a liberalização, e ainda bem! Mas, a melhor parte da entrevista é o entrevistador a dizer: “não respondeu“.

Percebe-se perfeitamente que o governante não goste de expressões como “margens excessivas”, “rendas excessivas”, e coisas similares. O problema é perceber-se que ele não gosta de acabar com elas! O confrangedor é estar rendido à evidência de que, neste sector da energia, quem manda não está no Governo….

Fazer saltar as pedras na água

Este é um artigo que faria mais sentido no Verão, mas acabadinho de ser divulgado, não resisti a partilhar com quem não sabe. É sobre a arte/ciência de fazer saltar as pedras na água, algo para o qual nunca tive jeito! Parece ser igualmente um desporto para o qual parece existir até um campeonato mundial!

Ontem descobri a notícia referente à melhor técnica para atirar a pedra na água. Como de costume, nos Media não se descobre a fonte original, mas com alguma pequena investigação, rapidamente se chega ao artigo. Intitulado Water-skipping stones and spheres, Truscott et al. começam por descrever que o melhor objecto para atirar é uma esfera elástica altamente deformável. Uma pedra não se encaixa por isso nesta definição…

Para pedras, o ángulo a que se deve atirar a pedra é de 20º. A velocidade é importante mas não é o essencial. E há mais ângulos envolvidos, como se pode ver na imagem abaixo. Mas para dominarem a ciência, têm que ler o artigo todo… Artigo esse provavelmente candidato a um dos próximos prémios Ig Nobel

ângulos que actuam para um ricochete perfeito...

ângulos que actuam para um ricochete perfeito…

Depois de dominada a técnica, podem-se tornar em autênticos campeões mundiais, como o que podem ver no vídeo seguinte:

Espirros no avião

Há dias apareceu um bocado por todo o lado a notícia de quais os lugares mais seguros de um avião para não ficar contaminado com uma doença aero-transportada… Já falamos no passado sobre os lugares mais seguros num avião em caso de acidente, e genericamente os melhores lugares para se viajar.

Agora, num contexto de doenças que nos inspiram medo, seja ébola ou legionella, há mais um factor a ter em conta: os germes que circulam dentro de um avião. A investigação é de Charles Gerba, da Universidade do Arizona e é baseada num voo do distante ano de 2008. O autor tem todavia uma larga experiência neste domínio, mas é talvez o vídeo que tem acompanhado a notícia que é porventura o mais interessante. Podem ver abaixo, para ver em termos de simulação como os bicharocos se transmitem rapidamente dentro de um avião:

Google Contributor

Google Contributor

Google Contributor

Google volta a inovar naquilo que é a tentativa de manter os nossos sites preferidos online sem publicidade: O Google Contributor.

Já tínhamos ganho bastante com os resultados de pesquisa do Google que não dependem da nossa capacidade de pagar, mas do qualidade dos nossos conteúdos, conforme classificação recolhida dos links para esses conteúdos. Já tínhamos aqui no Poupar Melhor juntado o Ad Sense para sustentar os custos do nosso site. Agora podemos vir a ter uma forma de receber o dinheiro como um pagamento mensal. Os interessados podem escolher pagar um valor fixo mensal, que pode ser entre 1€ e 3€ e depois esse dinheiro é partilhado pela Google com o site da nossa escolha.

Isto parece-me um bom começo para termos mais conteúdo de qualidade durante mais tempo. A informação ainda é pouca, mas se for mesmo como dizem, podemos vir a aderir e assim abdicar dos anúncios que colocámos no nosso site.

Vantagens do azeite

Piada de azeite, para ingleses...

Piada de azeite, para ingleses…

Há notícias que só o são lá fora. Um estudo publicado no The American Journal of Clinical Nutrition, tem como autores principais vários investigadores portugueses, nomeadamente do ITQB e da Universidade de Lisboa. O estudo refere as vantagens do consumo de 20 ml diário de azeite no impacto em doenças coronárias, ou outras, como o diabetes.

