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Multitasking e esforço cerebral

Já não falava aqui há algum tempo sobre multitasking. Para mim, o segredo é paralelizar diversas tarefas ao longo do tempo, sem cair no perigo da procrastinação.

A leitura de um artigo que associa o multitasking ao cansaço não me surpreendeu. O esforço cerebral aumenta naturalmente com o multitasking, e portanto não nos devemos admirar que isso drene as nossas reservas. O artigo refere quão dependente às vezes estamos da cafeína, e no meu caso tento evitar esse consumo.

O artigo refere como o multitasking consome glucose oxigenada do cérebro, e como isso pode contribuir para um sentimento de exaustão. Tal como muitos processadores, o nosso cérebro não é muito bom a fazer várias coisas ao mesmo tempo, pelo que tem que rapidamente comutar entre as eventuais tarefas a que nos estamos a dedicar…

Os autores chamam a atenção para o efeito cafeína, e como isso não resolve todos os problemas. Pode ser bom para pôr o nosso cérebro em overclock, mas na verdade o que ele precisa de vez em quando é de uma boa pausa! E essa pausa não é sinónimo de vaguear pelo Facebook, pois isso continua a exigir um grande (ou enorme) processamento cerebral.

Os autores não defendem o multitasking. Em vez disso, defendem que devemos dedicar diferentes períodos de tempo para cada uma das actividades separadas. Mas, na prática, os seus conselhos são difíceis de aplicar, sobretudo num contexto profissional, quando defendem por exemplo que só devemos ver o email ao início da manhã, e só depois ao meio-dia…

Consumos de um ar condicionado

Nos últimos dias o calor tem sido substancial. Aproveitei por isso para fazer um gráfico de consumo de um ar condicionado num espaço em que ele teve que se esforçar um pouco. O resultado é a imagem abaixo, que evidencia uma evolução específica de consumo.

Numa primeira fase, pelas 7:30 da manhã, verificou-se o arranque do sistema. Após um pico de consumo de alguns minutos, baixou ligeiramente, seguindo a partir daí uma tendência de aumento de consumo, até pouco depois do meio dia. Durante esse período, a temperatura foi descendo, até se aproximar da temperatura programada no ar condicionado. A partir daí, começaram a ser observados momentos alternados de consumo de energia, com outros de ausência de consumo (apenas o consumo marginal). Esses períodos de ausência de consumo foram-se tornando cada vez mais frequentes, tendo também diminuído os picos ao longo da tarde.

Consumo de um ar condicionado

Consumo de um ar condicionado

Uma análise ao período do início da tarde, em que se iniciaram os períodos de alternância de consumo, evidencia que os períodos de ausência de consumo foram mais ou menos semelhantes, com esses períodos de ausência de consumo a se tornarem mais frequentes à medida que a temperatura estabiliza:

Detalhe do período do meio dia

Detalhe do período do meio dia

Esta evolução é interessante porque alimenta a discussão se se deve manter os equipamentos ligados, mantendo estável a temperatura, ou se porventura se devem desligar sob pena do consumo ser maior quando se liga, conforme a primeira imagem…

Pokemon Go Backdoor: os utilizadores de Android só devem instalar aplicações da App Store Google

Proofpoint: Granted permissions from backdoored Pokemon GO APK second screenshot

Proofpoint: Granted permissions from backdoored Pokemon GO APK second screenshot

O Pokemon Go é provavelmente o jogo com maior adesão nos smartphones de que há memória. Com 15 milhões de downloads nas app store, conseguiu fazer o valor das ações da Nintendo subir em bolsa 25%.

Com todas as pessoas a querer jogar, e com disponibilidade limitada, houve provavelmente muitas pessoas que fizeram download de versões para Android disponíveis noutras origens que não a Play Store da Google. Não devem fazer isto nunca, e muito menos quando já há um Backdoor confirmado.

A firma Proofpoint, um fornecedor de serviços de proteção de dados, publicou recentemente no seu site informação que aponta para versões de origens alternativas de que tinham já sido infetadas com um controlo remoto através do Backdoor Droidjack.

Se fizeram download de uma versão diferente da que é servida pelo Google Play Store, o vosso equipamento pode já estar a servir de zombie para um potencial ataque controlado remotamente.

