Mais estatísticas de azar

Na semana anterior falamos sobre algumas estatísticas regurgitadas da lotaria do Reino Unido. Foi delas que me lembrei imediatamente quando vi esta semana este artigo do Visual Capitalist, a referenciar como a lotaria é uma taxa regressiva sobre os mais pobres…

Esta é uma ideia recorrente que eu tenho, e que obviamente não se aplica unicamente às lotarias. Por cá é a raspadinha e o euromilhões que mais contribuem para enganar os mais pobres, os incautos e outros…

Infelizmente, por cá não há estudos destes, que eu saiba, mesmo que requentados. Mas olhando para o artigo do MetroCosm, onde foram publicados os dados originais, dá para perceber que o vício do jogo é realmente gigantesco. Nos EUA, cada família gasta em média 630 dólares, só na lotaria, enquanto o Governo gasta cerca de um bilião de dólares por ano a encorajar o jogo.

Para além de muita outra informação, está disponível um infográfico que explica o que acontece a um dólar jogado na lotaria. Por cá, não será muito diferente:

Paraonde vai um dólar na lotaria de Nova Iorque

Paraonde vai um dólar na lotaria de Nova Iorque

Marea é o novo cabo submarino financiado pela Microsoft e Facebook

Submarine Cable Map - Marea

Submarine Cable Map – Marea

Já vos tínhamos falado aqui como podiam aprender mais da importância dos cabos submarinos visitando a exposição que tem estado patente na Fundação Portuguesa das Comunicações. Também vos tínhamos dito como podiam saber mais sobre estes cabos submarinos visitando um mapa interativo que existe na Internet.

O novo cabo submarino Marea é financiado por um consórcio que inclui a Microsoft, Facebook e Telefónica irá ligar os Estados Unidos da América à Europa. Já podem vê-lo no mapa interativo se forem aqui.

Com o Facebook e a Microsoft a financiarem este meio de comunicação, está-se mesmo a ver que o que pretendem é obter maior capacidade de ligação entre os dois continentes.

 

Como fazer tinta a partir das pontas de lápis

Tinta vermelha feita a partir do bico dos lápis

Tinta vermelha feita a partir do bico dos lápis

O miúdo mais novo trás sempre muitos trabalhos para casa para fazer com os pais. Desta vez tinha de pintar um azulejo de vermelho para um trabalho da escola.

O que não falta cá para casa são lápis vermelhos, mas como não havia nada para pintar o azulejo, decidi dar uma de Macgyver e fazer a nossa própria tinta. Para isso foi necessário:

  • Vários lápis de cor vermelha;
  • Uma faca;
  • Água;
  • Um almofariz; e
  • Tubo de cola branca.

Já estão mesmo a ver o que se passou a seguir:

  1. Com a faca, abri os lápis vermelhos para lhes tirar as pontas lá de dentro (minas);
  2. Esmaguei as minas dos lápis dentro do almofariz;
  3. Fui misturando muito pouca água e a cola branca até criar uma consistência pastosa.

O resultados foi um azulejo com conchas todo pintado de vermelho e duas crianças que passaram a saber fazer a sua própria tinta.

Azulejo pintado de vermelho junto ao almofariz e ao godê

Azulejo pintado de vermelho junto ao almofariz e ao godê

Consumo de electricidade do forno

Uma das vantagens do novo contador de electricidade EnergyOT, é que permite verificar o detalhe de consumo de equipamentos onde não consigo chegar com outros equipamentos de medida que tenho. Um desses exemplos é o forno eléctrico, que tem uma ligação directa ao quadro eléctrico.

No exemplo abaixo, podemos ver o consumo de electricidade durante um longo cozinhado. A potência atingida pelo forno foi de cerca de 2.5 kW, considerando que existe um consumo ligeiro, para os restantes equipamentos da casa. A meio do gráfico observa-se uma subida, que não sei se pode ser atribuída ao forno, ou a outro equipamento, até porque a experiência não foi directamente controlada.

