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Problema das rendas

Há pouco mais de uma semana, soube-se que um conjunto de gestores e empresários havia escrito uma carta ao Primeiro-Ministro, há pouco mais de um mês, a pedirem ao governo que efectuasse mais cortes no sector da energia. Um dos argumentos é muito claro, e já aqui referenciado no Poupar Melhor, mesmo antes do envio da carta: em Espanha, o corte foi a sério!

A carta parece ter sido particularmente forte, pois alegadamente acusa Passos Coelho de estar “seguramente mal informado” a propósito de uma entrevista que deu ao Diário Económico. Acrescentam ainda que “As afirmações do senhor Primeiro-Ministro correspondem à posição de interesses privados para justificar um dos maiores prejuízos infligidos à economia nacional”. Os autores da missiva referem-se ainda ao engrossar do défice tarifário, que permite mascarar tarifas de electricidade que deveriam ser ainda maiores, para cobrir os custos existentes!

Num complemento da carta, Mira Amaral, o primeiro signatário da carta, no mesmo artigo do i, refere que é necessário combater as rendas excessivas, nomeadamente no sector eólico e nos CMEC.

De um ponto de vista exterior, como é o meu, o veredicto é simples: se a EDP se queixou da quebra de lucros em Espanha é porque eles aplicaram cortes! Se não se queixam de Portugal, é porque em Portugal não houve cortes! Argumento semelhante é o da jornalista Elisabete Tavares, que vemos no vídeo abaixo, que também equaciona porque não baixa o preço da electricidade, se se apregoam cortes?

Ora, se o Governo diz que já não há rendas e ainda se vangloriam de números que não tem correspondência na vida real, e nos lucros da EDP, não é preciso muito inteligência para perceber onde está a razão…

O espião da televisão com comando remoto

A pessoa que se lembrou que “Ah e tal e se pudéssemos dizer à televisão onde é que estamos através do sinal da televisão.” esqueceu-se de coisas elementares que quem anda nisto dos computadores já sabe há muito tempo. Autenticação das mensagens é essencial a todo o sistema poder funcionar, e mesmo assim há sempre outras maneiras de o atacar.

A receção de canais na televisão chamados interativos permite que, se carregarem no botão vermelho do controlo remoto, possam aceder a informação específica desse canal e do programa que esteja a dar naquele momento. Se carregarem no botão, atualmente só disponível em Portugal a clientes Meo, ser-vos-á mostrado conteúdo online relacionado com o que esteja a passar na televisão.

Como é que a televisão sabe que conteúdo mostrar? Simples: recebe instruções pelo mesmo meio que estão a receber a transmissão de televisão. Ora esta misturada, onde informação passiva é amalgamadas com instruções, já é conhecida. Um principio da separação dos meios facilita bastante o equilíbrio do tratamento da informação, nomeadamente a sua verificação prévia à execução de instruções. Com o tratamento de segurança e dos direitos do cidadão simplista, como o que se tem vindo a demonstrar, o que temos é uma receita para a desgraça.

Um investigador conseguiu provar que, através da injeção de informação no sinal de televisão, pode controlar remotamente o funcionamento do pequeno computador que se encontra dentro da vossa televisão e com isso executar as ações que bem entender. A grande diferença disto para outras vulnerabilidades que o aparelho pudesse ter é que este ataque não tem origem registada e as ações feitas pelo equipamento ficam registadas como tendo sido feitas por alguém da vossa rede doméstica.

Se isto não chega para irem buscar o vosso chapéuzinho da conspiração, imaginem que pretendem fazer um ataque a site de um governo e que não querem ser detetados. Enquanto um conjunto de legislação e controlos consegue mais ou menos identificar a origem do ataque, o único ponto da rede que vai ser identificado se este for desferido das televisões por esta via será o da vossa própria televisão. Já não chegava o espião na televisão, agora podem também alojar temporariamente o vosso combatente radical sem sequer saberem que ele lá esteve.

