E se o preço do barril de petróleo fosse a 0$ ?

Nos exercícios de análise aos preços dos combustíveis que temos efetuado nos últimos dias, tive ideia de aplicar uma regressão linear aos dados dos vários anos, no sentido de verificar onde as linhas de tendência interceptariam o eixo dos XX. O gráfico abaixo (clique para ampliar) apresenta esses valores para todas as séries que havíamos referenciado neste artigo, com exceção para os valores do primeiro trimestre de 2014, os quais devido a uma evolução muito ligeira dos valores do Brent e do gasóleo, dão uma tendência perfeitamente irrelevante.

Tendência para barril a 0$

Tendência para barril a 0$

O gráfico evidencia que os valores do eixo dos XX interceptados têm vindo genericamente a subir. Essa tendência estará associada aos aumentos de impostos, por vezes significativos, que se têm vindo a verificar ao longo dos anos. Neste momento, o eixo dos XX é interceptado próximo dos 0.80 €, o que significa que mesmo com o petróleo a ZERO, continuaríamos a pagar 80 cêntimos por litro de gasóleo…

O valor pode também ser aproximado empiricamente, de acordo com os dados mais recentes da APETRO:

  • 0.00 € pelo preço do barril de petróleo
  • 0.044 € pela incorporação de biodiesel
  • 0.146 € pela Armazenagem, Distribuição, Comercialização
  • 0.402 € pelos ISP e Impostos associados
  • 0.136 € pelo IVA
  • TOTAL: 0.728 € por litro

Nesta estrutura de custos faltam os custos de transporte de crude, a que acrescem os custos de refinição. Encontrar estes valores, genericamente conhecidos no meio como crack spread, não é particularmente fácil. Neste documento da Autoridade da Concorrência, na página 10, podemos observar um gráfico onde se dá o preço do gasóleo à saída das refinarias, juntamente com o Brent, expresso em cêntimos por litro. A análise do gráfico permite verificar que o diferencial não chega a 10 cêntimos por litro, o que faz com que a estrutura de preços aproximada empiricamente se situe também em volta dos 80 cêntimos por litro!

A análise do gráfico acima deixa-nos mais uma curiosidade, particularmente interessante. As linhas de tendência do gasóleo simples e gasóleo normal interceptam o eixo dos XX quase exactamente no mesmo valor, com uma diferença de cerca de 0.1 cêntimos de euro. Não sei se é uma coincidência estatística, ou se terá um verdadeiro significado… Fica na lista para análise futura.

Já pode Twittar do Pebble Time

turquoise - Voice Twitter para o Pebble Time

Turquoise – Voice Twitter para o Pebble Time

Parte do meu dia é passado com as notícias rápidas do Twitter nos seus 140 caracteres. Até hoje, para enviar um Twitt, tinha de tirar o telefone do bolso, escrever o texto e enviar.

O Turquoise para o Pebble Time promete acabar com isso. Para enviar um Twitt basta agora ditá-lo para o Pebble Time e, depois de confirmado o texto no ecrã do Pebble Time, enviá-lo para o Twitter.

O imposto IRS

Um dos Impostos mais importantes do País é o IRS (Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Singulares). Como se pode observar na nossa página de Impostos & Taxas, é o segundo mais importante em termos de receitas, logo a seguir ao IVA.

De acordo com a Constituição da República, no nº 1 do artº 104º, “o imposto sobre o rendimento pessoal visa a diminuição das desigualdades e será único e progressivo, tendo em conta as necessidades e os rendimentos do agregado familiar“. Tal significa que à medida que se vai ganhando mais, maior é a fatia que se paga de IRS. Como podem ver no gráfico abaixo, quando se ganha mais de 80 000 € por ano, quase metade (só IRS, sem contar sobretaxas e outros impostos) é para IRS.

Colecta

Progressividade no IRS

No gráfico sobrepusemos ainda mais duas variáveis interessantes, ambas indexadas ao eixo dos YY da direita do gráfico, e retiradas deste documento do Orçamento de Estado de 2015. Uma é respeitante à percentagem de famílias presentes nos vários intervalos de 10 000 euros. É impressionante como quase dois terços das famílias de Portugal têm um rendimento anual inferior a 10 000 euros. Igualmente impressionante é pensar que uma família que tenha mais de 1400 euros brutos por mês de rendimento (contando 14 meses por ano) está entre as 20% de famílias mais ricas!

