Um amigo meu teve um problema num disco duro. Com informação nele, da qual não tinha cópia noutro local. Ofereci-me para tentar ajudar. Numa primeira fase, tentei todos aqueles truques habituais da informática, incluindo software especializado. Não funcionou. Pedi-lhe então autorização, que me foi dada, para tentar uma teoria que circula abundantemente na Internet: congelar o disco no frigorífico, porque depois funcionaria.
Estava muito céptico desta teoria, mas valia a pena experimentar. Resumindo, não funcionou! Mas relato abaixo a experiência, para contrabalançar com as muitas páginas que há por aí a falar deste aparente milagre.
A lógica deste procedimento tem a ver com a forma como o metal dilata com o calor e contrai com o frio. Um dos acontecimentos mais marcantes, para mim, na engenharia humana, foi um problema que foi resolvido com uma estratégia semelhante: uma câmara fotográfica que ficou engatada na Voyager 2, ao passar por Saturno. A solução passou por aquecer e arrefecer o mecanismo até funcionar, conforme se pode ler na página 51 deste livro de Carl Sagan.
Preocupado com a humidade, meti o disco duro num tupperware, com papel absorvente no fundo. Primeiro foi ao frigorífico por umas horas. Testei, mas não funcionou. Estava na altura de passar um dia inteiro no congelador.
Quando o tirei do congelador, naturalmente verificou-se rapidamente um processo de condensação, conforme se pode ver na imagem seguinte:
Condensação no disco congelado
Rapidamente, o disco também começou a formar gotículas de água. Não arrisquei metê-lo assim na estação de docking que possuo. Tive que esperar vários minutos. Só depois deixou de se formar condensação.
Continuou sem funcionar. Não foi certamente pela espera, até porque já tinha lido que este método de resolução funcionava em discos antigos, mas não nos modernos.
A recuperação do disco já não está ao nível das minhas capacidades. Há empresas especializadas nestas matérias, e até encontrei uma que documenta os barulhos suspeitos que discos avariados fazem, mas são caríssimas. Em qualquer caso, mantenha sempre um backup dos seus dados mais importantes, para o caso do dia em que a lei de Murphy lhe bata à porta…