Mapas topográficos

Fui um grande utilizador de mapas topográficos no passado, sobretudo nas minhas andanças pelo Geocaching. Tenho há muito tempo uma admiração enorme pelos mapas 1:25000, mas infelizmente ficaram para trás neste mundo cada vez mais electrónico.

Online, há várias formas de ter acesso a mapas topográficos. À cabeça, o Google Maps oferece a opção “Terrain” nos seus mapas, que permite ter uma ideia do relevo, embora não seja muito perceptível, conforme podem ver o exemplo abaixo, relativo à serra de Sintra:

Serra de SIntra no Google Maps "Terrain"

Serra de Sintra no Google Maps “Terrain”

Outra opção é o ArcGIS. Neste caso, a visualização reforça as curvas de nível, o que é mais interessante para quem está habituado a olhar para mapas topográficos:

Serra de Sintra em arcgis.com

Serra de Sintra em arcgis.com

Baseado no OpenStreetMap, o site opentopomap.org também permite visualizar informação topográfica. A visão da mesma Serra de Sintra é esta:

Serra de Sintra em opentopomap.org

Serra de Sintra em opentopomap.org

Neste momento, o meu preferido é o topographic-map.com. Pega nos dados do Google é dá aos mapas uma coloração, em função da altitude. À medida que se faz zoom, vai alterando as cores dinamicamente, em função do relevo local. Como podem ver pela imagem abaixo, é o que mais rapidamente transmite informação “relevante”:

Serra de SIntra em topographic-map.com

Serra de SIntra em topographic-map.com

O leitor conhece mais algum site online onde seja possível consultar informação topográfica?

174ª martelada: o da má ciência e do software alternativo

Podcast do Poupar Melhor

Esta semana o A.Sousa fala-nos de como Portugal foi má nótícia por causa de má ciência.

Terminamos a falar de algumas alternativas para editar imagens com software livre de código aberto.

Podem aceder aqui à lista completa de episódios do Podcast. O Podcast do PouparMelhor está também no iTunes.

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Então quanto é que vamos pagar em impostos sobre as menos valias?

Euribor a 6 meses perto de valores negativos

Euribor a 6 meses perto de valores negativos

Esta coisa dos economistas que não conseguiam imaginar economias que não cresciam, levou o legislador a conceber legislação que pode não ter em conta um cenário de quebra de juros para taxas negativas ou uma bolha imobiliária que rebenta com o mercado imobiliário ou com o mercado bancário.

No mercado imobiliário, uma situação de bolha que rebentou é bastante complexa, não só pelo que fez à vida de várias pessoas, mas porque há uma série de taxas e taxinhas que têm o seu valor associado a um movimento que se tornou negativo quando nunca tal foi imaginado.

O que achamos é que houve quem não antevisse a possibilidade de um dia estarmos perante taxas de juro negativas. Embora matematicamente possível, os seus impactos nunca foram equacionados por muitos. Basta seguir o Dashboard do Poupar Melhor ou outro que apresente as taxas de juro da Euribor a 3 meses, uma das principais taxas diretoras do mercado, para saber que estamos com taxas negativas há algum tempo.

Quando compramos uma casa por 100 mil euros e só conseguimos vender por 80 mil, não há mais valias. Como a lei diz que só se aplica o imposto sobre mais valias quando elas existam, então este imposto não é cobravél.

Quando temos um depósito a prazo e esse depósito paga juro é aplicado uma taxa/imposto de 28% que reverte a favor do estado, nas que tanto quanto sabemos, o texto de definição não prevê a possibilidade de termos taxas de juros negativas. Com isto presente, surgiu-nos uma questão. A pergunta é simples:

Com taxas juro negativas, quanto vai ser o valor do imposto/taxa?

Tempo perdido nas Finanças

Nesta semana que passou tinha que pagar um imposto “especial”. Digo “especial”, porque não é daqueles a que estamos mais habituados.

