História dos cartões de crédito

Esta semana soubemos que o consumo com recurso ao crédito de consumo voltou a disparar em Portugal. Foram mais de 500 milhões de euros só no mês de Março, o valor mais elevado desde que há registo deste tipo de dados em Portugal. Segundo os dados do Banco de Portugal, os créditos pessoais sem finalidade específica, para o lar, consolidado e outras finalidades, representam quase metade desse valor. O crédito automóvel representa quase 200 milhões. Infelizmente, não são boas notícias, conforme o demonstram os comentários de vários quadrantes políticos, alguns insuspeitos, como Vital Moreira.

Enfim, isto lembrou-me de um pequeno vídeo que vi neste artigo do VisualCapitalist (via ZeroHedge). Descreve a história ao longo das últimas décadas:

Outro documentário muito giro para entender os cartões de crédito foi emitido pela PBS, chamado “Secret History of the Credit Card“. O documentário continua a desparecer do Youtube, sendo que de momento está disponível abaixo. Se não conseguirem, está disponível no site da PBS:

Resultado de recuperar partes dos equipamentos antes de os deitarmos fora

Fio recuperado de um equipamento avariado

Fio recuperado de um equipamento avariado

Aqui há uns tempos disse que dava jeito olharmos para os nossos equipamentos eletrónicos para recuperarmos os componentes úteis. Isto nem sempre acontece porque não tenho propriamente o armazém dos Mythbusters para guardar tralhas.

Quando avariou o regulador de intensidade da luz do quarto dos  miúdos, fiquei com o fusível e com o arame que enrolava um dos componentes. Atirei o arame para a caixa de ferramentas e nunca mais pensei nisso.

Quando o candeeiro da sala avariou, descobri que substituir os fios elétricos não era propriamente fácil. Foi aqui que o arame recuperado serviu para guiar os novos fios dentro da armação.

A forma errada de usar um arame como guia para inserir fios elétricos num candeeiro

A forma errada de usar um arame como guia para inserir fios elétricos num candeeiro

Utilizando o arame como armação do fio, tal como está na foto acima, não funcionou. O espaço exíguo da armação não permitia que o arame e o fio fizessem a curva de entrada no tubo, mas não desisti do arame.

Forma correta de usar um arame como guia para um fio elétrico

Forma correta de usar um arame como guia para um fio elétrico

A forma correta era:

  1. Passar primeiro o arame;
  2. Prender o fio elétrico ao arame; e
  3. Puxar o arame enquanto empurro o fio elétrico pelo tubo.

O resultado foi um candeeiro Tidig do IKEA novamente a funcionar corretamente. A potencia de iluminação aumenta e reduz com o toque.

Candeiro Tidig a funcionar

Candeiro Tidig a funcionar

Novo sensor EnergyOT para medir humidade, temperatura e luminosidade

Novo EnergyOT para medição de humidade, temperatura e luminosidade

Novo EnergyOT para medição de humidade, temperatura e luminosidade

O EnergyOT oferece por cerca de €75,00 um pequeno sensor que permite controlar os consumos de eletricidade diretamente no contador através do número de vezes que pisca a lâmpada do contador. O A.Sousa anda a experimentar o seu funcionamento e há-de contar-nos mais sobre essa experiência.

A mim calhou-me os testes com um equipamento que não está ainda à venda. O equipamento do EnergyOT que estou a testar mede a luminosidade, a humidade e a temperatura.

A configuração é uma experiência bastante simples, mas têm alguns passos:

  1. Registar um utilizador no site https://my.eot.pt;
  2. Fazer download do utilitário de configuração do EnergyOT;
  3. Colocar o EnergyOT no sitio onde o queremos ter a fazer medições.

Uma aplicação Java no computador permite enviar os dados da rede WiFi e de utilizador que o EnergyOT vai necessitar.

Configuração do EnergyOT

Configuração do EnergyOT

O EnergyOT apresenta-nos os dados no seu site, onde depois mantém os histogramas para fazermos as nossas análises.

Resultados no my.eot.pt

Resultados no my.eot.pt

Daqui a uns tempos vamos ter resultados para falar aqui. Entretanto vou experimentar os vários sítios da casa para fazer as medições.