Análise de tráfego TomTom

A TomTom revelou um estudo do tráfego em múltiplas cidades do Mundo, no que designa por Índice de tráfego TomTom. Desde 2007 que este fabricante de equipamentos de GPS estuda como guiar os condutores de uma forma mais precisa até ao destino. Com o suporte de milhões de clientes, capturaram dados de tráfego anónimos, que agora disponibilizam com este valor acrescentado.

O resumo do ano passado, para a Europa, está disponível neste documento. Aí se verifica que o maior congestionamento de tráfego se verificou em Moscovo, seguido de Istanbul e Palermo. Lisboa aparece na 24ª posição e o Porto em 44º.

Nos dados mais pormenorizados, calcula-se que durante um ano, um lisboeta que tenha um percurso de 30 minutos entre casa e o emprego, perda durante um ano 74 horas, ligeiramente mais de 3 dias, devido a atrasos. No caso do Porto, a perda anual é de 61 horas.

Durante a semana, em ambas as cidades, a terça-feira foi o dia da semana em que mais tempo se perdeu no trânsito, enquanto à tarde são as sexta-feiras as que nos fazem perder mais tempo no trânsito, conforme se pode ver nas imagens abaixo. No ano de 2013, o dia 19 de Dezembro foi o de maior confusão na capital, enquanto no Porto tal ocorreu a 27 de Setembro. No caso da capital, a greve no metro parece ter sido o factor catalisador, enquanto no Porto parecem ter contribuído vários factores, como um acidente significativo e as tradicionais obras à portuguesa

O estudo revela vários pormenores interessantes para outras cidades europeias, revelando subrepticiamente vários pormenores culturais e sociológicos…

Estatísticas TomTom para Lisboa

Estatísticas TomTom para Lisboa

Estat

Estatísticas TomTom para porto

Pixar vai oferecer o Renderman de graça para utilizadores não comerciais

Renderman by Pixar

Renderman by Pixar

Esta é das maiores borlas que já vi em software. Espero que seja bem aproveitada pelos novos criadores de animação, já que eu já há muito que me deixei disto. A Pixar vai oferecer gratuitamente o seu software premidado para ser utilizado sem custos por estudantes, instituições, investigadores, desenvolvedores e uso pessoal. Para isso bastará inscrever-nos. Este software é só o mesmo com que os filmes premiados da Pixar foram feitos.

As a further commitment to the advancement of open standards and practices, Pixar is announcing that,in conjunction with the upcoming release, free non-commercial licenses of RenderMan will be made available without any functional limitations, watermarking, or time restrictions. Non-commercial RenderMan will be freely available for students, institutions, researchers, developers, and for personal use. Those interested in exploring RenderMan’s new capabilities are invited to register in advance on the RenderMan website to access a free license for download upon release.

Quando estudava Design o software que utilizávamos quer para modelação 3D, quer para animação, mesmo na licença de formação, implicava pagamento e medidas de restritivas físicas no computador. Isto impedia que treinássemos em casa, implicava que tínhamos de ir para a Universidade onde as estações com o software instalado eram limitadas.

Heavy-metal

O que terá heavy-metal a ver com poupança, perguntarão imediatamente os leitores? Eu gosto muito de muitos tipos de música, muito distintos entre si. E o heavy e hard-rock reservo-os para determinadas situações, em que o ritmo é determinante. Tal vem dos tempos do liceu, em que comecei a perceber que fazia os exercícios de Matemática muito mais rapidamente, se estivesse a ouvir um ritmo mais rápido. Tal depois estendeu-se para outras disciplinas e domínios…

A música pode ser determinante noutros domínios da nossa vida, e muitas vezes nem nos damos conta. Já demos aqui exemplos como os dos supermercados, ou da condução. Na verdade, há ritmos para todas as ocasiões.

