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Poupança combustível em função do peso

Num artigo anterior, referenciamos mais um item que contribui para o aumento do peso do carro. Na altura dei-me conta de que apesar de já termos referenciado o impacto do peso no consumo dos automóveis, ainda não nos havíamos referido a quanto é que é exactamente a poupança derivada de um veículo mais leve.

Obviamente, o peso é apenas mais um factor a contribuir para as contas do consumo. A dificuldade de equacionar o factor peso é visível na aparente ausência de estudos científicos que nos digam quanto é exactamente a poupança.

O Departamento de Energia dos EUA tem disponível um documento interessante, que nos dá várias pistas para equacionar o problema. São referenciados dois estudos, que abordaremos de seguida, e que referem que uma redução de 10% no peso de um carro leva a uma economia de consumo de cerca de 6.8%. Num desses estudos, verifica-se que também a aceleração é beneficiada, com os mesmos 10% de redução de peso a contribuirem para uma melhoria de 7% no tempo de aceleração dos 0 às 60 milhas por hora.

Um dos estudos referenciados no documento atrás é um estudo realizado por Ricardo Inc., de 2009. Os valores de poupança referidos no parágrafo anterior variam em função de determinados aspectos. Um dos que mais me chamou a atenção, foi o impacto da variação de peso no consumo, mas também em função da velocidade. Como se pode ver na imagem a seguir, a poupança conseguida com a diminuição de peso diminui à medida que aumenta a velocidade.

 

Melhoria de consumo diminui com aumento da velocidade

Melhoria de consumo diminui com aumento da velocidade

Tal é compreensível, porque o peso é mais importante no arranque, e porque a maior velocidade, a resistência ao ar começa a tornar-se bem mais significativa que a variação de peso.

Outro estudo interessante é esta tese de douturamento do MIT. Analisando o peso de automóveis entre 2006 e 2008, e o respectivo consumo, os autores obtém uma linha de tendência relativamente bem definida, e que estabelece que cada redução de 100 Kg corresponde a uma diminuição do consumo em cerca de 0.53 L/100Km:

Tendência

Tendência da evolução do consumo em função do peso

Os autores coligem ainda uma série de resultados de outros estudos. Está na página 30 do PDF:

Resultados de outros estudos

Resultados de outros estudos

Nas conclusões, os autores referem que em termos absolutos, cada 100 Kg de redução de peso corresponderão a uma redução de 0.39 L/100Km, para um carro de tamanho médio, a gasolina.

Extrapolando para o exemplo da água do limpa vidros, e considerando o valor anterior, temos então que os 6 litros serão 6% dos 100 Kg, pelo que a poupança será de 6% dos 0.39 L/100Km, ou seja 0.0234 L/100Km. Numa viagem de ida e volta ao Porto poupamos assim 6 x 0.0234 L = 0.1404 L. Ao preço da gasolina de cerca de 1.50 €/L, tal significa uma poupança de cerca de 21 cêntimos de euro…

Faça uma bateria Tesla Powerwall por $300


Os usos que podemos dar a uma bateria doméstica são variados, como explica o autor do vídeo. Pode servir de armazenamento para um equipamento de produção de energia, como sejam umas placas solares, ou para compensar os custos elétricos de hora de ponta.

O custo da bateria Tesla Powerwall é proibitivo. Por isso o autor do vídeo entendeu que havia de descobrir como fazer uma. A bateria que o autor do vídeo apresenta disponibiliza a mesma potência, mas não tem os mimos que uma bateria Tesla oferece. O resultado final cumpre a função, mas não têm a eletrónica e lógicas necessárias para, por exemplo, apresentar informação sobre o estado da bateria.

Na Alemanha o preço ronda os 9000€ e na Áustria os 17900 €, preços que tornam qualquer avaliação de retorno do investimento levariam a chumbar a compra de uma Tesla Powerwall na Europa.

Já uma bateria por $300 pode ser um preço bastante convidativo, dependendo dos custos de eletricidade atuais que tenham de a impossibilidade de baixar os custos de outras formas.