Como “especial” que é, tive que me deslocar às finanças. Não pode ser tratado no Portal das Finanças, quanto mais por outro meio

Não fui dos primeiros a chegar, mas chegou para refrescar o corpo e as ideias, pelo que me calhou uma senha com um número mais elevado. E ficar uma hora à espera. O que nos vale é o multitasking

Quando fui finalmente atendido, não podia ser afinal atendido. Como era um imposto “especial”, tinha que ser atendido por um determinado funcionário. Que estava a atender outro contribuinte, e que continuou a atender durante mais 20 minutos.

Quando me atendeu, percebeu imediatamente, foi buscar uma folha, e entregou-ma. Era uma folha que dizia quanto eu tinha que pagar, valor que já sabia. Mas tinha que ter aquele papel! E como pago eu, perguntei, reparando que não havia dados de pagamento?

Não se podia pagar por Multibanco, nem no homebanking. Apenas na Tesouraria do Serviço de Finanças! E ainda me informaram que podia pagar por cartão Multibanco, cheque ou dinheiro.

Infelicidade minha, na conta do meu cartão Multibanco não tinha dinheiro suficiente. Cheques já não pago para usar. E dinheiro, não tinha a quantia requerida…

Fui tirar a senha. Percebi logo que teria que esperar. Mas já previra a coisa, pois tirei a senha, tive tempo de ir ao meu Banco mudar o dinheiro de conta, e voltar a tempo de ser atendido. Podia ter feito via homebanking, mas a CGD era mesmo ao lado.

Chega-se à CGD e tira-se a senha. E espera-se, espera-se. Aí uns bons 20 minutos! Será que ainda vou ser atendido quando voltar? E continuo com o multitasking em plena agência.

Troco o dinheiro de conta e volto em passo rápido para as Finanças. Qual caracol, havia avançado dois números. Mas ainda faltavam alguns até chegar a minha vez. Mais multitasking, enquanto se digere gritaria de contribuintes insatisfeitos…

Lá chega a minha vez, muito tempo depois. Entrego Multibanco, nem querem saber quem sou. Imprimem umas folhas, mas não tenho que assinar. Tenho é que pagar.

No final dão-me a folha. Impresso como um dos PDFs típicos disponíveis no Portal das Finanças. Tem mesmo uma referência para Pagamento via Multibanco, mas está riscada!

Meio dia de trabalho perdido. Como querem que o País avance?

Como poupar o espaço no OSX impedindo os snapshot locais do Time Machine

Time Machine da Apple

Time Machine da Apple

O Apple Time Machine não faz só o backup para o disco remoto. Faz também um conjunto de cópias de segurança (backups) intermédias no próprio disco. Estas cópias ocupam uma parte do disco, mas deixando sempre uma margem. A essa cópia local a Apple chamou Local Snapshot.

Time Machine Local Snapshots

Time Machine Local Snapshots

Para impedir que o Time Machine ocupe o espaço em disco com Local Snapshots usem o seguinte comando no Terminal:

sudo tmutil disablelocal

Quando fazemos um backup de um disco, procuramos prevenir o dano de perda dos dados catastrófica. Isso é feito porque há a possibilidade do disco em que estamos a gravar os nossos ficheiros ser danificado. Por causa disto, criamos uma cópia dos nossos ficheiros noutro sitio. Usamos outro disco. Um disco que usemos menos e que guardamos em segurança.

Para endereçarmos a perca catastrófica do disco inteiro, fazemos uma cópia integral para outro sitio. Um disco remoto ligado à rede ou um disco externo que ligamos ao computador de tempos a tempos. O Time Machine faz a cópia de segurança para um disco em rede a que a Apple chamou de Time Capsule.

Mas o Time Machine nem sempre está perto dos disco remoto. Por isso, vai fazendo cópias para o próprio disco. Isso permite que, caso a falha do disco não seja catastrófica, ainda seja possível recuperar uma versão anterior de um ficheiro que alterámos ou apagámos por engano.

Já há algum tempo que digo que o Time Machine é uma das grandes vantagens de utilizar o Mac. A preocupação com as cópias de segurança é perto de zero. Não fora a minha vontade de poupar na compra de uma Time Capsule e, depois de selecionar o local para enviar os backups, nem tinha de me preocupar com nada.

