Esta semana não há podcast, mas podem ir fazer pipocas e sentar-se à assistir à discussão muda entre o Governo e a Galp através das notícias.
A tese da Galp é que a redução de impostos que se compensa na fiscalidade verde é na realidade um aumento de custos para o consumidor… por causa dos impostos.
Confusos? Eu também.
De um lado temos um governo que diz que baixou os impostos e do outro uma empresa que diz que essa baixa de impostos se traduz num aumento para o consumidor.
No canto da fiscalidade verde temos o Ministro Moreira da Silva que já nos agraciou com coisas tão boas como taxas nos sacos de plástico.
No canto oposto, como campeão do consumidor temos a associação de vendedores e os gestores das empresas que a compõem. Seria caso para perguntar que é feito das associações de defesa dos consumidores quando estas coisas acontecem, mas não falemos disso por agora.
A somar a isto tudo, como podem ir acompanhando no Dashboard do Poupar Melhor, o custo do petróleo tem descido. Isto, somado à poupança domestica em energia e combustíveis, pode ser uma razão para o governo estar a aumentar impostos de forma a garantir uma receita estável.
Se for assim, então temo um contra senso. Por um lado acusam-se os cidadãos de “viver acima das suas possibilidades” e pede-se às famílias e empresas que gastem menos e sejam mais eficientes para termos uma economia mais eficiente. Por outro, quando estas conseguem ganhos de eficiência, aumentamos-lhes as taxas e impostos, comendo-lhes as margens. Neste cenário a pergunta impõem-se: poupar para quê?