Mas este artigo surge por causa daquilo que li neste artigo da CityLab, que associa surpreendentemente as nações de maior qualidade de vida, com as nações com maior quantidade de bandas de heavy. Quando vi que os países escandinavos teêm a maior percentagem de bandas de heavy, percebi imediatamente o fenómeno Lordi na Eurovisão de 2006, compreensão que me tinha escapado até agora! A ideia de que isto é um género de música para marginais sai assim claramente contrariada! Como o artigo refere, hoje o metal goza de maior popularidade nos países mais avançados e tolerantes, com níveis de educação musical muito elevados. No mapa referenciado no artigo, e visível abaixo, podemos ver que Portugal não se sai mal…

Se os leitores têm aversão a este género de música, permito-me dar aqui meia dúzia de sugestões “leves”. Ainda antes do heavy, algumas bandas como os Led Zeppelin introduziram a sonoridade. A escalada do ritmo de “Stairway to Heaven” é a forma eterna de passar de uma música lenta para uma mais rápida. Um dos riffs mais conhecidos do rock, de outro dos grupos percurssores do heavy, é sem dúvida “Smoke on the Water” dos Deep Purple. Cá pela Europa, um grupo mais conhecido pelas suas baladas, os Scorpions, arrancou em 1974 em grande estilo com “Speedy’s Coming“. Mais tarde surgiram grupos como os Iron Maiden, do qual destaco “Bring Your Daughter… to the Slaughter”, não pela sua qualidade, mas pela forma como foi vetada pelos Media. Mais recentemente, os Metallica são obviamente uma referência, tendo entrado em grande na década de 90 com “Enter Sandman”, que vemos num dos maiores concertos de sempre! Dos países nórdicos, destacaria uma das vozes mais surpreendentes do Power Metal, nesta interpretação de “O Fantasma da Ópera”.

Aliás, este último exemplo dos Nightwish, é um retrato fiel do artigo da CityLab, dada por exemplo a formação musical da primeira vocalista da banda, Tarja Turunen.

E, os leitores, ficaram surpreendidos como eu, com esta apetência pelo metal por parte dos países do norte da Europa?

Heavy Metal no Mundo

Heavy Metal no Mundo

Poupança ilógica de água em Barcelos

E esta, hein?

E esta, hein?

Na quinta-feira da semana passada li uma das notícias de poupança mais ilógicas de que tenho memória! Foi no Correio da Manhã, e a notícia, que não chegou a sair online, tinha o título “Poupam mais se gastarem água”.

A notícia descreve como em Barcelos, em determinadas circunstâncias, uma factura da água fica mais barata se se deitar fora água! O artigo apresenta o testemunho do presidente da Junta de Arcozelo, que descreve que “há pessoas que têm de cometer um atentado ambiental, gastar água sem precisar, só para pagar menos de fatura“. O artigo explica que isso acontece a todos aqueles que têm um consumo zero de água, como é por exemplo o caso dos emigrantes. Nesse caso, o presidente da Junta explica que “basta gastarmos um ou dois metros cúbicos de água para pagarmos um valor inferior ao dessa taxa”. Um outro morador, que trata justamente da casa de um emigrante, diz na primeira pessoa: “Venho cá todos os meses abrir as torneiras para assim a fatura ser mais reduzida. São menos dois ou três euros“.

Olhando para o tarifário da água disponibilizado no site das Águas de Barcelos, parece que esta poupança ilógica está baseado nas tarifas de conservação e utilização, respeitantes ao saneamento, e que são visíveis na página 3. Resumidamente, o que acontece é o seguinte:

  • Um consumidor doméstico que não consome água durante um mês paga nesta alínea 6.43 € + IVA
  • O mesmo consumidor doméstico, caso consuma apena 1 m3 de água, paga na mesma alínea 0.35 € + IVA
  • Por cada m3 de água adicional vai pagando mais 0.35€ + IVA por cada m3

Assim, realmente para quem não consuma nenhuma água durante um mês, se abrir as torneiras e despejar 1 m3 de água pelo cano abaixo, poupa nesta alínea mais de 6 euros, mais IVA! A poupança na factura é todavia ligeiramente inferior, pois há que pagar a componente variável do consumo, neste caso correspondente a um m3 de água.