Electricidade para Marrocos?

Há notícias absolutamente deliciosas! O Álvaro enviou-me ontem este artigo do pplware, relativa a uma notícia do Dinheiro Vivo, sobre o lançamento de um concurso para estudar a possibilidade de se construir um cabo elétrico submarino entre Portugal e Marrocos.

Tendo em atenção todo o historial que temos tido no tracking dos preços da electricidade em Portugal, a primeira ideia que nos ocorreu aos dois, era que a ERSE passaria a ter mais um excelente argumento para subir o preço da electricidade em Portugal. Porque sim.

Mas, vamos por partes. O anúncio em Diário da República refere:

  • Fica a DGEG autorizada a efetuar a repartição dos encargos orçamentais  decorrentes  do  procedimento  de  aquisição  de  serviços  do  estudo  sobre a viabilidade de construção de interligações de eletricidade entre Portugal  e  Marrocos,  para  os  anos  de  2016  e  2017,  até  ao  montante máximo de 200 000,00 €, acrescido de IVA nos termos legais.

Ora, por uma fração desse valor, nós no Poupar Melhor até faríamos esse estudo! Mas, como não nos pagam para isso, ficam apenas conselhos rápidos, que deverão justificar rapidamente a não necessidade de construir o cabo!

Primeiro, comecemos pelo preço. Quanto custará? Uma pergunta a que nunca se responde. Felizmente, na Internet é possível encontrar respostas rápidas. Um artigo de Março do Público estimava em 600 milhões de euros o custo de tal empreendimento. Dividindo aí por uns 6 milhões de consumidores domésticos, serão só 100 euros a cada família…

O artigo do Público começa a resvalar para a verdade, quando nos diz adicionalmente que a coisa já foi estudada, por uma entidade chamada Medgrid, que tinha uma participação de 5% da REN (segundo os dados da própria REN, é de 6.66%), mas que entretanto já foi extinta! De facto, o site dá um erro, e no Arquivo da Internet, a última versão funcional do site é de finais de Setembro do ano passado. Como se pode ver pelo mapa abaixo, nenhum cabo submarino de Portugal para Marrocos estava previsto:

Mapa Medgrid

Mapa Medgrid

Ainda mais interessante nas notícias é que agora a REN está excluída deste processo de forma a que não seja pago pelos consumidores…

Outra fonte de desinformação é passar a ideia de que Marrocos precisa da nossa energia. Tipo, “importa 95% da energia que consome“. Mas, segundo esta apresentação, as importações são responsáveis por apenas 18% do consumo de electricidade, sendo que Marrocos tem interligação com a Argélia, estando também prevista com a Mauritânia, para além das interligações com Espanha… E se for em termos de energia, a importação de electricidade correspondia apenas a 2.2% do total em 2012… E se olharmos para os projetos planeados ou já em curso, é bem provável que comecem a ter problemas como o nosso não tarda nada… Ou seja, quando o cabo estivesse pronto, quem estaria a exportar seriam os nossos amigos marroquinos?

É claro que os nossos amigos Espanhóis também andam a estrabuchar. Na realidade, têm o mesmo problema que nós, que é um excesso de produção de energia renovável. Na página da REE (equivalente REN em Espanha) sobre interligações é possível ver isso mesmo. Mas, a verdade é que a interligação de Marrocos faz sentido é por Espanha. Nesta página do Wikipedia vemos que há muito que isso está a ser feito! A primeira começou a funcionar em 1998, e a segunda em 2006. No horizonte 2020 estão previstos mais três cabos para o continente africano, embora sendo dois para Ceuta, não se possam considerar Marrocos, apesar de estar prevista a natural continuidade.

Na verdade, chegamos aqui porque temos energia renovável a mais, e como foi agora assumido pelo Ministro da Economia, até dá vontade de chorar:

  • Quando há excesso de produção de energia estamos a perder valor ou, como tem estado a acontecer, a escoar para Espanha a muito baixo preço.

