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O “fenómeno” Telexfree

Ontem ouvi falar pela primeira vez no Telexfree. Nem queria acreditar no que lia, neste caso no Correio da Manhã: que havia pânico para os lados da Madeira, por causa de um “esquema em pirâmide” segundo o jornal. No artigo referia-se que haveria cerca de 40000 contas apenas na Madeira, e que a dimensão do “fenómeno” preocupava as autoridades devido à sua dimensão. E segundo o site telexfree.pt, recolhido ontem, na Madeira estarão a ser movimentados 55 milhões de euros:
Site telexfree.pt em 2014-04-16

Site telexfree.pt em 2014-04-16

Fui procurar um pouco mais sobre o “fenómeno”, e uma das primeiras coisas que descobri foi que o Telexfree deve ir ainda este ano a julgamento no Brasil. O Telexfree parecia anunciar um serviço de VoIP, conforme se pode ver pela sua página na Internet, guardada no arquivo da Internet. O site verdadeiro, desconfio que nunca mais voltará a funcionar…

Mas como há muita gente que pensa que se pode enriquecer facilmente, parece que ele durou uns inacreditáveis dois anos e dois meses. Aliás, este site Tenho Dívidas está cheio de informação sobre o Telexfree, e vários outros sistemas semelhantes…

Esta semana, a empresa que geria o Telexfree ficou em apuros. O que se passa exactamente não parece ser muito claro…

Mas o que se passa na Madeira é verdadeiramente preocupante. Basta ler algumas notícias para perceber a dimensão do problema. Ler as centenas de comentários é ainda mais educativo. O “fenómeno” parece ser tão expressivo, que até há artigos sobre a “sociedade multinivel”, o qual referencia até Alberto João Jardim, que há dias referia que “A agricultura constituiu, permitam-me a comparação, uma espécie de Telexfree neste tempo de crise”…

Enfim, andam por aí muitas coisas deste género. Umas mais escandalosas de que outras. Promessas de dinheiro fácil, algo que todos deveríamos saber que não é bem assim!

Fim do Windows XP

Logo do Windows XP

Logo do Windows XP

A Microsoft anunciou que o Windows XP acaba hoje… Na verdade, o mundo não acaba, e o Windows XP também não! O que a Microsoft quererá é que os utilizadores comprem uma versão nova…

O que acaba é o suporte da Microsoft a um dos seus sistemas operativos mais bem sucedidos de sempre… Isso é particularmente preocupante em termos de segurança, pois deixará de haver correcções aos problemas entretanto detectados. Há mesmo quem especule que os hackers estejam à espera deste dia, para lançarem os seus ataques, pois eles já não serão mais corrigidos pela Microsoft. Ou não?

Se continuar a utilizar o Windows XP, mesmo depois desta data, pode tomar um conjunto de atitudes que o manterão mais protegido. Algumas delas são muito eficientes, conforme transmitiu Steve Gibson no seu muito popular podcast Security Now. Resumidamente, são as seguintes:

  1. Ser um utilizador sem privilégios de administração. Durante o ano de 2013, nenhuma das vulnerabilidades do Internet Explorer corrigidas pela Microsoft era susceptível de afectar este tipo de utilizadores. Apenas 8% das vulnerabilidades do sistema operativo afectariam utilizadores limitados.
  2. Remover o Flash e Java. São um grande veículos de ataques, embora seja previsível que actualizações futuras sejam ainda feitas para Windows XP.
  3. Usar Chrome ou Firefox, mas não o Internet Explorer. Muitas das falhas tradicionalmente corrigidas pela Microsoft afectam apenas o seu browser. O Chrome e Firefox continuarão a ser actualizados para XP.
  4. Utilizar o LibreOffice em vez do Office da Microsoft.
  5. Não visitar sites manhosos…

Lâmpadas fluorescentes

As lâmpadas fluorescentes não possuem um princípio de funcionamento tão simples quanto as lâmpadas incandescentes. Sempre me fascinaram por isso, e ao longo do tempo fui aprendendo algo sobre elas.

Percebi que era necessário um arrancador. Aprendi também há uns anos que contêm mercúrio, pelo que devem ser manuseadas com cuidado, para não partirem. Pelas mesmas razões, não devem ser deixadas no lixo, mas sim entregues em locais de reciclagem, sendo que eu as deixo onde compro as novas. Também já aqui mostramos como as fluorescentes compactas podem ser usadas como lanterna.

