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Manter a atenção

Manter a atenção, ou manter o foco, como se costuma dizer, é bastante complicado hoje em dia. Particularmente difícil nos mais novos, mas também nos mais velhos, especialmente aqueles que gostam da procrastinação.

A Microsoft divulgou esta semana os resultados de um estudo que visou averiguar como rapidamente nos distraímos, em vez de manter o foco. O estudo foi efectuado no Canadá, mas as conclusões não deverão ser muito diferentes noutros países.

As principais conclusões do estudo, algumas das quais estão no infográfico abaixo, são as seguintes:

  • Em 2000, a capacidade de nos mantermos concentrados era de 12 segundos; em 2013, passou a ser de 8 segundos
  • Para os jovens entre os 18 e 24, quando nada os ocupa, a primeira coisa que fazem é alcançar o telemóvel; apenas 10% dos maiores de 65 anos o fazem
  • Antes de irem para a cama, 73% dos jovens verificam o seu telemóvel
  • 79% dos jovens utilizam outros meios de comunicação enquanto veêm televisão
  • 44% dos Canadianos têm que se concentrar muito para se manterem focado nas suas tarefas
  • 71% dos jovens Canadianos não sabem gerir o seu tempo, pelo que acabam trabalhando até tarde e aos fins de semana
  • 54% dos Canadianos admitem que a tecnologia pode algumas vezes tornar as suas vidas pior
  • 76% dos jovens Canadianos admitem que o multitasking é a única forma de fazerem as suas coisas
Infográfico da Microsoft sobre capacidade dos Canadianos manterem o foco

Infográfico da Microsoft sobre capacidade dos Canadianos manterem o foco

Análise económica à Powerwall em Portugal

No último podcast do Poupar Melhor falamos sobre o lançamento da Powerwall pela Tesla. Surpreendentemente, ou talvez não, ainda não vi nenhuma referência à viabilidade económica duma solução destas em Portugal.

Digo surpreendentemente, porque Portugal teria boas condições para que uma solução destas fizesse sentido. Temos uma das energias eléctricas mais caras do Mundo, ou pelo menos a mais cara da Europa em termos de poder de compra. E em termos de valor absoluto, não é a mais cara, mas uma delas. Se associarmos a isso que dominamos nas energias renováveis (o que não é necessariamente bom), seria natural que a Powerwall pudesse vir a ser um sucesso em Portugal…

Os cálculos que vou fazer a seguir são baseados nalgumas premissas, algumas como verão, bastante abonatórias para a solução. E são válidas para uma Powerwall, porque para uma casa normal, dada a limitação do consumo a 2 kWh, teria que se comprar quase certamente mais que uma… Outras premissas poderão não estar associadas à solução, mas à falta de informação concreta, terei que as introduzir.

A primeira premissa, que engata logo umas contas normais, é que o preço da Powerwall seria apenas parte do preço final. Haveria que considerar os custos de instalação, nomeadamente a de ligar este pequeno armário à instalação eléctrica de uma casa. Para além de partir paredes, instalar cabos e o trabalho de um electricista muito qualificado, muitas fontes na Internet revelaram o óbvio: que será necessário comprar também um inversor. E não me parece que a Certiel não deixasse de ter uma palavrinha a dizer… Enfim, vamos simplisticamente assumir que o custo seria de 3000 €, pela versão de 7 kWh, a que permite ciclos diários de utilização.

O primeiro cenário de utilização que vou abordar é o de utilizar a Powerwall como acumulador de energia, tirando partido da diferença de preço da electricidade na tarifa bi-horária (tri-horária não me parece que trouxesse vantagens neste caso). Recordemos que este tipo de tarifa é cada vez menos competitiva, e tem sido marginalizada pelas ofertas do mercado liberalizado. Esta espécie de arbitragem, a preços do Mercado Regulado para 2015, permitiria um ganho de aproximadamente 10.76 cêntimos por kWh (0.1076=(0.1853-0.0978)x1.23).