Na verdade, é algo que já tínhamos abordado indiretamente neste artigo. Da próxima vez que virem notícias deste teor, lembrem-se do desabafo do Ministro. E que quem paga essas aventuras todas é o mexilhão…

E se o Ministro quiser evitar pagar mais uns estudos, não precisa. O diagnóstico parece claro, e a terapia já foi aplicada aqui ao lado!

Poupança à venezuelana

Imagem do DN de hoje

Imagem do DN de hoje

Por cá, ficamos chateados quando os governantes acham que têm o direito a dizer-nos como devemos poupar. Noutros países, será algo semelhante. Mas, nada como na Venezuela… Já sabia de umas histórias tristes sobre a Venezuela, mas este artigo da Wired somou mais algumas…

Muitas das histórias mais recentes estão obviamente relacionadas com a descida do preço do petróleo. Mas, num país com as maiores reservas mundiais, essa explicação só explica a falta de previdência anterior…

Na Páscoa, o Presidente Maduro decretou três dias feriados. Para poupar electricidade e água. Como as poupanças não foram muito grandes, as sextas-feiras passaram a ser feriados. Como isso também não resolveu o problema, esta semana foi decretado que os funcionários públicos passam a ter um fim de semana de 5 dias, trabalhando os restantes dois.

As técnicas de poupança avançadas por Maduro são realmente geniais! As mulheres devem evitar utilizar os secadores de cabelo. Melhor, para Maduro “uma mulher fica mais bonita quando ela penteia o cabelo com os dedos e, em seguida, deixa o cabelo secar naturalmente“. E, já agora, nada de secar roupa e passar a ferro

Enquanto no resto do Mundo se questiona da validade da mudança da hora, a Venezuela vai mudar no próximo fim de semana os ponteiros em 30 minutos. Para quem tem Linux, é fácil!

Como os centros comerciais lá do síto também se portaram mal, vão receber um castigo: racionamento de electricidade! Mas, porque é que se portaram mal? Porque não têm instalados geradores de electricidade a partir de combustíveis fósseis! Aposto, que se um ambientalista radical lê esta, lhe ocorre um curto-circuito mental!

Uma das últimas técnicas de poupança é a do racionamento global de electricidade. Para já, a electricidade vai ser desligada 4 horas por dia em 10 dos estados mais populosos. Durante 40 dias. As horas de suspensão estão a ser publicadas em jornais e nos sites ministeriais. E os hábitos das pessoas regressam várias décadas para trás.

O pior está todavia ainda para vir. Quando se acabar a cerveja, não sei não. Passa-se a beber apenas em ocasiões especiais, tipo aniversários e batizados, sim porque em feriados não pode ser, até porque são cada vez mais!

Curioso, é que tudo isto, para o Governo da Venezuela, é culpa do El Niño. O problema é que este ano é apenas uma reedição ainda mais negra do ocorrido em 2010. Na verdade, não é apenas a falta de água na barragem de Guri, mas a extrema má gestão do sistema eléctrico. Até porque a energia hidroeléctrica representa apenas dois terços do total de energia eléctrica produzida, sendo que a restante, produzida a partir de combustíveis fósseis, sofre também de problemas avassaladores… Como é o exemplo de Planta Centro, a maior central termoeléctrica do seu tipo na América Central e da América do Sul. A qual não produz electricidade há vários meses

Abastecer em Espanha

Este artigo aplica-se a todos aqueles que moram perto da fronteira com Espanha. O recente aumento brutal do preço dos combustíveis tornou ainda mais notória a diferença dos preços do gasóleo e gasolina, dos dois lados da fronteira.

Em Espanha, descobri dois sites que parecem mostrar informação detalhada dos preços. Um é oficial, associado ao Ministério da Indústria, Energia e Turismo. Outro é da responsabilidade do jornal El Pais, sendo que prefiro este último pela integração com o Google Maps. Por cá, já referenciamos o site Mais Gasolina, e o Preço dos Combustíveis Online.

