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Descontos à la Iberdrola

A mudança do Mercado Regulado para o Mercado Liberalizado da Electricidade é uma grande aventura. Ontem fiz mais uma tentativa, desta vez em termos profissionais, mas outra vez gorada!

Comecei por procurar na ERSE, que tem no seu site os preços de referência praticados pelos comercializadores. Pareceu-me que a proposta “Plano Negócios Plus”, da Iberdrola, era a melhor oferta, sobretudo porque o preço por kWh era para o tarifário simples o mais baixo de todos: 0.1442€. O preço de potência é ligeiramente superior, mas tendo em conta o elevado consumo de electricidade, compensava claramente.

Depois de ver no site da ERSE, fui ao site da Iberdrola. Não encontrei em lado nenhum a oferta mencionada. Mas, como o Google é nosso amigo, descobri o panfleto da oferta. Parecia uma boa decisão, até porque logo no início se evidenciava os 10% de desconto sobre a Energia Activa:

Plano Negócios Plus

Plano Negócios Plus

Mais abaixo, confirmei o valor que estava no site da ERSE:

Valores por kWh

Valores por kWh

Depois da decisão para avançar, liguei para a Iberdrola (mais um maldito 808). Em primeiro lugar, procurei confirmar a existência da oferta, que não estava disponível no site. Confirmei todos os pormenores, os 10% de desconto durante um ano, o preço do kWh que havia observado, e o Serviço de Urgências Eléctricas. No final subscrevi telefonicamente a oferta. Ficava apenas à espera da documentação que iria ser enviada…

À tarde, a mesma pessoa que me atendera de manhã ligou-me. A oferta afinal já não existia! Mas havia uma proposta melhor para mim: uma oferta com desconto de 11%! Perguntei os detalhes do tarifário, e disseram-me que o custo do kWh era de 0.1480€. Como estava na rua não pude confirmar imediatamente o que seria melhor, mas insisti em que me fosse enviada documentação por escrito, por correio electrónico.

Quando cheguei à empresa, nem queria acreditar! A comparação entre as duas ofertas era a seguinte:

  • Plano Negócios Plus
    desconto: 10%
    preço kWh: 0.1442€
  • Plano Negócios Compromisso
    desconto: 11%
    preço kWh: 0.1480€

Quando me ligaram da Iberdrola outra vez, desdobraram-se em explicações. Sem sentido…

ERSE aumenta electricidade outra vez, porquê?

Vejam lá se não é confuso?

Já sabemos que a lógica da ERSE para o preço da electricidade é: sobe, porque tem que subir!

Há 3 anos, a ERSE anunciou a subida porque, entre outras coisas, estavamos a poupar demais.

Há 2 anos, a ERSE disse que a subida se ficava a dever a preços elevados dos combustíveis fósseis, nomeadamente do gás natural, e também novamente a um menor consumo.

No ano passado, a principal justificação da ERSE para a subida que se verificou este ano foi o serviço da dívida da PRE, bem como do aumento do consumo.

Para este ano, estava à espera de uma justificação nova. Aumentar ou diminuir o consumo, tanto faz. Como os combustíveis fósseis desceram dramaticamente, também não podia ser por aí…

Este ano, a ERSE já só tem uma justificação: o serviço da dívida! Este ano é só uma a justificação, mas a subida para a grande maioria dos consumidores será maior. Mas que dívida é esta?

Parece que as eólicas culpadas estão novamente na origem do problema! No relatório da ERSE está lá que “Este acréscimo decorre em grande parte da amortização, acrescida dos respetivos juros, do diferimento do diferencial do custo da PRE de 2015.” E as eólicas são a maior parte da PRE, e a sua culpa já a notificamos aqui em vários artigos, como este. Há realmente uma referência aos combustíveis fósseis, mas curiosamente para dizer que agora já não importa muito… Quando o preço do petróleo voltar a subir, deverá voltar a ser um factor importante!

É absolutamente vergonhoso o comportamento do Regulador. São mais 2.5% na factura da electricidade! Em vez de andar a baixar os subsídios às eólicas, faz o que é mais fácil, que é subir a electricidade a todos nós! Não têm perdão!

Novo Pebble Time Round oferece apenas 2 dias de bateria

Pebble Time Round

Pebble Time Round

Não é novidade nenhuma que sou um fã do Pebble. Já disse que o Pebble era único smartwatch que compraria. Foi ontem lançado um Pebble redondo, mas não compraria este. A realidade é que perdia com este Pebble Time Round o que gosto tanto no Pebble Time.

Aquela coisa de não ter de carregar mais um equipamento todos os dias com o Pebble Time Round acabava por se tornar uma realidade. O Pebble Time Round não oferece os 7 a 10 dias dos Pebble e Pebble Time. O Pebble Time Round oferece apenas 2 dias de bateria, conforme a própria página de venda.