Outra variável interessante é a percentagem de famílias que contribui para a colecta. As tais dois terços de famílias com rendimento inferior a 10 000 euros representam apenas 4% do total da colecta, pagando em média 111 euros de IRS por ano. Na outra extremidade, 25% do valor de IRS é pago pelas famílias que ganham mais de 90 000  euros por ano, ou seja cerca de 37 000 famílias.

Ao abrigo do IRS são tributados todo o tipo de rendimentos que possamos imaginar. Desde o mais conhecido rendimento de trabalho, até rendimentos menos habituais, como as mais-valias e heranças.

O site da Autoridade Tributária tem uma página sobre o Código do IRS, onde está toda a informação legal associada a este Imposto. Tem igualmente uma página com um simulador, que lhe permite verificar quanto terá que pagar/receber de Imposto. Para poupar no IRS, o segredo é deduzir o máximo possível. Note que em muitos casos as deduções alteram-se de ano para ano, pelo que convém ter a certeza que está a ler informação que se aplica ao ano em causa. De uma forma geral, convém começar logo a planear as deduções no primeiro dia do ano, para minimizar o IRS a pagar…

Vegetarianos piores para o ambiente!

Eu já sabia que o bacon é bom...

Eu já sabia que o bacon é bom

Num artigo que saiu na Environment Systems and Decisions, intitulado “Energy use, blue water footprint, and greenhouse gas emissions for current food consumption patterns and dietary recommendations in the US” tiram-se algumas conclusões que vão obrigar muita gente a engolir em seco!

Os autores do artigo, da Universidade de Carnegie Mellon, verificaram que o consumo de mais fruta, vegetais, lacticínios, peixe e marisco é pior para o ambiente porque estes alimentos necessitam de grande quantidade de recursos, e geram uma grande quantidade de emissões de gases com efeito de estufa por caloria.

O artigo não está disponível online, pois é pago. Mas, olhando para o material suplementar e da Press Release da Universidade, as conclusões são chocantes! As que mais me impressionaram são as seguintes:

  • Comer alface é mais de três vezes pior, em termos de emissões de gases com efeito de estufa, que comer bacon.
  • Uma grande quantidade de vegetais comuns requer muitos mais recursos por caloria que o porco e galinha. Tal é o caso por exemplo das berinjelas, aipo ou pepinos.
  • Comer os alimentos mais saudáveis, um misto de fruta, vegetais, lacticínios, peixe e marisco consome 38% mais de energia, usa mais 10% de água, e sobe as emissões de gases de efeito de estufa em 6%.

Sensibilidade à rede de smartphones vs. telemóveis antigos

Há muitos anos que os telemóveis deixaram de ter antena exterior

Há muitos anos que os telemóveis deixaram de ter antena exterior

Todos temos a noção de que os telemóveis antigos tinham maior autonomia. Talvez porque a bateria fosse maior, mas certamente porque o telemóvel pouco mais fazia do que chamadas e mensagens…

Mas há outro aspecto ao qual ainda não tinha dado muita atenção. Segundo o regulador inglês Ofcom, os telemóveis actuais não são tão bons nas comunicações de voz e sms como os de há uma década.

O estudo, que foi efectuado em condições controladas, chegou à conclusão que alguns smartphones chegam a precisar de um sinal 10 vezes mais intenso que o de equipamentos mais antigos. Em média, precisam de um sinal 7 vezes mais intenso. Este teste, que foi efectuado em redes 2G, teve como um dos motivos o facto dos telemóveis actuais terem comportamentos menos satisfatórios em ambientes rurais, onde as antenas dos operadores são mais dispersas. Mas, mesmo em 3G, alguns equipamentos têm um comportamento abaixo do mínimo requerido pela GSMA.

O estudo enuncia algumas das razões para o pior comprtamento dos smartphones. Uma delas está relacionada com o tipo de material utilizado nos dispositivos móveis, agora com muito mais metal e vidro, em vez do plástico de antigamente, muito mais “amigo” do espectro radioeléctrico que assegura as comunicações móveis. A forma como se pega no telemóvel também tem impacto (que o diga o iPhone 4), e como a maioria dos utilizadores desconhece onde está a antena interna do telemóvel, não têm forma de saber qual é o posicionamento ideal…

164º imposto: o do IRS e do cálculo do custo do gasóleo quando o custo Brent estiver a 0

Podcast do Poupar Melhor

Esta semana acrescentamos o imposto mais importante à nossa lista: o IRS.

O A.Sousa explica a diferença entre o custo de referência do petróleo e o custo do gasóleo para o consumidor final fazendo o cálculo do custo final reduzindo o preço do Brent a €0,00.

Podem aceder aqui à lista completa de episódios do Podcast. O Podcast do PouparMelhor está também no iTunes.

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