EnergyOT por cima do espelho da casa de banho

EnergyOT por cima do espelho da casa de banho

Estatísticas milionárias regurgitadas

Algumas vezes, até as crianças fazem melhor (retirado daqui)

Algumas vezes, até as crianças fazem melhor (retirado daqui)

Há várias semanas li um artigo onde se reclamava que num estudo de 2015 da Camelot (equivalente aos Jogos Santa Casa no Reino Unido) se tinha chegado à conclusão de que 44% dos milionários ficavam na falência passados 5 anos.

O número era suficientemente interessante para merecer uma investigação melhor! Como era um estudo recente, não deveria ter dificuldades em chegar aos dados originais. Em quase dois meses, voltei a descobrir como a informação mastigada e regurgitada vai alimentando a Internet! E como foi um dos maiores desafios de encontro de dados aqui no Poupar Melhor, comecei a alimentar um “diário” do desafio a que ia dedicando um minuto aqui e outro acolá…

O site do Statistic Brainer tem uma página com várias estatísticas sobre a lotaria. Tem no fundo da página uma referência para uma “verificação estatística” que diz que a investigação é de 2016/01/12 e que a fonte é a própria “Camelot Group PLC”. Outra página que aparece frequentemente associada a esta temática é este artigo de Fevereiro de 2015 do The Richest, onde se percebe que estamos a falar dos mesmos valores… O artigo refere que o estudo da Camelot é do ano anterior, pelo que de 2014.

Passei então a pesquisar os sites da Camelot, e de várias instituições associadas ao jogo em Inglaterra. Pesquisei no Google, limitando os resultados por períodos de tempo cada vez mais antigos. Foi assim que descobri um estudo da Camelot de 2012,  por altura do registo de 3000 milionários na lotaria inglesa. Uma leitura atenta do documento revelou que não havia qualquer referência a milionários falidos.

Depois de mais tempo perdido, comecei a perder a esperança. Até que noutro dia me lembrei de juntar o Arquivo da Internet à equação. Um dos primeiros saltos foi à página do Statistic Brainer, onde descobri que a versão mais antiga disponível, de 2012, refere outro estudo da Camelot, só que agora de 2006! Pouco tempo depois identificava um estudo de 2006, da Universidade de Nottingham, sobre os efeitos da lotaria na felicidade, satisfação e humor dos vencedores. Infelizmente, nenhuma referência a 44%…

Continuei a recuar no tempo, à procura da mensagem mais antiga envolvendo os 44%. Até que seguindo links, fui ter a uma mensagem num arquivo de listas da Internet,  onde se falava nos 44%, mas numa perspectiva diferente. Todavia, a leitura das restantes estatísticas confirmava que se trataria do mesmo estudo!

O estudo em causa, Winning The National Lottery Is Good For You!, foi realizado em 1999, e publicado em Novembro desse ano. O estudo, na verdade realizado pela Ipsos MORI, refere todavia o seguinte:

On average, the winners have so far spent 44% of their winnings

Ou seja, 44% não foram à falência, mas sim, em média, cada um dos entrevistados tinha gasto 44% daquilo que tinha ganho. E, olhando para a ficha técnica do inquérito, foram 249 os entrevistados, entre os que tinham ganho pelo menos 50 000 £, dos quais 111 com um prémio superior a um milhão de libras. E, note-se ainda que não foram 5 anos para cada milionário, mas nos anos de 1994 a 1999, pelo que presume-se que em média os premiados teriam-no sido em média nos últimos dois anos e meio…

Enfim, este parece ser mais um exemplo claro do lixo informativo que permanece em grande parte da Internet. Pode ser que a minha análise esteja errada, e por isso se o leitor encontrar mais alguma peça deste puzzle, digam-no! Mas o que ele revela é que o bom hábito de linkar para a informação original se vai perdendo quase que definitivamente nesta rede global. E, como no jogo do telefone estragado, o que sai no final quase nunca é fiel ao original!

Home-Assistant, o mordomo free open source

Home Assistant

Home Assistant

Quando coloquei aqui a ideia de construir uma espécie de mordomo que reconhecia os habitantes da casa, o amigo Pedro veio avisar-nos que já alguém tinha pensado nisto. Nestas coisas dos computadores há sempre alguém que já fez uma parte do caminho.