Quando comprei o meu Apple Macbook pro retina (rMBP) o sistema tinha pouco espaço. O disco Solide-State Drive (SSD) é caro e por isso comprei apenas com 128 GB, o que se veio a mostrar muito pouco. Tive de colocar as fotos de família num disco externo e os backups do iPhone no iTunes ocupavam bastante espaço em disco, por isso, todo o espaço é pouco e tem de ser usado com parcimónia.

Andei à procura de formas de aumentar o espaço livre. Para isso procurei identificar no disco os ficheiros maiores com ferramentas que já aqui falei. Os que podia apagar, assim o fiz. O problema foi que me apercebi que haviam uns ficheiros que não podia apagar porque eram do Time Machine.

Estes local snapshots podem não ser preocupantes de tivermos um disco generoso, mas ao preço a que os SSD estão, os meus 128 GB precisavam de um desafogo.

Agora que já sabem como desligar os local snapshots, podem usar o comando abaixo para os ligar novamente:

sudo tmutil enablelocal

Se não têm falta de espaço, não desliguem o local snapshot. O disco pode não falhar por completo, mas se precisarem de aceder a uma versão antiga do vosso ficheiro, vai dar-vos muito jeito.

Proibir as notas?

Anda por aí muita gente entusiasmada a pedir que se acabe com as notas de 500 euros. E embora pareçam invocar argumentos defensáveis, sempre refugiados nos criminosos e terroristas, o que está por detrás da cortina pode ser bem diferente…

No artigo em que referenciamos as notas de 500 euros, referimos vários dos cenários em que são utilizadas. Referimos também como há cerca de 10 anos atrás, cerca de um quarto delas estavam em Espanha. Dados mais recentes indicam que a maior parte delas possa estar na Rússia.

Acontece que a história pode ser bem diferente. Perante as taxas de juro próximas de zero e mesmo negativas, nos últimos quase oito anos, os Bancos Centrais temem uma corrida aos Bancos. Na verdade, não haverá notas para todos nesse caso, e mesmo notas com muitos zeros não servirão de grande coisa.

A ideia dos Bancos Centrais poderá ser mesmo a de proibir de todo as notas e moedas. Uma espécie de controlo de capitais, como já foi ensaiado na Grécia e Chipre. Onde literalmente as notas deixaram quase de ser disponibilizadas pelos Bancos. Como não o conseguirão fazer tudo de uma vez, vão começar por um dos lados. Na Europa, e como se pode ver na imagem abaixo, retirada do site do BCE, cerca de 30% das notas de euro em circulação e em valor são notas de 500 €. Na verdade, só há poucos anos foram ultrapassadas pelas notas de 50 €:

Valor euros em circulacao

Valor euros em circulacao

Do outro lado do Atlântico, há vozes sonantes a pedir a proibição das notas de 100 dólares. E também por lá, representam a fatia de leão do dinheiro em circulação:

Dólares em circulção por tipo de nota

Dólares em circulção por tipo de nota

Na Suiça, um bastião monetário, não há todavia planos para seguir a manada. Aliás, os Suiços têm notas de 1000 CHF, que valem cada uma quase 1100 euros. E a quantidade em circulação é brutal:

CHF notas mais populares

CHF notas mais populares

Na verdade, acabar com o dinheiro físico teria inconvenientes muito graves. O primeiro seria necessariamente o da privacidade. O Big Brother que veria tudo seria em primeiro lugar o Sector Financeiro, mas algo me diz que as Finanças passariam também a espreitar. Eles já são uma espécie de PIDE, mas o objectivo poderá ser o de não ficar nas meias tintas… Mas mais grave seria o que viria a seguir: os Bancos e o Estado poderiam começar a expropriar pura e simplesmente a sua conta Bancária. Também já o fazem, mas não com a extensão que gostariam.

Se o leitor não acredita, pegue neste exemplo: o que faria ao seu dinheiro no Banco, se lhe oferecessem uma taxa de juro NEGATIVA de 10%? Aposto que tiraria o dinheiro de lá? Agora imagine que não tem para onde o tirar? É para isso que as notas podem servir, mas é também por causa disso que podem estar a pensar proibi-las…