Neste primeiro cenário, descontando custos de capital, amortizações, custos de manutenção e tudo o resto que se possa imaginar, teríamos que consumir cerca de 27881 kWh de electricidade (27881=3000/0.1076) para a Powerwall se começar a justificar minimamente. Se considerarmos que o consumo médio de uma família portuguesa é de 2500 kWh, então a garantia de 10 anos desta solução não serve o consumidor típico…

Num segundo cenário, vamos admitir que conseguimos produzir electricidade de borla, ou a custos marginais, o que obviamente ainda não existe. Assim, deixaríamos de pagar electricidade à EDP (bem como a taxa de televisão), e neste caso assumimos, por simplicidade, a tarifa simples do Mercado Regulado, e que é neste momento de aproximadamente 0.1952 cêntimos por kWh (0.1952=0.1587×1.23). Neste cenário, o custo da Powerwall começaria a justificar-se minimamente a partir da produção de 15369 kWh de electricidade gratuita…

Em qualquer cenário, há todavia outra limitação. A Powerwall tem uma eficiência de 92%, pelo que por cada 100 kWh que lá metermos, só sacamos 92 kWh. A isto haveria que somar as perdas do inversor. Acontece também que as baterias de iões de lítio não devem ser descarregadas abaixo dos 40%, pelo que cada dia que passa só iremos realmente utilizar, na melhor das hipóteses, a bateria em 50% da sua capacidade, ou seja em 3.5 kWh por dia. Ora, na vida garantida da bateria, que é de 10 anos, teremos a capacidade de utilizar qualquer coisa como aproximadamente 12775 kWh de electricidade (12775=3.5x365x10). Um valor inferior aos anteriores, pelo que inviabilizando tecnicamente a sua utilidade.

Na verdade, muitos mais factores distorcem esta análise simplista. A primeira é a da subida dos preços da electricidade, porque sim. Depois, este comportamento assume que a própria solução não afecta o comportamento do sistema, conforme referimos no artigo do Powerwall. Os donos de instalações fotovoltaicas podem igualmente ter muito a perder com esta opção. Mas, para mim, a principal questão é que vivemos certamente o início de uma era em que vai haver substancial desenvolvimento nesta área. E não tem que ser baterias de iões de lítio! Estas são muito populares porque são leves e assim adequadas para portáteis, telemóveis e carros eléctricos. Mas não tem que ser assim para uma coisa que fique encostada a uma parede… E daqui a muito pouco tempo, num futuro não muito distante, esta solução será rapidamente ultrapassada, qual autêntica Lei de Moore, como podem ver pela imagem abaixo, retirada deste artigo da Nature. Por isso, outros que a comprem, e que não subsidiemos os ricos que o façam

Evolução do custo

Evolução do custo de baterias em carros eléctricos

Vale a pena comprar um cabo HDMI mais caro?

Cabo HDMI

Cabo HDMI

A pergunta é simples: vale a pena comprar um cabo HDMI mais caro? A resposta simples é: Não vale a pena comprar o cabo HDMI mais caro da loja. O mais barato faz o mesmo serviço.

Recentemente um amigo queixou-se da qualidade da imagem na sua televisão vinda da Iris, a box da Nos. Analisadas as ligações deparei-me com uma ligação EuroSCART/SCART/EuroAV à televisão. Esta ligação analógica não produzia realmente o melhor resultado. O próprio formato tem limitações de velocidade, o que não dá um resultado aceitável para aproveitar a alta definição.

Decidimos por isso que o melhor caminho seria substituir o cabo antigo por um com velocidade suficiente para carregar os dados da televisão HD e assim poder usufruir da qualidade do aparelho em todo o seu esplendor.

Quando se procura por um cabo HDMI podem encontrar muitos preços, formatos, blindagens… Enfim, o suficiente para encher de dúvidas qualquer um que apenas queria comprar um cabo:

  • Será que necessito de blindagem?
  • Será que tenho de ter conectores dourados?
  • A qualidade da imagem reduz com a dimensão do cabo?
  • Será que vale mesmo a pena comprar um cabo mais caro?

Enquanto aparentemente o preço varia com mais dourados, menos dourados, mais tamanho, menos tamanho, o que interessa aqui saber é se a variação do preço corresponde a uma qualidade superior quando pagamos mais.

O site Tested procurou a diferença entre um cabo barato e um cabo dos mais caros. Pegaram em 4 cabos com preços entre os €5,00 e os €200,00 e testaram a qualidade da imagem apresentada na mesma televisão para cada um deles. A decisão foi baseada na medição da intensidade de luz e o resultado está resumido nos quadros abaixo.

Resultados do Tested para a comparação de cabos HDMI

Resultados do Tested para a comparação de cabos HDMI

Como é possível ver até nos gráficos, os valores quase não variam entre os dois testes. O mais provável é não valer a pena gastar muito dinheiro nos cabos HDMI.

Distância ao televisor

A distância a que nos devemos colocar de um televisor deverá ser uma função da sua dimensão. Com o tamanho de ecrãs cada vez maior, a questão que se coloca é se não estaremos demasiado perto de um televisor grande?

O site RTINGS elaborou um gráfico que nos permite ver qual a distância adequada para determinadas dimensões de televisão, bem como de diferentes resoluções, e que reproduzimos abaixo.