A notícia está a ter uma grande divulgação, lá fora. Cá dentro, a única referência que encontrei foi neste site. Talvez aconteça porque é realmente uma boa notícia, e porque relata os feitos de investigadores portugueses, e é promovido por uma empresa portuguesa

Uma descrição mais completa do estudo pode ser observado nesta página da Universidade de Glasgow. Vemos que a conclusão é especialmente para pessoas que tipiciamente não estejam associadas à dieta Mediterrânica. Eu, um grande adepto de ensopar azeite no pão, fico feliz com estas conclusões. Mas ainda mais feliz por ver que investigadores Portugueses estão a fazer investigação de topo a nível global, e que uma empresa portuguesa continua a dar cartas num mercado com fortes possibilidades de expansão, num produto que poucos mais países do Mundo têm!

Fiscalidade Verde, segundo Mira Amaral

No passado Sábado, ouvi o início do “Negócios e Empresas” da TSF. O entrevistado era o Mira Amaral, o presidente do Banco BIC. A entrevista, que pode ser ouvida no site da TSF, pode também ser lida no site do Dinheiro Vivo. Já aqui tínhamos falado dos desencontros entre o ministro e o setor que tutela.

O que mais me surpreendeu na entrevista foi o posicionamento de Mira Amaral perante a política energética e ambiental do Governo. Em particular sobre a Fiscalidade Verde. Mais parecia uma entrevista a alguém do PCP ou do Bloco de Esquerda, tal o teor das suas declarações. Note-se a utilização de termos como “quixotesco”, “fundamentalismo”, “sacar”, “talibãs”, entre outros:

  • É perfeitamente quixotesco que sejamos nós, em Portugal, com uma economia que esteve quase em falência, em que foram as empresas que conseguiram salvar isto, acabando com o défice externo, a avançar. É perfeitamente contraditório e incoerente, totalmente idealista e de falta de senso ir arranjar uma taxa de carbono que vai penalizar as empresas.
  • Acredito muito mais no meu amigo Eng.º Ferreira de Oliveira, que é engenheiro e especialista em petróleos, do que no ministro Moreira da Silva, que nunca trabalhou em energia. Ele não sabe nada de energia, não tem política energética, está atrelado ao fundamentalismo ambiental. A questão de fundo não é se são sete ou cinco cêntimos por litro. A questão de fundo é esta: nós poluímos muito pouco, não somos nós que vamos resolver o problema global e avançamos com esta taxa num contexto em que há apenas seis países na União Europeia que a têm.
  • Qual é a sorte que o governo pode ter neste momento? É que, como o preço do petróleo está a descer, o meu amigo poderá dizer que o preço dos combustíveis desce e que este aumentozinho não tem grande efeito. Mas tem porque lá fora o preço também desce. Temos é de ver o nosso diferencial de preço em relação aos outros países, sejam cinco ou sete cêntimos por litro. Há empresas que estão aflitas e o mais pequeno custo adicional pode levá-las à falência.
  • De uma maneira irónica, podia dizer que é aproveitar o fundamentalismo do ministro Moreira da Silva para sacar mais algum aos contribuintes. À pala do termo fiscalidade verde, que é simpático – as pessoas gostam do verde -, saca-se mais algum.
  • O fundamentalismo ecológico e ambiental do ministro Moreira da Silva foi aproveitado, inteligentemente, pelo primeiro-ministro e pela ministra das Finanças para sacarem mais algum.
  • Seria do mais elementar bom senso que nesta fase, ainda muito difícil da economia, evitassem honorar as empresas com uma taxa destas. Não posso aceitar acriticamente este discurso de talibãs verdes, que taxam em nome de uma coisa que a meu ver não está cientificamente provada.

O resto da entrevista é o desmanchar completo de muitas ideias que andam por aí, não só do Governo. E note-se que Mira Amaral é uma pessoa da área do PSD, pelo que insuspeita nos comentários que avança.

A entrevista tem também, para mim, a grande vantagem de pôr os pontos nos i’s de várias personagens da política portuguesa, para além do Ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva. Em particular, as análises relativas a Paulo Portas e a António Costa… Aliás, as dúvidas existenciais que Mira Amaral levanta em relação à posição de voto nas próximas eleições legislativas são muito semelhantes às minhas. Mas isso já é outra conversa…