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Uma sugestão para baixar o preço dos combustíveis

Biocombustíveis

Biocombustíveis

O preço dos combustíveis tem vindo a subir ao longo do tempo, como ainda ontem referíamos. Muitas vezes vendem-nos a ideia de que é a subida do preço do barril de petróleo que causa essas subidas, e quando ele baixa, parece que também baixa um bocadinho. Mas há também as taxas e impostos aplicados, e no site da APETRO podemos confirmar que os impostos associados à gasolina têm subido mais em Portugal que na média da União Europeia a 17, embora no gasóleo não…

Mas parece que há mais taxas e custos escondidos por aí. Na sequência de uma notícia que li há uns dias perguntei a mim mesmo como seria a situação dos biocombustíveis em Portugal? Depois de ler várias notícias e artigos, descobri que no último Relatório trimestral do sector dos combustíveis da Autoridade da Concorrência, o impacto era claro:

Desde o último trimestre de 2012, verificou-se uma diminuição do incremento (médio trimestral) do preço nacional ex-refinaria do gasóleo rodoviário decorrente da obrigatoriedade de incorporação de biodiesel no gasóleo rodoviário. De facto, este incremento evoluiu de 3.05 cêntimos/litro, em média, no 4.o trimestre de 2012 para 2.82 e 2.69 cêntimos/litro, em média, no primeiro e no segundo trimestre de 2013 respetivamente.

Apesar da aparente melhoria recente, temos pago nos últimos anos mais 3 cêntimos por litro de gasóleo, por via desta obrigação! Ou seja, para além de fazer subir o preço dos alimentos, que segundo o Centro Comum de Investigação da União Europeia, pode ser de uma subida até 50% em determinados alimentos, em 2020, ainda pagamos mais caros os combustíveis! Mesmo os ambientalistas parecem ter efectuado uma inversão: depois de considerarem as subidas nas metas de biocombustíveis como factos positivos, agora parecem reconhecer os efeitos negativos.

Embora pareça existir algum impacto económico em Portugal, na verdade a Associação que defende os produtores portugueses de biocombustíveis admite a importação da matéria prima. Ou seja, nem sequer a nossa agricultura é beneficiada?

Por isso, a minha sugestão é muito simples: diminua-se a incorporação dos biocombustíveis nos combustíveis, como forma simples e eficaz de reduzir a pressão sobre as pessoas e empresas deste País…

A culpa é da energia eólica?

Cada vez mais confuso!

Cada vez mais confuso!

Quando ouço referências a que o custo da electricidade está a subir, o meu subconsciente pensa imediatamente que o preço do petróleo/gás natural está a subir. Mas eu já devia saber melhor, conforme até já evidenciamos aqui no passado.

Por estes dias, voltei a ser acordado para a realidade. Neste artigo do Jornal de Negócios, somos alertados para um aumento do défice tarifário do sector eléctrico em 200 milhões de euros. Reparem que o valor de 200 milhões é o valor do aumento, não do défice… Segundo a EDP, este aumento tem os seguintes três factores principais:

  • o “volume anormalmente elevado de energia eólica e mini-hídrica”, gerando um sobrecusto (face aos preços grossistas da electricidade) acima do previsto nos pressupostos da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE)
  • estava previsto descontar nos custos do sistema eléctrico até Junho uma verba de 111 milhões de euros oriunda da venda pelo Estado de créditos de carbono, mas tal não aconteceu.
  • o facto de a ERSE ter previsto uma subida do consumo de energia de 1,7%, mas ele na verdade ter caído quase 3%.

Ora, isto é mais do mesmo! Quanto menos consumimos de electricidade, seja pela crise, seja pela poupança, mais vamos pagar por isso. E quando chove mais e sopra mais vento, em vez de previsivelmente termos uma electricidade mais barata, não! Olhando para o documento da EDP percebemos até que o preço spot da electricidade foi muito inferior ao do ano anterior! Segundo os dados da EDP, na página 10, podemos constatar que o preço do MWh no mercado spot foi de 36€. Todavia, na página 16, dizem-nos que o preço médio de venda do MWh da energia eólica foi de 108€, exactamente três vezes mais!!!

Estes sobrecustos das eólicas dão-me muito que pensar! É desafiador de qualquer lógica! Então, quanta mais energia renovável se produz, mais o défice cresce, e mais pobres ficamos como colectivo? Será que precisamos de um D. Quijote moderno para por ordem nisto? Parece que aqui ao lado, em Espanha, o companheiro literário de Sancho Panza já está no terreno

Mais detalhes sobre preço da electricidade

Neste artigo evidenciamos como a energia que consumimos é apenas cerca de 40% daquilo que pagamos por kWh. Acontece que no mesmo documento da ERSE que utilizamos no artigo anterior, se encontram outros gráficos, os quais nos ajudam a perceber um pouco mais como funciona o mercado da electricidade em Portugal, e como ele afecta os consumidores dessa mesma electricidade.