A realidade é que os dados de comparação obtidos no próprio site de desenvolvimento de apps para o Pebble não indicam todas essas diferenças. Do novo Pebble Time Round para o novo Pebble Time o total de pontos no ecrã e a espessura do relógio mudam, mas mudam outras coisas. A tabela abaixo foi composta com dados do Pebble recolhidos no site de desenvolvimento de Apps para o Pebble e mais os dados apresentados no site de vendas do Pebble.

Feature Pebble/Pebble Steel Pebble Time/Time Steel Pebble Time Round
Nome da Plataforma Aplite Basalt Chalk
Frequência do CPU 64 MHz 100 MHz
Tamanho máximo dos recursos 96k 256k
Tamanho máximo da app (code + heap) 24k 64k
Resolução do ecrã 144 x 168 180 x 180
Total de cores suportadas no ecrã 2 64
Sensores Acelerometro e Compasso
Total de botões 4
Microfone Não Sim
Porta de alimentação Apenas energia Smart accessory port
Espessura  9,5 mm  10,5 mm  7,5 mm
Duração estimada da bateria  até 7 dias  7 a 10 dias 2 dias
Peso (versões Steel com banda de couro)  56 g 63,9 g 28 g

O Pebble e Pebble Time continuam a ser um excelente produto se valorizarem o tempo de vida da bateria e o preço, mas o mesmo já não se pode dizer to Pebble Time Round.

Custo da Electricidade e Renováveis

Os custos da energia, e da electricidade em particular, são o que eu considero um dos factores determinantes para os problemas que temos tido na nossa Economia. Esta é uma visão empírica que tenho, e que se tem vindo a reforçar ao longo do tempo.

Enquanto a maioria das pessoas que eu conheço e que se queixam do preço da electricidade, tendem a culpar o Mexia, tendo a ter uma visão distinta. Da observação das facturas percebe-se que a maior fonte de geração de electricidade são as eólicas. Os especialistas apontam igualmente nesse sentido, e outros são ainda mais contundentes!

Há uma semana tropecei na Internet nuns gráficos muito interessantes, que observam uma correlação notável! Seguindo o fio da meada, há um artigo inicial sobre os custos da electricidade na Europa e a capacidade per-capita de renováveis instalada na Europa. Num artigo subsequente, correlacionam-se as duas variáveis num gráfico onde a correlação fica bastante evidente:

Correlação entre

Correlação entre preço da electricidade e capacidade de produção de renováveis

A análise já vai do outro lado do Atlântico, visando equacionar se a proposta recente do presidente Obama é exequível. Do lado de cá da Europa, há quem observe que a localização dos PIIGS no gráfico é curiosa:

Elec

Localização dos PIIGS na correlação

Estes gráficos reforçam o meu conhecimento empírico, mas não deixam de levantar algumas dúvidas. Nomeadamente, como os casos da Alemanha e Dinamarca não parecerem ser outliers. Por isso, e sabendo da importância que o custo da electricidade tem para as nossas famílias e empresas, seria realmente muito importante que os decisores meditassem sobre o impacto desta correlação, e como fazer diminuir o valor de x na equação da correlação…

Análise económica à Powerwall em Portugal

No último podcast do Poupar Melhor falamos sobre o lançamento da Powerwall pela Tesla. Surpreendentemente, ou talvez não, ainda não vi nenhuma referência à viabilidade económica duma solução destas em Portugal.

Digo surpreendentemente, porque Portugal teria boas condições para que uma solução destas fizesse sentido. Temos uma das energias eléctricas mais caras do Mundo, ou pelo menos a mais cara da Europa em termos de poder de compra. E em termos de valor absoluto, não é a mais cara, mas uma delas. Se associarmos a isso que dominamos nas energias renováveis (o que não é necessariamente bom), seria natural que a Powerwall pudesse vir a ser um sucesso em Portugal…

Os cálculos que vou fazer a seguir são baseados nalgumas premissas, algumas como verão, bastante abonatórias para a solução. E são válidas para uma Powerwall, porque para uma casa normal, dada a limitação do consumo a 2 kWh, teria que se comprar quase certamente mais que uma… Outras premissas poderão não estar associadas à solução, mas à falta de informação concreta, terei que as introduzir.

A primeira premissa, que engata logo umas contas normais, é que o preço da Powerwall seria apenas parte do preço final. Haveria que considerar os custos de instalação, nomeadamente a de ligar este pequeno armário à instalação eléctrica de uma casa. Para além de partir paredes, instalar cabos e o trabalho de um electricista muito qualificado, muitas fontes na Internet revelaram o óbvio: que será necessário comprar também um inversor. E não me parece que a Certiel não deixasse de ter uma palavrinha a dizer… Enfim, vamos simplisticamente assumir que o custo seria de 3000 €, pela versão de 7 kWh, a que permite ciclos diários de utilização.

