Agora que o Verão chegou definitivamente, o arrefecimento dos nossos automóveis é uma benção! Mas, para que o consumo de combustível seja mais baixo, até porque as temperaturas que se atingem são muito elevadas, um dos primeiros truques é planear deixar o carro à sombra, considerando a altura em que se voltar para o carro. Circular ou não com as janelas abertas é um dos dilemas seguintes. Outro factor a ter em conta é o da recirculação, que já referimos neste artigo, mas que vamos expandir de seguida.
De uma forma simples, a recirculação de ar dentro de um automóvel pode ser feita mesmo sem ar condicionado. Pode e deve ser utilizada em circunstâncias em que não queremos que o ar exterior entre no veículo. Tal é o caso quando circulamos em ambientes extremamente poluídos (eg. atrás de muitos veículos numa subida) ou então de maus cheiros (eg. junto a empresas de celulose, de tratamento de resíduos, etc.).
Quando utilizada em conjunto com o ar condicionado, seja para produzir frio no Verão ou calor no Inverno, a recirculação tende a ter vantagens de eficiência. Mas tal não acontece tipicamente quando entramos no carro, com ele muito quente. Como a temperatura do interior do carro pode até ser bastante superior à exterior, numa primeira fase a estratégia mais interessante consiste em extrair rapidamente esse calor do interior do automóvel. Sempre que possível, abro as portas e janelas para que esse calor saia.
Depois, ligo o ar condicionado, mas sem a recirculação. Quando o interior do carro começa a arrefecer, ligo a recirculação. O ar que entra no ar condicionado passa assim a ser o ar do interior do automóvel, o qual vai ficando cada vez mais fresco, num efeito de bola de neve…
Contudo, não é desejável manter permanentemente a recirculação a funcionar. O ar vai ficando estagnado, com cada vez mais dióxido de carbono. Chega a ter níveis de concentração problemáticos, e noutro estudo verificou-se que se pode atingir concentrações de 4500 PPM de CO2 após apenas 10 minutos de recirculação, com três passageiros! Há que também ter em conta níveis mais elevados de vapor de água, que no Verão não é tipicamente problemático, ao contrário de quando utilizamos a recirculação no Inverno. Para mim, um dos primeiros sinais de que a coisa não está bem, é quando começo a bocejar…
A gestão que faço da recirculação é a de desactivar periodicamente a recirculação, dando assim hipótese à entrada de ar fresco vindo do exterior. Por uma questão de eficiência, faço-o quando o motor vai menos sobrecarregado, como por exemplo em longas descidas. Quando não existem descidas e é tudo plano, abrando tipicamente a velocidade durante alguns minutos, para entrar mais ar fresco, sem sobrecarregar o motor. Não o faço quando tenho que levar com escapes. O controlo da temperatura exterior também pode ser utilizado, pois é frequente ver-se alguma variação dessa temperatura exterior durante longos percursos.