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Poupanças nos documentários

Era um grande adepto de documentários, especialmente os de Natureza. Até que, com evidente choque, descobri a semana passada que nem tudo o que passa nesses documentários é assim tão, digamos, natural…

O artigo que me chocou é de um jornal espanhol e chama-se apropriadamente o lado obscuro dos documentários. A descoberta mais chocante desse artigo foi descobrir que a imagem de uma águia a transportar uma cabra para o seu ninho, da série “El Hombre y la Tierra“, que marcou a minha adolescência, estava afinal, digamos, adulterada. Para quem não conhece, ou não se lembra, a cena era a seguinte:

Segundo Fernando Rodriguez Jimenez, que escreveu o livro “Asi se hizo el Hombre y la Tierra”, e se justifica aliás no seu blog, a cabra foi morta e enchida com papel para a tornar mais leve, sendo depois transportada pela águia para o ninho… Não consegui obter o trecho do livro, mas vários comentários na Internet atestam o facto. O próprio programa explica como é que se treina estas maginíficas aves, conforme podem ver neste trecho disponibilizado pela televisão espanhola.

O documentário a que aludia o artigo inicial do El Mundo era “Shooting in the Wild“, de Chris Palmer. Chris é ele próprio um realizador de documentários, e por isso sabe do que fala. Vejam como na entrevista a seguir ele revela muito dos truques por detrás dos documentários:

Várias das montagens me chocaram. As filmagens dos lobos. O esqueleto da orca. Mas o pior foi mesmo saber dos lemmings. Um filme da Disney, White Wilderness, teve a ideia brilhante de atirar esses roedores fofinhos por uma escarpa abaixo! O documentário, que ganhou o Óscar para melhor documentário de 1958, ajudou a propagar a ideia de que os lemmings se suicidavam, quando na verdade se sabe que não é assim!

A ideia de poupar dinheiro e tempo nestes domínios é uma ideia que me repugna profundamente! Vou passar a olhar os documentários de outro modo. Aliás, desconfio que nunca mais acreditarei piamente em nada que me transmitam por esta via…

Não perca tempo no trabalho com redes sociais

Estou curioso para ler um novo estudo que vem afirmar que o uso das redes sociais da internet podem não ser benéficas nos locais de trabalho. Pessoalmente, sou um guardador feroz do meu tempo. Meço-o e controlo-o porque o meu ritmo e o meu tempo disponível ditam os meus resultados finais. As interrupções e alterações de horário alteram-me a cadência de saída, impedem a previsibilidade e por isso, impedem-me de gerar os resultados que são esperados de mim.

Embora as redes sociais da internet e os seus benefícios sejam largamente publicitados para os locais de trabalho, não conhecia comprovativo empírico sobre qual era realmente o resultado da sua utilização. A minha desconfiança era que esta tentativa de levar a minha atuação profissional para as redes sociais da internet não passava de outra jogada para disputar o meu já escasso tempo e para me apresentar ainda mais propaganda.

O estudo a que me refiro foi composto pelo resultado de 3 inquéritos e pretende avaliar se as redes sociais serviam para aquilo que as pessoas pensavam:

  • Manter contactos;
  • Chegar a novos clientes;
  • Participar em comunidades;
  • Comunicação interna;
  • Gestão de reputação;
  • Obter soluções; e
  • Apoio para resolução de problemas.

A recomendação do autor é no sentido de genericamente impedir o acesso a redes sociais na internet por não se conseguir relacionar o melhor desempenho dos colaboradores com o seu acesso às redes sociais:

These findings suggested that simply granting employee access to social media is unlikely to improve job performance unless a specific plan is in place to take advantage of the capabilities it provides. In fact, permitting employee access to social media broadly may be generally harmful to job performance and cannot be recommended based upon these results.

A minha curiosidade em ler o estudo é no entanto limitada por não esperar encontrar nada de definitivo. O estudo baseia-se em vários inquéritos feitos em 17 locais de trabalho. O próprio negócio poderá limitar ou não a necessidade de manter as redes sociais na internet. Algumas redes sociais funcionam bem melhor frente-a-frente ou em quando existem realmente projetos e objetivos para manter o grupo de coeso.

Por outro lado, o uso das redes sociais da internet como forma única de trabalho de algumas comunidades de desenvolvimento de projetos de software livre e aberto trouxeram-nos melhorias para projetos como a instalação do sistema operativo Apple em PC (Hackintosh), algo que ninguém imaginaria e que é hoje uma realidade. Para equipas dispersas territorialmente e com objetivos bem definidos, parece ter funcionado quando as ferramentas online se mostram operacionais, mesmo que visualmente pouco atrativas.

A utilização do que a internet nos oferece depende também em muito do objetivo. A boa prática é não andarmos a misturar uns objetivos com os outros por questões meramente matemáticas relacionadas com a limitação que o dia tem de ter apenas 24 horas.

Gás natural vai subir ou descer???

Tinha anotado há dias que tinha que falar sobre o aumento do preço do gás natural, que a ERSE prevê que seja de 2.4% já em Julho. Lendo com atenção o comunicado da ERSE sobre o assunto, verifica-se que o principal factor que pressiona as subidas é o seguinte:

  • Assim, a variação tarifária constante da presente proposta é principalmente explicada pela evolução dos custos com os acessos às infraestruturas reguladas. Observa-se, atualmente, um desencontro entre o grau de utilização das infraestruturas de alta pressão e de distribuição de gás natural e a entrada em exploração dos investimentos nestas infraestruturas que tem contribuído fortemente para o incremento do peso dos custos com os acessos às infraestruturas nas tarifas.

