Contas Poupança

Capa do Contas Poupança

Capa do Contas Poupança

Contas Poupança é uma rubrica de Pedro Andersson na SIC, mas que agora também está disponível em livro. Comprei o meu exemplar há uns dias, e já o li todo! E recomendo vivamente!

Já fomos entrevistados pelo Pedro Andersson duas vezes (neste e neste episódio), e recordo especialmente o seu particular interesse em contabilizar as poupanças em euros! O que lhe interessa não são os KWh nem os litros de água poupados. O que interessa são os cêntimos e os euros, pois é isso que os telespectadores melhor percebem… E foi nesse contexto que ele me fez a pergunta mais surpreendente até hoje: quanto custa abrir a porta do frigorífico? A resposta na reportagem foi simplificada, mas o cálculo técnico está dado neste artigo.

Numa Sociedade em que o conceito de poupança está démodé, e em que é mesmo perseguido,  vale bem a pena  ler o livro, que tem um prefácio interessante de José Gomes Ferreira. É grão a grão que a galinha enche o papo! E tenho que reconhecer que o motto do livro é mesmo mais interessante que o nosso: “Viva melhor com o mesmo dinheiro“…

Pago em lixo?

Ontem, no carro, ouvi mais uma daquelas notícias… Parece que em Campolide, vamos poder receber o equivalente a 2 euros por cada quilograma de lixo reciclado!!! A estupidez da medida é tanta, que nem sei bem se rir ou chorar? O melhor é fazer um bocado de humor:

A primeira análise que se me ocorreu é acabar com a história das tampinhas. Na verdade, para quem coleciona tampinhas, e não recebe nada em troca, o negócio de Campolide é muito melhor. Mesmo para quem recebe as tampinhas e as troca por dinheiro, para uma cadeira de rodas, o negócio de Campolide é um pouco melhor…

Mas, como toda a gente saberá, coleccionar um quilo de tampinhas dá muito trabalho! Como em tudo na vida, o melhor é apanhar um atalho. Como eles pagam ao quilo, o melhor é começar por reciclar coisas pesadas. A mim ocorre-se-me que a melhor opção é levar vidro para Campolide. O vidro é relativamente pesado, e muito fácil de arranjar! Aposto que se faria um bom negócio de intermediação com um qualquer restaurante…

Se não conseguirem arranjar material reciclável, podem sempre arranjar lixo indiferenciado/doméstico. Só paga metade do material reciclável, mas ainda assim é a 1 euro por quilo! Não se esqueçam de meter assim umas coisas pesadas pelo meio, tipo calhaus, mas disfarçados. Porque assim o peso aumenta rapidamente, e recebe mais euros em troca!

Na falta de outras opções, não há nada como fazer uns raides a uns ecopontos. Recicla-se o reciclável, levando-o para Campolide! É verdade que é um exercício que pode ser classificado de nojento, mas só quem não passa perto dos pontos de entrega de lixo não conhece o esquema, infelizmente utilizado por muitos com muitas necessidades. Conseguir uns valentes quilos deve ser um exercício bastante simples!

Se olharem para o site onde isto está anunciado, verão que há um problema: em vez de receberem em euros, receberão na moeda Lixo. Eu até pensava que era ilegal começar a emitir moeda, mas aparentemente, segundo este excelente documento, parece que o que não falta é moeda desta… E neste caso, parece que haverá até 15 mil euros envolvidos na brincadeira!

É claro que há mais problemas: supostamente o dinheiro tem que ser gasto em Campolide, e só pode ser recolhido por residentes naquela freguesia de Lisboa… E só podem produzir 10 quilos de lixo por dia, mas a 20 euros por dia, pode-se teoricamente ganhar mais neste esquema que um ordenado mínimo…

Portanto, se quiserem lucrar com o esquema, terão pelo menos que conhecer alguém dessa freguesia. E depois é mais um negócio de intermediação. Os próximos locais onde aparentemente se vão trocar Lixos por Lixo, são os seguintes:

  • 17 Setembro, 10:00-11:30, Alto de Campolide
  • 17 Setembro, 12:00-13:00, Bairro da Serafina
  • 24 Setembro, 10:00-11:30, Bairro da Bela Flor
  • 24 Setembro, 12:00-13:00, Bairro da Liberdade

Controlo quase total

A forma como somos controlados por determinadas organizações escapa ao comum dos mortais. Esse controlo tem-se intensificado, sendo que as evoluções verificadas nos telemóveis para isso muito contribuem.

Foi sem surpresa que ontem li no Slashdot que o Google está a dificultar a vida a quem tentar esconder-lhe o que cada um de nós anda a fazer… Alegadamente, a última novidade é que é o Google Play que está a fazer o tracking por onde os utilizadores andam. Ainda seria respeitável que fosse o Google Maps a fazê-lo… Agora, o Google Play?

No meu caso, a localização, “Location”, está quase sempre desligada. Mas isso não quer dizer nada. Por isso, a minha solução tem sido, muitas vezes, desligar o serviço de dados. Mas, na verdade, esses dados até podem ser armazenados até poderem ser enviados, pelo que esta técnica não é 100% fiável.