Outro dos aspectos marcantes tem a ver com a evolução do consumo. Nos primeiros dez minutos, o consumo de electricidade foi constante, mas depois disso, e até final do cozinhado, verificaram-se sucessivos períodos de aquecimento, intercalados com períodos sem consumo de electricidade. Ou seja, o forno vai ligando/desligando, para manter uma temperatura adequada. Algo que já havíamos visto noutras ocasiões, nomeadamente na máquina de café Nespresso.

Consumo de electricidade num cozinhado

Consumo de electricidade num cozinhado

A humidade relativa na casa de banho

Humidade relativa medida com o EnergyOT

Humidade relativa medida com o EnergyOT

O EnergyOT que estou a testar pode ser utilizado para vários fins. Um dos fins que pode ser utilizado é descrever o que se passa com a humidade do banho. Para isso, coloquei o sensor na casa-de-banho pequena do quarto principal.

O sensor mede a humidade relativa. Trata-se de uma medida de conforto ambiente de um espaço, considerando-se ideal um valor entre os 50% e 60%. Para o conforto humano, consideram-se valores muito baixos registos próximos dos 20% e abaixo. A secura das vias respiratórias pode provocar lesões ou acentuar mal estar em pessoas com doenças crónicas ao nível respiratório.

Quando os valores de humidade relativa são elevados, pode ocorrer condensação, isto é, o vapor de água prende-se nos objetos mais frios. Aqui a preocupação é o que esta humidade contribuiu para a formação de manchas nas paredes.

No caso da nossa casa-de-banho pequena, temos um polibã com cabine de vidro aberta por cima e janela para o exterior que mantemos aberta durante os banhos.

O vapor de água do duche sobe e faz aumentar a percentagem de água no ar até que atinge os 100%. Como podem observar no gráfico, isto ocorre precisamente durante os banhos antes de jantar, mesmo que  janela esteja aberta.

Carta por pontos

A semana passada recebi a seguinte mensagem da Autoridade Tributária:

Exmo.(a) Senhor(a),
Em colaboração com a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária remete-se em anexo um folheto informativo sobre o novo sistema da carta por pontos.
Para qualquer esclarecimento consulte o site www.ansr.pt<http://www.ansr.pt>.
Caso se trate de pessoa coletiva solicita-se que divulgue este email pelos seus colaboradores

Fiquei deveras surpreendido. Ainda não tinha ouvido falar. Não admira: o castigo dos pontos foi aprovado em Conselho de Ministros da passada quinta-feira, e entra já em vigor, no dia 1 de Junho, o dia da criançada. Da leitura dos detalhes da coisa, sobressaem as seguintes notas:

  • No próximo dia 1 de Junho, todos teremos 12 pontos.
  • Os pontos só são subtraídos na data da definitividade da decisão administrativa ou do trânsito em julgado da sentença. Por isso, o importante é evitar que isso aconteça. Reclame por todos os meios!
  • Na  generalidade das contraordenações graves, são retirados dois pontos. Excesso de álcool, excesso de valocidade (>20 Km/h) e ultrapassagens em passadeiras dão direito a um corte de três pontos.
  • Na  generalidade das contraordenações muito graves, são retirados quatro pontos. Muito álcool ou drogas, bem como excesso de velocidade em mais de 40 Km/h, dão direito a uma perda de cinco pontos.
  • No máximo, pode perder seis pontos por dia.
  • Se se portar impecavelmente durante três anos, recebe três pontos. No máximo pode acumular até aos 15 pontos. Não é que seja grande coisa, pois só lá para 2022 é que poderia acumular mais do que esse valor…
  • Se ficar sem pontos, fica sem carta de condução durante pelo menos dois anos.
  • Se ficar com cinco pontos ou menos, tem que ir frequentar uma acção de formação de Segurança Rodoviária.
  • Se ficar com três pontos ou menos, é obrigado a realizar novamente a prova teórica do exame de condução.

Fica percebido que o objectivo é aumentar as receitas. O facto de termos sido alertados pela Autoridade Tributária é prova disso mesmo. As corporações associadas à Segurança Rodaviária, como já não conseguem disfarçar a sua ineficácia, aumentam a burocracia, taxas e taxinhas. Para isso foi criado o Portal de Contraordenações Rodoviárias, que me cheira vai ser onde só iremos mal dispostos…