Na imagem a seguir, retirada da página 198 do documento da ERSE, podemos verificar uma decomposição mais detalhada dos precos da electricidade:

Decomposição tarifas electricidade

Decomposição tarifas electricidade

Ordenados por ordem decrescente de percentagem, temos a seguinte decomposição para os consumidores em BTN, com potência instalada igual ou inferior a 20.7 kVA:

  • 39.7% Energia
  • 26.8% Uso Global do Sistema
  • 20.1% Uso Rede de Distribuição de BT
  • 5.4% Uso Rede de Distribuição de MT
  • 4.1% Uso Rede de Transporte
  • 2.5% Comercialização
  • 1.2% Uso Rede de Distribuição de AT

Neste aspecto, o mais surpreendente são os 2.5% relativos à comercialização. Não admira que os comercializadores não consigam descer substancialmente os preços! Se 97.5% do preço da electricidade já está definido à partida, como hão-de eles baixar?

O documento da ERSE tem muitos mais gráficos interessantes. Revelam a loucura que se tem vivido no sector nos últimos anos, mas também a factura pesada que continuaremos a pagar nos próximos anos! A isso voltaremos em próximos artigos.

56ª taxa: a dos detalhes sobre o preço da eletricidade, do que significa o CIEG e da gasolina sem chumbo com um preço mesmo baixo

Podcast do Poupar Melhor

Nesta edição falamos dos detalhes sobre o preço da eletricidade, de como é composto o que pagamos na fatura e da percentagem disso que é realmente o custo da energia. Explicamos também como esse valor está ligado a um conjunto de valores a que chamam CIEG e o que o acrónimo significa.

Terminamos a constatar como a gasolina sem chumbo nunca teve um preço tão baixo desde que começámos o Poupar Melhor.

Podem aceder aqui à lista completa de episódios do Podcast. O Podcast do Poupar melhor está também no iTunes

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Preços do gás natural

Como referenciamos no artigo sobre os escalões do gás natural, temos vindo a analisar em maior detalhe as ofertas no mercado do gás natural. A imagem que havíamos colocado no artigo anterior era apenas relativa à oferta do mercado regulado, pelo que entendemos completá-la com as várias ofertas do mercado liberalizado, conforme podem observar na imagem seguinte (clicar para ampliar):

Preços dos vários tarifários em função do consumo

Preços dos vários tarifários em função do consumo

Note-se que os cinco últimos tarifários são respeitantes a ofertas conjuntas de energia eléctrica e gás natural. No gráfico destacam-se algumas conclusões rápidas:

  • As tarifas do Mercado Regulado são as menos económicas
  • A oferta da Goldenergy, Goldgás, destaca-se claramente para consumos anuais superiores a 500 m3
  • Nos escalão 3, além da oferta da Goldenergy, todas as restantes ofertas são iguais.

Para evidenciar as pequenas diferenças, completamos o gráfico com os valores do termo de energia, e do termo fixo, para cada um dos tarifários. Note-se que nem todos os tarifários se aplicam a todos os escalões (clicar para ampliar):

Preços do termo energia

Preços do termo energia (€)

Preços do termo fixo

Preços do termo fixo (€)

Da análise detalhada, podemos observar também rapidamente alguns aspectos importantes:

  • Os valores mais baixos da Goldenergy Goldgás são função de valores bem inferiores na componente do termo fixo
  • Os valores de termo de energia mais baixos, observados nos escalões 1 e 2, são observados nas ofertas conjuntas de energia eléctrica e gás natural

Decomposição do preço da electricidade

Recentemente, neste artigo sobre o preço da energia na Europa, colocamos um gráfico onde se evidencia que os impostos e taxas que pagamos no preço da electricidade, são dos mais elevados na Europa. Enquanto isso, o preço da energia propriamente dito, permanece baixo. Mais recentemente, e conforme referenciado pelo nosso leitor João Santos, o presidente da EDP referiu que o “preço da electricidade em Portugal está abaixo da média da UE“. Perante esta confusão, a que não é alheia investigação que fizemos no passado, como por exemplo a confusão de preços nas estatísticas oficiais, fomos procurar levantar mais um pouco o véu sobre este tema.

Para este artigo, baseamo-nos num documento da ERSE, “Tarifas e Preços para a Energia Elétrica e outros serviços em 2013“. O documento é particularmente extenso e de difícil leitura. Todavia, na página 200, está um gráfico bastante elucidativo sobre a composição dos preços da electricidade em Portugal. O gráfico, visível abaixo, decompõe o preço da electricidade pelas parcelas “Energia e Fornecimento”, “Uso de Redes e Gestão do Sistema” e “Custos de Interesse Económico Geral”:

Decomposição do preço da electricidade

Decomposição do preço da electricidade

No gráfico podemos observar que a parcela da energia é a maior, mas que as restantes duas não lhe ficam muito atrás. Tal é particularmente verdade para os consumidores em BTN (Baixa Tensão Normal), a metade direita do gráfico, que corresponde nomeadamente aos consumidores domésticos. A análise do gráfico permite assim constatar que, para nós, os clientes domésticos, o custo “Energia e Fornecimento” não representa nem sequer metade do que pagamos na factura da electricidade…