O Backdoor identificado pela Proofpoint é vendido pela DroidJack.net como uma ferramenta de administração remota (RAT), um eufemismo para comandar e controlar remotamente (C&C) o vosso equipamento sem o vosso conhecimento.

Quem pense que a instalação e utilização destas ferramentas está reservada a uma elite de crackers (hackers mal intencionados) com conhecimentos extensos sobre vulnerabilidades de sistemas operativos e outras palavras que vos causam calafrios só de as ouvir, desenganem-se.

A instalação e utilização depende apenas do conhecimento demonstrado em vídeo, como podem ver abaixo nas instruções de uso deste software de C&C.

A forma de remoção desta versão do Droidjack também pode ser encontrada na web. Se não se sentirem à vontade para o remover manualmente, pelo menos não instalem mais nada que não venha das app store oficiais. A remoção manual do DroidJack, conforme o site da Symantec, é feita com os seguintes passos:

Remoção manual do DroidJack:

  1. Abrir o Google Android Menu.
  2. Clica no ícone Settings e depois clicar em Applications.
  3. Clicar em Manage.
  4. Selecionar a aplicação e clicar em Uninstall.

Embora estes passos não tenham sido efetuados ainda por ninguém aqui no Pouparmelhor, se a Google tiver conseguido defender suficientemente bem o vosso equipamento, então estes passos serão suficientes. Em principio, como o Droidjack é instalado com o pacote de origem alternativa do jogo, a sua desinstalação pode ser suficiente.

Standby de ar condicionado

Os equipamentos de ar condicionado têm um consumo em stand-by um pouco elevado. No caso de sistemas multi-split, vejo por vezes referenciados valores de 50 Wh.

Acontece que o consumo dos sistemas de ar condicionado está associado à manutenção da temperatura do óleo do cárter. Para isso existe normalmente uma pequena resistência que aquece o óleo do cárter do compressor, para que ele esteja à temperatura ideal quando o aparelho fôr solicitado.

Ocorrem todavia vários aspectos que interessa avaliar. Em primeiro lugar, o consumo de electricidade é maior no Inverno, quando é preciso mais energia para manter os fluidos à temperatura indicada. Num equipamento que tive oportunidade de avaliar, o consumo não era constante, mas função da temperatura exterior. E não estava sempre ligado, ora ligando, ora desligando. Tal significa que no Verão, em princípio, os consumos em stand-by serão bastante inferiores.

Obviamente, a forma mais rápida de nos livrarmos destes consumos em stand-by, é desligar os aparelhos no quadro eléctrico. Esta é normalmente a única forma de acabar efectivamente com esse consumo. Mas, há um grande SENÃO!

Esse senão é que ao voltar a ligarmos o equipamento no quadro eléctrico, não podemos usar imediatamente o ar condicionado! Se isso acontecer, e os fluidos não estiverem à temperatura correcta, boas coisas não vão acontecer ao compressor… As marcas recomendam que os aparelhos sejam ligados no quadro eléctrico até umas 8 horas antes de se ligarem as unidades internas. Para isso, deve consultar os manuais dos equipamentos em detalhe. Esse tempo deverá ser naturalmente maior quando se voltarem a ligar no início do Inverno, pois as temperaturas externas serão menores. Mas, e como o seguro morreu de velho, mesmo no Verão, deve ligar as unidades externas umas boas horas antes de começar a produzir frio nas unidades internas…

Lembre-se que é importante poupar electricidade, pois poupa na carteira. Mas, se avaria um equipamento destes, o peso na carteira será muitíssimo maior…

A genialidade da fila única do Continente

Rowing with to many coaches - Condé Naste

Rowing with too many coaches – Condé Naste

Há mais de um ano referimo-nos à fila única do Continente. Durante os primeiros tempos ainda achei piada à estupidez da ideia, e andei a fazer vários testes, que demonstraram o evidente: a fila única só cria problemas aos clientes, e certamente ao próprio Continente.

A coisa agravou-se nos últimos tempos, pois quase nunca há caixas alternativas, e agora quer queiramos, quer não, temos que ir para a fila única. Como num regime totalitário…

A coisa obviamente só piorou, atingindo um novo baixo no passado fim de semana. Três pessoas encontravam-se a gerir a fila! O primeiro era o Director da Loja, que superintendia a gestão da fila. Meti conversa com ele, mas como bom funcionário, lá justificou a fila única… Como os seus argumentos eram tão fáceis de rebater, acabou calado e comprometido.