Distância adequada a um televisor

Distância óptima a um televisor

Da imagem retiramos imediatamente a conclusão de que quanto maior é a resolução, mais próximos nos podemos colocar do televisor.

O site do RTINGS dá-nos outras formas de ler o gráfico. Imaginemos que temos uma televisão de 50 polegadas. Começando no eixo dos XX, na posição de 50″, vemos que até 0.9 metros, estamos abaixo da linha azul, o que significa que conseguimos distinguir os pixeis de uma resolução Ultra HD. Se subirmos no gráfico, até aos 2 metros já não conseguimos ver os pixeis de Ultra HD, pelo que essa resolução começa a ser excessiva. Todavia, ainda estamos demasiado próximos para a resolução Full HD (1080p). Acima dos 2 metros, a resolução de Full HD começa a ser excessiva, até que aos 3 metros já é suficiente ter um televisor de 720p. De uma forma sucinta, se estivermos abaixo de uma linha/cor, somos capazes de ver os pixeis de um televisor nessa resolução, mas não quando estamos acima.

Custos Chamadas 760

As chamadas 760, 761 e 762 são uma praga para quem vê televisão. Inundam os vários programas, e por uma razão específica: são uma forma de financiamento importante das televisões generalistas… As chamadas 760 não devem ser todavia confundidas com chamadas de valor acrescentado ou audiotexto, pois estas últimas foram bloqueadas, e bem, pelo legislador… Mas não são muito diferentes…

Comecemos primeiro pelo custo. O custo das chamadas 760 é o de uma tarifa única por chamada, independentemente da duração e hora da chamada. Segundo o Plano Nacional de Numeração da Anacom, os custos fixos por chamada são de:

  • 760 xxx xxx    0.60€ + IVA
  • 761 xxx xxx    1.00€ + IVA
  • 762 xxx xxx    2.00€ + IVA

As chamadas 760 são essencialmente de três tipos:

  • O chamador ouve uma mensagem do género “Obrigado pela sua participação”. É muito utilizado quando se quer utilizar estes números como mecanismo de doação.
  • O chamador liga para participar numa votação, escolhendo o voto através da marcação de um número
  • O chamador liga e de x em x chamadas é atribuído um prémio.

Estas chamadas interessam a várias partes. Primeiro, aos operadores, que as publicitam nos seus sites (eg. NOS, Ar Telecom, ). Depois a quem convida para que liguemos para lá. Os interesses ficam claros quando se lê as queixinhas que são feitas à Anacom. E até os casinos se queixam…

Segundo o melhor artigo que encontrei na Internet sobre o assunto, embora já datado (2008), quem publicita o número, eg. televisões, fica tipicamente com pelo menos 40 cêntimos do valor da chamada, ou seja dois terços do valor. Este artigo do DN, ainda mais antigo, revela também alguns pormenores, como a febre de chamadas durante as madrugadas! Mais recentemente, há um ano e meio, apontamos aqui para uma notícia do Correio da Manhã que dava conta dos muitos milhões de euros que as televisões embolsavam com o negócio das chamadas… Em Dezembro passado, o mesmo Correio da Manhã dava conta que a autoregulação introduzida pelas próprias televisões havia feito baixar as receitas em 40% no terceiro trimestre de 2014…

E depois há a seca que é ver TV. Eu já raramente vejo, e então estes programas já estão censurados à partida! Eu compreendo que os apresentadores têm que seguir ordens, mas eu é que não sou obrigado a ver. Depois não se queixem que as pessoas estão a deixar de ver televisão, mas é o que acontece quando se liga a TV e está sempre a passar coisas como:

Rescisão NOS

Já tinha ouvido referências à dificuldade que era rescindir os serviços da NOS (ex-ZON). Por isso, quando decidimos rescindir os serviços de Televisão, Internet e Telefone, estava preparado para aguentar um caminho difícil. Mas não tão difícil como o que se atravessou na minha frente.

Quando subscrevemos um serviço de telecomunicações, é só facilidades! Quando queremos sair, parece uma missão praticamente impossível. Os relatos na Internet são muitos, e começam alegadamente logo que se subscreve um serviço, mesmo dentro dos primeiros 14 dias após a celebração do contrato, no período em que o consumidor pode exercer o direito de livre resolução. Os relatos dos consumidores enredados no processo abundam igualmente na Internet, como se pode ver em diversos exemplos.

Os problemas começaram em Dezembro, quando liguei para o Suporte a Clientes, 16990, para saber o que era necessário fazer para terminar o serviço. E é aí que começa a tentativa de lavagem cerebral, para não desistir do serviço. São minutos e minutos a explicar que não vale a pena tentarem me impingir o que quer que seja!