A semana passada descobri o vídeo abaixo, e fiquei a perceber ainda mais sobre as fluorescentes, o seu modo de funcionamento e a sua história. É um vídeo curto, e que nos ensina imenso:

O bom exemplo da EPAL

EPAL

EPAL

No Sábado, num pequeno percurso de automóvel de cerca de 5 minutos, tive a felicidade de ouvir um pequeno excerto do programa Tudo é Economia, da TSF. Nesses poucos minutos, que depois verifiquei ser um pouco antes do meio da entrevista, constatei uma tentativa dos jornalistas em extrair do entrevistado uma indicação de subida substancial do valor da água. Perante múltiplas tentativas, a parte final desse excerto teve uma resposta assaz inteligente do entrevistado: são as entidades gestoras que têm que melhorar!

A entrevista, que depois soube ser a José Sardinha, presidente da EPAL, é altamente recomendável, e está disponível aqui (link audio). Durante a entrevista, o presidente da EPAL confirmou que desde 2005 se verifica uma redução de consumo, mas alinhado com o que se verifica na Europa. Ele defende muito a questão da eficiência, a qual já destacamos aqui no Poupar Melhor. A parte que ouvira inicialmente situa-se a partir dos 12 minutos, e aí José Sardinha destaca o que realmente é muito importante: depois do ajustamento das famílias, são as entidades gestoras que se tem que ajustar.

José Sardinha aborda a perda de 40% que as entidades gestoras têm em média no País, e da qual já demos exemplos como este. Essas entidades gestoras têm que olhar para as respectivas casas! José Sardinha gere uma empresa pública que se compara favoravelmente com os melhores a nível mundial, tem as contas equilibradas, sem subsídios europeus ou nacionais. Se o País tivesse indicadores deste género, não estaríamos como estamos hoje…

Consumismo ao longo do tempo

Ao ler há uns dias uma notícia sobre o recuo de vendas de micro-ondas nos Estados Unidos, deparei-me com um gráfico particularmente interessante. O gráfico, reproduzido abaixo, foi originalmente publicado neste artigo do New York Times, e dá-nos uma ideia de como diferentes tecnologias e produtos se estabeleceram nas últimas décadas, neste caso nos Estados Unidos:
Consumismo nos Estados Unidos

Consumismo nos Estados Unidos ao longo das últimas décadas

Os autores do artigo procuraram verificar como o consumismo era uma melhor indicador para a prosperidade económica, em detrimento dos níveis de rendimento. É claro que alguns produtos começaram por ser produtos de nicho, que apenas as famílias mais ricas podiam comprar. Também é verdade que muitos produtos são hoje muito mais económicos que no passado, e daí atingirem uma maior percentagem de lares.

Particularmente interessante é verificar que alguns produtos tiveram mesmo um declínio em determinados períodos das últimas décadas. Algumas dessas variações podem ser explicadas pela Grande Depressão e pela Segunda Guerra Mundial, mas outras não são tão evidentes. Igualmente interessante é a evolução meteórica de alguns produtos, sobretudo nos períodos mais recentes, com o exemplo mais significativo a ser dado pelos telemóveis.

Seria interessante saber se há indicadores deste tipo para Portugal. Alguém conhece?

Mais ou menos energia eléctrica?

Já em diferentes ocasiões demos conta da diminuição do consumo de electricidade em Portugal, e da recente retoma. Depois de muitas campanhas de promoção da poupança de electricidade, parece-me natural que o consumo de electricidade até tenha baixado. Pelo menos nós temos feito a nossa parte…

No outro dia descobri que havia um Plano de Investimentos definido para a RNT (Rede Nacional de Transporte). Curioso para perceber um pouco melhor para onde vão os custos que pagamos na factura da electricidade, concentrei-me no documento principal, o PDIRT (Plano de Desenvolvimento e Investimento da Rede de Transporte de Electricidade  2012-2017 (2022)). E os custos não são pequenos, pois o documento refere investimentos de 1.6 mil milhões de euros num prazo de cinco anos…

É um documento muito extenso, e para efeitos deste artigo, parei logo no primeiro gráfico do documento, na página 8. Dá-nos os cenários de evolução da procura de energia eléctrica em Portugal, até 2022. O documento é de Julho de 2011, portanto em plena crise. Fiquei curioso para saber se as previsões desse gráfico, e que parecem condicionar o resto do documento, estariam a bater certo com a realidade. Não pude obviamente deixar de pensar neste artigo.

Descobrir os verdadeiros dados de consumo dos últimos anos foi um pequeno pesadelo. Encontrei dados significativamente diferentes em vários sites. Acabei por descobri-los também na própria REN, nesta página, selecionando o mês de Dezembro e anotando o consumo acumulado para cada ano.

Depois, foi só sobrepor no gráfico original os dados reais de consumo dos anos anteriores, e dos já consumados desde então. O resultado é o gráfico abaixo, que fala por si:

Realidades vs. Previsões

Realidades vs. Previsões