Ao fundo, junto ao painel que indica a caixa seguinte, estava um segundo funcionário. Que basicamente nada fazia a não ser fazer de relay do terceiro empregado, junto à outra ponta das caixas. Este pontualmente erguia papéis a indicar ao segundo que caixa estava livre. O segundo depois transmitia essa informação à pessoa imediata da fila.

O que se passa aqui? Três funcionários não estão a acrescentar valor nenhum. Nem aos clientes nem ao Continente. Se estivessem numa caixa, os clientes seriam atendidos em média cerca de 20% mais rapidamente (valores em função das caixas abertas).

Os clientes, esses engatam completamente o sistema. Vi vários a deslocarem-se para caixas erradas, porque pura e simplesmente encontram uma a meio do caminho que está praticamente disponível. Isso explica a necessidade do terceiro funcionário, porque o sistema estava a funcionar correctamente…

Enfim, este é um disparate completo, que só prejudica o Continente e os seus clientes. Continuo a pensar que quem efectou este aborto de ideia deve estar entrincheirado a arranjar estudos que justifiquem o inexplicável. Estudos esses que o Director da Loja disse existirem… Enfim, andam-se a enganar a eles próprios!

Poupança combustível em função do peso

Num artigo anterior, referenciamos mais um item que contribui para o aumento do peso do carro. Na altura dei-me conta de que apesar de já termos referenciado o impacto do peso no consumo dos automóveis, ainda não nos havíamos referido a quanto é que é exactamente a poupança derivada de um veículo mais leve.

Obviamente, o peso é apenas mais um factor a contribuir para as contas do consumo. A dificuldade de equacionar o factor peso é visível na aparente ausência de estudos científicos que nos digam quanto é exactamente a poupança.

O Departamento de Energia dos EUA tem disponível um documento interessante, que nos dá várias pistas para equacionar o problema. São referenciados dois estudos, que abordaremos de seguida, e que referem que uma redução de 10% no peso de um carro leva a uma economia de consumo de cerca de 6.8%. Num desses estudos, verifica-se que também a aceleração é beneficiada, com os mesmos 10% de redução de peso a contribuirem para uma melhoria de 7% no tempo de aceleração dos 0 às 60 milhas por hora.

Um dos estudos referenciados no documento atrás é um estudo realizado por Ricardo Inc., de 2009. Os valores de poupança referidos no parágrafo anterior variam em função de determinados aspectos. Um dos que mais me chamou a atenção, foi o impacto da variação de peso no consumo, mas também em função da velocidade. Como se pode ver na imagem a seguir, a poupança conseguida com a diminuição de peso diminui à medida que aumenta a velocidade.

 

Melhoria de consumo diminui com aumento da velocidade

Melhoria de consumo diminui com aumento da velocidade

Tal é compreensível, porque o peso é mais importante no arranque, e porque a maior velocidade, a resistência ao ar começa a tornar-se bem mais significativa que a variação de peso.

Outro estudo interessante é esta tese de douturamento do MIT. Analisando o peso de automóveis entre 2006 e 2008, e o respectivo consumo, os autores obtém uma linha de tendência relativamente bem definida, e que estabelece que cada redução de 100 Kg corresponde a uma diminuição do consumo em cerca de 0.53 L/100Km:

Tendência

Tendência da evolução do consumo em função do peso

Os autores coligem ainda uma série de resultados de outros estudos. Está na página 30 do PDF:

Resultados de outros estudos

Resultados de outros estudos

Nas conclusões, os autores referem que em termos absolutos, cada 100 Kg de redução de peso corresponderão a uma redução de 0.39 L/100Km, para um carro de tamanho médio, a gasolina.

Extrapolando para o exemplo da água do limpa vidros, e considerando o valor anterior, temos então que os 6 litros serão 6% dos 100 Kg, pelo que a poupança será de 6% dos 0.39 L/100Km, ou seja 0.0234 L/100Km. Numa viagem de ida e volta ao Porto poupamos assim 6 x 0.0234 L = 0.1404 L. Ao preço da gasolina de cerca de 1.50 €/L, tal significa uma poupança de cerca de 21 cêntimos de euro…