Traduzindo por miúdos, o consumo de gás natural tem vindo a decrescer. Já o ano passado tínhamos confirmado que a culpa era das renováveis, e a situação piorou ainda mais este ano. Ou seja, as centrais de ciclo combinado não consomem, pelo que tem que ser os outros, nomeadamente os consumidores e a indústria a arcar com o preço das rendas da infraestrutura…

Este fim de semana, o Álvaro Ferro alertou-me para as guinadas do Ministro do Ambiente, Moreira da Silva, neste domínio. Ele diz que não tem nada a ver com as eleições, mas não há dúvidas que não é assim. E não é para já, é só para daqui a 3 ou 4 anos, ie. quando ele já lá não estiver?

Se Moreira da Silva quisesse mesmo descer os preços do gás natural, e da electricidade, o que ele tinha que começar por fazer era cortar os subsídios excessivos às renováveis. Mas, todo o percurso anterior de Moreira da Silva aponta exactamente no sentido contrário! A visão dele é taxar as emissões de dióxido de carbono e é para ficar preocupado, porque todos nós produzimos esse gás… Aplica contribuições especiais, e espera que as empresas não reflictam esses custos nos clientes? Numa iniciativa que lidera, a Plataforma para o Crescimento Sustentável, defende neste documentoo aumento da tributação ambiental, seja sobre o gás e eletricidade“…  Este é um Ministro que dizia há dois meses que a electricidade não podia descer até 2020, mas que a semana passada já andava a distribuir descontos eleitoralistas!

De uma coisa podem estar certos: enquanto este Ministro estiver lá, nada de bom virá nos preços da energia, seja de gás natural ou electricidade!

Temperatura da água do mar em Portugal

Temperatura da água do mar

Temperatura da água do mar

Há algum tempo havíamos referenciado o mapa de temperaturas do mar produzido pela AEMET, o equipvalente em Espanha ao nosso IPMA. Referenciamos pouco depois como era possível ver a evolução das temperaturas nalgumas bóias ondógrafas do nosso país.

Como se aproxima o Verão, e como é recorrente a dúvida sobre a temperatura do mar no Algarve, ou na Caparica, ou no Norte, é sempre bom ver que o IPMA já tem também disponível essa informação nesta página.

A informação dada pelo nosso IPMA é de maior resolução e tem uma animação de previsão para vários dias. Todavia, percebe-se um pouco mal as temperaturas reais, dado que olhando para a legenda e olhando para o mapa não se percebe muito bem qual a temperatura exacta no mapa. A sobreposição das temperaturas no mapa, como no caso do AEMET, resulta melhor.

Assim sendo, agora já não tem desculpa para não saber as temperaturas da água do mar que vão fazer na praia da sua escolha!

Cortes de electricidade na Alemanha

Quando no outro dia vi a referência a esta notícia nos Media internacionais (tradução no Google), nem queria acreditar. Era uma história tipicamente que associaríamos aos países do sul da Europa, e não propriamente à Alemanha!

A notícia refere que a energia eléctrica é cortada a mais de 300 000 alemães todos os anos, e que esse número tem vindo a crescer! Quando procurei sobre Portugal, descobri que os nossos números não parecem muito diferentes em termos absolutos, mas em percentagem são necessariamente maiores. A notícia da n-tv refere ainda que a culpa é da energia renovável, que tem feito subir os preços na Alemanha…

A vertente dos preços já a havia detectado, e é verdade que a Alemanha tem dos preços mais elevados de electricidade da Europa em termos absolutos, e mesmo em termos da paridade de poder de compra, aspecto no qual lideramos, infelizmente. Lá, como cá, já há muitos a fazer contas à opção pelas renováveis. E lendo as análises, percebe-se que eles não têm grande saída… Tal como nós!

O Windows XP não acabou

Contrariamente a muitos relatos do fim do mundo, a Microsoft não acabou com o Windows XP. Apenas arranjou uma maneira de continuar a ser paga para o manter. O modelo de negócio das empresas que nos “vendem” software não passa de um esquema em pirâmide: os novos participantes vão sustentando os que já estão no esquema.

Os vídeos e notícias que anunciaram o fim do suporte ao Windows XP foram daquelas publicidades gratuitas que ninguém se lembraria. O resultado foi o pânico generalizado. As pessoas que não se preocuparam ou não quiseram mudar de sistema operativo antes, também não queriam mudar agora.

Nas empresas a coisa não é muito diferente. Há aplicações que não correm noutro sistema operativo e se os responsáveis ainda não se tinham apercebido que isso era uma má opção, ficaram a saber agora. Os governos do Reino Unido e Holanda vão ficar a saber da pior forma, que é pagando a conta para manter o suporte aos Windows XP sozinhos.

Tenho aconselhado as pessoas a avaliarem a mudança para Ubuntu e adaptarem-se ao LibreOffice se usam o PC para outra coisa que não sejam jogos no Windows. Numa associação de que faço parte, e para que evitem custos de licenciamento, foi o que já fizeram.

Um sistema operativo não tem de ser uma prisão. O computador é vosso. Para o dominarem, há todo o conhecimento que se encontra disponível na Internet.