O Home Assistant já tem um conjunto de componentes disponíveis para configurar. Para isso usa os interfaces de comando disponíveis nos equipamentos e softwares e disponibiliza forma de os comandar-mos de um só sitio. Os componentes disponíveis são receitas para controlo de equipamentos e software de várias marcas e permitem:

  • Receber notificações de alarmes de proteção da casa;
  • Receber informação de um sensor autónomo;
  • Receber imagens de uma câmara;
  • Controlar algo que construímos  com um Arduino;
  • Controlar a porta da garagem;
  • Ligar e desligar o ar condicionado;
  • Registar dados históricos para análise posterior;
  • Integrar componentes físicos como tomadas elétricas;
  • Ligar e desligar luzes;
  • Trancar e destrancar fechaduras;
  • Controlar um media player como o iTunes, Kodi e outros;
  • Enviar notificações por email, Twitter e outros;
  • Organizar múltiplos equipamentos e tratá-los como um só;
  • Identificar a aproximação de objetos a certas áreas para alterar parâmetros de outros equipamentos;
  • Criar configurações específicas dependentes do estado de outros equipamentos;
  • Deteção de presença recorrendo à identificação de equipamentos e com o iCloud, Nmap, OpenWRT, DD-WRT, Bluetooth e outros;
  • Abrir e fechar estores;
  • Controlar vários sensores como temperatura, valor do BitCoin, um sensor ligado ao Raspberry PI e outros;
  • Controlar vários tipos de interruptores;
  • Controlar termóstatos de várias marcas;
  • Falar com o Home Assistant para que ele execute comandos simples;
  • Obter e apresentar informação metereológica;
  • Descobrir e configurar equipamentos automaticamente; e
  • Ler as notícias de hora a hora a partir de um RSS Feeds e enviar os resultados para outro componente (ou dizer as notícias alto e bom som).

As possibilidades de colocar qualquer destes componentes em conjunto são bastantes. Depende só do que temos em casa que responde a isto e o que queremos fazer.

Contando electricidade com o EnergyOT

o EOT no quadro junto ao

o EOT no quadro junto ao EMDIN01

Há vários meses atrás, depois de mudarmos de casa, andei à cata dos equipamentos consumidores em stand-by. Para isso utilizei vários dos medidores de consumo de electricidade que possuo. Um dos que utilizo ligo-o através de uma pinça amperimétrica no quadro eléctrico, tendo assim uma noção do consumo geral da casa.

O equipamento em causa é um OWL USB, mas desde cedo percebi que não era muito rigoroso. Por isso, não tenho falado aqui sobre ele. Dá uma ideia, mas fica-se por aí…

Na casa nova, a paciência perdi-a quando desligando disjuntor após disjuntor, fiquei apenas com o disjuntor da placa de indução que comprara no IKEA. E o OWL continuava a mostrar-me um consumo de cerca de 100 Wh. Nem queria acreditar que um equipamento do IKEA gastasse tanto em stand-by.

A minha incredulidade aumentou quando me coloquei à frente do contador e esperei que o pisca do contador piscasse. Fiquei minutos atrás de minutos, e nada do led piscar. Ou seja, a EDP dizia que o consumo era zero, enquanto o equipamento me dizia que estavam a ser consumidos cerca de 100 Wh…

Algum tempo depois encontrei uma solução alternativa. Na verdade, comecei a utilizá-la no contexto profissional, que tinha um requisito importante: não podia interromper o fornecimento de electricidade, o que era exigido por outras soluções. E onde o consumo de electricidade é particularmente elevado. Tenho estado também a utilizá-la no contexto particular.

A solução que passei a utilizar é o EnergyOT. É uma caixinha pequena que se coloca à frente do pisca do contador, e que transmite essa informação por wifi para um portal, onde podemos consultar o detalhe do consumo de electricidade. Depois de vários meses de testes, em que pus à prova o equipamento, ele portou-se à altura, e tem-me permitido dar um salto quântico na compreensão do consumo de electricidade na nossa casa, bem como na minha empresa. Em próximos artigos vamos detalhar como este novo aparelho me tem permitido dar esse salto.