Nestas fases, é preciso aguentar firme! Eles vão fazer propostas atrás de propostas, mas basicamente é sempre a mesma coisa! E tenham muito cuidado em aceitar o que quer que seja, porque facilmente ficam fidelizados a uma coisa qualquer. No final, quando percebem que quero mesmo sair, dizem-me que tenho que ficar mais um mês, porque já passou o dia 15, e como a facturação é no final do mês, já só posso rescindir em 2015… E é me explicado finalmente como posso rescindir com a NOS.

Nos dias seguintes, recebi mais outro telefonema muito interessante! A dar razão àqueles que sugerem que existe uma forma muito simples de baixar a factura de telecomunicações: ameaçar rescindir os serviços. Acreditem que a proposta que me fizeram era imbatível no mercado…

A rescisão tem que ser feita por escrito, enviando um formulário para a NOS. Juntamente com o formulário deve ser enviado uma cópia do cartão do cidadão. O envio deve ser feito para o endereço da NOS, e no meu caso optei por enviar em correio azul, registado e com aviso de recepção! A morada para onde enviei foi a seguinte:

  • NOS
    Apartado 52001
    1721-501 Lisboa

Por vias das dúvidas, enviei a mesma documentação por fax para o número 211454235. Segundo vários relatos na Internet, este número vai mudando, por forma a não ficar muito conhecido…

Passado uns dias, passei a receber chamadas estranhas. Originavam dos números 211543563 e 220112563, e tinham uma característica comum: atendia-se e do outro lado, nada, desligando-se a chamada passado uns segundos…  Quando eu ligava de volta para o número, estava sempre interrompido… As chamadas eram insistentes, e acabei por descobrir na Internet que os números afinal eram da NOS.

Há pouco mais de uma semana recebi nova chamada. Atendi, e passados uns segundos, entrou um operador em linha, depois de muitos “tô xim” do meu lado. Nem queria acreditar! O operador não sabia porque me estava a ligar! Não sabia, porque só podia saber depois de eu fornecer o número de contribuinte! Mas só percebi essa parte depois de minutos à espera do interlocutor, que afinal estava à minha espera, que eu dissesse o número de contribuinte. Um processo kafkiano, que consiste em ligar para os clientes, sem saber porque se está a ligar, mas que depois do cliente se identificar, poderá dizer porque ligou… Um phisher não faria melhor!

O que se seguiu foi muito desagradável. Passei a gravar a chamada, após autorização do interlocutor. Alguém que estava a pedir uma identificação, que eu não daria. Pedi para falar com o supervisor, mas não me foi passado. Depois de 25 minutos, o operador, com o consentimento do supervisor, com o qual nunca cheguei a falar, desligou-me a chamada, depois de me dizer que seria contactado pela área da Supervisão dentro das 48 horas seguintes. O que não aconteceu.

Dez dias depois, recebi mais uma chamada da NOS. Estava tranquilo, já tinha recebido o aviso de recepção. Começaram por apresentar-se como interessados em avaliar a minha satisfação relativamente aos últimos contactos. Depois de perceberem que a minha insatisfação era muito grande, voltaram à estratégia de tentarem vender-me qualquer coisa. Já não eram da qualidade, eram novamente comerciais. Depois tentaram perceber porque tinha pedido a rescisão, mas rapidamente perceberam que não ia dar explicações. Passaram à fase seguinte, que foi a de dizer que não tinha enviado toda a documentação…

Grande lata! Voltei a certificar-me que autorizavam a gravação da chamada, e comecei a gravar o Take II. E tomei nota mental para o fazer sempre que me voltassem a ligar no futuro. Não se esqueçam todavia que só podem gravar a chamada quando exista o consentimento prévio e expresso dos utilizadores. Porque aceder às gravações efectuadas pelas empresas a nós, é uma missão que já tentei várias vezes, mas que deve raiar o limite da impossibilidade.

Tive que pedir para falar novamente com o supervisor. Desta vez foi logo à primeira! E o supervisor lá me explicou que tenho que entregar o que falta, mas que tenho 30 dias para o fazer, mas sem prejudicar a data em que submeti o pedido original, o tal antes de 15 de Janeiro. Ao contrário do interlocutor inicial, que referia que tinha que submeter o pedido outra vez, como deve ser, deixando implicitamente que teria de pagar mais uma mensalidade…

Enfim, desta vez vou mesmo ir a uma loja NOS. Vou perder mais do meu precioso tempo. Infelizmente, quando nos queixamos da falta de produtividade deste País, este é apenas mais um grande exemplo! Se calhar, era por aí que devia ter começado…