Esta é uma problemática que veio para ficar. Por um lado, as funcionalidades. Por outro, a devassa da nossa vida privada!

Mais terra e menos água?

Há uns dias, ao ler notícias no site da BBC, dei-me conta de uma que me chamou claramente a atenção: que há mudanças na forma como a água à superfície da Terra se distribui. Dito desta forma, não me impressiona. As mudanças sempre existiram, e sempre existirão!

Ao ler a motícia, fiquei ainda mais surpreendido com a principal surpresa dos cientistas: que a linha de costa tinha ganho mais superfície de que a perdida, apesar da proclamada subida do nível médio dos mares! A notícia tem mais itens interessantes, mas de um cariz já habitual, de sensacionalismo científico. Mas tinha um link!

O instituto holandês Deltares desenvolveu uma ferramenta que permite observar essas alterações. O Deltares Aqua Monitor mostra os locais de água do planeta transformados em terra, e vice-versa, entre 1985 e 2015. A resolução das imagens, baseada no motor do Google Earth, permitem ver essas alterações com uma resolução de 30 metros.

A ferramenta é deveras notável, e cuscar vários sítios do planeta é inevitável! Serve para apreender o que tem sido a acção do Homem neste aspecto, mas também para validar os dados. Por isso, dediquei também tempo a Portugal (ver mapa abaixo). Aparecem naturalmente as grandes barragens, donde sobressai naturalmente o Alqueva. Mas doutras, nem sinal, como é o caso da barragem do Alto Lindoso. Mas ainda mais interessante, foi seguir a linha de costa, onde a subida do mar deveria estar a “engolir” parte da nossa costa. Uma contabilidade rápida, envolvendo os locais de maior variação, dá origem ao seguinte:

Locais onde terra conquistou mar (a verde no mapa):

  • Barra de Caminha
  • Porto de Viana do Castelo
  • Praia da Pedra Alta – Viana do Castelo
  • Porto de Leixões
  • Foz do Douro
  • Praia da Aguda
  • Praias de Espinho
  • Praia de Esmoriz
  • Praia do Muranzel
  • Praia de São Jacinto
  • Praia da Tocha
  • Praia da Figueira da Foz
  • Praia da Nazaré
  • Marina de Cascais
  • Marina de Oeiras
  • Praia da Trafaria
  • Praias da Caparica (norte)
  • Praia de Troia
  • Porto de Sines
  • Praias de Lagos
  • Praia da Rocha
  • Praia de Albufeira
  • Praias de Vilamoura e Quarteira
  • Ilha da Barreta – Faro
  • Ilha da Culatra (nordeste)
  • Praia da Armona
  • Praia da Barra da Fuseta
  • Praia da Ilha de Tavira
  • Praia do Lacém – Cabanas
  • Praia da Alagoa
  • Praia Verde
  • Praia de Monte Gordo
  • Foz do Guadiana

Locais onde mar conquistou terra (a azul no mapa):

  • Praia de Antas – Foz do Neiva
  • Praia de Rio de Moinhos – Esposende
  • Praia de Ofir
  • Praia de Cortegaça
  • Praia de São Pedro de Maceda
  • Praia das Dunas de Ovar
  • Praia do Furadouro
  • Praia de Torrão do Lameiro
  • Praia do Areão (sul)
  • Praia do Poço da Cruz (sul)
  • Praia de Mira (sul)
  • Praia da Cova Gala (sul)
  • Docas de Peniche
  • Praia da Culatra (sudoeste)
  • Praia da Fuseta
  • Praia de Cacela Velha

A contabilidade é surpreendente! Embora muitos dos locais conquistados ao mar sejam de origem humana, muitos outros não o são. O efeito dos molhes é surpreendente, corroborando aquilo que é também medido no terreno, como se pode ver no exemplo da Figureira da Foz. Outra situação surpreendente para mim foi a da Praia da Rocha, muito mais artificial do que o que eu pensava. Procurei confirmar o que julgava serem outras surpresas na lista, mas todas as que averiguei, confirmam-se. Tudo isto dá muita credibilidade a esta ferramenta, que está publicamente disponível…

Mais e menos água em Portugal (1985-2015)

Mais e menos água em Portugal (1985-2015)

O valor de uma medalha Olímpica

Durante as férias, dei-me conta que os Jogos Olímpicos tinham ocorrido. Não me entusiasmaram muito… Dei-me todavia conta do valor das medalhas neste excelente infográfico (via Visual Capitalist), o qual como podem ver abaixo, é muito reduzido! Mas a melhor parte é mesmo a medalha de ouro ser, essencialmente, uma medalha de prata…

Valor do metal das medalhas Olímpicas

Valor do metal das medalhas Olímpicas

Este blog está de férias

Poupar Melhor

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O Pouparmelhor está de férias, como muitos dos nossos colegas de poupança que nos acompanham. As férias são para descansar, mas isto não quer dizer que não façamos uma ou outra publicação ocasional.