No caso do gasóleo, como podem observar no primeiro quadro abaixo, as diferenças na GALP (que tem postos em ambos os lados de várias fronteiras) variam entre os 12.4 e 18.5 cêntimos por litro! Nas melhores ofertas de cada um dos lados, a variação é mais ampla, com uma variação entre 4.5 e 17.9 cêntimos por litro. A variação menor está associada à estação de serviço da GALP em Feces de Abaixo, do outro lado da fronteira de Chaves, que tem valores anormalmente elevados para Espanha. Tal não é de admirar, dado que não existe qualquer outra estação de serviço perto…

GALP PT
Gasóleo
GALP ES
Gasóleo
melhor PT
Gasóleo
melhor ES
Gasóleo
Valença/Tui  1.068 1.054 0.875
Chaves/Feces de Abaixo 1.063 0.939 0.994 0.939
Vilar Formoso/Fuentes de Oñoro 0.909 0.989 0.909
Elvas/Badajoz 1.089 0.939 0.999 0.825
Vila Real Sto António/Ayamonte 1.089 0.904 0.949 0.904

No domínio da gasolina, as variações são ainda mais significativas. Na GALP, a gasolina em Espanha é mais barata entre 19.9 e 35.5 cêntimos por litro! Nos melhores valores de cada um dos lados, as variações são entre 15 e 29.4 cêntimos por litro.

GALP PT
Gasolina
GALP ES
Gasolina
melhor PT
Gasolina
melhor ES
Gasolina
Valença/Tui 1.313 1.309 1.065
Chaves/Feces de Abaixo 1.308 1.109 1.259 1.109
Vilar Formoso/Fuentes de Oñoro 1.019 1.249 1.019
Elvas/Badajoz 1.329 1.079 1.249 0.955
Vila Real Sto António/Ayamonte 1.369 1.014 1.199 1.014

Em resumo, há várias conclusões óbvias que se retiram destes dados:

  1. Encher um depósito de 50 litros de gasóleo pode ficar mais barato até 8.95€ se for feito do lado Espanhol.
  2. Encher um depósito de 50 litros de gasolina pode ficar mais barato até 14.70€ se for feito do lado Espanhol.
  3. A diferença é evidentemente da carga fiscal, pois a GALP tem em três das fronteiras analisadas estações de serviço muito próximas.
  4. Em Vilar Formoso, a GALP parece mesmo ter abdicado de ter um posto de combustível em território português…
  5. A perda de receita fiscal deve passar a ser cada vez mais evidente nestes postos fronteiriços. E com eles se vão também muitos postos de trabalho, e com isto se aumenta a poluição, pela circulação acrescida de automóveis…

Comércio de petróleo

Todos sabemos que é a Energia que faz mover o Mundo, e o petróleo tem sido um dos factores determinantes nesse movimento. A subida do preço tem implicações conhecidas, enquanto a baixa do preço do petróleo tem tido outras consequências óbvias, como a de encostar às cordas alguns dos piores ditadorzecos do Planeta. Mas não só.

Por cá, a redução do preço dos combustíveis é um maná para quase todos. Mas tem consequências bem negativas, de que pouco se fala, como o impacto na diminuição das receitas fiscais em 2015, que contribuíram para que não houvesse devolução de parte da sobretaxa do IRS de 2015. E este ano, o Governo prepara-se para sacar mais um aumento de vários cêntimos no preço do litro do combustível!

Numa altura em que muitas são as implicações da baixa do preço do petróleo, vale a pena observar e compreender um pouco melhor o fluxo do ouro negro pelo Planeta, sendo que a infografia recente do Visual Capitalist é bastante esclarecedora. O artigo faz uma referência aos grandes blocos produtores e consumidores, sendo que por aqui se percebe também bastante bem o comportamento de determinados países na última década, e como agora estão a acordar para um cenário tenebroso…

Fluxo de petróleo no Planeta

Fluxo de petróleo no Planeta