O primeiro cenário de utilização que vou abordar é o de utilizar a Powerwall como acumulador de energia, tirando partido da diferença de preço da electricidade na tarifa bi-horária (tri-horária não me parece que trouxesse vantagens neste caso). Recordemos que este tipo de tarifa é cada vez menos competitiva, e tem sido marginalizada pelas ofertas do mercado liberalizado. Esta espécie de arbitragem, a preços do Mercado Regulado para 2015, permitiria um ganho de aproximadamente 10.76 cêntimos por kWh (0.1076=(0.1853-0.0978)x1.23).

Neste primeiro cenário, descontando custos de capital, amortizações, custos de manutenção e tudo o resto que se possa imaginar, teríamos que consumir cerca de 27881 kWh de electricidade (27881=3000/0.1076) para a Powerwall se começar a justificar minimamente. Se considerarmos que o consumo médio de uma família portuguesa é de 2500 kWh, então a garantia de 10 anos desta solução não serve o consumidor típico…

Num segundo cenário, vamos admitir que conseguimos produzir electricidade de borla, ou a custos marginais, o que obviamente ainda não existe. Assim, deixaríamos de pagar electricidade à EDP (bem como a taxa de televisão), e neste caso assumimos, por simplicidade, a tarifa simples do Mercado Regulado, e que é neste momento de aproximadamente 0.1952 cêntimos por kWh (0.1952=0.1587×1.23). Neste cenário, o custo da Powerwall começaria a justificar-se minimamente a partir da produção de 15369 kWh de electricidade gratuita…

Em qualquer cenário, há todavia outra limitação. A Powerwall tem uma eficiência de 92%, pelo que por cada 100 kWh que lá metermos, só sacamos 92 kWh. A isto haveria que somar as perdas do inversor. Acontece também que as baterias de iões de lítio não devem ser descarregadas abaixo dos 40%, pelo que cada dia que passa só iremos realmente utilizar, na melhor das hipóteses, a bateria em 50% da sua capacidade, ou seja em 3.5 kWh por dia. Ora, na vida garantida da bateria, que é de 10 anos, teremos a capacidade de utilizar qualquer coisa como aproximadamente 12775 kWh de electricidade (12775=3.5x365x10). Um valor inferior aos anteriores, pelo que inviabilizando tecnicamente a sua utilidade.

Na verdade, muitos mais factores distorcem esta análise simplista. A primeira é a da subida dos preços da electricidade, porque sim. Depois, este comportamento assume que a própria solução não afecta o comportamento do sistema, conforme referimos no artigo do Powerwall. Os donos de instalações fotovoltaicas podem igualmente ter muito a perder com esta opção. Mas, para mim, a principal questão é que vivemos certamente o início de uma era em que vai haver substancial desenvolvimento nesta área. E não tem que ser baterias de iões de lítio! Estas são muito populares porque são leves e assim adequadas para portáteis, telemóveis e carros eléctricos. Mas não tem que ser assim para uma coisa que fique encostada a uma parede… E daqui a muito pouco tempo, num futuro não muito distante, esta solução será rapidamente ultrapassada, qual autêntica Lei de Moore, como podem ver pela imagem abaixo, retirada deste artigo da Nature. Por isso, outros que a comprem, e que não subsidiemos os ricos que o façam

Evolução do custo

Evolução do custo de baterias em carros eléctricos

Powerwall da Tesla Motors


Não podíamos deixar passar em claro o anúncio da Tesla Motors de lançar uma bateria doméstica. A empresa Tesla conhecida pelo seu carro elétrico vem agora propor-nos uma bateria de montar na parede por uns míseros $3.000,00. O valor não é exagerado se tivermos em conta a sua capacidade, embora pudessem encontrar algo semelhante por outros preços, mas apenas preparado para serviços industriais.

Como diz a Wired, podem ter uma deceção se comprarem uma bateria destas pensando que obterão dela 100% de eficiência. A questão da ineficiência do equipamento não é a única.

Houve que sugerisse que a utilização do lítio como matéria prima deste tipo de equipamentos, à medida que o seu uso se tornar mais generalizado, poderá entrar num processo de esgotamento semelhante ao do petróleo.

Outra questão é a eficiência económica da aquisição de um equipamento destes. A ideia de adquirir um equipamento destes para acumular energia da rede em período em que o valor de venda fosse o mais baixo pode ser atrativa.

No entanto, à medida que houver mais pessoas a investir nestes equipamentos, a procura da energia em período de baixa, aquilo a que chamam o período de vazio nas tarifas bi-horárias, pode vir a tornar-se um período em que a diferença do custo da energia será quase nenhum uma vez que haverá mais procura, o que aumentará o preço.

Por último, tal como nos combustíveis automóveis, a legislação inventada porque sim e porque não, pode manter o preço da eletricidade a subir porque sim e porque não. Se os consumidores insistirem nessa coisa nefasta que é o auto-consumo, isto é, o consumo da energia elétrica que eles próprios produzem, podem ver-se a braços com taxas de produção nessa energia para compensar a quebra da procura perante a oferta das grandes empresas produtoras.